quarta-feira, maio 18, 2011

"Cientistas querem simular cérebro num super computador"

A primeira pergunta que se me coloca de acordo com esta notícia (que pode ser lida em http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=49021&op=all) é, até que ponto é possível simular o cérebro humano com um computador? Muitas dúvidas podem existir quanto a isso, mas a verdade é que o projecto é sério e tem já um investimento previsto para o prazo de 10 anos no valor de 100 000 000 €...!

Dependência tabágica


De acordo com um inquérito publicado pelo jornal de saúde "Prescrire", os fumadores que decidem parar de fumar têm muito pouco sucesso. Os números apontam para que 90% dos mesmos retomem os hábitos tabágicos dentro de um ano após a sua decisão de deixar de fumar. O elevado número de produtos químicos contidos num cigarro, os "vícios de mão e de boca", bem como, a dependência à nicotina são alguns dos principais factores que contribuem para que o tabagismo seja uma das dependências (senão a mais) mais difíceis de ultrapassar.


sábado, maio 14, 2011

DEPENDÊNCIA AMOROSA

A dependência do objecto de amor é algo que por vezes é vivido com enorme dificuldade, sobretudo para aqueles que têm aversão a dependencias. Mas há dependências e dependências, e com vários graus.
Numa coluna do jornal Le Monde o psiquiatra e psicanalista Serge Hefez responde a dúvidas dos leitores sobre esta questão:

http://www.lemonde.fr/week-end/article/2011/02/11/vivre-la-dependance-amoureuse_1474870_1477893.html

quinta-feira, maio 12, 2011

Psicólogo em ponto pequeno

Um rapazinho de quatro anos, cujo vizinho era um velhote que perdera recentemente a sua esposa e depois de ter visto o senhor a chorar foi ao quintal do velhote, subiu para o seu colo e sentou-se. Quando a mãe perguntou o que dissera ao vizinho,o rapazinho disse:

"Nada, só o ajudei a chorar".


terça-feira, maio 10, 2011

Despiste precoce do autismo


O autismo é uma doença grave do desenvolvimento da criança que afecta aproximadamente 1 em 200 crianças. Frequentemente fala-se do "espectro do autismo" por ser uma categoria que, quando considerada no sentido lato, abrange uma variedade heterogénea de casos com maior ou menor gravidade e mais ou menos perturbados em várias dimensões psicológicas.

Os principais sintomas refletem-se a vários níveis: a nível social (evidentes défices sociais, evitamento do contacto ocular, falha empática básica...), a nível da linguagem (ausência de uma linguagem funcional na maioria dos casos, falar sobre o próprio na terceira pessoa, etc.), a nível cognitivo (a maioria apresenta um atrasa mental de moderado a grave) e, por fim, a nível de interesses restritos e repetitivos.

Infelizmente, esta doença é muitas vezes diagnosticada apenas por volta dos 6 anos de idade, altura em que os pais se apercebem mais claramente dos sintomas. É pois fundamental poder diagnosticar esta perturbação mais precocemente por forma a intervir no sentido de melhorar o desenvolvimento e aprendizagem da criança.

A equipa investigadora do Centro de Autismo da Universidade da Califórnia acabou de dar um excelente contributo precisamente nesta área: desenvolveu um pequeno questionário composto por 24 perguntas simples que permite despistar com grande fiabilidade perturbações graves do desenvolvimento (autismo, sobretudo) até aos 12 meses de idade! O estudo foi publicado no "Journal of Pediatrics".

Este questionário foi aplicado aos pais de mais de 10 000 bebés seguidos em Pediatria, pondo questões simples como "Quando o seu filho brinca, procura saber se está a olhar para ele?" ou "O seu filho sorri a olhar para si?". Os resultados foram os esperados de acordo com as estatísticas de incidência do autismo e permitiu a intervenção precoce e eficaz em todas as crianças que chumbaram neste teste.

A grande eficácia e simplicidade deste instrumento levou a que 96% dos pediatras envolvidos neste estudo (137 ao todo) continuasse a utiliza-lo como ferreamenta de triagem.

sábado, abril 30, 2011

SERÀ POSSÍVEL CONCILIAR O TRABALHO COM OS OBJECTIVOS PESSOAIS?

