Mostrar mensagens com a etiqueta Psicoterapia Psicanalítica. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Psicoterapia Psicanalítica. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, setembro 12, 2014

Quanto mais nos conhecermos, mais felizes podemos ser



Uma psicanálise, e também uma psicoterapia psicanalítica, podem ser definidas como especialidades psicoterapêuticas de alta potência, dirigidas à reestruturação de personalidade. De um modo geral, o objetivo é conseguir alterações na organização, estrutura e funcionamento da personalidade no sentido de uma mais saudável e vantajosa adapatação à realidade (no mundo e nas relações), uma maior capacidade de atingir objetivos pessoais - a auto-realização - e a potenciação de estilos de vida satisfatórios.

Integrado nestas categorias gerais está o trabalho da psicoterapia no sentido da integração de personalidade. Isto significa a potenciação do acesso a, ou recuperação de, partes da personalidade que se encontram inicialmente inconscientes, dissociadas, não elaboradas/pensadas, ou não pensáveis (que ainda não puderam ser pensadas, por vários motivos).

A importância ou o papel da integração de personalidade para os objetivos gerais de uma psicanálise ou psicoterapia psicanalítica prende-se com a realidade intuitiva de que quanto mais soubermos sobre nós próprios, melhores as escolhas que fazemos para nós e para a nossa vida.

A consciência que temos de nós mesmos existe em função de quem nós nos percebemos ser na relação com os demais e no mundo. Esta natureza relacional intrínseca da nossa psicologia/personalidade resulta do facto de que o nosso espaço psiquico nasce, ou melhor dito, desenvolve-se, na relação. A primeira e mais estruturante de todas essas relações é, na perspetiva do desenvolvimento ontogénico do ser humano, a relação entre a mãe e o bebé - entre os cuidados de uma mãe (ou substituto materno) disponivel, tranquila e sintónica com as necessidades do bebé e essas mesmas necessidades e vulnerabilidades.

Dito de outro modo, da nossa relação progressiva com o mundo e através da relação, surge a nossa essência psicológica - os nossos sentimentos e pensamentos, as nossas necessidades (algumas destas inatas), desejos, medos e angustias, fantasias, desejos, ideais, sonhos, etc..

Esta nossa essência interior, psicologia, ou personalidade), condiciona por sua vez a forma como percepcionamos a realidade fora de nós, ou a forma como recebemos, interpretamos e moldamos as informações do exterior. A percepção da realidade acaba por moldar as nossas atitudes e os nossos comportamentos, e estes são a base das nossas escolhas e decisões na vida - escolha da profissão, escolha do companheiro ou companheira, escolha de curso de carreira, do estilo de vida, dos gostos pessoais, e uma série complexa de outras escolhas e microescolhas, decisões e microdecisões, presentes nas mais diversas áreas da nossa vida.

Por exemplo, uma criança pode crescer com cuidadores que sejam figuras criticas das suas competências intelectuais, que não as valorizem ou que acreditam pouco nelas e na possibilidade de desenvolvimento das mesmas - há mesmo quem acredite que a inteligência é um atributo fixo e imutável desde nascença, ou que a criança sai ao pai ou à mãe, ou que simplesmente é "limitada". Neste caso esta criança pode crescer com fortes condicionamentos internos relativamente ás escolhas de vida que vai fazendo ou sente que pode fazer à medida que cresce, e depois o mesmo quando se torna adulta. As dificuldades académicas poderão ser sentidas enquanto confirmação dolorosa das limitações pessoais - tão acentuadas já internamente pela experiência da família. Perde-se a possibilidade de tolerar a dificuldade, aqui enquanto aspeto próprio de momentos e situações que apelam ao esforço intelectual no sentido da resolução do problema e consequente adquirir de maior destreza intelectual. Isto claro implica também alguém que acredite à priori na criança e que a apoie nas suas dificuldades. Caso contrário pode mesmo deixar de existir motivação para o estudo, para o saber, e pode mesmo surgir um desinvestimento do esforço e da curiosidade intelectual de uma forma mais abrangente, pois a criança fica presa na experiência contínua da confirmação interna da limitação interiorizada. O performance académico fica limitado, e posteriormente as escolhas de carreira ficam mais limitadas.

