É frequente falarmos de transferência e contra-transferência num contexto psicoterapêutico, mas é menos frequente pensarmos nos aspectos da transferência quando fazemos avaliação psicológica.
Ainda que pensemos nesse factor quando interpretamos os dados da entrevista, raramente o fazemos no que diz respeito aos resultados das provas, e até à forma como elaboramos o relatório.
A transferência influencia-nos desde a escolha das provas e pode interferir significativamente nos resultados.
Se uma avaliação psicológica é um método que procura a exactidão, nós, técnicos envolvidos devemos estar também atentos à subjectividade e considerar a interferência destes aspectos.
Não quero com isto dizer que devemos analisar e utilizar a transferência como mais um método de avaliação e de diagnóstico, mas sim atender à sua influência no nosso trabalho, que se pretende que seja rigoroso e exacto.
quarta-feira, outubro 31, 2007
domingo, outubro 28, 2007
Reflexo
Sem querer tirar o mérito a Nuno Júdice, acrescentaria ao seu título Reflexo, ou o Mito de Narciso, pois as suas palavras retratam o sentimento de frustração e exclusão daquele que vive uma relação onde não há lugar para o outro.
"Sem nada para fazer, olha-se no espelho do quadro, procurando uma resposta. Ou será o contrário, sendo ela uma projecção da sua própria imagem? No fundo, é o movimento do olhar que vai de uma para outra que impede uma certeza: se é no horizonte do quadro, de cuja perspectiva ela faz parte, que se encontra a realidade, ou se é no pensamento da mulher que vê o seu reflexo que o mundo se descobre, para que ambas se reconheçam a mesma?
Olho-as: e também eu não sei a que espaço pertenço, quando a janela está aberta, e a luz que entra me empurra para fora, onde uma primavera é possível. Elas, no entanto, não querem saber disto; e é como se a mulher que se ajoelha, na cadeira, esperasse o milagre que a faça sair do quadro, e avançar pelo dia, como a luz avança pela sala onde nada acontece, a não ser este olhar que as prende uma à outra, e me deixa de fora."
Olho-as: e também eu não sei a que espaço pertenço, quando a janela está aberta, e a luz que entra me empurra para fora, onde uma primavera é possível. Elas, no entanto, não querem saber disto; e é como se a mulher que se ajoelha, na cadeira, esperasse o milagre que a faça sair do quadro, e avançar pelo dia, como a luz avança pela sala onde nada acontece, a não ser este olhar que as prende uma à outra, e me deixa de fora."
sábado, outubro 27, 2007
Sobre Respirar
E diminui, diminui o que sente, o que pensa, recolhe-se como se recolhem os homens secos e tristes e secos, e mortos, fica no fundo do escuro, e escuta, espera, o dia em que possa sair. Espera atento, e escuro, e escuta, e pensa o dia em que possa sair. Morre, riam-se, torçam-se linhas do destino. Guarda-se e protege-se, morre, escuta, escuro. E se o que escuta for escuro, e nada mais... e se nada. E se, não. Não. Espera, escuta, escuro, escreve. Desejo, deseja-se. Quer. Quer-se. Escuta. Amor.
sexta-feira, outubro 26, 2007
Violência Sexual - Psicopatologia
No dia 27 de Novembro, pelas 21:00h vai realizar-se na Faculdade de Medicina de Lisboa uma conferência intitulada "Maus Tratos na Criança e no Adolescente - Violência Sexual: Psicopatologia" será proferida pelo Prof. Doutor Juan Eduardo Tesone e comentada pelo Prof. Coimbra de Matos. A Entrada é livre.
Na sequência desta conferencia vai também realizar-se um curso sobre a mesma temática nos dias 27, 28, 29 e 30 igualmente em Novembro.
O Prof. Juan Eduardo Tesone é Professor na Faculdade de Medicina de Pitié-Salpêtroère; da Universidade de Paris VI; na Faculdade de Psicologia da Universidade de Ciências Empresariais e Sociais de Buenos Aires; Psiquiatra na Universidade de Paris XII; Membro da Sociedade Psicanalítica de Paris e da Associação Psicanalítica Argentina.
terça-feira, outubro 23, 2007
Sobre Vigorexia
Descrita pela primeira vez em 1993, por Harrisom Pope como anorexia reversa, e posteriormente como "complexo de adônis", a vigorexia é uma das mais recentes patologias emocionais estimuladas pela cultura.
