Num dia dedicado a todas as mães vale pensar o quer é ser mãe!
Será que existe uma única definição de mãe, um conceito restrito e partilhado por todos?
Muitas vezes, na clínica, deparo-me com a culpabilidade de mães que sentem que não são suficientemente boas (já Eduardo Sá escreveu acerca das mães suficientemente boas), que sentem que o que fazem é sempre pouco, que possuem sentimentos contraditórios, que apesar de gostarem dos filhos, por vezes sentem que se não os tivessem tido estavam melhor, e, claro está, este pensamento gera culpabilidade....
Enfim... uma teia onde constantemente ficam presas...
Muitas vezes esquecem que ser mãe é uma relação bidimensional; só somos mães se tivermos filhos e que é no seio desta relação que a cumplicidade se vai estabelecendo e nos vamos aperfeiçoando ao papel e ao filho. Que é através deste que também aprendemos muita coisa, e que ser mãe também é errar, falhar, frustar, esgotar, desesperar...
É necessário que cada uma de nós saiba dosear esta paleta de sentimentos e não deixe que a culpabilidade entre e ameace o bem-estar, pois deprimidos vemos tudo mais difícil e complexo (vide post da Clara) e a espiral do desespero cresce e lá estamos nós de volta à culpabilidade.
Ser mãe é errar, mas também o é reconhecer que errar faz parte do papel, é frustar pois nem sempre as coisas correm como previsto, ou o cansaço faz-nos ter menos disponibilidade, mas também o é desejar, aprender, ensinar e amar. É esgotar porque as horas de sono roubadas começam a fazer-se sentir, a desregulação hormonal faz-nos sucumbir num turbilhão de emoções e a dificuldade na gestão do tempo exige-nos mais do que podemos dar, mas também o é brilhar quando finalmente conseguimos perceber que, por entre muito desespero, podemos fazer asneiras, ter dias em que nos sentimos mais próximos ou mais distantes dos nossos filhos, alturas em que achamos que não estamos preparadas para lidar com tamanha responsabilidade, altura em que queremos nada fazer para além de uma boa conversa ou leitura, longe dos ruídos infantis, que temos necessidade de deixar os nossos rebentos com familiares e amigos para também nos divertirmos sem eles, e que isto não faz de nós piores mães, pelo contrário, faz-nos sentir realizadas, animadas e para além de mães, mulheres felizes!
domingo, maio 06, 2012
A NOSSA OUTRA METADE
Li um artigo muito interessante sobre as melhores circunstancias para que ocorra a criatividade e o insight. Parece que se confirma que as associações mais improváveis e mais criativas têm origem no nosso hemisfério direito - a nossa outra metade.
Podem lê-lo aqui - e vale a pena:
http://bigthink.com/humanizing-technology/undisciplined-the-creative-insight-of-the-outsider?utm_source=Big+Think+Weekly+Newsletter+Subscribers&utm_campaign=695f3944b5-The_Creative_Insight_of_the_Outsider5_4_2012&utm_medium=email
Podem lê-lo aqui - e vale a pena:
http://bigthink.com/humanizing-technology/undisciplined-the-creative-insight-of-the-outsider?utm_source=Big+Think+Weekly+Newsletter+Subscribers&utm_campaign=695f3944b5-The_Creative_Insight_of_the_Outsider5_4_2012&utm_medium=email
A VIDA E A COR
E finalmente a primavera!
Sol (ainda intermitente), flores, abelhas...
A vida parece mais colorida, mais saborosa. É tudo uma questão de percepção (Vd. TED Talk do Rory Sutherland que a Ana Almeida postou)
(foto minha)
Sol (ainda intermitente), flores, abelhas...
A vida parece mais colorida, mais saborosa. É tudo uma questão de percepção (Vd. TED Talk do Rory Sutherland que a Ana Almeida postou)
(foto minha)
O PODER AO DOENTE
Este estudo divulgado pela psychomedia online
http://www.psychomedia.qc.ca/sante/2011-04-12/choix-de-traitements-recommandations-des-medecins
mostra que uma grande percentagem de médicos aconselham diferentes soluções quando estão a tratar alguém ou quando são eles próprios os doentes.
