Segue o extracto de uma entrevista (em francês) com Arturo Pérez-Reverte, um homem que consegue o milagre de escrever luminosa e profundamente.
Comme 'Le peintre des batailles', votre roman développe une réflexion sur les lois du hasard, et en particulier celles décident du moment de notre mort. Comment ce sujet en est-il venu à vous passionner ?
J'ai été reporter de guerre, et dans les guerres, les choses sont très différentes. Lorsque nous vivons, dans un pays en paix, nous vivons un peu comme dans un hôtel, et nous croyons que c'est cela, la normalité. Or ce n'est pas cela: la normalité, c'est plutôt l'horreur. Il y a dans la nature, des règles constantes. La douleur, la mort, sont des choses qui à mon avis, en font partie, ce ne sont pas des choses accidentelles. Cela répond à un plan général. Dans ce livre, et dans 'Le Peintre des batailles', j'essaie d'expliquer cela, ces règles occultes qui fera qu'il y aura toujours un iceberg sur la route du Titanic, toujours un tsunami, une catastrophe qui nous attend. Nos grands parents, eux, savaient cela, on le remarque en regardant leurs tableaux, en lisant leurs livres, ils avaient conscience de la menace permanente, de la cruauté du monde, de ses règles impitoyables. Dans notre Europe, nous vivons une vie qui n'a rien à voir avec la vie réelle et il faut qu'une bombe explose pour nous rappeler que le monde est dangereux, que l'homme est un animal vulnérable. C'est ce que j'ai appris dans ma carrière de journaliste, et avec ce regard, je tente d'expliquer un peu la vie. Ça ne donne aucune solution, ça n'efface pas le malheur et l'horreur, ça aide à les supporter. Je vais avoir 60 ans en novembre: je ne cherche pas à changer le monde, je pense qu'il n'y a pas de solution et j'essaie de donner des consolations.
segunda-feira, outubro 10, 2011
sexta-feira, outubro 07, 2011
UMA VIDA DE ENTUSIASMO
Steve Jobs morreu. Era um génio. Fica a sua obra e o magnífico entusiasmo que ele punha em tudo o que fazia. Vale a pena ver e rever o discurso que ele fez há anos na Stanford University (está no Youtube, já o pus aqui uma vez).
Este desenho é o tributo de um estudante de Hong Kong chamado Jonathan Mak. Simples e clean, como Steve Jobs gostaria.
Este desenho é o tributo de um estudante de Hong Kong chamado Jonathan Mak. Simples e clean, como Steve Jobs gostaria.
domingo, outubro 02, 2011
DE NOVO AS BICICLETAS
Esta bicicleta desenhada por Ron Arad tem pneus de aço mas tem um andamento suave. E como é bonita!
http://www.fastcodesign.com/1665045/soft-ride-bike-has-steel-tires-and-you-can-ride-it-now
http://www.fastcodesign.com/1665045/soft-ride-bike-has-steel-tires-and-you-can-ride-it-now
Pedófilo por acidente?
Uma notícia veio dar conta de um homem de 40 anos que se tornou pedófilo após surgimento de um tumor no cérebro.
Vale a pena ler o artigo que, apesar de grande, explora de forma interessante o problema da integração mente-corpo, bem como, questões mais filosóficas mas também psicológicas como o livre arbítrio, a vontade e o determinismo.
Veja-se o link:
http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/pedofilo_por_acidente.html
sábado, outubro 01, 2011
LINGUAGEM
Interessante, este pequeno video sobre a importância da linguagem.
A palavra é central no modelo terapêutico picanalítico. Freud chamava à psicanálise a "cura pela palavra" e julgo que quem já fez uma analise ou uma psicoterapia percebe o que ele queria dizer.
A linguagem permite ao ser humano socializar e sublimar a violência. Mas às vezes pode também ser um factor de divisão ou mesmo de mal-entendidos.
Pessoalmente, acho que tem de se ter muito cuidado com as palavras: são simultaneamente delicadas e uma ponte para o outro.
