domingo, agosto 02, 2009

Fado/Carminho

E para que não digam que eu falo só de conflitos laborais, ouçam esta voz de uma jovem muito, muito prometedora:

www.carminho.net

sábado, agosto 01, 2009

Poema de um poeta-filósofo (lido hoje no Washington Post)

The Solipsist
por Troy Jollimore

Don't be misled:
that sea-song you hear
when the shell's at your ear?
It's all in your head.
That primordial tide—
the slurp and salt-slosh
of the brain's briny wash—
is on the inside.
Truth be told, the whole place,
everything that the eye
can take in, to the sky
and beyond into space,
lives inside of your skull.
When you set your sad head
down on Procrustes' bed,
you lay down the whole
universe. You recline
on the pillow: the cosmos
grows dim. The soft ghost
in the squishy machine,
which the world is, retires.
Someday it will expire.
Then all will go silent
and dark. For the moment,
however, the black-
ness is just temporary.
The planet you carry
will shortly swing back
from the far nether regions.
And life will continue—
but only within you.
Which raises a question
that comes up again and again,
as to why
God would make ear and eye
to face outward, not in?

Fonte: Poetry (January 2008).

Esculturas em vidro no Victoria and Albert Museum



As esculturas em vidro são de David Reekie. A foto de cima foi retirada do Flickr, infelizmente não me recordo do nome do fotógrafo (a net tem destas coisas, nem sempre se dá a César o que é de César), porque é uma excelente fotografia. Quem me dera ter sido eu a tirá-la...

terça-feira, julho 28, 2009

ACERCA DA RESILIÊNCIA (PSICOTERRORISMO PARTE III)


A resiliência é a capacidade de enfrentar condições adversas com coragem e determinação e ser capaz de transformar um problema numa oportunidade.

A resiliência é uma capacidade que se pode desenvolver - como, é uma das questões que mais vêm à baila no decorrer do aconselhamento profissional. Temos de aprender a ser resilientes para que a força não nos falte nas fases menos propícias. Capacidade egóica por excelência, remete também para a construção do self e da identidade da pessoa. Um self forte, coeso, construído por acumulação de experiências gratificantes ou, pelo menos, que garantiram a aprendizagem com o erro, é meio caminho andado para se ser resiliente. É uma capacidade invejável mas que, repito, se pode adquirir ou melhorar.

Mas ser resiliente não é fazer como a avestruz e resistir à transformação e, por essa via, a resistir a melhorar o desmpenho. Tenho notado que há quem confunda melhorar o desempenho com "fazer a vontade" aos chefes. Donde terá nascido esta confusão, não sei dizer (embora a história sindical dê pistas para uma explicação), mas o que verifico é que ela é frequente e perniciosa. O primeiro que fica a perder é o trabalhador. A melhoria do desempenho, um aspecto fundamental do trabalho de qualquer pessoa, é algo de desejável porque também nos traz satisfação. è importante que retiremos prazer do que façamos, e possamos ser criativos. O trabalho, que nos ocupa tantas horas por dia, não pode ser uma fonte constante de desprazer e de mal-estar, sob pena de ficarmos psicologicamente enfraquecidos e mesmo deprimidos.

É preciso perceber que as relações laborais não são um jogo de soma zero. Ou seja, não há um que ganha e outro que perde. A satisfação com um trabalho bem feito é importante para a construção da nossa identidade (e auto-imagem) e contribui também para o melhor desempenho da empresa, devido ao aumento da produtividade e da competitividade. O melhor desempenho das empresas é assunto que não diz respeito apenas ao donos das empresas, mas a todos nós. O emprego é algo que começa a escassear e o problema não é apenas local, é global. No caso do nosso país, a situação é duplamente grave, porque se junta à crise internacional um péssimo índice de competitividade que é já estrutural.

O que acabei de escrever poderá não se aplicar ao fucionalismo público ou seja, a todos aqueles que não trabalham para empresas a actuar no mercado, mas para o Estado. Coisa curiosa, os conflitos laborais não são nesse caso menores, nem o mal-estar das pessoas. Já pensaram por que será?

domingo, julho 26, 2009

PSICOTERRORISMO PARTE II


Muitas das consultas online que a Psicronos tem recebido nos últimos tempos dizem respeito ao bullying/mobbing. Por isso vou continuar com o tema e com as formas de enfrentar o problema.

O Prof. Cary Cooper, da universidade de Leicester, afirma que trabalhar num ambiente "macho", de intimidação (bullying) e manipulador aumenta a:
  • ansiedade

  • depressão

  • perda da auto-estima

  • tendência para a auto-culpabilização

  • sentimento de impotência


Esta coisa do ambiente "macho" pode parecer esquisita, mas é uma realidade. Sabem aqueles locais de trabalho em que as piadolas menorizam a imagem das mulheres, reduzem o sexo a uma macacada e permitem a uns quantos imbecis darem-se ares de machões? É a esses ambientes que o Prof. Cary Cooper se refere. E isto é em Inglaterra...


No ambiente que actualmente se vive, com o espectro do desemprego a pairar, suspeito que as tendências manipulatórias estão em alta. Não quero aqui insinuar que todos os chefes são uns sádicos à solta. É evidente que não, e que a maior parte deles está em situação de alta pressão por parte das próprias chefias (aí também há psicoterrorismo). Nestes ambientes, as fronteiras tendem a esbater-se e vale tudo. São variados os estudos que apontam para o esbatimento das fronteiras como o maior factor de stress.