Alarmante, sem dúvida, mas nada que surpreenda. Contra isto só há uma solução: temos de tomar conta da nossa saúde (ou da falta dela), ouvir varias opiniões, informarmo-nos muito bem, decidirmos após madura reflexão.
No fim de contas, trata-se daquilo a que se chama o "empowerment". Nisto como noutras coisas, temos de saber tratar da nossa vida e da nossa morte.
Médicos, advogados, políticos, psicólogos, economistas, irão sempre dizer que eles é que sabem. Sim, sim...
http://www.psychomedia.qc.ca/sante/2011-04-12/choix-de-traitements-recommandations-des-medecins
mostra que uma grande percentagem de médicos aconselham diferentes soluções quando estão a tratar alguém ou quando são eles próprios os doentes.
Alarmante, sem dúvida, mas nada que surpreenda. Contra isto só há uma solução: temos de tomar conta da nossa saúde (ou da falta dela), ouvir varias opiniões, informarmo-nos muito bem, decidirmos após madura reflexão.
No fim de contas, trata-se daquilo a que se chama o "empowerment". Nisto como noutras coisas, temos de saber tratar da nossa vida e da nossa morte.
Médicos, advogados, políticos, psicólogos, economistas, irão sempre dizer que eles é que sabem. Sim, sim...
sábado, maio 05, 2012
A importância da perspectiva
Numa apresentação do TED Talks, Rory Sutherland explica de uma forma brilhante a importância da perspetiva sobre a realidade. Raramente é a realidade que importa. Aquilo que importa é a perspetiva que temos dela.
Vale a pena ver e ouvir!
sexta-feira, maio 04, 2012
"Comédias e Dramas no Casamento"
Deixo-vos um exemplo retirado do livro de Guglielmo Gulotta, com este titulo, que "se destina a quem é casado, a quem queira casar-se, a quem não tenha vontade de o fazer e a quem está, ainda, na dúvida. Cada um encontrará os argumentos úteis para melhorar a sua vida conjugal, para compreender que isso é impossível, para a programar com racionalidade, para superar as suas dúvidas e, também, para justificar a própria decisão de se manter afastado de tanta complicação".
O autor refere-se ao "turbilhão conjugal" com humor através da sua pratica clínica no acompanhamento a casais. Exemplo de um diálogo entre dois conjuges e o seu terapeuta (Laing, R,Nodi, Torino, 1974), e bastante frequente em terapia de casal:
Mulher: Repare, o que me faz ficar zangada é o fato de o meu marido estar sempre zangado.
Marido: Mas como pode ser isso se eu não me zango nunca...
Mulher: Está a ouvi-lo, doutor? O que me enraivece é que ele não fique zangado quando eu lhe digo que estou zangada porque ele está zangado...
Marido: Não é verdade, doutor, o fato é que sou eu que fico zangado por causa de ela estar assim tão furiosa por eu não estar zangado de fato...
Terapeuta (interrompendo): Bom, bom, de acordo, mas...
Mulher: Ele está sempre pronto a ofender-me.
Marido: Veja, eu é que acho ofensivo pensar que a minha mulher possa acreditar que eu a ofendo sempre, isso faz-me medo...
Mulher: Mas não deves ter medo, tens sempre medo de qualquer coisa...
Marido: Evidentemente, tenho medo de ter medo simplesmente porque tu me dizes que não devo ter medo.
Mulher: A verdade, doutor, é que o meu marido se diverte a fazer-me sentir estúpida.
Marido: Mas não és estúpida, sabes isso perfeitamente.
Mulher: Cá está, doutor, ele faz-me sentir estúpida pelo simples fato de o ter dito: assim, sou uma estúpida, quer por ter razão, quer por ter errado. Sou tão infeliz, doutor, por ele nunca estar contente!
