Mostrar mensagens com a etiqueta emoções. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta emoções. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, fevereiro 13, 2014

O CÉREBRO DOS ADOLESCENTES

Neste TED a neurocientista Sarah-Jayne Blakemore troca o funcionamento do cérebro por miúdos e ajuda a explicar alguns comportamentos típicos da adolescência com base no desenvolvimento do cérebro.

Fala-nos da influência do córtex pré-frontal na tomada de decisões, no planeamento, na inibição dos impulsos e na consciência de si e dos outros. Aborda ainda o desenvolvimento do "cérebro social" e na forma como o contexto propicia respostas automáticas instintivas, a capacidade de ler as emoções dos outros e de avaliar o seu ponto de vista.

Por que razão os adolescentes se colocam mais em risco, porque é que têm dificuldade em colocar-se no lugar do outro (principalmente dos pais!), porque procuram a recompensa e têm dificuldade em adiá-la?

Termina com uma reflexão sobre a importãncia do conhecimento do cérebro na educação (parental e escolar) e no tratamento dos adolescentes. Lança ainda a questão: Porque não aproveitar o lado aparentemente mais negativo da adolescência para potenciar a aprendizagem e a criatividade?

Vale a pena ver:

http://www.ted.com/talks/lang/pt-br/sarah_jayne_blakemore_the_mysterious_workings_of_the_adolescent_brain.html

Alexandra Barros
Psicóloga e Psicoterapeuta

http://www.psicronos.pt/consultas/neuropsicologia_17.html



terça-feira, dezembro 03, 2013

Perguntas Hilariantes e Ridículas - Será???


Recentemente instaurou-se uma polémica sobre um grupo privado que existe no facebook denominado mães. Apenas vou aqui comentar o que foi tornado público, pois não quero de todo inviabilizar a privacidade e regras do grupo.

Há umas poucas semanas atrás, num artigo da revista Sábado, num espaço dedicado à blogosfera, veio uma crónica com o título, as perguntas mais hilariantes e ridículas  e referia-se a este grupo do facebook chamado mães que reune à volta de 7500 membros. Eram colocados alguns exemplos de perguntas e uma das que foi tornada pública remetia para uma dúvida que uma mãe colocou e esta remetia para o facto de deixar ou não o filho com a avó (neste caso a sogra) e se tal não poderia causar algumas dificuldades/alterações no relacionamento da mãe com o bebé.

O que aqui quero aprofundar é a dimensão psicológica que existe em cada uma destas dúvidas, nos anseios que são partilhados e nas questões mais simples que possam ser interpretadas como ridículas a "frio".

Este grupo funciona como um grupo de entre-ajuda, como existem para muitas outras situações que não só a maternidade, e aposta na compreensão das outras mães e nas suas experiências. Trabalho com crianças, adolescentes e seus pais há 10 anos e uma das frases que regularmente ouço, é a pergunta se tenho filhos. Ora, esta pergunta encenta em si esta necessidade de compreensão, de sentir que também já se passou ou está a passar pela mesma fase.

Sim, agora posso dizer que sou mãe, e sim, as coisas mudam de perspectiva, mas enquanto profissional desempenhamos um papel e enquanto pais outro. Agora, de um ponto de vista psicológico serão estas perguntas tão hilariantes e ridículas? O que trará por detrás? Será que as inseguranças não são válidas?

A maternidade é algo maravilhoso, mas um caminho complexo e por vezes sinuoso. Se umas vezes nos mostra como somos capazes e seguras, por outra revela-nos inúmeras fragilidades e inseguranças. As questões hormonais, as experiências prévias, a privação do sono, a agitação diária, as rotinas impostas, as ditaduras sofridas (quando os filhos são bebés, eles é que determinam os horários, e o que podemos ou não fazer) não se farão sentir de alguma maneira? Não existem dias em que parece que tudo é tão difícil? Mas outros em que é tudo tão maravilhoso?

É assim mesmo, como alguém uma vez referiu, uma montanha russa, mas no final de contas o equilíbrio é a chave para o sucesso.

Relativamente à questão das mães, pais, sogras e avós, na realidade os pequeninos necessitam de muito amor e carinho e quem melhor que estas pessoas para lhes fornecer o que mais precisam... Mas será assim tão hilariante este comentário? Não quer dizer que a sogra, por sinal a avó da criança, seja má pessoa, e vá desencaminhar o neto e não seja suficientemente boa para cuidar do filho e desempenhar muito bem o seu papel sem colocar a criança contra a mãe, mas o que, quanto a mim, está aqui patente, é a proteção que uma mãe dá ao filho, o tipo de educação que quer desempenhar, o não conseguir controlar o que se passa, a maior ou menor proximidade com a sogra, o receio de sentir que aquilo que diz não é ouvido e a dúvida se será respeitada no tipo de decisões que quer para a educação do filho.

Ora estas questões são válidas e pertinentes, e na realidade acontece em todas as famílias, quer sejam elas próximas ou distantes, pequenas ou grandes. Falamos aqui de sentimentos, emoções, qualidade das interações e à-vontade. A questão mais difícil e complexa nas relações é o diálogo, e leia-se diálogo aquele discurso que é capaz de chegar a todos, sem enviesamentos e projeções.

E isto acontece com as sogras, com os maridos, com os filhos, enfim, esta é uma realidade que pode estar presente em todas as dinâmicas...

Uma criança não nasce só, com ela nascem outros papéis a desempenhar na família e consequentemente um grau de complexidade maior nas relações.

Tânia Paias
Psicóloga
Delegação Faro/Portimão
Diretora PortalBullying

quinta-feira, dezembro 30, 2010

Os riscos de uma vida sem medo

Lesão no cérebro conduz paciente a comportamento atípico


Paciente nunca reage face ao medo.
Uma equipa do Departamento de Neurologia da Universidade do Iowa (EUA) estuda, há já vários anos, o caso particular de uma mulher que sofre de uma lesão no cérebro e cuja estrutura implica a incapacidade de sentir emoções, como medo, por exemplo. Os investigadores, entre os quais se encontra o português António Damásio, já tentaram expô-la a todo o tipo de situações: cobras, aranhas, filmes de terror e até a um edifício alegadamente assombrado. Tudo em vão.

As amígdalas – pequenas estruturas arredondadas, em forma de amêndoa, localizadas muito próximas do hipocampo – desta paciente (designada pelas iniciais SM) foram danificadas por uma doença e parece ser esta a origem do seu comportamento atípico. Geralmente, as amígdalas são capazes de desencadear a ‘cascata’ bioquímica que permite ao organismo reagir face ao medo.
Os neurocientistas Ralph Adolphs, Daniel Tranel ou António Damásio foram incapazes de ler qualquer receio no seu rosto, aquando de diversas observações. Mesmo que consiga demonstrar emoções como alegria, tristeza ou desgosto, nunca se assusta.

Apesar de não gostar de aranhas e serpentes e os vendedores a alertarem sobre a perigosidade dos animais, SM consegue mesmo tocar numa cobra perigosa ou numa tarântula sem manifestar qualquer reacção negativa, segundo escreveram os cientistas na Current Biology - onde se juntou o investigador Justin S. Feinstein.

A equipa de estudo referiu ainda que a paciente não usa qualquer tipo de estratégia para evitar o medo, e que pelo contrário, é uma “sorte” ela continuar viva por se expor a todo o tipo de situações. As observações permitiram salientar a importância do papel das amígdalas na percepção do medo, concluem, mas avançam que estudar um único indivíduo é muito pouco para tirar conclusões definitivas.