A palavra é central no modelo terapêutico picanalítico. Freud chamava à psicanálise a "cura pela palavra" e julgo que quem já fez uma analise ou uma psicoterapia percebe o que ele queria dizer.
A linguagem permite ao ser humano socializar e sublimar a violência. Mas às vezes pode também ser um factor de divisão ou mesmo de mal-entendidos.
Pessoalmente, acho que tem de se ter muito cuidado com as palavras: são simultaneamente delicadas e uma ponte para o outro.
sexta-feira, setembro 23, 2011
quinta-feira, setembro 22, 2011
Frase pedagógica do dia
A educação faz com que as pessoas sejam fáceis de guiar, mas difíceis de arrastar; fáceis de governar, mas impossíveis de escravizar.
(Henry Peter)
domingo, setembro 18, 2011
TRABALHO E EMPREGOS
>
>> A natureza do trabalho já começou a mudar. Maiores conhecimentos, permanente actualização, competências relacionais, capacidade de construir um networking são as vantagens competitivas de quem está no mercado de trabalho. Acabou o "emprego para a vida" e já não volta mais. Temos de aprender a viver com esta realidade e a saber aumentar as nossas competências.
Leiam este artigo do Economist:
>>
>> http://www.economist.com/blogs/freeexchange/2011/09/labour-markets?fsrc=scn/fb/wl/bl/jobsareevolvingnotbecomingob
>> A natureza do trabalho já começou a mudar. Maiores conhecimentos, permanente actualização, competências relacionais, capacidade de construir um networking são as vantagens competitivas de quem está no mercado de trabalho. Acabou o "emprego para a vida" e já não volta mais. Temos de aprender a viver com esta realidade e a saber aumentar as nossas competências.
Leiam este artigo do Economist:
>>
>> http://www.economist.com/blogs/freeexchange/2011/09/labour-markets?fsrc=scn/fb/wl/bl/jobsareevolvingnotbecomingob
>
TEMPO PARA ALTERAR COMPORTAMENTOS
Às vezes é em tempos de crise que as pessoas alteram, com proveito, rotinas.
A pacóvia Lisboa que eu conheci nos anos cinquenta, e que depois se tornou em nova-rica, está a mudar. Tem de mudar. Quem diz Lisboa diz outras cidades portuguesas. A bicicleta é um meio de transporte barato, saudável e não poluente. Assim os nossos automobilistas (muitos deles, infelizmente, sofrendo de novo-riquismo) saibam respeitar os outros. Dizem por aí que os taxistas são os piores, mas nao quero lançar atoardas sobre essa desgraçada profissão. Espero que não, e que os taxistas também tenham filhos e amigos a pedalar.
Da Dinamarca vem o exemplo. Ora vejam:
A pacóvia Lisboa que eu conheci nos anos cinquenta, e que depois se tornou em nova-rica, está a mudar. Tem de mudar. Quem diz Lisboa diz outras cidades portuguesas. A bicicleta é um meio de transporte barato, saudável e não poluente. Assim os nossos automobilistas (muitos deles, infelizmente, sofrendo de novo-riquismo) saibam respeitar os outros. Dizem por aí que os taxistas são os piores, mas nao quero lançar atoardas sobre essa desgraçada profissão. Espero que não, e que os taxistas também tenham filhos e amigos a pedalar.
Da Dinamarca vem o exemplo. Ora vejam:
http://selfspot.wordpress.com/2011/09/05/a-criatividade-nos-transportes-lisboa-precisa-disto/
quarta-feira, setembro 14, 2011
O poder da mente
"Ok, já percebi que os meus problemas vêm das experiências do meu passado, mas agora já não posso fazer nada!"
Na continuação do post escrito sobre a importância do passado no presente, urge também esta questão de fundo, facilmente atribuível a uma pessoa recém-chegada à psicoterapia. Mais uma vez, é uma das questões fulcrais que leva a que a psicoterapia seja ainda pouco valorizada (no mínimo), ou algo de misterioso (no máximo). É raro (porque difícil!) saber ao que se vai quando se empreende este processo de auto-descoberta e auto-transformação. Sobretudo como funciona!