Marido: Bom, eu não sou assim tão infeliz!
Mulher: É essa a minha infelicidade, ele não é infeliz mesmo sabendo que eu sou infeliz.
Marido: Se compreendi bem, eu deveria forçar-me a ser sempre feliz, para que ela esteja feliz por me ver contente; és uma grande egoísta!
Mulher: Eu, egoísta? Mas eu só penso em ti, dei-te sempre tudo!... etc, etc
O autor refere-se ao "turbilhão conjugal" com humor através da sua pratica clínica no acompanhamento a casais. Exemplo de um diálogo entre dois conjuges e o seu terapeuta (Laing, R,Nodi, Torino, 1974), e bastante frequente em terapia de casal:
Mulher: Repare, o que me faz ficar zangada é o fato de o meu marido estar sempre zangado.
Marido: Mas como pode ser isso se eu não me zango nunca...
Mulher: Está a ouvi-lo, doutor? O que me enraivece é que ele não fique zangado quando eu lhe digo que estou zangada porque ele está zangado...
Marido: Não é verdade, doutor, o fato é que sou eu que fico zangado por causa de ela estar assim tão furiosa por eu não estar zangado de fato...
Terapeuta (interrompendo): Bom, bom, de acordo, mas...
Mulher: Ele está sempre pronto a ofender-me.
Marido: Veja, eu é que acho ofensivo pensar que a minha mulher possa acreditar que eu a ofendo sempre, isso faz-me medo...
Mulher: Mas não deves ter medo, tens sempre medo de qualquer coisa...
Marido: Evidentemente, tenho medo de ter medo simplesmente porque tu me dizes que não devo ter medo.
Mulher: A verdade, doutor, é que o meu marido se diverte a fazer-me sentir estúpida.
Marido: Mas não és estúpida, sabes isso perfeitamente.
Mulher: Cá está, doutor, ele faz-me sentir estúpida pelo simples fato de o ter dito: assim, sou uma estúpida, quer por ter razão, quer por ter errado. Sou tão infeliz, doutor, por ele nunca estar contente!
Marido: Bom, eu não sou assim tão infeliz!
Mulher: É essa a minha infelicidade, ele não é infeliz mesmo sabendo que eu sou infeliz.
Marido: Se compreendi bem, eu deveria forçar-me a ser sempre feliz, para que ela esteja feliz por me ver contente; és uma grande egoísta!
Mulher: Eu, egoísta? Mas eu só penso em ti, dei-te sempre tudo!... etc, etc
IMPULSIVIDADE E CAPACIDADE DE ADIAR A GRATIFICAÇÃO
Na continuação dos posts sobre a impulsividade, é interessante descrever melhor a experiência citada abaixo (no post "ainda sobre a impulsividade"), realizada nos anos 60 sobre o auto-controlo e a "força de vontade" que envolvia o chamado "teste da guloseima" (marshmallow's test). O teste consistia em dar a possibilidade a uma criança de 4 anos de comer uma guloseima (disposta à sua frente num prato) ou esperar que o adulto, condutor da experiência (que entretanto se ausentava deixando a criança sozinha), retornasse à sala, passados 15 minutos, deixando-a comer, não uma, mas 2 guloseimas. Uma amostra, muito divertida do que se passou na experiência pode ser vista no vídeo (já postado anteriormente sobre o mesmo assunto):
Esta simples experiência parece estar relacionada com a capacidade de adiar a gratificação, algo que pôde ser confirmado mesmo muitos anos mais tarde: na faculdade verificou-se que os estudantes que tinham participado na experiência e resistido os 15 minutos para receber a segunda guloseima, tinham menos problemas de comportamento, de adições, de obesidade e, mais tarde, eram mais bem sucedidos nas suas vidas academico-profissionais!
Um artigo mais detalhado sobre este estudo pode ser visto aqui: http://healthland.time.com/2011/09/06/the-secrets-of-self-control-the-marshmallow-test-40-years-later/
quinta-feira, maio 03, 2012
A importância do Amor
O amor é um factor essencial na construção do sentimento de valorização de si mesmo, enquanto percepção da auto-imagem e auto-estima.