Como no Seringetti, os mais frágeis são a presa ideal. E às vezes o leão até se agarra ao pescoço... (ver foto).
Como fazer para não ser vítima de intimidação e simultaneamente melhorar o desempenho profissional?


sexta-feira, julho 24, 2009

PSICOTERRORISMO (MOBBING)


Esta é a designação que os espanhóis dão ao fenómeno do bullying, também conhecido por mobbing. Ou seja, a coacção psicológica, ou física, no emprego ou na escola. Ou mesmo em família, ou no grupo de "amigos". O i de hoje tem um artigo sobre o tema


De acordo com o estudo, quase 30% dos consultados já sofreram, ou sofrem, este tipo de agressão.

O Salpicos tem já referido o assunto, mas nunca é demais falar dele. Ouço cada vez mais pessoas, de facto, a queixarem-se deste tipo de abusos. Chefes sádicos que aproveitam uma fragilidade de um colaborador para o massacrar e intimidar, muitas vezes recorrendo à humilhação pública, colegas que fazem verdadeiras campanhas de má língua para conseguiram a exclusão da vítima escolhida. A crueldade humana não conhece limites, já o sabemos. No bullying, é frequente as pessoa serem agredidas até por questões de aparência física, por exemplo, e que nada têm a ver com o seu desempenho profissional. No entanto, este tipo de fenómenos parece ter tendência a aumentar em situações de crise económica, em que o espectro do desemprego é habilmente utilizado pelo(a) agressor(a).

O curioso é que as vítimas são normalmente pessoas competentes profisionalmente. Perfeccionistas e inseguras, muitas vezes, os ataques de que são vítimas tem ressonâncias internas dolorosas e que lhes retiram a capacidade de resposta em relação ao agressor. Quase que se sentem culpadas por estarem a ser agredidas.

Na minha experiência, uma pessoa deprimida e com falta de auto-estima é uma vítima potencial para os sádicos e predadores que por aí se movem. É, assim, necessário que a vítima perceba que não está condenada a ser vítima, e que a agressividade natural de cada um tem de ser dirigida para quem nos agride, e não para dentro. Isto parece uma verdade de La Palisse, mas é frequente encontar pessoas que não imaginam sequer (ou não ousam imaginar) o impacto que pode ter uma alteração de postura. A vida é feita de interacções e há todo um código de sinais e de posturas que fala por nós. Na vida profissional, em particular, convém estar muito atento. Não alimentando paranóias, mas com assertividade e firmeza. Deixemos o dar da outra face para os seres excepcionais (se é que existem).

A gestão da culpa é outra questão essencial e que é essencial saber gerir: a vítima do psicoterrorismo costuma até culpabilizar-se pelo mal que lhe é feito e fica paralisada como a mosca que cai na teia da aranha.

quarta-feira, julho 22, 2009

PARA OS MAIS FÓBICOS...

...lugares a evitar:
http://ow.ly/hU38

"Un conte de Noël"


O filme "Un conte de Noël" ("Conto de Natal") de Arnaud Desplechin, com Catherine Deneuve e Mathieu Almaric, gira em torno de uma reunião de uma família dispersa, fragmentada e acima de tudo disfuncional.

Uma família marcada pela doença (do sangue), que se expandiu por causa dela: um dos filhos (Mathieu Amalric) foi gerado na expectativa de vir a ser um dador de medula compatível com o irmão mais velho, vítima de um cancro do sangue. Contudo a criança não se revelou compatível, o irmão morreu, e o primeiro ficou com o estigma de ser um filho "inútil".

Recomendo vivamente.

"Pranzo di ferragosto"



O filme "Pranzo di ferragosto" ("Almoço de 15 de Agosto") de Gianni Di Gregorio é uma verdadeira "delícia no seio dum grupo de velhinhos". Recomendo vivamente.

"Home"

O filme "Home" ("Lar, doce lar") de Ursula Meier retrata o quão "desestruturante" pode ser a quebra de rotina no seio duma família.
Isabelle Huppert no seu melhor...imperdível.

quarta-feira, julho 15, 2009

sábado, julho 11, 2009

DISCURSO DE OBAMA NO GHANA


http://www.nytimes.com/aponline/2009/07/11/world/AP-AF-Obama-Text.html?_r=2&pagewanted=all

Sintético, corajoso, motivador. Para ler e reler.

quarta-feira, julho 08, 2009

Em Nova Iorque há poucos meses...



Perdoem-me a pouca qualidade da fotografia, mas dá que pensar... O respeito pelas mulheres terá realmente de ser encarado assim pelas camadas mais jovens da população? Como se fosse uma "obrigação" a somar a outras? Ou haverão leituras alternativas deste anúncio? Reparem nas inscrições da camisola do adolescente.

sábado, julho 04, 2009

SERVIR O PODER

"Servir o poder tornou-se assim o caminho único para alcançar um estatuto de riqueza e acreditação social que se iria tornar uma fatalidade nacional".
Retiro estas palavras do artigo que Miguel Sousa Tavares publicou hoje no Expresso (não ponho o link porque não é aberto) sobre a confusão, que faz parte da nossa história, entre nação, estado e governo. A ler absolutamente.

sexta-feira, julho 03, 2009

Weekend musical: Mazgani

ttp://www.youtube.com/watch?v=ItXPgiWzcZQ
Tenho o prazer de vos apresentar o trabalho de um jovem de que eu gosto muito. Cresceu em Portugal, nasceu na Pérsia.

A democracia que temos

http://tinyurl.com/l87lu7
A SEDES condiziu um estudo sobre a (fraca) qualidade da demcracia portuguesa. Os resultados não surpreendem, mas vêm confirmar o pior.
Aos candidatos a PM: atenção à justiça! Sem ela não há demcracia.