sexta-feira, julho 13, 2012

MOTIVAÇÃO EXTRÍNSECA E INTRÍNSECA

A questão da motivação, da vontade (ou da falta dela) de fazer coisas, é um tópico que surge sempre, quer nas sessões de psicoterapia quer de coaching.
Podemos ser empurrados para as coisas, arrastados pela corrente (motivação extrínseca). Mas também podemos fazer as nossas escolhas, perceber o que de facto queremos, distinguir os valores importantes para nós do que nos é imposto de fora, agir em conformidade (motivação intrínseca). Sem acção não é possível testar os nossos objectivos.
Uma coisa é reflectir antes de agir, outra é ficar paralisado e nada fazer. A in-acção é também uma forma de acção - mas pela negativa, pela passividade.
Não será melhor fazermos as nossas escolhas e agir, antes que outros nos obriguem, como quando éramos crianças?

mente sana in corpore sano


E porque a mente é indissociável de um corpo que lhe dá forma, que recebe o mundo, que interage com o mundo, que sente e que se expressa no mundo, é de especial importância o exercício físico. Um dos mais acessíveis - a caminhada - pode ser uma possibilidade agradável e relativamente pouco exigente. O artigo do Expresso sobre "O ritmo saudável para as suas caminhadas" fornece dicas interessantes: http://lifestyle.publico.pt/pesomedida/306176_o-ritmo-saudavel-para-as-suas-caminhadas

terça-feira, julho 10, 2012

PARENTALIDADE E DIFICULDADES NA RELAÇÃO PRECOCE


Ao nascer, o bebé está muito centrado no próprio corpo, nas informações que os sentidos lhe dão, sobretudo a partir do toque e da voz da mãe. Há nesta altura uma espécie de indissociação, em que mãe e bebé funcionam quase como um só. Numa relação precoce saudável, a mãe responderá de forma ajustada às necessidades do bebé, alimentando, acalmando, estimulando suavemente e dando segurança para que o bebé se torne num ser individualizado, apesar das necessidades parentais de que necessitará ainda durante muito tempo.

Em alguns casos, esta relação não decorre exatamente assim. Mães com fragilidades emocionais graves, poderão não ter disponibilidade afetiva suficiente para serem sensíveis às necessidades e aos ritmos do bebé. Podem falhar na supressão das necessidades mais básicas e também no grau de estimulação. Por vezes podem ter um registo que oscila entre o afastamento e a relação sufocante. Se o bebé é sobre-estimulado numa altura em que precisa de ser acalmado, acaba por mobilizar mecanismos que o ajudam a defender-se da sobrecarga, nomeadamente “desligando”. Se quando necessita de resposta (emocional, fisiológica), esta não surge, a ausência e a sensação de desamparo desencadeiam igualmente mecanismos de defesa. Quando a mãe se afasta, o sentimento de abandono é grande e ânsia de conforto, maior ainda. Quando a mãe sufoca, não só é demasiado suportar a proximidade excessiva, como o sentimento de que a qualquer momento a mãe se vai voltar a afastar obriga a um novo (des)ajustamento por parte da criança. 

E assim esta criança, que mais tarde será adulta, poderá  aprender que as relações não são seguras nem previsíveis. Se por um lado a relação nunca preenche suficientemente o vazio, por outro lado a proximidade e o afeto podem tornar-se demasiado assustadores, pelo medo da dependência e da perda, aspetos que poderão instalar-se de tal forma que condicionarão os vários tipos de relacionamento.

Daí que o papel do pai seja extremamente importante para o equilíbrio e para a possibilidade de estabelecer uma relação mais segura e previsível. Por outro lado, do mesmo modo que os pais consultam o pediatra em etapas fundamentais do desenvolvimento, defendo a importância da observação psicológica nos mesmos moldes. A avaliação da relação pais-bebé nas etapas mais precoces do desenvolvimento emocional é essencial para a prevenção e/ou o despiste de situações potencialmente comprometedoras da construção de bases sólidas da personalidade e da saúde mental. Ao mesmo tempo, será um espaço onde os pais podem partilhar as suas angústias, os seus receios, as suas alegrias e as suas expetativas em relação ao bebé, mas também no que respeita às alterações na dinâmica do casal e nos papéis de cada um.