A vida vai ficando limitada, e internamente cresce o sentimento de nunca se ter antingido muito e não se ser capaz de mais. È o sentimento de ser ser menos capaz, de se ter poucos recursos ou competências, e eventualmente também de se ser pouco merecedor do afeto e do investimento do outro nas relações. É a fantasia de que o outro será sempre alguém que dará pouco, investirá pouco, amará pouco, porque mais não se merece e não se pode esperar ou exigir. Á luz desta percepção se si no mundo e nas relações, as relações amorosas podem acabar por ser inconscientemente escolhidas e orientadas em linha com estas fantasias (e não só), confirmando-as então na prática e reforçando o mundo interno de limitação e de precariedade. Gradualmente vão surgindo então as pertubrações emocionais e das realações, ansiedade, depressão, alcoolismo e outro tipos de estados emocionais de angustia e/ou comportamentos desadaptativos.

A consciência daquilo que se viveu no inicio de vida não estaria aqui integrada na personalidada, disponível à consciência de modo a que essas experiências preoces pudessem ser elaboradas e ficar "arrumadas", livrando-se a pessoa do destino limitador e de limitação. As partes dissociadas ou não passíveis de serem pensadas mantêm-se neste estado, uma vez que é a relação com um outro que ajuda a  gerir ou a elaborar as emoções dificieis e dolorosas por detrás destas vivências e que ajuda na organização do pensamento - uma mãe, um pai, um psicoterapeuta... - aquilo que na prática constitui a pré-condição para a construção de uma mente que consegue fazer essa elaboração ou "digestão emocional" cada vez mais autonomamente. Na falta desta capacidade - sistemáticamente trabalhada e desenvolvida em psicanálise e psicoterapia psicanalítica - as crenças desadaptativas sobre a vida e sobre o mundo mantêm-se fora da consciencia. As escolhas de vida adquirem assim um caráter mais ou menos automático, irrefletido, e muitas vezes resultando na manutenção de situações desagradáveis e penosas, independentemente da vontade ou da intenção da pessoa.

quinta-feira, junho 12, 2014

II Congresso Luso-Brasileiro sobre o Pensamento de Donald W. Winnicott


Divulgamos hoje no nosso blog o II Congresso Luso-Brasileiro sobre o Pensamento de Donald W. Winnicott, subordinado ao tema “A Retomada do Amadurecimento”, organizado pela AP – Associação Portuguesa de Psicanálise e Psicoterapia Psicanalítica, em colaboração com a Sociedade Brasileira de Psicanálise Winnicottiana e a International Winnicott Association, e que irá decorrer nos próximos dias 20 e 21 de Junho, no ISPA.


Estarão presentes especialistas internacionais, tais como Elsa Oliveira Dias, Zeljko Loparic, Roseana Garcia e Cláudia Dias Rosa, representantes da Sociedade Brasileira  de Psicanálise Winnicottiana, e Laura Dethiville, representante da International Winnicott Association, bem como com especialistas portugueses, tais como António Coimbra de Matos, Carlos Amaral Dias, João Gomes Pedro, entre outros.


O Congresso contará com conferências, apresentação e discussão de casos clínicos, bem como mesas redondas, em que se perspectivam "diálogos com Winnicott" e dirige-se a profissionais das áreas da psicanálise e psicoterapias, da saúde (preferencialmente cuidados de saúde primários, psiquiatria, pedopsiquiatria, pediatria), protecção à infância, prevenção da delinquência, educação e desenvolvimento comunitário, entre outras.  









No dia 22 de Junho, no ISPA, irão ainda decorrer as Jornadas Clínicas da AP (apenas para associados).

Para mais informações sobre o Congresso e as Jornadas Clínicas:


- Website da AP: www.apppp.pt 


Votos de um bom congresso!