A maior reserva amorosa forma-se na infância, pelo amor que os pais dedicam aos filhos. Se esta reserva não for constituída ou se for insuficiente, o indivíduo com necessidade de ser amado e deprime face à mais leve perda de amor ou à sua curta ausência.
Inicialmente somos apenas matéria, para que possamos ser mais do que um simples corpo, necessitamos de quem nos pense, compreenda e satisfaça as necessidades básicas. O que exige uma preexistência de um ninho mental confortável, construído através do investimento no outro. Este interesse genuíno pelo outro, este amor é a semente da vida, que transforma o corpo em pessoa. A privação de condições adequadas tem como causa principal a deficiência ou falência do envolvimento do sujeito com o objecto.
O conhecimento afectivo de sentir-se existente perante o outro (no coração e na memória) e existir aí com permanência, garante a permanência e a constância do amor. Esta solidificação permitirá ao sujeito lidar com a introdução da frustração sem que esta adquira um carácter traumático.
Ainda sobre a impulsividade
Já faz algum tempo que não contribuo para o blog, e hoje tinha pensado partilhar algo diferente, mas não pude deixar de me sentir "influenciada" pelo post da Alexandra e mostrar um vídeo que ilustra na perfeição alguns pontos sabiamente tecidos pela minha querida colega.
Como poderão constatar cada um destes miúdos utiliza estratégias de evitamento, contenção distintas, sendo que alguns nem se esforçam!!
terça-feira, maio 01, 2012
CONTROLAR A IMPULSIVIDADE
São cada vez mais frequentes as preocupações relativamente à impulsividade e aos problemas de comportamento na infância. Este é um tema muito abrangente e muito mais haverá a explorar, mas pareceu-me interessante partilhar esta publicação.
As crianças passam ao ato de
várias formas, desde as birras até à agressão, sendo estas explosões
frequentemente encaradas como algo inevitável na infância. Porém, de acordo com
os neurocientistas Sandra Aamodt
and Sam Wang, co-autores de Welcome To Your Child’s Brain, o
auto-controlo na infância é tão importante para a aprendizagem como a
inteligência. Como ajudar então a criança a gerir a impulsividade? Existem três fatores que desempenham um papel
fundamental na impulsividade: temperamento, funções executivas e desenvolvimento.
Temperamento: certas características, como o nível de
atividade, a capacidade de adaptação, a intensidade do humor e os períodos de
atenção são próprias da criança e não apenas o resultado das práticas
parentais. É importante observar o temperamento da criança e identificar as
suas reações a situações ou estímulos, bem como refletir sobre a forma como o
temperamento dos pais se assemelha ou não ao da criança, e reconhecer os
sentimentos de ambos como independentes. Esta reflexão pode influenciar a
resposta do adulto à impulsividade da criança. A hesitação de uma criança
inibida pode ser mais frustrante para uns pais extrovertidos, do que seria para
uns pais mais introvertidos. Pais com uma personalidade mais controlada podem interpretar
a impulsividade da criança como atitudes desafiantes, sem que o sejam.
Funções Executivas: alguns processos do funcionamento
executivo, incluindo a capacidade de planear, resolver problemas e executar
tarefas são até certo ponto inatas. Por exemplo, algumas crianças debatem-se
com a Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA), enquanto outras
sofrem de “hiposensibilidade”. Uma das formas de se ajudar a criança a
desenvolver o controlo dos impulsos, e assim libertar energia mental para a
aprendizagem, é promover um pensamento baseado no planeamento (porque é que vou
fazer isto, como vou fazer, para quê), em oposição à ação-reação.