(Photo: comh.ca)

Estou neste momento a preparar uma longa aula no âmbito da Psicologia das Organizações, por sugestão da nossa colega Tânia Paias, que todos conhecem como a nossa especialista em bullying, e deparei-me com uma questão quase básica, mas que passará também certamente pela cabeça de muitos de nós. E que não é, afinal, tão básica como isso, porque envolve uma série de factores.
A questão, posta muito simplesmente, é esta: é possível conciliar os interesses da empresa ou organização para a qual trabalhamos e os nossos? Às vezes os conflitos e o mau ambiente são tais que até parece que não. Mas numa organização verdadeiramente funcional é possível.
Uso o termo "organização funcional" por paralelismo com a família funcional.
Como explicou muito bem o psicanalista inglês Donald Meltzer, são (ou deveriam ser) funções da família conter as ansiedades da criança, ensinar a tolerar a frustração, facilitar a aprendizagem e a socialização, promover a esperança.
E como é promover a esperança numa organização, em que somos (e devemos ser tratados como tal) adultos e não crianças?
Promover a esperança é um papel do líder. Este deverá suscitar o envolvimento dos colaboradores na definição dos objectivos, de forma que as pessoas se identiquem com eles e se sintam parte de um todo. Os objectivos devem ser claros, moderadamente difíceis, mas exequíveis. As prioridades devem ser claras e devem existir planos de contigência. A determinação e a persistência são sem dúvida qualidades na vida e na profissão, mas o líder deve também propiciar a redefinição de objectivos se tal se justificar (a teimosia cega e a falsa esperança prejudicam o bom desempenho e cria uma frustração excessiva).
Só numa organização funcional, parece-me, será possível que as pessoas cresçam como pessoas e como profissionais e retirem satisfação do trabalho. Colaboradores que gostam do que fazem e estão emocionalmente investidos, são a melhor garantia de desempenho tanto deles como da organização para que trabalham.

Madoff

Há umas semanas saiu no jornal Expresso um suplemento com uma entrevista a Madoff, autor da maior fraude financeira de sempre. Um dos pontos altos do texto foi a alegada pergunta de Madoff à sua terapeuta, na prisão: “sou um sociopata?”. A resposta foi claramente negativa, acrescentando, em jeito de justificação, que ele tem uma moral e remorsos.

Ao ler a narrativa de Madoff sobre tudo o que aconteceu, nomeadamente depois de ter confessado a fraude e depois de todas as consequências destrutivas que isso teve em termos familiares (suicídio de um dos seus 2 filhos, por ex.), descobrimos que, afinal, talvez não seja o monstro que se poderia pensar. Dando também crédito à opinião da sua psicóloga, poder-se-á entender o sucedido não apenas evocando o seu “defeito de carácter”, mas também como a conjugação entre uma oportunidade aliciante vinda do exterior em determinada altura e uma personalidade frágil, provavelmente com carências narcísicas importantes e um traço psicopático (mais ou menos) latente. Em certa medida, é caso para perguntar até que ponto a “ocasião faz o ladrão”. Porque se é verdade que neste caso o ladrão também forjou a ocasião, Madoff poderia tê-la forjado em muitas outras ocasiões, coisa que, (é-nos dado a crer) não fez.

Não era pois um grande sociopata à espera da primeira oportunidade para enriquecer à custa de quem fosse. Não. Como se costuma dizer, “o poder corrompe”. E talvez seja esta mistura de factores (constitucionais – de personalidade – e ambientais) que, na maioria das vezes, originarão a corrupção dos poderosos de que tanto se fala.

Talvez um dos factores mais preocupantes do modus operandi da nossa sociedade democrática seja o aperfeiçoamento cada vez mais perverso do controlo das massas: actualmente já não se pode conquistar à força um povo mas sim seduzi-lo, aliciá-lo, manipulá-lo. E é esta relação pública cada vez mais “marketinguizada” que parece levar a uma banalização da mentira e do engano. Já não sofremos com a tirania agressiva e opressora de um ditador, mas com a manipulação passivo-agressiva de cada vez mais agentes sociais: políticos, indústrias, patrões, etc. É o tempo da tirania dos lobbies e das massas que são manipuladas sem saberem que o são. E esta tendência é perigosa porque, de certa maneira, estimula o traço psicopático que existe em maior ou menor quantidade em cada um de nós, banalizando-o, legitimando-o e até inevitabilizando-o no novo homo economicus.

terça-feira, abril 26, 2011

domingo, abril 24, 2011

AS BACTÉRIAS COMANDAM?