Mais comum no sexo masculino, esta patologia caracteriza-se por uma preocupação excessiva em ficar forte. Os portadores dedicam muito tempo à actividade de modelação física, resultando em algum prejuízo sócio-ocupacional. Geralmente mantêm uma dieta rigorosa – comem de forma atípica e exagerada, acompanhada por complementos vitamínicos, hormonais e anabolizantes - para conseguirem o seu objetivo.
Os vigoréticos têm uma preocupação patológica em se tornarem o protótipo do homem moderno, supostamente desejável pelas mulheres. Há uma busca obsessiva no modelo de homem, com um corpo fibroso, definido e musculoso.
Próxima da anorexia nervosa, a vigorexia é uma patologia ligada à perda de controlo de impulsos narcisistas. Em ambas se verifica uma distorção da imagem que os indviduos têm sobre si mesmos: os vigoréxicos nunca se acham suficientemente musculosos, os anoréxicos nunca se acham suficientemente magros.
Entre os vigoréxicos, encontramos individuos com personalidade introvertida, cuja timidez ou retraimento social favorecem uma busca do corpo perfeito como compensação aos sentimentos de inferioridade. A obsessão com o próprio corpo é identico ao observado na anorexia nervosa.
Esta patologia tem como pricipais sintomas: insônia, falta de apetite, irritabilidade, desinteresse sexual, fraqueza, cansaço constante, dificuldade de concentração entre outras.
Apesar de não estar incluida nas classificações tradicionais de transtornos mentais (CID.10 e DSM.IV), o quadro descrito mais associado é a Dismorfia Muscular (ou Transtorno Dismórfico Muscular), patologia psíquica dos individuos excessivamente preocupadas com a própria aparência, constantemente insatisfeitos com os seus músculos e que se encontram continuamente em busca da perfeição corporal.
Podemos encontrar várias características comuns entre a vigorexia e a anorexia nervosa:
- Preocupação exagerada com o próprio corpo
- Baixa autoestima
- Personalidade Introvertida
- Factores sócio-culturais comuns
- Tendência a auto-medicação
- Idade de aparecimento (adolescência)
- Modificações da dieta
Como diferenças básicas podemos destacar: na vigorexia encontramos geralmente individuos do sexo masculino, com uma auto-imagem de fraco e que utiliza o recurso a anabolizantes; na anorexia nervosa encontramos individuos do sexo feminino, com uma auto-imagem de obeso e que utiliza o recurso a laxantes e diuréticos.
Embora não tão popularizada como a anorexia nervosa, a vigorexia é uma patologia que pode igualmente causar graves problemas fisícos aos seus portadores, muitos dos quais irreversiveis, por este motivo todos devem estar atentos a este novo fenómeno cultural.
GEORGE STEINER EM LISBOA
Georges Steiner, talvez o maior pensador actual, faz uma conferência na Gulbenkian, quinta, dia 25 às 10.30 (Auditório 2), sobre os limites da ciência.
Steiner tem vários livros publicados em português: A Ideia de Europa, A Barbárie da Ignorância, As Lições dos Mestres, O Silêncio dos lIvros, A torre de Babel, Nostalgia do Absoluto, 4 Entrevistas com George Steiner, etc. Todos eles excelentes.
Será talvez a última portunidade de o ouvir, dado que já tem bastante idade.
E sempre poderemos contar aos nossos filhos ou netos!
Steiner tem vários livros publicados em português: A Ideia de Europa, A Barbárie da Ignorância, As Lições dos Mestres, O Silêncio dos lIvros, A torre de Babel, Nostalgia do Absoluto, 4 Entrevistas com George Steiner, etc. Todos eles excelentes.
Será talvez a última portunidade de o ouvir, dado que já tem bastante idade.
