sábado, agosto 18, 2012

Interpretação do desenho infantil

A interpretação do desenho infantil é um tema bastante interessante e num certo sentido inesgotável. Brincar construindo e encenando fantasias e desenhar são formas privilegiadas de comunicação do mundo interno inconsciente ao dispor das crianças.

As crianças, tal como os adultos, estão em permanente contacto com o seu mundo interno e este está por sua vez num permanentemente esforço de elaboração dos estados emocionais vivenciados. Consciente e inconsciente trabalham em sintonia para promover o desenvolvimento emocional e permitir o amadurecimento da criança. Comunicar o que sentimos nas partes mais escondidas de nós próprios e das quais muitas vezes nem temos consciência é tarefa da arte nas suas mais variadas formas e expressões.  A criança encontra no desenho uma via fácil de expressão da suas emoções, sensações, ideias e conceções do mundo, das pessoas e das relações. 

Os desenhos servem tanto para elaborar emoções e situações complicadas de digerir como para dar expressão a desejos, fantasias e modos de apreensão da realidade emocional. Olhar, analisar e interpretar um conjunto de desenhos de uma criança é olhar para o seu mundo interior, para as suas emoções e tentar compreender a sua conceção da realidade. É uma das formas mais ricas de penetrar no mundo interno (por vezes, inconsciente) de uma criança e precisamente porque é olhar indiscreto sobre o mundo mental deve ser feito SEMPRE com o maior respeito pela criança e pela sua vida mental.


PRESENTES

 

Quem não gosta de ser supreendido por um presente ou um ramo de flores, sobretudo por quem não tem como hábito fazê-lo?

Há aqui duas questões curiosas: a primeira é sobre quem não costuma dar presentes. Dar um presente é uma forma de dizer: "penso em ti". Dir-se-ia que as pessoas que não dão presentes sofrem de falta de empatia (não sabem colocar-se na cabeça do outro) e é bem capaz de ser verdade. Quantas vezes não ouvimos dizer: "não faço a mínima ideia do que hei-de dar-lhe". Falta de imaginação ou falta de atenção?

Uma pessoa contou-me há dias que o namorado, em três anos, nunca lhe tinha oferecido nada. O quê, nem um chocolate, um ramo de rosas, um livro, um gelado? É caso para tocar uma campaínha de alarme, de facto...

A outra questão prende-se com aqueles que cobrem o outro de presentes. Às vezes - mas nem sempre - o excesso pode significar uma culpabilidade subjacente, um querer compensar outras faltas, reais ou imaginadas. Assim fazem alguns pais separados com os filhos, não cuidando às vezes de comunicar com eles devidamente.

Mas nem sempre é essa a razão. Há quem goste genuinamente de dar presentes e ver os outros surpreendidos e contentes. Felizmente que estas pessoas existem e tornam as nossas existências mais agradáveis.

 

sexta-feira, agosto 17, 2012

RELAÇÕES COMPLICADAS...


Às vezes podemos queixar-nos de que a nossa parceira ou parceiro não nos trata como gostaríamos ou como achamos que merecemos; mas o que é facto é que, não raro, é um "lápis", que escolhe um "afia" para dormir ao seu lado! É uma relação destinada a ser desgastante e, no limite, anuladora do outro; mas também é a que encaixa melhor!


quinta-feira, agosto 16, 2012

HUMOR NEGRO

O humor negro, tal como o chocolate, é o melhor (para mim, claro)
Este é um genial cartoon de Tom Gauld (do The Guardian) com conselhos para tempos difíceis dados por...
 

terça-feira, agosto 14, 2012

CONDUZIR E ESCREVER SMS: (IN)CAPACIDADE MULTITASKING?


Muito se fala sobre os riscos de falar ao telemóvel e, sobretudo, de ler/escrever mensagens enquanto se conduz. Mas grande parte das pessoas insiste em desafiar a capacidade do cérebro para gerir diferentes tarefas em simultâneo.

Segundo os investigadores, o “multitasking” é facilitado se houver dois estímulos diferentes, como ver e ouvir, em detrimento de estímulos do mesmo tipo, principalmente visual.