A nossa mente é extraordinária. Ao contrário dos outros seres vivos, o ser humano tem uma capacidade de mediação da realidade que lhe permite uma criatividade, imaginação e liberdade sem iguais. A nossa capacidade de simbolização, de armazenamento e tratamento de informação permite-nos uma coisa fantástica que é a de antecipar. Prever o mundo implica compreendê-lo, explicá-lo, estabelecer relações causais, permitindo um maior controlo e adaptação ao mesmo. Em causa está também a nossa capacidade de aprender.
No entanto, esta inteligência de que somos dotados não é linear e depende de muitos mecanismos associados. Nomeadamente, o "cérebro emocional" está intimamente ligado à motivação e estabelecimento de prioridades ao nível dessas mesmas aprendizagens. Tem sobretudo uma função de sobrevivência, agindo de forma muito mais rápida e automática do que o córtex pré-frontal, onde as informações são processadas racional e calmamente. Por exemplo, se algo de perigoso estiver para acontecer (ex. atropelamento eminente!) é o cérebro emocional que nos faz reagir rapidamente de forma a retomarmos a segurança.
No entanto, esta inteligência de que somos dotados não é linear e depende de muitos mecanismos associados. Nomeadamente, o "cérebro emocional" está intimamente ligado à motivação e estabelecimento de prioridades ao nível dessas mesmas aprendizagens. Tem sobretudo uma função de sobrevivência, agindo de forma muito mais rápida e automática do que o córtex pré-frontal, onde as informações são processadas racional e calmamente. Por exemplo, se algo de perigoso estiver para acontecer (ex. atropelamento eminente!) é o cérebro emocional que nos faz reagir rapidamente de forma a retomarmos a segurança.
Na patologia, o que acontece é, por assim dizer, uma sobre-aprendizagem (envolvendo uma hiper-sensibilidade) relativamente a acontecimentos identificados como "perigosos" (porque vividos com muito medo, stress, sofrimento). Assim como no sistema imunitário (ex. das vacinas), criam-se muitos "anti-corpos" contra determinadas experiências vivenciadas no passado como muito stressantes. Ou seja, procura evitar-se a todo custo certos estímulos (evitação, fobia, medo, pânico...), constroem-se defesas de todos os tipos (insensibilidade, desistência, ataque, distorções da realidade, etc.).
O problema da patologia está precisamente na função de sobrevivência que estas "aprendizagens emocionais" têm e que por isso mesmo são muito difíceis de as desconstruir porque se sobrepõem automaticamente à nossa inteligência mais racional e fria.
Na psicoterapia o que, justamente, se procura pôr em marcha é o poder que a mente tem de influenciar estas aprendizagens "viscerais" através do "cérebro racional" (córtex pré-frontal). A psicoterapia psicanalítica, através da associação de ideias, pretende compreender, com a ajuda da relação terapêutica, a origem e disseminação destas memórias, avivando-as e trabalhando-as. A psicoterapia EMDR, por exemplo, pretende fazer algo de semelhante, apesar de não ser tão exploratória; é mais focada e directiva, beneficiando, por outro lado, da estimulação alternada dos dois hemisférios (e dos dois cérebros - "emocional" e "racional") o que acelera a comunicação de informação e integração de conhecimentos.
Em todo caso, em ambas as terapias referidas, existe um denominador comum: acede-se ao poder da mente para voltar a "viver" as experiências emocionalmente negativas no sentido de as ultrapassar com a ajuda da relação terapêutica securizante e compreensiva.
É este um dos grandes poderes da mente: capaz de nos fazer viver fora do presente (podendo mesmo levar-nos à loucura!), possui também a capacidade de não precisar de ir literalmente ao passado com uma máquina do tempo, mas sim através da nossa mente, das nossas memórias. A nossa capacidade para simular a realidade, para imaginar, lembrar, criar mentalmente, permite-nos (ao contrário dos outros animais) enfrentar realidades, perigos, pessoas e até de viajarmos no tempo, sem sairmos de uma cadeira. A psicoterapia permite, deste modo, ajudar a enfrentar e ultrapassar os nossos maiores receios sem que seja preciso vivê-los, outra vez, na realidade. É este o poder da mente!