BLOGAR COM MAIS FACILIDADE

Foto: NASA

Descobri uma nova aplicação que permite postar com mais alguma facilidade a partir do iPad. Talvez agora até consiga pôr fotografias. Vou fazer a experiência.

Esta é duma estrela moribunda, a U CAM. De vez em quando (de mil em mil anos...) expele uma bolha de gás. Não sei para quando será o estertor final. Mas vai levar muito tempo até morrer. Já cá nao estaremos. Refiro-me à humanidade.





sexta-feira, julho 06, 2012

Escala e escalada - lutando para manter os pés assentes na terra


Os avanços tecnológicos estão a criar autênticas revoluções a nível da relação espaço-tempo nas nossas sociedades ocidentais globalizadas (ver post sobre artigo de Michel Serres para mais informação sobre o tema). Parece que quase tudo na vida se tem vindo a tornar fácil e imediato: o adiamento da frustração, assim como, os limites à gratificação associados ao modo ”ter” (por contraste ao “ser”), tendem a esbater-se. A nível da vivência subjetiva do tempo passamos a ter tendência a viver desfazados do “tempo da realidade” – o tempo presente, onde o principal e o verdadeiro acontece. Passa-se pois a viver no passado, por exemplo, na busca contínua e repetitiva do experienciado gratificante e seguro, mas também num futuro, promessa megalómana da realização dos nossos sonhos (os Bancos são os nossos gurus a esse nível!).

E com tudo isto o presente estreita-se e fica vazio, cada vez mais vazio. É preciso preenchê-lo com sensações e experiências excitantes e alienantes (das realidades virtuais, dos reality shows, da vida dos heróis e ídolos da nação...): é a substituição do espaço-tempo da realidade próxima que nos cerca, por várias outras que, quando acabam, saem de cena abruptamente deixando um vácuo no seu lugar. 

O “ter” é cada vez mais possível e, por isso mesmo, tem tomado cada vez mais o lugar compensatório do “ser”, em défice – é que a facilidade e conforto de vida não podem nem compensam nunca a experiência irredutível da relação humana e dos vínculos humanizantes que a caracteriza no seu melhor. A este nível são os por-menores que alimentam o “ser”, momento a momento; é a entoação ternurenta e altruista de uma palavra banal, um gesto atento mas totalmente gratuito ou um cliché pronunciado com todo o coração. É pois numa relação sanígena, de dádiva, reconhecimento e valorização que o vazio pode ser preenchido com vitalidade, entusiasmo e amor, dispensadores da busca angustiada de um sentido da vida. 

É também esta a lógica da relação terapêutica: a atenção aos detalhes e aos processos emocionais, que muitas vezes passam despercebidos, por serem automáticos, ficando ofuscados pelos “por-maiores” sensacionalistas das nossas vidas...

A impaciência terapêutica e a resistência das famílias?


Enquanto psicóloga e terapeuta familiar e de casal, tenho ouvido frequentemente falar de resistência das famílias, resistência dos pacientes, termo que penso ter sido banalizado e mal utilizado, muitas vezes para justificar a impaciência dos terapeutas. Porém, quando Freud inventou esta noção referia-se a mecanismos inconscientes.
A este propósito, concordo com Ausloos, terapeuta familiar, ao referir que isto nos leva a entender as nossas teorias como dogmas, a crer que as nossas soluções é que são boas, impedindo que as famílias encontrem as suas auto-soluções.