- A Psicronos -

terça-feira, abril 22, 2014

Vergonha, Medo da Crítica e Julgar os Demais


Ao passo que o sentimento de culpa implica um sentimento de transgressão (física, emocional, moral,

A vulnerabilidade acentuada à vergonha e o medo persistente da exposição ou da denúncia pública são vivências emocionais sintomáticas. Estes sentimentos são muitas vezes indicadores de falhas ou de insuficiências, na história individual, de relações empáticas, ricas em profundidade emocional, genuínas, nas quais a própria pessoa se tenha sentido com frequência  verdadeiramente compreendida na sua natural complexidade e contradição emocional, moral e comportamental. Esta experiência relacional com uma figuras preocupadas, envolvidas e compreensivas, permite, por via da confiança e da identificação, a aquisição interna gradual da capacidade e da propensão para a autocompreensão em profundidade, bem como a capacidade de compreensão em profundidade dos outros. Em acréscimo, estas capacidades internas adquiridas por via das boas relações, são a via privilegiada para a serenidade e maturidade psicológica.

A falta da experiência de uma relação que nos devolve compreensão em profundidade relaciona-se com frequência à internalização de cuidadores severos, críticos, que humilham e/ou instigam sentimentos de medo da rejeição por parte do grupo social (amigos, vizinhos, colegas, etc.). Gradualmente isto pode conduzir a um esvaziamento interno e/ou desorganização psicológica, já que a indisponibilidade de uma relação de compreensão em profundidade no início das nossas vidas potencia a intolerância interna a todo um leque de vivências e partes da personalidade que vão então sendo expulsas da consciência por ação de mecanismos de defesa destinados a "evacuar" a angústia/ansiedade ligadas a essas vivências e partes da personalidade. Forma-se um conflito entre, por um lado, uma parte intolerante (crítica, rejeitante, não aceitante e/ou cruel) da personalidade, e, por outro lado, a experiência emocional interna e outras partes da personalidade, que, sendo então sentidas como indignas do amor ou apreço dos demais, são expulsas da consciência, dissociadas e muitas vezes projetadas sobre os demais, sobre a visão do mundo e das relações.

Estes mecanismos de defesa de "evacuação" dos conteúdos mentais tendem a criar problemas adicionais nas nossas vidas pois a sua natureza é frequentemente projetiva. As nossas partes intoleradas são expulsas para o exterior, expulsão algumas vezes acompanhada por ações e atitudes que visam reforçar a ilusão de que o interior intolerável pertence realmente ao exterior (desprezado). A projeção faz-se acompanhar comummente da necessidade adicional da certeza de que há de facto um exterior repudiável (projetado nos demais, ou no mundo), mas que não é, ou faz parte do próprio sujeito e/ou das suas associações. Não sou eu, mas sim tu, quem tem agora as partes de mim que eu não suporto nem consigo enfrentar.”

O resultado são distorções da perceção dos outros e da realidade, lado a lado com um esvaziamento progressivo do Eu, consoante a frequência e intensidade da expulsão de partes do Eu para o exterior. A atitude crítica ou julgamental, e sobretudo a atitude de desprezo denuncia todo este enredo interno. A crítica ou julgamento surge neste contexto como expressão da tentativa de lidar com um conflito interno ligado a vivências internas dificilmente toleráveis.

Num segundo ponto, não são apenas as partes não compreendidas e intoleradas da personalidade que são projetadas sobre os demais, mas também a própria instância interna crítica, severa, cruel e intolerante o pode ser. Desta forma, quando na história pessoal faltam outros significativos capazes de preocupação e sintonia-empática, envolvimento e interesse genuínos, não só surge aqui o terreno fértil para o desenvolvimento da atitude critica, despreziva e intolerante perante o outro (perante partes da própria pessoa projetadas subsequentemente sobre o outro), como se instala o pavor da critica e do julgamento dos demais – a vergonha patológica, intensa e muitas vezes negada e inconsciente. A vergonha consciente já denota um certo grau de tolerância a aspetos menos aceites (ou percebidos como menos aceitáveis) da personalidade, ou seja, denota um grau menos severo e até mesmo normativo de uma apreciação interna de nós mesmos face à diversidade da nossa experiência emocional e  das diferentes partes da nossa personalidade.

