sábado, dezembro 13, 2008

PAÍS INFELIZ

Um estudo do Deustsche Bank Research chegou à conclusão de que Portugal é, de entre os países da OCDE, o que tem maior índice de infelicidade (satisfação pessoal dos interrogados). A percepção de três factores, a saber, a “ineficiência governamental”, o “descontrolo da corrupção” e a “falta de confiança interpessoal entre os cidadãos”, explicam este triste resultado.
As sociedades, tais como os indivíduos, têm medo e acumulam traumas. Caem em depressão. Vivemos assustados e com medo do futuro. Tristes tempos estes. E que fazemos? Embalam-nos com projectos de obras megalómanas. Ou com muros de contentores diante do Tejo, que é para não termos mesmo para onde olhar. E nós? Como de costume, adoptamos o provérbio: “fia-te na virgem e não corras”. A virgem neste caso pode ter vários nomes e roupagens. E até pode não ser nada virgem.
Alguma ideia sobre o que poderemos fazer para melhorar este nosso triste estado (a governação não é eficiente, a corrupção grassa, não confiamos uns nos outros)? Leitores-cidadãos-pensantes, onde estais? Será que foram aliens que responderam por nós a este inquérito e nós até estamos muito felizes e contentes e prontos a votar em 2009?

quarta-feira, dezembro 10, 2008

Declaração Universal dos Direitos Humanos foi proclamada há 60 anos



A propósito da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a nossa colega, Clara Pracana vai participar no programa Janela Aberta do Radio Clube Português pelas 17.30h.

Quem quiser ouvir pode simplesmente ir a http://radioclube.clix.pt/

segunda-feira, dezembro 08, 2008

CONSUMO OU POUPANÇA?


A crise instalou-se, e este país pequenino, pobre e vulnerável, sempre encostado aos grandes, parece ainda mais deprimido. Nos jornais os economistas debatem se as políticas económicas para nos salvar desta desgraça deverão ou não keynesianas. Ou seja, se se deve estimular o consumo, injectando liquidez no sistema ou, pelo contrário, estimular a poupança (ler, a este propósito, o artigo de Francisco Sarsfield Cabral de hoje no Público).
A questão diz respeito a todos nós, porque está em causa não só o nosso quotidiano como o futuro, nosso e dos nossos filhos. Sempre me fez confusão a facilidade (comodismo?) com que os portugueses se abstêm de discutir ou sequer reflectir sobre estes assuntos, como se fosse coisa para “especialistas” e não para o cidadão. Pela minha parte, e apesar de pensar que andámos a consumir demasiado nos últimos anos (nunca a poupança das famílias foi tão baixa) e acima das nossas possibilidades, julgo que há que estimular agora o consumo e controlar a inflação num segundo tempo. Na economia, como na vida, há que proceder na maior parte das vezes a pequenos ajustes que não matem o doente mas que lhe permitam um maior qualidade de vida.

sábado, dezembro 06, 2008

Mimi 1998-2008

Pets e affects

Parece que os homens começaram a domesticar os cães desde muito cedo. Eles connosco, nós com eles. Um, dois, três, uma matilha. Sempre à espera de comida e de festinhas. Insaciáveis.
O que será que nos leva a afeiçoarmo-nos assim a estas bolas de pêlo com um ADN semelhante ao do lobo? Todos já ouvimos pessoas a dizerem que gostam mais dos animais do que das pessoas. Julgo que projectamos neles a fantasia da afeição incondicional, da retribuição, sem falha, do afecto. Achamos que são leais e que morreriam por nós. Embora duvide muito de tal determinação, o que é certo é que eles asseguram um lugar dentro de nós. E depois, como vivem pouco anos, vão-se embora, rapidamente, pisando ao de leve com as patinhas gorduchas.

quarta-feira, dezembro 03, 2008

A ilustração científica na construção do conhecimento




Tem início amanhã, dia 4 de Dezembro, o workshop internacional sobre "A ilustração científica na construção do conhecimento", na Faculdade de Ciências da UL, que contará com a presença especial do Professor William Ober, ilustrador científico da editora McGraw-Hill.