Conforme pode ler-se no artigo que sugerimos, um estudo evidenciou o declínio do desempenho dos sujeitos perante duas tarefas visuais: concentrar-se nas imagens do computador enquanto escreviam mensagens, havendo uma sobrecarga visual. O desempenho piorou também na tarefa em que falavam ao telefone enquanto observavam as imagens (dois estímulos diferentes: auditivo/sonoro), mas não tanto como na situação em que se deparavam com duas tarefas visuais.

O mais preocupante é que, em ambas as situações, os sujeitos consideraram ter tido um bom desempenho, apesar do declínio de 50% e 30% nas duas tarefas, revelando uma perceção distorcida do desempenho real.

Vale a pena ler e refletir sobre a tendência humana (e cada vez mais atual) de desafiar os próprios limites e de satisfazer as necessidades e os desejos de uma forma imediata.

Como ouvia há uns anos num programa de rádio “Mais vale perder um minuto na vida, do que a vida num minuto”.


Até Setembro!

sexta-feira, agosto 10, 2012

A DEPRESSÃO PÓS-PARTO NEGLIGENCIADA

O assunto continua a ser tabu. Como é que se pode conceber que não se esteja feliz e contente durante ou após o nascimento de um filho? As expectativas da sociedade sobre a natalidade impõem muitas vezes o silêncio às mães. Não é um fenómeno raro: 15% dos pais sofre actualmente desta perturbação. O que se julgava ser de natureza biológica e exclusivo do sexo feminino - a depressão pós-parto como consequência das oscilações hormonais no período puerperal - é, afinal, um fenómeno também vivido no masculino e que decorre de causas muito diversas.


Os sinais revelam-se, em regra, mês e meio depois do parto. É nessa altura que os pais começam a ressentir-se do cansaço, das mudanças na rotina e da falta de disponibilidade para outras actividades de casal.

É importante estar alerta para variações marcadas de humor, quer no sentido depressivo, quer no sentido eufórico (por ex., redobrar da energia, pouca necessidade de dormir), e tanto antes como depois do nascimento de um filho.

Acima de tudo, procurar ajuda o mais cedo possível pois este é um problema que, para além de afectar intensamente o próprio, prejudica a relação conjugal e influencia muito negativamente o desenvolvimento afectivo e vinculativo do bebé (na maioria das vezes com repercussões crónicas na personalidade, crescimento e saúde física e psicológica).  

sexta-feira, agosto 03, 2012

HUMOR

 

 

Dizem os estudos científicos que rir faz bem. Eu acredito que sim. Assim consigamos encontrar motivos para rir. Para isso não nada como ter amigos inteligentes, divertidos e bem dispostos.

Mas às vezes encontramos o humor onde menos se espera.

Este cartoon vem na edição de Agosto do jornal A União, publicado na Ilha Terceira.

O humor (negro) no seu melhor.

Boas férias! (para quem está de férias)

 

MEDITAÇÃO E SAÚDE MENTAL


A saúde, hábitos de vida e cultura são 3 dimensões da nossa vida ocidental difíceis de dissociar. A saúde bem como a psicopatologia são, pois, muito influenciadas pelas actividades, estilos de vida, valores vigentes, postura perante a vida que nos é imposta ou, pelo menos, vendida pelos mass media e pela sociedade em geral.

A meditação, muitas vezes associada a práticas orientais, é uma das actividades que tem sido importada de outras culturas por todas as consequências positivas que advêm da sua prática. No entanto, a cultura resiste e o seu cariz exótico e às vezes associado também ao transcendente, afasta-nos, quer teoricamente, quer na prática de experimentarmos e exercitarmos este tipo de actividades altamente saudáveis.