Em todo caso, em ambas as terapias referidas, existe um denominador comum: acede-se ao poder da mente para voltar a "viver" as experiências emocionalmente negativas no sentido de as ultrapassar com a ajuda da relação terapêutica securizante e compreensiva.
É este um dos grandes poderes da mente: capaz de nos fazer viver fora do presente (podendo mesmo levar-nos à loucura!), possui também a capacidade de não precisar de ir literalmente ao passado com uma máquina do tempo, mas sim através da nossa mente, das nossas memórias. A nossa capacidade para simular a realidade, para imaginar, lembrar, criar mentalmente, permite-nos (ao contrário dos outros animais) enfrentar realidades, perigos, pessoas e até de viajarmos no tempo, sem sairmos de uma cadeira. A psicoterapia permite, deste modo, ajudar a enfrentar e ultrapassar os nossos maiores receios sem que seja preciso vivê-los, outra vez, na realidade. É este o poder da mente!
quarta-feira, setembro 07, 2011
A ARTE TEM MUITAS FACES
A viagem de sonho do pequeno barco. Divirtam-se.
http://www.likecool.com/Little_Boat--Video--Gear.html
http://www.likecool.com/Little_Boat--Video--Gear.html
sábado, setembro 03, 2011
domingo, agosto 28, 2011
LIÇÕES DE VIDA
Agora que Steve Jobs se demitiu de CEO da Apple por razoes de saúde, mais uma razao para se ouvir e ver de novo este video de 2005, em que ele fala das "lições da vida", num duscurso numa cerimonia de doutoramento honoris causa.
Um cancro no pancreas, um transplante de figado... Este homem, que foi entregue para adopção, é uma força da natureza. Dizem que tem mau feitio. É possivel...
Um cancro no pancreas, um transplante de figado... Este homem, que foi entregue para adopção, é uma força da natureza. Dizem que tem mau feitio. É possivel...
http://www.youtube.com/watch?v=UF8uR6Z6KLc&feature=youtube_gdata_player
sábado, agosto 27, 2011
quinta-feira, agosto 18, 2011
EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA NOCTURNA NO METROPOLITAN MUSEUM OF ART (NYC)
Artist
Brassaï (French (born Romania), Brasov 1899–1984 Côte d'Azur)Le pilier du Métro Corvisart
[A Pillar of the Corvisart Metro]
1934
segunda-feira, agosto 15, 2011
AINDA A PROPÓSITO DA LIDERANÇA ( OU DA FALTA DELA)
Já encomendei. Ao contrario do q o titulo dá (talvez) a entender a tese dele é q tempos de crise exigem lideres com uma historia pessoal q lhes permita um golpe de asa. A mim a Frau Merkel, por ex, parece-me a normopata típica. Podia ser contabilista, por ex - sem desprimor para os contabilistas, pessoas q tb sao necessárias - mas para líder da maior economia europeia...
SAÚDE MENTAL E LIDERANÇA EM TEMPOS DE CRISE
O psiquiatra Nassir Ghaemi tem vindo a estudar as capacidades dos líderes e a sua história individual no q respeita a depressoes, alteraçoes de humor, etc. Nem sempre o q parece é. E pode ser q em tempos de crise uma "normalidade" muito normal não seja a melhor receita.
Ainda não li o livro dele, mas aqui fica o link para o blog do Dr. Ghaemi.
http://www.psychologytoday.com/blog/mood-swings/201108/first-rate-madness
Ainda não li o livro dele, mas aqui fica o link para o blog do Dr. Ghaemi.
http://www.psychologytoday.com/blog/mood-swings/201108/first-rate-madness
Subscrever:
Mensagens (Atom)