Este workshop será realizado nos dias 4 e 5 de Dezembro e terá lugar no Anfiteatro da Fundação da Faculdade de Ciências, com o seguinte programa:



Quinta-feira, 4 de Dezembro de 2008

15h30 | Miguel Faria – História da Ilustração Científica– Linhas orientadoras para a estruturação de uma disciplina

16h30 | Pedro Salgado – Ilustração Científica na actualidade em Portugal

17h30 | Coffee Break

18h00 | William Ober – Conferência Pública sobre Use of Imagery and Design in teaching the science of Biology



Fim das sessões: 19h30





Sexta-feira, 5 de Dezembro de 2008

Manhã

9h30 | Pedro Fernandes – Diários Gráficos: O sketch book e a Ilustração Científica

10h00 | Filipe Franco – Experiência de um ilustrador científico português

10h30| Coffee Break

10h45 | William Ober – The Evolution of Scientific Art from Hand to Digital

12h00| Pedro Salgado – Filme Documentário



Tarde

15h00 | Teresa Bigio e Flávia Neves – O papel da Ilustração Científica na construção do Conhecimento

15h30 | William Ober e Pedro Salgado – workshop prático de ilustração científica

16h30 | Coffee Break

17h00 | William Ober e Pedro Salgado – workshop prático de ilustração científica

segunda-feira, dezembro 01, 2008

Conferência - Cognitive Rehabilitation

COGNITIVE REHABILITATION

Professora Barbara Wilson, University of Cambridge

13 de Dezembro │ 9h-13h │A2 │ Edifício Faculdade Ciências Humanas

CONFERÊNCIA INSERIDA NO MESTRADO EM REABILITAÇÃO NEUROLÓGICA

Inscrições: 10€ - Até 10 de Dezembro

Para mais informações:
Email: doliveira@ics.lisboa.ucp.pt
Tel: 21 721 41 47/ Fax: 21 726 39 80

terça-feira, novembro 18, 2008

Colóquio Internacional Fenomenologia, Psicologia e Psicoterapia - 23 e 24 de Janeiro 2009 - ISPA


Gostaríamos de o informar sobre a realização do Colóquio Internacional sobre Fenomenologia, Psicologia e Psicoterapia, a decorrer no Instituto Superior de Psicologia Aplicada, em Lisboa, nos dias 23 e 24 de Janeiro de 2009.

No Colóquio serão debatidos dois temas principais. O primeiro tema relaciona-se com o antigo desígnio de Husserl de constituição de uma Psicologia Fenomenológica, alargando e desenvolvendo as suas teorias da consciência e da subjectividade.

O outro tema incidirá sobre a pertinência da aplicação da Fenomenologia à Psicoterapia. No que diz respeito a este ponto particular, referimo-nos não só à prática do psicoterapeuta e à eficácia dos métodos fenomenológicos na relação terapêutica. Na verdade, estamos sobretudo a pensar nas teorias sobre a subjectividade humana e o significado da vida humana que estão subjacentes às nossas representações sobre saúde e bem-estar. Esperamos que a Fenomenologia nos forneça uma análise da dinâmica da subjectividade e intersubjectividade capaz de nos orientar no contexto psicoterapêutico.

O referido evento pretende assinalar os 70 anos da morte de Edmund Husserl, enquadrando a Fenomenologia de matriz husserliana em novos contextos, mas mantendo-se, todavia, fiel a algumas das suas mais importantes teses e ideias directoras.

O Colóquio é organizado conjuntamente pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada, pelo Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa e pela Associação Portuguesa de Filosofia Fenomenológica.