Quando nos livrarmos de emoções e partes da personalidade em conflito (com a parte severa e intolerante, tiranizante) tudo isso permanece dissociado e/ou inconsciente. Isto por sua vez faz com que parte da nossa história e quem nós somos permaneça fora da nossa consciência e compreensão. Quanto menor a compreensão em profundidade de nós mesmos e da nossa vida, menos autonomia e liberdade teremos na própria vida, relativamente às escolhas que fazemos.

A projeção de uma instância interna severa, crítica, intolerante e não compreensiva, aliada à pouca tolerância e compreensão de partes importantes da nossa experiência, personalidade e emoções, encontra-se muitas vezes ligada à atitude de mentir, por exemplo nas relações íntimas. Isto porque a outra pessoa é sentida como alguém incapaz de nos poder compreender verdadeiramente, pois sentimos que esses aspetos estão para além da possibilidade de serem aceites e compreendidos (amados).

Ainda que o outro seja sentido como alguém intolerante em relação a algo, que nós sejamos intolerantes com o outro em relação a esse algo, muitas vezes acabamos mesmos por ser indulgentes connosco mesmos na relação com esse algo que fortemente criticamos no outro e que receamos suscitar a crítica do outro. Isto apenas revela a nossa parte intolerante, que nestes momentos é colocada em "standby" face à força desse algo que na maior parte do tempo é repudiável e jamais reconhecido como tendo qualquer associação connosco e com as nossas vidas. Fica claro aqui que "algo" necessita efetivamente poder ser melhor compreendido em nós e sobre nós, para que possa passar a ser tolerado e aceite, em vez de expulso e criticado nos demais.

É uma boa forma de nos conhecermos um pouco melhor, precisamente procurando aqueles aspetos do(s) outro(s) que mais desgostamos e mais facilmente nos metem os cabelos em pé. Fica o desafio.
etc.) em relação a alguém, a vergonha representa o medo de rejeição pelo grupo social. A tolerância, compreensão e capacidade de cuidarmos das nossas partes que porventura (consciente ou inconscientemente) sentimos menos dignas de serem amadas/apreciadas pelos demais está associada à saúde mental. Este é também todo um trabalho que se agrupa no conjunto dos objetivos centrais de uma psicoterapia psicodinâmica.

domingo, março 30, 2014

Estimulação Bilateral e Psicoterapia Psicanalítica

Na minha prática clínica cruzo a Psicoterapia Psicanalítica com a Estimulação Bilateral. Para mim, a estimulação bilateral é uma espécie de enzima que auxilia a digestão mental das experiências emocionais.

Conduzo a sessão como conduziria uma sessão de psicoterapia psicanalítica corriqueira, apenas introduzo pequenas pausas que vão até minuto e meio de estimulação bilateral (auditiva, táctil ou visual) quando sinto que se tornou activa uma situação emocional que não está suficientemente digerida. Este método permite também aumentar a produtividade da sessão, estimulando a associação livre e a intensificação do insigth.


Ana Almeida
Directora Clínica da Psicronos

quarta-feira, fevereiro 12, 2014

Saiba Se o Seu Inconsciente Conspira Contra a Sua Vida Amorosa



A ocorrência isolada ou pontual de certos comportamentos, atitudes, necessidades emocionais ou dinâmicas relacionais nas relações amorosas, e que são habitualmente consideradas sinalizadoras de problemáticas psicológicas subjacentes, justificam-se em períodos de stress. Contudo, quando estamos perante padrões habituais de funcionamento, estamos muito provavelmente, face a fortes manifestações inconscientes. Descrevemos aqui alguns dos mais importantes padrões ou tendências manifestas por si ou pelo seu parceiro que habitualmente remetem para questões mais profundas, com possível origem num período muito precoce da vida:

I* Ao procurar descrever o seu parceiro tende a referir exclusivamente aspetos que revertem direta ou indiretamente a seu favor. Ex.: carinhoso(a); bom ouvinte; entende-me bem; empático(a); compreensivo(a); faz tudo por mim;

II* Queixa-se insistentemente da falta dos aspetos acima mencionados no seu parceiro.