Serão os pacientes e famílias resistentes, ou serão prudentes e têm razão para o ser? Parecem existir famílias prudentes porque estão ressentidas e têm necessidade de tempo para experimentar, avaliar, para encontrarem as suas auto-soluções. Estaremos nós a ser incapazes de ver o potencial evolutivo, a não saber esperar, a não respeitar o movimento intrínseco e a sua dinâmica autónoma?

Talvez os pacientes e as famílias tenham sim... necessidade de tempo...

sábado, junho 30, 2012

Frase do(de) (um outro) dia


Se estás aflito por alguma coisa externa, não é ela que te perturba, mas o juízo que dela fazes. E está em teu poder dissipar esse juízo. Mas se a dor provém da tua disposição interior, quem te impede de a corrigir? E se sofres particularmente por não estares a fazer algo que te parece certo, por que não ages, em vez de te lamentares? Um obstáculo insuperável te o impede? Não te aflijas, então, pois a causa de não o estares a fazer não depende de ti. Não vale a pena viver se não o puderes fazer? Parte, então, desta vida satisfeito, como partirias se tivesses logrado êxito no que pretendias fazer, mas sem cólera contra o que se te opôs. 

Marco Aurélio (Imperador Romano), in 'A Fortaleza Interior', há 2000 anos

quinta-feira, junho 28, 2012

Toda a Criança


"Toda a criança, para um desenvolvimento afectivo normal, precisa de amor, consideração e apreço. Lá, onde ficaram carências precoces ou perdas infantis, fica também um prognóstico sombrio - uma patogenicidade marcada."

                                                                                                                       António Coimbra de Matos



terça-feira, junho 26, 2012

A VIDA SECRETA DO CÉREBRO


Aqui fica um fantástico compacto de documentários sobre os mistérios do cérebro, percorrendo as suas especificidades ao longo da vida:



domingo, junho 24, 2012

Cosmopolis de David Cronenberg

Fui ver
Estranho
Nem sei o que dizer
Parecia teatro
Acho que tenho que o ver segunda vez

gosta de ouvir/ler comentários sobre este filme

sábado, junho 23, 2012

SEXUALIDADE FEMININA

Os problemas da sexualidade, neste caso da feminina, parecem estar a passar para o cinema ultimamente. Tivemos há tempo oportunidade de ver "Um Método Perigoso", de D. Cronenberg, sobre a relação extra-conjugal entre o psicanalista suiço Jung e Sabina Spielrein, que acabou também por envolver, a contragosto, Freud.
O filme cuja fotograma publico nese post ainda nao estreou, mas debruça-se sobre um dos velhos tabus da sexualidade: a masturbação.
De acordo com o link que se segue, os médicos do Sec XIX aplicavam-se na obtenção da cura das mulheres "histéricas". Tanta aplicação resultou na mecanização do método curativo, com a invençao do vibrador, como poderão ler no artigo. O Sec XIX tinha contradições espantosas. Muitas delas foram justamente objecto de estudo por parte de Freud, tanto psicologicamente como sociologicamente.
Os anos sessenta do Sec XX, na sequência da invenção da pílula, foram supostamente o momento da libertação. Com exageros, é certo, e que terão banalizado de tal forma o assunto que se corre o risco da des-erotizaçao das relações. Mas no que respeita à masturbação, tenho dúvidas de que os tabus tenham desaparecido. Veremos pelas reacções ao tema.

http://www.youbeauty.com/relationships/vibrators?utm_source=Sailthru&utm_medium=email&utm_term=Newsletter%20Full%20List&utm_campaign=Sex%20Box%20Contest%20-%206%2F21%2F12%20-%20NEW%20TEMPLATE&utm_content=Final

sexta-feira, junho 22, 2012

Bo(c)as intenções há muitas!


