sexta-feira, março 09, 2012

EMDR em evidência e a evidência em EMDR


O conceituado jornal "The New York Times" dedicou uma secção do seu site à importância e eficácia do EMDR com base em toda a investigação de 25 anos que tem sido realizada em todo o mundo. Nesta notícia (em Inglês) é a própria fundadora da abordagem psicoterapeutica a esclarecer todas as dúvidas dos seus interlocutores, na maioria, psicoterapeutas de outras abordagens. Muito interessante:

http://consults.blogs.nytimes.com/2012/03/02/the-evidence-on-e-m-d-r/ 

quarta-feira, março 07, 2012

O EMDR Mudou a Minha Vida


Costumamos dizer que “era bom que houvesse um mecanismo que arrumasse certas coisas na nossa cabeça”, como se faz no computador ao arrumar pastas, organizar documentos ou mesmo ao desfragmentar o disco. Hoje, posso afirmar que isso é possível.

Não foi fácil aceitar ir ao psicólogo, pois desde criança que me foi incutido que “os psicólogos são para os malucos!”…Pois então, que eu seja maluco e vamos lá tratar disso!

Ao princípio nem sabia dizer o nome da técnica e tudo me parecia estranho, algo tirado de um filme. Com o tempo fui aprendendo muito sobre mim, constatando que a técnica tinha de facto resultados e a minha vida foi melhorando progressiva e rapidamente.

Em todo o processo comecei por ter consciência dos meus medos mais profundos, das coisas que me faziam parar no tempo e não me deixavam alcançar os meus objectivos e ser feliz. Aprendi que os meus medos, angústias, dores de estômago, enjoos, descontrolo total do sistema urinário, distúrbios alimentares, ansiedade, nervosismo, agressividade, etc, era tudo fruto do estado emocional em que me encontrava e não de algo físico como até então tinha comprovado por exames médicos.

Os meus problemas sempre se relacionaram com:

· Não conseguir visualizar o meu futuro;

· Não conseguir confrontar de forma assertiva as coisas menos boas da minha vida, reagindo de forma agressiva e violenta ou mesmo fugindo das situações (frustração);

· Não conseguir concentrar-me para atingir os meus objectivos (curso superior);

· Ser independente da minha família (algo que ainda é uma “pedra no sapato”).

Aprendi que todos os meus problemas tinham origem no passado e na relação que tinha até então construído com os meus pais e família. Aprendi o que são manipuladores e como esses manipuladores tinham boicotado toda a minha vida, sendo vítima de manipulação desde criança até aos dias de hoje. Agora, vejo com mais clareza tudo isto e consigo identificar as manobras de manipulação das quais ainda sou vítima.

O EMDR ajudou-me no sentido em que pude “arrumar as ideias” e não me deixar influenciar por esses estímulos negativos, que me causavam mal-estar, angústias e todos os sintomas que mencionei anteriormente. Mas, o mais impressionante foi a velocidade de resolução das situações que me causavam mal-estar, pois em cada sessão sentia verdadeiramente que ficavam resolvidas, ou seja, o processamento que fazíamos era muito eficaz de semana para semana. “Cada tiro, cada melro”, como se diz popularmente. Cada sessão que acabava era “um peso que me tiravam dos ombros”, peso esse que só voltaria por outra situação que não aquela que tínhamos processado.

Todo o processo até agora, sessão a sessão, tem sido muito enriquecedor pois consigo ver claramente os resultados dia-a-dia. Óbvio que agora tenho de pegar nas ferramentas que adquiri e aplica-las em todos os dias da minha vida, o que honestamente não é tarefa fácil, mas, hoje, sinto-me optimista e capaz de lutar por aquilo que acredito e que me faz feliz.

Actualmente, posso dizer que me encontrei, que sei o quero e que consigo visualizar-me num futuro próximo. Por outro lado, tento relativizar as coisas e viver cada dia de cada vez, com a esperança que melhores tempos virão e que em grande medida tudo depende de nós e da nossa atitude perante a vida.

B.D.