Um artigo de Ana Margarida Nunes ajuda-nos a explicar o que é a meditação e de que forma é que pode ser útil ao bem estar psicológico, corporal e cerebral. Recomendo a leitura: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=55082&op=all

terça-feira, julho 31, 2012

AJUDAR A VENCER O "MONSTRO HOSPITAL"

As hospitalizações e os cuidados médicos são frequentemente um grande receio das crianças, sendo a bata branca muitas vezes causadora de medos muito perturbadores. Recordo-me de quando estagiei no Serviço de Pediatria do IPO, uma das frases que trazia alguma tranquilidade nos momentos (repetidos) de exames e tratamentos dolorosos era "Se fores muito, muito nervoso/a, a dor é do tamanho de um elefante. Se fores só um bocadinho nervoso/a, então a dor vai ser do tamanho de uma formiguinha". Continuo a utilizar esta frase não só associada ao contexto médico, mas também a outras situações, com algumas adaptações. E será importante acrescentar que, mesmo quando dói, não vai doer para sempre... Deixo uma animação para os super-heróis que enfrentam o monstro "hospital":





quinta-feira, julho 26, 2012

Qualidade da relação e desenvolvimento do cérebro


Os avanços nas neuro-ciências têm sido enormes nestes últimos anos. Num paradigma positivista e materialista - muitas vezes, demasiado reificado e reducionista  - tem-se vindo a descobrir cada vez mais como o cérebro funciona, influencia o comportamento e é influenciado. 


Na interface com as ciências das relações humanas - como a Psicologia - compreende-se cada vez mais o poder da influência da relação humana no desenvolvimento do cérebro (e não só a influência do cérebro nas relações humanas!). Um estudo norte-americano ajudou a perceber de que forma é que as vivências emocionais e de vinculação nas crianças pode (e se afecta realmente) afectar o seu desenvolvimento cerebral. 


Ver link: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=54971&op=all 

sábado, julho 21, 2012

ACABAR COM ALGUÉM POR SMS?

O Gizmodo é um site com graça, dirigido essencialmente a geeks, mas que pode ser lido com proveito por outros menos geeks.

Vem isto a propósito de um artigo agora publicado sobre se é lícito ou não acabar uma relação por sms ou por mensagem no Facebook. O assunto pode parecer pouco sério ou mesmo indigno de mentes mais sofisticadas, mas não é. Num mundo em que uma parte importante da nossa comunicação com os outros se faz através de meios digitais, como nos devemos comportar? Já Aristóteles se preocupava com os relacionamentos entre os humanos, as regras, a moral, a ética. Não estamos longe do mestre ao dar a este assunto a importância devida. E brincando, brincando, se dizem as verdades. Ao autor do artigo parece-lhe que tudo depende do tipo de relação. Uma one-night stand não é o mesmo que uma relação de meses. E uma relação à distância também é uma coisa diferente.

Tem graça e faz pensar. É mais fácil mandar um mail ou um sms a acabar, não é? Estar diante do outro no momento da ruptura exige muito mais. Mas quem nunca pecou, que atire a primeira pedra...

http://gizmodo.com/5927787/four-times-its-okay-to-break-up-via-text?utm_source=Gizmodo+Newsletter&utm_campaign=f5a836e1bb-UA-142218-3&utm_medium=email

 

Poder Vs. Responsabilidade


Cada vez menos mas, ainda assim, demasiado, poder e responsabilidade são dois conceitos frequentemente confundidos nas nossas sociedades. A igualdade e o respeito pelos mais desfavorecidos e desprotegidos tem vindo a ser reivindicada pela crescente "humanização" da civilização (ex. da emancipação das mulheres ou da invenção dos direitos da criança há 3 décadas). 

No entanto, da educação à política não é raro assistir a uma postura coerciva e arrogante por parte de quem "está no poder", de quem é "detentor do poder". Como se o estatuto ou a responsabilidade tivesse como contrapartida (ou legitimasse) a minimização do outro, fomentando a sua submissão. Esta atitude mais autoritarista é comummente observada, por ex., nos pais em relação aos filhos ou nos patrões em relação aos seus empregados. "Eu protejo-te e dou-te coisas, logo és meu, pertences-me e deves-me obediência". 