Desenvolvimento: assim que nasce,
a criança manifesta estratégias de auto-regulação para se defender sobre-estimulação (ex.: vira-se quando há muita luz,
leva a mão à boca para se tentar consolar). É importante observar estas capacidades
e fortalecê-las, ajudando-a construir o momento entre o impulso e a ação. Crianças
pequenas debatem-se com a intensa motivação para a independência perante o
reconhecimento da sua (ainda) incompetência. Quando a criança bate ou morde, será
importante parar o comportamento com ordens simples e firmes: “Não se bate,
bater magoa”, e validar a sua frustração ou zanga, modelando formas apropriadas
de as expressar, e promovendo assim o reconhecimento dos limites. A partir dos 3 anos, descobre o poder da linguagem na afirmação dos seus
desejos e das suas necessidades, apesar das suas emoções por vezes explosivas. Adiar
a gratificação (resistir à tentação) ajuda a criança a aprender a experimentar
emoções, e não a ser conduzida pelas mesmas. Até aos 5/ 6 anos o auto-controlo
pode ser promovido através de jogos/atividades físicas, e não pela expetativa
de que a criança fique sentada e atenta por grandes períodos. A partir dos 7
anos, a criança possui uma grande capacidade de imaginação, que é aliada da construção
da concentração e da auto-regulação. Quando a criança ultrapassa os limites, é
importante ajudá-la a aprender formas de se acalmar a si própria.
Estratégias para encorajar o auto-controlo:
1.Ensine a criança a falar consigo própria. O discurso interno desempenha um
papel fundamental no controlo do comportamento impulsivo. As crianças com Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção parecem
adquirir esta capacidade mais tarde do que a maior parte das crianças, o que
contribui para uma menor capacidade de controlo dos impulsos.
2. Jogos de Memória. Muitos estudos apontam para a ligação entre a memória
a curto-prazo e o controlo dos impulsos. Desenvolvendo a suas capacidades mnésicas,
a criança compreende, interioriza e antecipa melhor as consequências dos seus
atos.
3. Seja um modelo. Quando algo não corre bem, verbalize o que está a sentir e o que precisa
de fazer para se acalmar.
4. Seja positivo: o criticismo e os julgamentos aumentam as reações
emocionais (de sobrevivência) da criança. É importante recompensar o que merece
ser recompensado, e guiar e apoiar o que não corre bem.
5. Mexam-se! O exercício e o movimento influenciam o foco e a
atenção, melhoram a concentração e a motivação e tendem a diminuir a agitação e
a impulsividade.
segunda-feira, abril 30, 2012
OS ATAQUES DE PÂNICO
Os ataques de pânico caracterizam-se por um medo muito intenso. Os pensamentos mais comuns durante o ataque são perda de controlo físico e/ou emocional, medo de desmaiar, enlouquecer e mesmo de ter um ataque cardiaco ou morrer. Estes surgem habitualmente acompanhados de sensações físicas, tais como batimento cardiaco acelarado, tonturas, falta de ar, dores no peito, dormência/formigueiro, transpiração, agitação e náuseas.
Na maioria dos casos o ataque de pânico atinge um pico dentro de poucos minutos, diminuindo depois gradualmente. Porém, pode levar algum tempo até voltar ao estado emocional normal. A primeira coisa a fazer é despistar causas com origem na saúde fisica, pelo sim pelo não. Se o resultado for que está tudo bem com a sua saúde, a razão é mesmo emocional e é isso que deve começar a tratar, procurando ajuda por parte de um psicólogo. Uma das abordagens com bons resultados em poucas sessões é o EMDR, abordagem sobre a qual pode ler mais na página da PSICRONOS.
Enquanto não obtém ajuda especializada pode tentar tranquilizar-se um pouco com a ideia de que a ansiedade que sente é desproporcional face ao perigo existente. Um ataque de pânico não pode causar insuficiência cardíaca ou um ataque cardíaco, não pode fazer você parar de respirar, desmaiar ou “enlouquecer”. O que não deve fazer é tentar distrair-se ou fingir que não está a sentir ansiedade porque muitas vezes é esse facto que aumenta a ansiedade, nem passar a evitar as suas atividades habituais pois isso vai fazer com que se tornem num problema ainda maior a longo prazo. Evite também auto-medicar-se, alguns medicamentos para a ansiedade podem criar dependência. Não receie procurar ajuda, ter um ataque de pânico não significa que seja fraco ou que tenha falhado, é apenas um sintoma que algo dentro de si não está bem e está a pedir-lhe ajuda.