28 Fevereiro de 2012

segunda-feira, março 05, 2012

Como lidar com a solidão


A solidão, definida enquanto falta de ligação e  apoio social,  está frequentemente associada a sentimentos de isolamento, inutilidade e tristeza. A investigação sugere mesmo que a solidão está ligada a alterações do funcionamento cardiovascular, endócrino e imunológico, constituindo um factor de risco para tensão arterial alta, diminuição das capacidades cognitivas, dificuldades de sono e progressão de algumas demências. Como combate-la então ?

Apesar de existirem vários recursos possíveis e que passam por exemplo por ter um animal de estimação, por prestar ajuda voluntária aos outros, pelo envolvimento em actividades que cultivem a espiritualidade, entre outros, a forma mais duradoura e eficaz está relacionada coma alteração da perspectiva negativa que as pessoas têm sobre si próprias e sobre os outros. Ao mudar a sua interpretação sobre a realidade, os seus sentimentos mudam, assim como os seus comportamentos. Contudo, por ser transformativa e não apenas um recurso, esta solução pode não ser alcançada pelo próprio sem ajuda, exigindo frequentemente  que a pessoa em sofrimento se encha de coragem e se atreva a sair da sua solidão, partilhando-a com alguém, neste caso um profissional qualificado, que através da relação psicoterapêutica, lhe poderá mostrar que o copo, afinal, pode estar meio cheio... 

domingo, março 04, 2012

SATURNO VISTO NO SEC. XXI

Saturno, visto pela sonda Cassini ( à direita, uma das suas luas, Titã).

(foto NASA)

SATURNO VISTO POR GOYA

Saturno, o deus das colheitas e da agricultura. Devorava os próprios filhos, com medo que lhe roubassem o lugar.
Aqui, representado por Goya.

TRABALHO E SAÚDE

O jornal O Publico de hoje traz uma interessante reportagem/entrevista com Michel Marmot, catedrático de Saúde Pública em Londres. Segundo ele, a esperança de vida varia enormemente mesmo dentro da mesma cidade, conforme as condiçoes sociais e a profissão. Estudos vieram desmentir a ideia feita de que funções com maior responabilidade trazem consigo maior stress e mais problemas de saúde. Pelo contrário, é nas profissões em que o trabalho é mais repetitivo, o grau de autonomia e o controlo menores, que a saúde é pior e a mortalidade mais alta, com a consequente diminuição de esperança de vida.
Estas conclusões vêm perfeitamente ao encontro daquilo que é o resultado da minha prática clínica e de aconselhamento: não é trabalhar muito que é o problema. O importante é o interesse (investinento emocional e intelectual) que se põe no trabalho, o grau de autonomia que se tem e a possibilidade de controlo sobre o próprio trabalho.
Que bom seria se trabalhadores e gestores (que também são trabalhadores) percebessem isto! E actuassem em conformidade: uns investindo mais no trabalho e conquistando mais autonomia e responsabilidade, outros delegando mais e criando mais motivação.

quinta-feira, março 01, 2012

LUZ E ESCURIDÃO

Fotografias espantosas de Chris Fraser

http://trendland.net/chris-frasers-light-installations/?utm_source=Trendland+List&utm_campaign=dc57ad5eca-RSS_EMAIL_CAMPAIGN&utm_medium=email

A CASA NA NEVE

Num país como o nosso, onde pouca neve há, julgo que o imaginario ligado aos contos de fadas, à floresta com neve, à Branca de Neve, etc, atrai também pelo exotismo.
E eis que surge no site dezeen.com (arquitectura e design) a casa dos sonhos!
Uma casa numa reserva natural na Holanda, projecto de arquitectos holandeses. Parte da casa fica "dentro do monte". Atente-se na decoração, designadamente o automovel feito estante (ver as outras fotos em
http://www.dezeen.com/2012/02/29/dutch-mountain-by-denieuwegeneratie/

E bons sonhos!!

quarta-feira, fevereiro 29, 2012

A ilusão de Maya


E porque a vida é feita de verdade e de ilusão, há quem há muito tenha reflectido sobre a sua natureza... Aqui fica um texto a este propósito proveniente da sabedoria oriental:


O tipo de compreensão expressa pelo conhecimento do espelho é uma forma de visão mística muito particular dos indianos. Ela é encontrada de maneira muito intensa na doutrina hindu de “maya”, que é o poder criativo e mágico da ilusão.