É a compra (da liberdade e dignidade) do outro pela exploração e abuso do poder estatutário. A verdadeira responsabilidade, aquela que não se deixa confundir com poder autoritarista, envolve uma intenção altruista, cuidadora e protecionista: altruista porque não cobra nem abusa os outros pela sua posição privilegiada; cuidadora e protecionista porque zela pela segurança e assume os problemas (mas também as soluções!) que forem precisas para o bem de todos.

quinta-feira, julho 19, 2012

MOMENTOS GRATIFICANTES

Subscrevo muitas newsletters, algumas mais interessantes do que outras. O caso (ver link abaixo) de que vos vou falar é curioso. Li-a rapidamente, vi que era mais uma com a tal estatística da felicidade em que o ponto mais baixo é aos 45 anos (escrevi em tempos um post sobre isso), passei os olhos por uma das sugestões - e pumba!, lixo com ela. Algo que me deve ter ficado a tilintar na cabeça, porque fui buscá-la ao lixo e estive a relê-la. Os conselhos para aumentar o prazer e os momentos gratificantes não são tão parvos como isso. O 3 e o 4 são particularmente interessantes.
Os efeitos benéficos da escrita são bem conhecidos entre os escritores. Chamem-lhe catarse ou simplesmente sistematização de ideias, faz bem escrever.
As coisas adquirem uma outra dimensão, é mais fácil lidar com elas, às vezes até se vai buscar um senso de humor que julgávamos perdido.
O curioso é que muitos de nós, quando adolescentes, tínhamos esta noção, e depois fomo-la abandonando, talvez com receio e vergonha de não escrever suficientemente bem.
Mas é a escrever (e a ler, claro) que se aprende a escrever - e sobretudo o prazer que daí se pode tirar.
Eu assumo aqui claramente (claro!): quando estou mais deprimida ou ansiosa, ponho-me a escrever. Acreditem que faz muito bem.
E já agora leiam as outras sugestões do site. A número 5 também é boa :)))

http://www.youbeauty.com/mind/come-on-get-happy-happiness-tips?page=2

MICROTEATRO

Para quem tem pouco tempo, aqui fica a sugestão cultural do Teatro Rápido que me parece bastante interessante e inovadora. Espetáculos de improvisação, exposições e o conceito de microteatro, em que o público é "apanhado no meio da acção, partilhando sensações com os personagens que lhe são apresentados". Uma excelente alternativa em época de crise financeira e de disponibilidade de tempo.


http://www.jn.pt/multimedia/video.aspx?content_id=2450128




http://teatrorapido.blogspot.pt/

quarta-feira, julho 18, 2012

Esperança no futuro




Na última edição de 'Janela discreta', na Antena 1 - que pode ouvir na íntegra em http://www.rtp.pt/programa/radio/p5257/c87543 -, Carlos Amaral Dias à conversa com Margarida Mercês de Mello parte da reflexão acerca da anestesia e dor, a propósito de um livro recentemente lançado sobre o tema, afirmando:


“Crescer dar dor, não crescer dá dor (do ponto de vista mental). Agora escolha a dor que quer”.

A tendência para nos anestesiarmos do mundo ou, por outras palavras, para nos alienarmos, encontra suporte numa "sociedade química ou fármaco-excessiva", que favorece a fantasia de tudo ser resolúvel através do consumo de substâncias. 

I know that is only rock’n roll but I like it (Rolling Stones).


No plano identitário dos portugueses, e dando como exemplo alguns acontecimentos recentes, para Amaral Dias é evidente a maior resignação dos portugueses, comparativamente aos espanhóis ou aos gregos.


Guerra Junqueiro, há mais de um século falava assim de Portugal e dos portugueses:


  •  "Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.
  • Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavra, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro.
  • (...)
  • Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar."
          (Guerra Junqueiro, 1896)


E a resignação, que não promove o crescimento ou a mudança, é muito diferente da esperança. Muitas coisas estão a mudar no nosso tempo, visível e invisivelmente, mais lenta ou aceleradamente, como é o caso da sociedade de consumo e da abundância.
“a esperança é absolutamente fundamental para que  nós tenhamos a possibilidade de organizar a relação com os nossos desejos e o tempo necessário à realização dos nossos desejos." 
"do ponto de vista  mental enquanto há esperança é que há vida", e não vice-versa, como nos diz o provérbio.
Por outro lado, se "o futuro deve manter a capacidade de dar-nos esperança",  acrescento, somos nós que precisamos de desenvolver a capacidade de ter esperança no futuro, reflectindo e intervindo, manifestando-nos e apontando novas possibilidades, correndo o risco de não ser o 'português suave' ou o menino bem comportado da Europa.
 