Mais informações e inscrições: Tel.: 218 811 786 / 218 811 700

cii@ispa.pt / www.ispa.pt


CONFERENCISTAS


Pedro ALVES - (Universidade de Lisboa)

André BARATA - (Universidade da Beira Interior)

Fernando BELO - (Universidade de Lisboa)

Rudolf BERNET - (Katholieke Universiteit Leuven)

Irene Borges DUARTE - (Universidade de Évora)

François de GANDT - (Université de Lille III)

Amedeo GIORGI - (Saybrook Institute)

Paula Ponce de LEÃO - (Instituto Superior de Psicologia Aplicada)

Carlos MORUJÃO - (Universidade Católica Portuguesa)

Frederico PEREIRA - (Instituto Superior de Psicologia Aplicada)

Maria Luísa PORTOCARRERO - (Universidade de Coimbra)

Vítor Amorim RODRIGUES - (Instituto Superior de Psicologia Aplicada)

Urbano SINDOCHA - (Universidade da Beira Interior)

Daniel SOUSA - (Instituto Superior de Psicologia Aplicada)

Dan ZAHAVI - (University of Copenhagen)

sexta-feira, novembro 14, 2008

Felix Culpa de Clara Pracana - a não perder



Como eu própria digo na contra-capa do livro:

Este livro é um ensaio sobre a culpa nas suas diversas manifestações, conteudos e elaboração, tanto ao nível do psiquismo individual como colectivo. A autora percorre o caminho subtil e laborioso que nos permite perceber a existência da culpa entranhada na vida psíquica saudável e patológica.
É um estudo ímpar de reflexão teórica e de análise.

Habilmente capítulo após capítulo, percorrendo a matriz original da cultura ocidental e as mais modernas obras psicanalíticas, transporta-nos para o epicentro da culpa que ora nos leva mais longe na conquista da cultura, ora nos esmaga em sentimentos de remorsos e pesar avassaladores.

A psicologia e psicopatologia da culpa são igualmente revisitadas - a culpa sem nome, a autoculpabilização, a pedagogia da culpa, a depressão melancólica, a culpa inconsciente, o masoquismo moral, a reacção terapêutica negativa, etc. -, descobrindo nesse movimento a pulsão de morte e as suas inevitáveis consequências. A culpa é um derivado da pulsão de morte, uma expressão inequívoca da sua existência; mas paradoxalmente é também propulsor da cultura e da civilização. Na culpa e com a culpa, Clara Pracana vê, num certo sentido, o lado positivo da pulsão de morte.
A culpa é, tal como a pulsão de morte, condição do ser humano.

Encomende o seu exemplar aqui - Editora OVNI

quarta-feira, novembro 12, 2008

Seminário: Da criança objecto à criança sujeito

No dia 28 de Novembro, realizar-se-á em Portimão um seminário promovido pela Catraia - Centro de Acolhimento Temporário.

Das 9h30 às 16h30
Inscrição 10€

para mais informações: catraia_ptm@hotmail.com

domingo, novembro 09, 2008

A crise e as competências emocionais/soft skills


Como acho que muitos dos leitores deste blog sabem, eu trabalho há muitos anos em áreas relacionadas com a gestão de recursos humanos, o desempenho pessoal e o desenvolvimento de competências, mentoring, etc.. Tenho-me apercebido da necessidade crescente de as pessoas estarem preparadas para enfrentar esta terrível crise económica internacional, que ainda mal começou (até agora tem-se revelado sobretudo na área financeira, o pior vai ser quando chegar mesmo às empresas). Aqueles de quem vai ser exigido mais não são, no entanto, os que estão na minha faixa etária (já algo avançada:)). São os que estão na faixa dos vinte e tal, trinta e quarenta que vão ter de se adaptar rapidamente a novas formas de desempenho e de lidar com a(s) crise(s) – externa e interna.
A verdade é que hoje em dia não basta ter um diploma e as competências técnicas. Os empregadores privilegiam cada vez mais qualidades como a auto-motivação, capacidade de trabalhar em equipa e de motivar os outros, resiliência e capacidade de utilizar as próprias emoções, mesmo em circunstâncias adversas.
Há dois anos leccionei um seminário teórico sobre esta matéria no ISPA, num mestrado. Gostaria de saber agora se haverá interesse da parte de outras pessoas, das mais variadas profissões (comércio, serviços, banca, seguros, informática, etc, etc) em participar num curso mais prático de soft skills, com um número reduzido de participantes.
Fico à espera de reacções dos leitores/bloguistas.

segunda-feira, novembro 03, 2008

Terror sem nome. O que significa?