III* O seu parceiro queixa-se de uma solicitação excessiva de proximidade e afeto de sua parte (deste que este não apresente perturbações concretas ao nível da capacidade de dar e receber afeto).

IV* Sente frequentemente o seu parceiro como indisponível, rejeitante ou abandónico.

V* Procura parceiros sobretudo porque a associação com eles lhe traz vantagens económicas ou outras regalias sociais, prestígio ou admiração social (de familiares, amigos, colegas, ou desconhecidos), ou outras vantagens pessoais.

VI* Tende a necessitar ser admirado pelo parte do seu parceiro.

VII* Costuma sentir vergonha em relação ao seu parceiro, às suas atitudes ou comportamentos do seu parceiro, respetiva situação social ou económica, aspeto físico, ser demasiado alto ou baixo, demasiado gordo ou magro, etc.

VIII* Sente orgulho em exibir o seu parceiro perante os outros, podendo inclusivé procurar situações favoráveis a essa exibição.

IX* No curso das suas relações amorosas, sente que determinadas situações se repetem, percebendo você comportamentos ou atitudes muito familiares nos diferentes companheiros.

X* Tende a ir permanecendo em relações amorosas insatisfatórias na esperança que a relação melhore por si mesma.

XI* Depara-se sistematicamente com uma atitude de atribuição mútua de culpas nas suas relações quando surgem problemas entre si e o seu parceiro, sem que surja habitualmente um diálogo relativamente tranquilo e um entendimento mútuo.

XII* Sente que está condenada(o) a um certo “karma” no que respeita às suas relações amorosas.

XIII* Tem a percepção de que os homens ou as mulheres são todos ou todas iguais.

XIV* As suas relações tornam-se conflituais assim que se iniciam, ou pouco tempo depois.

XV* Tende a iniciar um novo relacionamento amoroso quase ao mesmo tempo que termina um anterior.

XVI* Troca frequentemente de parceiro.

XVII* Apaixona-se frequentemente.

XVIII* Agarra-se desesperadamente a um novo parceiro, ainda que ambos se conheçam relativamente mal ou o relacionamento seja muito recente.

XIX* Os períodos da sua vida em que não tem um parceiro são vividos com angustia, ocupação do pensamento com temas de arranjar parceiro e/ou procura efetiva de um parceiro.

XX* Tem dificuldade em estar sem parceiro ou longe do seu parceiro, mas ao tempo é-lhe difícil a proximidade física e afetiva.

XXI* Sente que não precisa de um parceiro pois tudo o que necessita são os seus filhos.

XXII* Sente um temor acentuado e infundamentado de que algo em concreto possa vir acontecer numa nova relação.

Estes são alguns dos indicadores mais importantes da presença de uma força interna que dirige as nossas escolhas de parceiros amorosos, bem como o curso das nossas relações (e não só). Esta força é habitualmente inconsciente, bem para além do nosso controlo, e está em  direta oposição aos nossos objetivos deliberados e conscientes de estabelecer relações plenas e gratificantes, bem como de conseguir um estilo de vida satisfatório.

Estas problemáticas remetem muitas vezes para insuficiências vividas nas relações com as principais figuras cuidadoras durante a infância, bem como para a interiorização de padrões e dinâmicas relacionais conflituais durante esse período de vida. No entanto, alguns dos itens acima apontados são frequentes durante época da adolescência, período de exploração, auto e hetero descoberta.

A exploração do inconsciente, identificação de insuficiências e conflitos internos oriundos de um período precoce do desenvolvimento, entendimento dos estados mentais adultos à luz destas vivências e a resolução destas insuficiências e conflitos na relação psicoterapêutica são meios privilegiados através dos quais a psicoterapia psicanalítica opera.

“Se carregar consigo os tijolos das suas relações passadas, acabará por ir construindo as mesmas casas.”

Diogo Gonçalves
Psicólogo Clínico e Psicoterapeuta