Na maioria dos casos o ataque de pânico atinge um pico dentro de poucos minutos, diminuindo depois gradualmente. Porém, pode levar algum tempo até voltar ao estado emocional normal. A primeira coisa a fazer é despistar causas com origem na saúde fisica, pelo sim pelo não. Se o resultado for que está tudo bem com a sua saúde, a razão é mesmo emocional e é isso que deve começar a tratar, procurando ajuda por parte de um psicólogo. Uma das abordagens com bons resultados em poucas sessões é o EMDR, abordagem sobre a qual pode ler mais na página da PSICRONOS.
Enquanto não obtém ajuda especializada pode tentar tranquilizar-se um pouco com a ideia de que a ansiedade que sente é desproporcional face ao perigo existente. Um ataque de pânico não pode causar insuficiência cardíaca ou um ataque cardíaco, não pode fazer você parar de respirar, desmaiar ou “enlouquecer”. O que não deve fazer é tentar distrair-se ou fingir que não está a sentir ansiedade porque muitas vezes é esse facto que aumenta a ansiedade, nem passar a evitar as suas atividades habituais pois isso vai fazer com que se tornem num problema ainda maior a longo prazo. Evite também auto-medicar-se, alguns medicamentos para a ansiedade podem criar dependência. Não receie procurar ajuda, ter um ataque de pânico não significa que seja fraco ou que tenha falhado, é apenas um sintoma que algo dentro de si não está bem e está a pedir-lhe ajuda.
domingo, abril 29, 2012
A NEBULA TARÂNTULA
Imagem, colorida, da nebula Tarântula, assim chamada por causa daquilo que parecem ser umas pernas de aranha.
Tanto mundo para além do nosso. E identificamos noutras formas as que nos são familiares e fazem parte do nosso mundo. Melanie Klein dizia que o bébé começa a ter uma ideia da geografia do seu mundo através do corpo da mãe.
(photo:NASA)
Tanto mundo para além do nosso. E identificamos noutras formas as que nos são familiares e fazem parte do nosso mundo. Melanie Klein dizia que o bébé começa a ter uma ideia da geografia do seu mundo através do corpo da mãe.
(photo:NASA)
SOBRE O CASAMENTO
Um pequeno, interessante e provocante artigo sobre as origens do casamento. A autora é professora de sociologia.
http://bigthink.com/ideas/the-origin-of-marriage-and-the-evolution-of-divorce?utm_source=Big+Think+Weekly+Newsletter+Subscribers&utm_campaign=cd0bfeda32-You_Are_Not_Your_Brain4_27_2012&utm_medium=email
http://bigthink.com/ideas/the-origin-of-marriage-and-the-evolution-of-divorce?utm_source=Big+Think+Weekly+Newsletter+Subscribers&utm_campaign=cd0bfeda32-You_Are_Not_Your_Brain4_27_2012&utm_medium=email
POR QUE PERDEMOS A CRIATIVIDADE?
Picasso dizia que toda a criança é um artista. Este artigo da BigThink explora a questão da perda da criatividade à medida que crescemos: perdemos a capacidade de brincar e de sonhar acordados.
http://bigthink.com/ideas/killing-creativity-why-kids-draw-pictures-of-monsters-and-adults-dont?page=2
http://bigthink.com/ideas/killing-creativity-why-kids-draw-pictures-of-monsters-and-adults-dont?page=2
sexta-feira, abril 27, 2012
Homofobia ou auto-fobia? - A importância do Inconsciente
Porque é que podemos ser mais intolerantes face a determinadas ideias ou pessoas?
De onde vem o potencial extremista que existe em cada um de nós?