Esta expressão é usada para referir uma angústia que o paciente sente, com uma forte sensação de "aniquilamento" que o mesmo não consegue descrever usando palavras. Com fequência o terapeuta insiste, equivocadamente, para que o paciente o faça, quando, ao invés, é este que está à espera que alguém o entenda, descodifique e esclareça o que ele próprio não sabe, nem de onde veio a angústia que é tão dolorosa.
D. Zimerman refere a este propósito o verso de Luís de Camões que expressa este terror: "Sinto um...não sei o que; Surge...não sei de onde; Aparece...não sei quando; Mas dói, dói muito; E... não sei por quê".
"Grito"
Edvard Munch

domingo, novembro 02, 2008

Mobbing

Bullying, cyberbullying, bullying homofóbico, mobbing

Muitos são os desígnios de um sub-tipo de violência comum a todos estes termos - a pressão psicológica, a ofensa, as ameaças...

Tal como no Bullying, este não é um conceito novo, apenas ganhou projecção nas últimas décadas e entre nós, começou-se agora a falar nele.

Mobbing deriva do inglês " to mob" que significa agredir. É um tipo de pressão psicológica que ocorre em âmbito laboral e que tem com objectivo principal diminuir as capacidades do trabalhador.
Este tipo de violência é perpectuada em meio laboral por meio de palavras, acções, exposição a situações difíceis, nas quais o trabalhador é humilhado, ridicularizado nas suas funções e capacidades.

Este termo foi proposto pela primeira vez por Konrad Lorenz em contexto etológico no decurso de estudos efectuados com gansos e gaivotas. Neste contexto o mobbing define-se como um ataque colectivo a um alvo considerado perigoso, normalmente um predador. Este ataque é levado a cabo por vocalizações e ameaças à distância, com o objectivo de confundir o predador. Nalgumas espécies este ataque inclui também defecar e vomitar na vítima.

Na década de 80 este termo foi popularizado por Heinz Leymann, considerado o pai do mobbing, que adoptou este conceito da etologia e relacionou-o com a conduta humana nas organizações laborais.

Para se falar em Mobbing vários comportamentos/ataques têm que estar presentes: ataque à vítima; às suas relações socias; à sua vida privada; às suas atitudes; à sua reputação.

Como causas podemos encontrar falta de liderança, inveja, stress, ciúmes...

Como consequências podemos observar uma diminuição na capacidade laboral (certos estudos remetem para uma diminuição na ordem dos 70%), sintomatologia psicossomática tais como dores de cabeça, taquicárdia, gastrites...

Os efeitos desta pressão psicológica são devastadores para a vítima, conduzindo, em casos extremos a baixas sucessivas ou à demissão.

Este é um flagelo que não se circunscreva apenas em termos laborais, uma vez que as suas repercussões acabam por se fazer sentir no ambiente familiar (maior nervosismo. stress constante, depressão...)

sábado, outubro 25, 2008

A Psicologia Positiva


A Happy Woman de Outubro publica, como habitualmente, vários artigos que dão particular destaque à Psicologia. Entre eles gostava de destacar o artigo sobre Psicologia Positiva.

A Psicologia Positiva é apresentada como uma "nova ciência" diferenciada da Psicologia Clínica. Apesar de concordar em absoluto que a Psicologia Clínica tende a ocupar-se predominantemente da resolução de problemas enquanto a Psicologia Positiva tende a ocupar-se da potenciação do "lado saudável" da pessoa; parece-me que descrevê-las como psicologias opostas acaba por gerar mal-entendidos que podem, em certos contextos, originar a acentuação do estigma associado ao acompanhamento psicológico.