Moral da história: muitas vezes é mais fácil pôr uma pedra em cima de um assunto complicado do que se empenhar realmente em resolvê-lo - e às vezes é mesmo preciso ir chamar alguém especializado!

segunda-feira, junho 18, 2012

QUANDO É O CORPO QUE FALA OU ALGUMAS LINHAS SOBRE PSICOSSOMÁTICA


Muito se tem falado sobre psicossomática nos últimos anos. A velha distinção entre mente e corpo está finalmente ultrapassada e hoje já não se dúvida das estreitíssimas relações entre um e outro. E felizmente já é com alguma frequência que os médicos encaminham os pacientes para tratamento psicológico. Por vezes perante a perplexidade dos próprios, que pensam ou comentam - mas isto dói ou, mas isto vê-se e os exames/análises mostram que está lá, como pode ser psicológico?!


Primeiro é importante distinguir entre aquilo que é uma manifestação física de uma ansiedade ou problemática psicológica, mas onde não existe lesão física, como por exemplo certas paralisias de membros, a dita cegueira psicológica, algumas dores de costas, os ataques de pânico, entre outras, daquilo que são doenças em que existe lesão física mas a influência psicológica é evidente observando-se alterações de melhoria ou agravamento do quadro em função da vivência emocional do paciente, e aqui falamos da diabetes, da asma, de certas doenças de pele como a psoriase ou as dermatites, das gastrites, das úlceras, das colites, entre muitas outras.

Portanto, ter uma doença psicossomática não quer dizer que a dor não exista, quer apenas dizer que esta dor para além da parte física traduz também um outro sofrimento, mais silencioso, o qual passou despercebido ao próprio e precisamente por ter passado despercebido passou para o corpo e é o corpo que é portador da mensagem. É como se fosse o corpo que falasse em vez do paciente, pois por algum motivo aquele problema não pôde ser mentalizado, ou seja, trazido à consciência.

O tratamento passa por tentar identificar o mal estar original, trazê-lo para “cima da mesa”, olhá-lo, analisá-lo, enfim, permitir que o paciente o descubra e o possa expressar, pois só assim o corpo se poderá silenciar, ou por outras palavras, com a expressão genuína da emoção de base o corpo deixa de precisar de descarregar esse afeto pela via da expressão física. 

sexta-feira, junho 15, 2012

SER E EXISTIR... NA RELAÇÃO


O re-conhecimento e o co-conhecimento são 2 modos de nos realizarmos pessoalmente. Realização sempre insaciável e cada vez mais sedenta de mais e melhores realizações. É o fundamento do prazer de viver: sentir-se existir no movimento criativamente oscilante entre o encontro e o desencontro com o outro, entre o ponto e o contra-ponto de 2 subjetividades unidas pela empatia e contrastadas pela complementaridade; é o vai-e-vem relacional fundador da co-existência distinta de dois seres.

Da relação nasce a relatividade criadora da minha subjetividade e morre a minha omnipresença absoluta, que nada é porque tudo abarca.

É a existência pela negativa, pelo contraste com o outro, pela idiossincrasia única e particular que me caracteriza e o prazer de existir que daí advém – pelo sentimento de conexão estreita comigo mesmo, com o meu “verdadeiro self” (os meus desejos, necessidades, sentimentos…). 

É ainda a existência pela positiva, pelo que de semelhante existe entre dois seres; é a existência através do reconhecimento empático que o outro faz de mim e que me permite, por seu turno, re-conhecer também o outro. 

O prazer de funcionar ou de existir encontra-se ainda na procura constante e criativa do meu lugar no mundo: desde o mundo socio-político (mais abstracto), ao mundo concreto do aqui e agora; desde a minha postura face à sociedade como um todo, à minha atitude face a um outro ser em particular. 

É a redescoberta e reinvenção contínua do meu ser na expressão, a cada momento única, do encontro singular entre um eu e um mundo.

quarta-feira, junho 13, 2012

Liberdade! e Futuro!