O especialista Richard Ryan explica como a noção de inconsciente e consciente pode ajudar a compreender certas tendências e atitudes mais "viscerais" e radicais em relação aos outros, mais especificamente, em relação a sentimentos homofóbicos. A noção do "outro" dentro do "eu" ilustra a noção de inconsciente e permite compreender melhor as razões que levam as pessoas a se melindrarem e importarem tanto com comportamentos alheios.
terça-feira, abril 24, 2012
"AH, MAS É MUITO SIMPLES... É SÓ TER TINTA E FAZER FESTINHAS NO PAPEL COM O PINCEL!"
Fico apreensiva sempre que uma criança me diz que não sabe o
que fazer com um pincel e uma caixa de aguarelas. É suposto as crianças terem
uma capacidade quase inata para experimentar, fantasiar, brincar. Quando não o
fazem, ecoa o ruído de um vazio interior, de uma prisão afetiva.
“Ah, mas é muito simples. Olha, tu arranjas um pincel, e
depois é só ter tinta e fazer festinhas no papel com o pincel”.
Estas são
palavras de um menino que tentava ensinar a mãe a pintar, depois desta lhe
dizer que não sabia pintar tão bem como ele. João dos Santos via nesta
descrição espontânea, o reflexo do afeto, das festinhas que esta criança
recebera em bebé. Afinal, fazer festinhas implica a consciência de um corpo, de
onde começa e acaba o eu e o outro, que se adquire no contacto com os outros e
com o próprio, ou seja, na relação. Através da sua espontaneidade, “tudo o que
aparece é sensibilidade, é sentimento, é tudo o que há de menos intelectual e
de mais expressivo, de mais sentimental”, defendia este psicanalista de referência
em Portugal. Preocupa-me, portanto, que mesmo antes de iniciar o percurso
escolar a criança já tenha perdido, ou nem chegado a desenvolver, esta
espontaneidade.
As primeiras crianças que me disseram que não sabiam o que
fazer com as tintas eram de famílias muito pobres e muito disfuncionais, que
pouco mais sabiam fazer para além de destruir. Os seus olhos brilhavam quando
juntos descobríamos o que podíamos afinal construir e unir. Seria o não saber
brincar a consequência das carências económicas? Não. Há crianças não tão
pobres que igualmente paralisam perante uma caixa de brinquedos ou uns frascos
de tinta. A pobreza do brincar será, afinal, afetiva. Mas também aqui se vê a
transformação quando repito as palavras daquele menino. “Vês? É só fazermos
festinhas com o pincel”. E quando a criança se espanta com a gota de tinta que
lhe cai na mão, “não faz mal, limpamos e fazemos festinhas nas nossas mãos e
agora deixamos os pincéis e fazemos festas no papel com as mãos!”. E a inibição
e o medo parecem dar lugar a um sorriso que espelha a esperança do afeto, das
festinhas no coração.
É através da fantasia e da espontaneidade que a criança
melhor se expressa, daí a importância do brincar e das expressões em
psicoterapia infantil. Poder pintar o céu de verde e fazer de um livro um
castelo, sonhar, imaginar, sentir… sem medo de estar certo ou errado.
A ausência da expressão na criança (brincar, pintar, saltar,
rir, chorar) não constitui “apenas” uma problemática infantil. Pergunto-me
que adulto virá a ser esta criança que não sabe fazer o que de mais natural e
genuíno existe? Afinal, como aprender a dar e a receber festinhas quando se tem
uma infância tão vazia?
Felizmente, algumas destas crianças chegam-nos pela mão de
pais preocupados com sinais que os filhos vão dando de uma ou outra forma. Pais
e mães muitas vezes também vazios de afetos e que precisam de ajuda na
reconstrução de uma relação saudável, na leitura e tradução das mensagens da
criança, na construção de uma pele forte, mas permeável ao afeto.
segunda-feira, abril 23, 2012
Saúde, vida mental e psicoterapia
De acordo com o U.S. Substance Abuse and Mental Health Services Administration os adultos que tiveram algum tipo de doença mental no ano anterior tiveram maior probabilidade de ter hipertensão, asma, diabetes, doença cardíaca e AVC.