Algumas vezes as pessoas consideram o conceito de “maya” niilista, porque supõem que ele signifique que tudo é totalmente irreal e, portanto, sem valor. Mas a natureza essencial de uma ilusão é que ela, na verdade, aparenta ser totalmente real; tem de ser convincente ou não poderá ser chamada de ilusão.

No budismo, isso é conhecido como verdade relativa ou convencional. Enquanto permanecermos sob seu poder, devemos respeitar seu nível de realidade e obedecer às suas leis, ou faremos mal a nós mesmos e aos outros. É somente à luz de uma compreensão mais elevada e mais abrangente que finalmente a reconheceremos pelo que ela é.

Então, sabendo que ela não é real em última instância, podemos tomar parte nela sem que sejamos tomados por ela. Podendo ser plenamente desfrutada como a expressão espontânea de uma realidade maior. Aquela aparência vívida da peça da ilusão é o que percebemos com o conhecimento do espelho (http://samsara.blog.br/2007/06/iluso-de-maya/).


domingo, fevereiro 26, 2012

COSMONAUTAS A TRABALHAR NO ESPAÇO

Estes são cosmonautas russos e a imagem é de há dias atrás.
Faz agora 50 anos que John Glenn fez o seu primeiro voo orbital à volta da terra.
Para o homem comum, os voos tripulados pouco evoluíram. Longe vão os tempos de Kennedy em que parecia que o futuro no espaço estava logo ali.

(via NASA http://www.nasa.gov/multimedia/imagegallery/image_feature_2181.html)

DE WASHINGTON DC PARA RAINHA DE UMA ALDEIA NO GHANA

Esta senhora, de nacionalidade americana, viu-se de repente raínha de uma aldeia no Ghana. E aceitou. Que irá ela fazer?
No link abaixo podem dirigir perguntas à própria. Que irá ela fazer?
Deve ser uma situação muito peculiar. Mas que poderá abrir possibilidades para fazer alguma coisa pelos seus, agora, súbditos.

http://bigthink.com/ideas/42625?utm_source=Big+Think+Weekly+Newsletter+Subscribers&utm_campaign=aa5377920c-The_Electronic_Brain_Your_Mind_012&utm_medium=email

segunda-feira, fevereiro 20, 2012

CAOS E DESORGANIZAÇÃO

O artigo cujo link vem abaixo dá umas pistas interessantes para aquilo que muitas pessoas experimentam, talvez com mais frequência do que seria desejável: a sensação de que se não consegue controlar nada, de que a vida está um caos.

http://bigthink.com/ideas/42522?utm_source=Big+Think+Weekly+Newsletter+Subscribers&utm_campaign=61b97feed0-Newsletter2_17_2012&utm_medium=email

sábado, fevereiro 18, 2012

ARQUITECTURA: LONGE OU PERTO?

Espanta-me sempre que não haja mais pessoas a interessarem-se por arquitectura. Afinal, tem a ver com a nossa vida de todos os dias. Ou não?
A mim flige-me estar nun sítio feio e com horríveis edifícios. Felizmente que Lisboa tem o sol e esta espantosa luz para cobrir (em parte) as fealdades várias, qual doença de pele que parece proliferar.
O site Dezeen é maravilhoso, para quem queira penetrar neste mundo da estética (interior e exterior).
Deixo-vos com um moderno edifício na China:

http://www.dezeen.com/2012/02/06/vanke-triple-v-gallery-by-ministry-of-design/

terça-feira, fevereiro 14, 2012

Inconsciente?

Qual é a pertinência do "inconsciente" no processo terapêutico?