 

terça-feira, julho 17, 2012

Facebook friends

Já não é a primeira vez que escrevo post´s acerca das novas tecnologias e sobre as suas potencialidades e/ou vieses. Hoje lembrei-me porque há relativamente poucos dias surgiu mais uma notícia que falava sobre matrimónio e facebook.
Importa lembrar que, para além das potencialidades que enceta, esta janela para o mundo encerra em si uma série de outras dificuldades; se por um lado promove amizades, namoros, divórcios, ... por outro inibe (ou pode inibir) competências sociais, o face to face, o saber conversar olhos nos olhos, o acordar ou discordar lado a lado, sem mediadores, nem protetores...
Quando observamos as coisas por este prisma, vale pensar na adolescência e nas possíveis ameaças que pode trazer.
Cada vez mais tenho assistido a queixas de pais acerca dos seus filhos e o uso do pc. Referem que só querem estar ao computador, que não saem para lado nenhum, que se relacionam pouco com os colegas, e que jamais encentam algo para sair de casa - pelo que vale pensar um pouco neste tipo de sintomas.
Há uns anos atrás assisti a uma reportagem de um sr. americano, creio que estava em Portugal a divulgar dados de um estudo sobre o hi5, ou melhor, acerca dos relacionamentos. Alguns dados por si apontados referiam que quem não tivesse 500 amigos não era considerado cool, não era socialmente aceite e era considerado desinteressante e que era alvo de alguma chacota, pois ter poucos amigos era sinal de que não era popular e de que ninguém dele gostava.
Trabalhou então junto dos jovens alterando a sua noção de amigo, referindo que a partir de um certo número (a partir dos 50) já não se poderia considerar amigo na verdadeira aceção da palavra, e que os jovens corriam muitos riscos para conseguir o objetivo de ter 500, 1000 ou 2000 amigos.
Este cartoon  coloca a tónica exatamente nisso! Seremos nós menos populares se tivermos menos likes? se restringirmos a acesso às nossas questões mais privadas? se não tivermos tantos amigos?
Vale recordar que a adolescência usa e abusa (ou pode usar e abusar) de excessos para se sentir integrado, para se sentir popular, bem visto por entre os companheiros, sexy, atraente, and so one...
Não foi por acaso que há uns anos atrás surgiu uma campanha cujo mote era:  "Think before you post"

segunda-feira, julho 16, 2012

CASULO CÓSMICO

Explodiu uma supernova. A onda de choque atravessou o casulo cósmico.
As imagens falam por si.

(photo: NASA)

sábado, julho 14, 2012

O cavalo de Turim



um filme seco que fala da seca
um filme duro que fala da dureza
um filme árido que fala da aridez

um filme desolado que fala da desolação
um filme longo que fala do tempo sempre igual
um filme sem palavras e sem cor
um filme que fala da vida que se esgota como a água num poço 

sexta-feira, julho 13, 2012

MOTIVAÇÃO EXTRÍNSECA E INTRÍNSECA

A questão da motivação, da vontade (ou da falta dela) de fazer coisas, é um tópico que surge sempre, quer nas sessões de psicoterapia quer de coaching.
Podemos ser empurrados para as coisas, arrastados pela corrente (motivação extrínseca). Mas também podemos fazer as nossas escolhas, perceber o que de facto queremos, distinguir os valores importantes para nós do que nos é imposto de fora, agir em conformidade (motivação intrínseca). Sem acção não é possível testar os nossos objectivos.
Uma coisa é reflectir antes de agir, outra é ficar paralisado e nada fazer. A in-acção é também uma forma de acção - mas pela negativa, pela passividade.
Não será melhor fazermos as nossas escolhas e agir, antes que outros nos obriguem, como quando éramos crianças?

mente sana in corpore sano


E porque a mente é indissociável de um corpo que lhe dá forma, que recebe o mundo, que interage com o mundo, que sente e que se expressa no mundo, é de especial importância o exercício físico. Um dos mais acessíveis - a caminhada - pode ser uma possibilidade agradável e relativamente pouco exigente. O artigo do Expresso sobre "O ritmo saudável para as suas caminhadas" fornece dicas interessantes: http://lifestyle.publico.pt/pesomedida/306176_o-ritmo-saudavel-para-as-suas-caminhadas