Enquanto sociedade “Não podemos prescindir nem da liberdade, nem do futuro” disse há poucos dias o Professor António Sampaio da Nóvoa num arguto discurso no âmbito das comemorações do 10 de Junho dobre educação, ciência, sociedade e solidariedade.
Se o direito à liberdade e a um futuro são direitos inalianáveis das pessoas, na sua vida em sociedade --numa sociedade democrática que precisamente se funda na ideia da liberdade dos cidadãos--, este direito implica o uso da sua liberdade individual de pensamento, e a afirmação da liberdade interior dos membros da sociedade. 
Podemo-nos perguntar se o seu uso é democrático, e como se desenvolve e faz uso desta liberdade interior e da vontade individual ? A resposta passa seguramente pela educação formal e informal que a sociedade oferece aos seus membros, e a qualidade desta favorecerá e fortalecerá certamente a emergência de indivíduos com mais conhecimento, maior liberdade de pensamento e maior vontade de intervenção na sociedade. Por outro lado se, como sustentava Espinoza. a vontade da sociedade é igual à vontade dos seus membros, podemos perguntarmo-nos também se a falta de clareza dessa vontade da sociedade não nos remete para a falta de clareza da vontade individual.
E outras questões emergem, entre as quais se todas as pessoas se sentem real e igualmente possuidoras, hoje, desse bem, desse direito, como se diz inalianável, de liberdade. Se as pessoas se sentem donas das suas escolhas, seguras de uma capacidade de pensar autónoma e livre, e se lidam realisticamente com os seus medos e ansiedades. Aqui, creio eu, as diferenças abundam, e uma sociedade cuja direcção, cujos valores, cuja vontade vacila, cuja economia vacila, cria muitas e inesperadas tensões e desigualdades que afectam a capacidade de pensar, a capacidade de exercer a liberdade individual, e aumentam as desigualdades e os conflitos manifestos e latentes. E a qualidade da sua saúde mental.
Future, Agim Sulaj, 2009

O futuro, somos nós, é uma frase ouvida, é uma frase sentida. E a confiança no futuro depende em primeira mão na confiança que sentimos, individualmente, em nós próprios. Na vontade que temos. Na capacidade de sugerir ideias novas. Na capacidade de intervir, e de não ficar à espera que os ventos mudem a nosso favor ou, como ecoa na célebre frase do discurso de Kennedy, creio que da sua tomada de posse, “Não te perguntes o que é que o teu país pode fazer por ti, pergunta-te antes o que é que podes fazer por ele”.
Proactividade e iniciativa, auto-confiança, resiliência, estão implícitas neste movimento, e são igualmente características de pessoas com uma evidente robustez psicológica.
Tendo em conta que o contexto social, económico e político em que vivemos nos afecta enquanto seres humanos, na nossa vida familiar, comunitária, profissional, entende-se que se multipliquem vulnerabilidades, aumentem conflitos internos, aconteçam desequilíbrios. E que estas características pessoais tão desejadas, e associadas ao fazer acontecer a liberdade e o futuro esmoreçam. E a acção livre fica tantas vezes bloqueada. E neste quadro, procurar ou sugerir ajuda psicológica ou psicoterapêutica urge, para fazer acontecer a mudança individual, favorecer o fortalecimento da identidade e da liberdade individual. Aja. Por si. Por si e para os outros.
Por um presente que se vive com mais plenitude, com porta aberta para o futuro.
Isabel Botelho

terça-feira, junho 12, 2012

PENSAR? Não existe uma maneira mais fácil?





Face ao post anterior e às palavras de Coimbra de Matos e os dados estatísticos, foi o que se me ocorreu postar.
Através dos cartoons, das imagens, encontramos a vida do dia a dia retratada, não é?