Na minha opinião, as duas formas de psicologia são complementares e mesmo quando um paciente/cliente apresenta um quadro clínico bem identificável, como por exemplo, uma depressão ou uma perturbação de ansiedade, não deixa de ser importante trabalhar com essa pessoa no sentido de potenciar o seu lado saudável. Muitos dos pacientes em acompanhamento psicológico visam apenas o seu desenvolvimento pessoal e apesar de terem "problemas" ou áreas nas quais (ou com as quais) se sentem menos bem, são globalmente pessoas equilibradas e saudáveis do ponto de vista mental.

De qualquer forma a perspectiva da Psicologia Positiva é bastante interessante e oferece um estímulo todos os psicólogos clínicos para se centrarem também sobre a psicologia do bem-estar psicológico e não apenas sobre a perturbação mental.

Deixo-vos um excerto do artigo com a assinatura de Carla Novo que descreve o essencial da Psicologia Positiva:

"O que é a psicologia positiva?
O conceito nasceu, recentemente, quando Martin Seligman, considerado o pai da psicologia positiva e director do centro de psicologia positiva, fez os primeiros estudos sobre a felicidade. Concebeu as três dimensões da felicidade em três etapas: as emoções positivas; o envolvimento e o sentido para a vida. A psicologia positiva assenta nestes três pilares, ela procura ajudar o individuo a focar-se no que tem de bom, nos momentos óptimos e não somente a remexer feridas. Há que falar dos problemas sim, mas sempre na perspectiva das soluções. Construindo o caminho focando-nos nos sucessos. Descortinar o que posso fazer para chegar ao meu objectivo, que é ajustado mediante a realidade. Conseguir de dia para dia mais momentos bons. Encontrar um sentido para a vida, ganhar perspectivas e valorizar sempre o acontecimento. No fundo, os momentos mais felizes estão, muitas vezes, nas pequenas vitórias que conseguimos durante o nosso percurso para a vitória."
In Novo, Carla; "Viagem ao nosso «eu» - o que podemos aprender com a psicologia positiva"; Happy Woman Outubro de 2008

A jornalista, Carla Novo, fez três consultas com a colega Catarina Rivero e descreve a sua impressão e experiência subjectiva. Este artigo contribuiu da melhor forma para a construção de uma imagem positiva da Psicologia.

quarta-feira, outubro 22, 2008

VI Colóquio do Porto - Psicanálise e Cultura O HOMEM E O(s) JOGO(s)



Vai realizar-se nos dias 14 e 15 de Novembro próximo, o VI Colóquio do Porto - Psicanálise e Cultura - O Homem e o(s) Jogo(s). O Colóquio vai decorrer no Porto, Fundação Eng. António de Almeida, Rua Tenente Valadim, 325.

Para obter mais informações ou inscrições, podem ser utilizados os seguintes endereços:

Rua de São João de Brito, 524 – Sala 5, 4100-453 Porto

Tel.: 22 615 45 68 (14h às 19h)

Fax: 22 615 59 41

E-mail: rmnscoelho@mail.telepac.pt

Website: www.sppsicanalise.pt

No site da Sociedade Portuguesa de Psicanálise poderá consultar o programa

poço

Deveria ter sido tu
Com esse coração agulha
A vazar os olhos
De quem o bem te fez
Deveria ter sido tu
Com esses pés de ninguém
Que de esmagar
Só não esmagam uma uva
Deveria ter sido tu
Que me chamavas poço
E vir abeirar-me
Com a tua paixão de nunca cair
Deveria ter sido tu
Com esse copo na mão
E cheio de sorrisos
A brindar às camas seguintes
Deveria ter sido tu, sim
E estar aqui comigo
Com estas mãos no rosto
E as minhas lágrimas sem doerem um pouco

Paulo José Miranda escreveu, o silêncio da escuta, ou a voz de Misia.