Mais um golpe na nosso conceito do que significa ser humano. Estudos recentes apontam para que as bactérias que vivem no nosso intestino, e que sao muitas (MUITAS!) podem modular o nosso cérebro e o nosso comportamento.
Só nos faltava mais esta! Ora leiam no site da revista Scientific American

http://www.scientificamerican.com/article.cfm?id=the-neuroscience-of-gut

sábado, abril 23, 2011

quinta-feira, abril 21, 2011

sexta-feira, abril 15, 2011

"Como ajudar crianças e adolescentes ..."

A clínica da Educação na sua vertente de formação organiza um encontro intitulado "Como ajudar Crianças e adolescentes a...", que ocorrerá no dia 21 Maio 2011, em Lisboa no auditório da Faculdade Psicologia de Lisboa. Uma jornada de formação que tem como público-alvo os profissionais de saúde, educação, pais e familiares.
Segue o programa do evento:

9h:00 Sessão de Abertura
Renato Paiva - Clínica da Educação
9:15 “... na promoção da autonomia”
Drª Maria do Carmo Vale - Hospital da Estefânia

10:15 “ com medos e inseguranças”
Drª Susana Cheis - Centro de Formação Consigo

12h “... na gestão dos afectos e sexualidade”
Drª. Vera Ribeiro - Hospital de St. Louis

14:30 “... a lidar com regras e com o não”
Dr.ª Maria João Santos - Faculdade. Psicologia Lisboa

16h “... a brincar”
Drª Manuela Matos - APEI - Ass. Profissionais. Educação Infância

17h “... a lidar com a doença”
Drª Filipa Martins de Cavalho - Acreditar

18h Encerramento

Informações e inscrições em www.clinicadaeducacao.com

quinta-feira, abril 14, 2011

"(os sonhos) impõem uma inaceitável igualdade entre as diferentes épocas de uma mesma vida, uma contemporaneidade niveladora de tudo o que o homem alguma vez viveu; desconsideram o presente negando-lhe a sua posição previlegiada."

Kundera, M., A Identidade.

quarta-feira, abril 13, 2011

Até que ponto podemos ser tecnologico-dependentes?


Como Michel Serres, filósofo francês, referia num artigo seu (ver blog - post "o novo homem") o Homem Ocidentalis está a atravessar uma transformação socio-cultural drástica e dramática onde a continuidade do mesmo com a natureza, as raízes biológicas e com as dimensões do tempo e do espaço, está a ser quebrada, sobretudo, pela ultra-tecnologização da sociedade e da vida do dia-a-dia.

O que é que aconteceria se se impusesse o mundo de ontem à geração jovem do amanhã? Um estudo da Universidade de Maryland tentou fazer precisamente esta experiência: estudou os efeitos que a privação de tecnologia (televisão, telemóveis, smartphones, computadores, internet, redes sociais...) tem em mil jovens com idades compreendidas entre os 17 e 23 anos, de 10 países diferentes, durante um período de 24 horas.

Será que ficaram aborrecidos? Conseguiram lidar bem com a situação ocupando-se com leituras ou outras actividades?

Como pode ser lido no link do site "CiênciaHoje" (http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=48447&op=all):

"Segundo os investigadores, 79 por cento dos estudantes relataram reacções adversas que vão desde desconforto a confusão e isolamento.
Os adolescentes falaram de ansiedade enquanto outros relataram sintomas como comichões, uma sensação semelhante à dos viciados em drogas, em processo de desintoxicação. Alguns ainda relataram sintomas semelhantes a bulimia.
Um em cada cinco alunos relataram sentimentos de abstinência, enquanto 11 por cento disseram que estavam confusos ou se sentiam fracassados. Quase um em cinco (19 por cento) relataram sentimentos de angústia e 11 por cento avançaram que se sentiam isolados. Apenas 21 por cento admitiram que poderiam sentir os benefícios de ficar incomunicáveis.
Alguns estudantes relataram extrema ansiedade por simplesmente não poder tocar o telefone. Um participante relatou: "Eu sou um viciado. Eu não preciso de álcool, cocaína ou qualquer outra forma de depravação social. Esta é minha droga, sem ela fico perdido". Outro escreveu: "Não sabia o que fazer, literalmente. Ir para a cozinha procurar inutilmente nos armários tornou-se numa rotina".
Segundo Susan Moeller, da Universidade de Maryland, que liderou o estudo, "a tecnologia permite contactos sociais para os jovens de hoje e passam a maior parte do tempo ligados a qualquer dispositivo"."Alguns disseram que queriam ficar sem tecnologia durante algum tempo, mas eles não conseguiram devido à possibilidade de serem condenados ao ostracismo"."

Dá que pensar!