ANTÓNIO COIMBRA de MATOS em entrevista (Câmara Clara, RTP2)


António Coimbra  de Matos foi recentemente reconhecido pela International Forum for Psychoanalytic Education – IFPE  (Distinguished Psychoanalytic Educator Award 2012) , que distingue anualmente uma personalidade de mérito associada à excelência do ensino da psicanálise. Esteve em entrevista no programa Câmara Clara, exibido na RTP2, no passado dia 10 de Junho.


Aborda a ansiedade e a depressão como sintomas clássicos e transversais, bem como a passividade do analisando e a sua diminuição da capacidade de luta, de transformar a realidade.

Considera que existe um exagero no diagnóstico, associado à necessidade de normalização da sociedade, e que pode levar a tratamentos desnecessários. Salienta ainda que Portugal é o país da Europa com maior consumo de psicotrópicos.

Para o psicanalista, a história não se inventa, nem se transforma, mas a existência pode encontrar novos sentidos, e a psicanálise tem como finalidade mudar o estilo de relação, através de uma maior capacidade de adaptação às circunstâncias, mas também de transformação do meio.

Fala-nos de Freud, Balint, Ferenczi, Fairbairn e Winnicott e da evolução da Psicanálise, desmistificando algumas ideias e defendendo o questionamento constante, em detrimento do seguimento da Psicanálise como doutrina. Defende que a psicanálise deve promover a auto-análise e a análise dos outros, no sentido do indivíduo se compreender a si próprio e aos outros.

Salienta a importância de um afeto genuíno e incondicional na relação com o outro, nomeadamente na relação do analista com o analisando, bem como da necessidade de se ser reconhecido.

Aborda ainda a importância do indivíduo desenvolver a resiliência, ou seja de ser capaz de ultrapassar a frustração. A este propósito refere ainda que o importante não é aumentar a frustração da criança para que esta se auto-limite, mas aumentar a capacidade de espera, para que encontre um tempo e um espaço adequados à satisfação.

A entrevista inclui ainda uma peça sobre o psicanalista e a obra de João dos Santos.

António Coimbra de Matos, psicanalista e homem na sua genuinidade e simplicidade.


sábado, junho 09, 2012

O sonho comanda a vida!


Como António Gedeão já dizia, "o sonho comanda a vida". O sonho nocturno mas sobretudo o sonho diurno, as fantasias e as perspectivas futuras de novas e melhores experiências de vida.  

A Psicoterapia é também o lugar do sonho: dos nocturnos, dos do passado, dos que são pesadelos ou dos que ainda estão para sonhar. É muitas vezes a ante-câmara da acção ou mesmo o palco de ensaio de algumas "peças da vida" que, por falta de experiências válidas e validantes, necessitam de algum treino ou, simplesmente, alguma "pre-para-ação". 

É o futuro sonhado nos momentos do presente, a par e passo da elaboração, contenção e superação dos pesadelos de um passado que teima em não o ser ("passado").


quinta-feira, junho 07, 2012

Coimbra de Matos no programa Câmara Clara



       O programa Câmara Clara, daRTP2, emitido no próximo dia 10 Junho, pelas 22h30m conta com a presença do Dr. António Coimbra de Matos.

 
       O programa visa homenagear o Dr. Coimbra  de Matos pelo prémio  com que foi galardoado – Distinguished PsychoanalyticEducator Award 2012 – prémio atribuído pela International Forum forPsychoanalytic Education – IFPE , a qual distingue anualmente uma personalidadede mérito associada à excelência do ensino da psicanálise.

terça-feira, junho 05, 2012

RAZÃO Vs EMOÇÃO


“A mente humana é como o pêndulo de um relógio, que flutua entre a razão e a emoção. A nossa capacidade de tolerar, de empatizar, de nos entregarmos, de nos divertirmos, de intuir, de sonhar é uma das maravilhas que surgem deste complexo movimento. O amor é o seu melhor fruto. Cuidado com os desvios desse pêndulo.” (Augusto Cury)


“A razão é escrava da emoção e existe para racionalizar a experiência emocional.” (Wilfred Bion)