sábado, outubro 18, 2008

BULLYING


Num post anterior informei-vos que iria decorrer, em Ourém, um seminário sobre Bullying.
Hoje quero contar-vos como decorreu (bem sei que já estou um pouco "fora de horas", mas questões de ordem técnica vetaram uma escrita mais atempada)
Basicamente a minha comunicação incidiu sobre o que se entende por Bullying; noções do conceito; contextualização do fenómeno; caracterização das vítimas e agressores e alguns sinais de alerta.
Este seminário contou com a presença da deputada Drª Fernanda Asseiceira, elementos da Câmara de Ourém, do Centro de Emprego de Tomar e uma plateia cheia de professores, alunos, pais/encarregados de educação e pessoal que trabalha directamente com crianças.
A APDAF - (quem organizou este seminário) recolheu informação do fenómeno Bullying junto das crianças com que trabalha tendo aparecido questões muito engraçadas e pertinentes, as quais não quis deixar passar em branco.
Por exemplo:
"O Bullying é um tema recente em Portugal"
Lamentavelmente o Bullying não é um fenómeno novo em Portugal, talvez a projecção deste conceito é que, nos últimos tempos, adquiriu grande projecção.
"O Bullying é fazer mal aos outros - é fazer nódoas negras"
As nódoas negras a que mais devemos estar atentas são as internas, pois o silêncio que corre a par e passo com o Bullying é capaz de produzir efeitos muito nefastos para a criança/adolescente, nomeadamente ao nível da sua auto-estima, capacidade de defesa...
No final do seminário alguns elementos da plateia também colocaram questões e reflexões muito importantes,
tais como:
De que forma podem ajudar os agressores;
Para auxiliá-los é necessário trabalhar a vários níveis (psicológico- dirigido às causas remotas do problema; educativo - modificar as condições que facilitam que se mantenha o Bullying; e também com os familiares)
As crianças de hoje não sabem brincar; A violência é a única forma que têm de passar o tempo.
E quanto ao BRINCAR,
imprescindível,
exigível,
obrigatório,
SAUDÁVEL
é pelo brincar que ensaiamos a vida futura, representamos as situações diárias e ganhamos
confiança para enfrentar a vida futura.
esta é uma forma de prevenção muito eficaz.
É realmente preocupante que as nossas crianças não souberem brincar
Um último aspecto que ainda quero realçar e do qual me apercebi no final do seminário, muitas pessoas ainda não possuem um conhecimento adequado do fenómeno Bullying, apesar de todos já terem ouvido uma ou mais vezes falar sobre o assunto, estão longe de perceber esta realidade, as suas consequências e os sinais de alarme...

quarta-feira, outubro 15, 2008

Congresso "Crianças em Perigo"


Apesar de nascerem cada vez menos crianças, estamos a "produzir" cada vez mais crianças em perigo. Sendo assim, o grande desafio do futuro talvez não seja a discussão sobre a natalidade. Nem a forma de fazer face ao perigo. Mas, sobretudo, acarinhar os recursos saudáveis com os quais deixem de estar "em vias de extinção" e possam ser felizes, simplesmente.

Convidamo-lo, por isso, a estar presente no Congresso "Crianças em Perigo", a decorrer Sábado, dia 15 de Novembro, em Lisboa, no Hotel Olissippo Oriente (Parque das Nações).

Este Congresso será organizado pela Clínica Bebés & Crescidos, sob a Direcção Clínica do Prof. Doutor Eduardo Sá.

Destinar-se-à a Técnicos Superiores e Estudantes, sobretudo das áreas de Serviço Social, Intervenção Social e Comunitária, Sociologia, Educação, Ciências da Educação, Educação Social, Reabilitação Social, Medicina, Direito e Psicologia, mas igualmente a meros interessados na temática do desenvolvimento infantil.

A equipa Bebés & Crescidos


Para mais informações contacte:
Bebés & Crescidos
Rua Machado de Castro, N.7, R/C, Coimbra
Tel/Fax:239 841 109

segunda-feira, outubro 13, 2008

I Colóquio de Psicoterapia Psicanalítica - Modelo (s) em Psicoterapia Psicanalítica


Vai realizar-se no ISPA nos dias 7 e 8 de Novembro o I Colóquio de Psicoterapia Psicanalítica.

Para mais informações escreva para coloquioappsi@gmail.com.