A Psicanálise, a par da Hipnose, foram as psicoterapias que trouxeram a noção de inconsciente para a praça pública e para o campo da ciência. 
É uma noção desafiante e difícil de se compreender. No entanto, também a doença o é: desafia muitas vezes a compreensão e a lógica a que estamos acostumados. Pode dizer-se que, em certa medida, a doença é a marca da irracionalidade, ou seja, do que não faz sentido, do que não é coerente com o resto. Na doença existe muitas vezes a consciência de que o que se sente, pensa ou se faz, não faz sentido nem tem razão de ser; no entanto, não se consegue evitar. É justamente nestes casos que a noção de inconsciente nos ajuda a compreender a estranheza de determinado comportamento ou sintoma: o inconsciente é a expressão implícita da necessidade de divisão interna, ou seja, da falta de coesão e integração da informação no nosso cérebro. A questão pode assim ser vista, não como uma falta de lógica, mas como a existência de lógicas plurais dissociadas e, por isso, conflituais. 
O que leva então a mente a criar lógicas dispares dissociadas? A resposta a esta pergunta está, em parte, na dificuldade em "actualizar" ou modificar aprendizagens (lógicas; padrões de relação...) que foram enraizados/gravados profundamente no nosso cérebro emocional (o chamado cérebro reptiliano - porque automatizado e partilhado com outros animais como os repteis). Por outro lado, o inconsciente representa igualmente o conteúdo mental (pulsional, emocial) reprimido, ou seja, não tolerado ou admitido na nossa educação. Nestes casos, o que fazemos acaba por ser a interiorização dessa mesma censura, empurrando desejos ou sentimentos criticados para fora da consciência - uma forma de auto-engano, responsável pela produção de sintomas psicopatológicos. 

A técnica e arte da psicoterapia consiste, pois, em aceder essas memórias isoladas e ostracizadas para, de seguida, as poder trabalhar no sentido de lhes voltar a dar expressão, de as compreender e integrar no todo mental. 

domingo, fevereiro 12, 2012

KAGEMU: É DANÇA, É CINEMA?

As fronteiras da arte estão cada vez mais difusas - as diferentes técnicas e as suas combinações permitem as coisas mais espantosas.
Kagemu é o nome de uma associação entre dois artistas japoneses. O espectáculo teve lugar no ano passado em Paris.

http://www.youtube.com/watch?v=HyWkB1SYDMs&feature=youtube_gdata_player

MULTICÓPTERO

Bem gostava de experimentar voar nesta engenhoca criada por um físico alemão



http://jeferson.silva.nom.br/fisico-alemao-voa-em-um-multicoptero-eletrico/

CRIANÇAS

Sem querer meter a seara na foice alheia da psicologia infantil, vale a pena ler este artigo de uma mãe americana cujas filhas nasceram em França.
Retenho uma ideia: a importância da empatia.
Estaremos a ensiná-la às nossas crianças? (sobretudo pelo exemplo...)

http://ideas.time.com/2012/02/10/why-american-kids-are-brats/?iid=op-article-latest

domingo, fevereiro 05, 2012

ANDRÉ GREEN: 1927-2012

A fotografia não transmite a imagem do homem. Era muito alto, com ar severo. Era visível que cultivava essa imagem. O seu vozeirão enchia a sala em Paris onde todos os anos organizava um colóquio de entrada livre.
Grande pensador, homem cultíssimo, amante da liberdade. Numa profissão espartilhada em clubes vários, ele soube pensar pela própria cabeça, e nunca deixou de marcar a sua posição. Odiava tibiezas. Não era um homem fVácil, mas conseguia ser generoso e às vezes mesmo terno.
Depois de Freud, é, a meu ver, o autor mais determinante na psicanálise. Um homem a ler absolutamente por quem queira saber mais de psicanálise e de psicoterapia psicanalítica. Quem quiser entrar na obra deste psicanalista francês, comece por ler A Mãe Morta, e verá o que eu quero dizer.
Vamos sentir a falta do seu pensamento lúcido e às vezes brutal.

Sobre a sua vida e obra:
http://en.wikipedia.org/wiki/André_Green

sábado, fevereiro 04, 2012

TRABALHO E (É?) BRINCADEIRA?

A fotografia é dos escritórios da Lego na Dinamarca. Um ambiente cheio de cores e de espaços criativos. Dá vontade de trabalhar lá.
Depois, pensando melhor, ocorreu-me como é peculiar este fenómeno da infantilização dos espaços de trabalho - é o caso também da Google, entre outros. Como se os colaboradores fossem crianças grandes (serão?). Lembro-me de fotografias de locais de trabalho nos inícios do século XX, madeira escura, ambiente pesado. Como aliás as casas, à excepção das nurseries. Terá a ver com a terciarização do trabalho no mundo ocidental?
Fica para reflectir.

http://www.dezeen.com/2012/01/31/lego-pmd-by-rosan-bosch-and-rune-fjord/
(via Dezeen)