Com a mente doente e incapaz de pensar o corpo assume o comando, dando voz a esse mal estar mas ficando assim exposto a um infindável numero de doenças.
Cuidar da nossa mente é pois essencial para ter uma vida saudável a todos os níveis. Fazer psicoterapia pode ser a solução, na medida em que permite ultrapassar situações traumáticas, perdas dolorosas, conflitos que bloqueiam a capacidade de ser.
sábado, abril 21, 2012
sexta-feira, abril 20, 2012
A actual educação estraga as crianças - Eduardo Sá
Perante um auditório com cerca de 280 pessoas, o conferencista afirmou que "a estrutura tecnocrática, em que se transformou a educação, faz mal" e criticou o "furor da formação técnica e científica" que levou ao esquecimento de que "o melhor do mundo não é a escola mas as pessoas e, em particular, as relações familiares". "Estamos a criar uma mole de licenciados e de mestres aos 23 anos que esperamos que sejam ídolos antes dos 30 e o fundamental não é isso", lastimou, lembrando que "estamos a exigir aos nossos filhos que sejam iguais a nós: que ponham o trabalho à frente de tudo o resto", esquecendo-nos de brincar com eles.
O conferencista considerou que "criámos uma ideia absurda de desenvolvimento" e lembrou que "a vida não acaba aos 17 anos com a entrada no ensino superior". "Só os alunos que tiveram pelo menos uma negativa no seu percurso educativo é que deviam entrar no ensino superior porque estamos a criar uma geração de pessoas imunodeprimidas", defendeu, sustentando que "errar é aprender".
Eduardo Sá defendeu que as "educações tecnológicas" possam dar lugar à "educação para o amor" como "a questão mais importante das nossas vidas". "Acho fundamental que tenhamos a coragem, a ousadia e a verticalidade de dizer que a maior parte das pessoas se sente mal-amada e acho fundamental explicar aos nossos filhos que é mentira que acertemos no amor à primeira e que é notável aquilo que se passa dentro do nosso coração", afirmou.
Neste sentido afirmou que "devia ser proibido dizermos aos nossos filhos que se deve casar para sempre". "Sempre que namoramos mais um bocadinho, casamo-nos mais um pouco e sempre que deixamos de namorar, divorciamo-nos em suaves prestações", concretizou a provocação, considerando o casamento tão sagrado como frágil. "É uma experiência sagrada porque duas pessoas que decidem comungar-se é uma experiência tão preciosa que é sagrada, mas é frágil porque, às vezes, os pais estão tão preocupados com a educação dos filhos que se esquecem de namorar todos os dias", lamentou, lembrando que "pais mal-amados tornam-se piores pais". "É fundamental que a relação amorosa dos pais esteja em primeiro lugar, antes da relação dos pais com as crianças", sustentou.
Eduardo Sá defendeu que "as crianças devem sair o mais tarde possível de casa" e jardins de infância "tendencialmente gratuitos para todos".
Eduardo Sá disse ainda não achar que "mais escola seja melhor escola", criticando os blocos de aulas de 90 minutos porque aulas expositivas daquela duração são "amigas dos défices de atenção". "Acho um escândalo que as crianças comecem a trabalhar às 8h, terminem às 20h e que tenham, entre blocos de 90 minutos, 10 minutos de intervalo. Quanto mais as crianças puderem brincar, mais sucesso escolar têm", defendeu, acrescentando que "os pais estão autorizados a ser vaidosos com os filhos mas proibidos de querer a criar jovens tecnocratas de fraldas". "Devia ser proibido que as crianças saíssem do jardim de infância a saber ler e escrever", advertiu.
A terminar, defendeu ser possível "ter sucesso escolar" e "gostar da escola". "Tenho esperança que um dia as crianças queiram fugir para a escola", concluiu.
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