E sempre poderemos contar aos nossos filhos ou netos!
sábado, outubro 20, 2007
Saber Dizer
Não saber dizer amo, odeio, sofro, paixão, amor, ódio, sinto. Não dizer, sinto, não dizer sinto. Fecha-se num quarto demasiado pequeno para o que não é. Para o que não sonha, nem sente, nem, nem, enm enem enem,en enmn nem é. Não pede, não desiste, está, num quarto demasiadamente pequeno para o que não é. As pernas começam a enrolar-se sobre si próprio, fecha-se também por fora. Não respira um ar fora de si há demasiados sopros que o sufocam. Sabe pouco, a não ser o que repete sempre para não esquecer, mas o que repete, o que é, e que sabe é pouco. Sabe que o mundo ficou pequeno fechado, sufocado, parado. Rola na cama como quem rola numa nuvem de vida e ar. Mas a cama queima, o lençol queima de gelo de o ter sempre e todos os dias. O mundo é seu, e não é nada. Tudo vai deslizando de si próprio, das mãos que é, treme, abre-se a carne no que resta de um corpo com forma. O lençol entra dentro de si. Rola como se este fosse o seu movimento máximo, como andam as pessoas no metro, a pé, de carro. Rola. Conta os anos que tem e que não sabe. Tem medo de não morrer. Tem medo de amanhã acordar de novo. Não saber dizer amo, odeio, sofro, não saber dizer quem é, o que é. Sabe contar com os dedos os anos que passaram. Duas mãos mais um dedo. Este dedo, que espera que não sejam dois, nem um de dia, quanto mais um dedo de ano. Não saber dizer.
sexta-feira, outubro 19, 2007
Time Out
A Time Out é das revistas mais emblemáticas de London. A primeira coisa que se faz chegando a Londres, ainda com a bagagem às costas, com os casacos pendurados, é comprar a Time Out. Num ápice ficamos a saber tudo o que de cultural há para ver, fazer, cheirar na cidade. Há de tudo, para todas as idades, para todos os gostos.
Em Lisboa saiu agora a Time Out Lisboa. O género é semelhante ao de Londres; os contéudos são lisboetas e a língua é a nossa. Neste caso, manter o estilo é manter a qualidade. Nada a opor, pelo contrário, só a favor.
Leiam e divirtam-se. Time Out!
quinta-feira, outubro 18, 2007
Maternidade e narcisismo.
Nancy Mcwilliams, no seu livro "Diagnóstico Psicanalítico", e acerca do Narcisismo, utiliza esta citação de uma amiga para expressar uma posição marcadamente não narcisica de uma mãe face à maternidade.
"Cada vez que eu engravidava, eu chorava. Perguntava-me de onde viria o dinheiro, como iria cuidar daquela criança e tudo o mais. Mas, por volta do quarto mês, começava a sentir a vida e ficava completamente excitada a pensar: Mal posso esperar que nasças e eu descobra quem tu és!"
Nancy reforça que esta postura contrasta com os sentimentos de um progenitor que "já sabe" o que a criança vai ser, alguém que realize as ambições falhadas da família.
É uma citação bonita, e a psicanálise também tem destas coisas...! ;)
"Cada vez que eu engravidava, eu chorava. Perguntava-me de onde viria o dinheiro, como iria cuidar daquela criança e tudo o mais. Mas, por volta do quarto mês, começava a sentir a vida e ficava completamente excitada a pensar: Mal posso esperar que nasças e eu descobra quem tu és!"
Nancy reforça que esta postura contrasta com os sentimentos de um progenitor que "já sabe" o que a criança vai ser, alguém que realize as ambições falhadas da família.
É uma citação bonita, e a psicanálise também tem destas coisas...! ;)
domingo, outubro 14, 2007
Para amantes de ópera.
DE VIENA À
BROADWAY
AUDITÓRIO DA
REITORIA DA
UNIVERSIDADE NOVA
DE LISBOA
16 Outubro 2007
19:00h – Entrada livre
O Teatro Nacional de São Carlos e a Reitoria da Universidade Nova de Lisboa renovam a sua parceria para 2007.08.
O programa De Viena à Broadway, a 16 de Outubro, será o primeiro de três espectáculos programados entre Outubro e Dezembro de 2007.
A 21 deNovembro está agendada a interpretação de Ein Deutsches Requiem, de Brahms, e 14 de Dezembroo Coro Feminino do São Carlos interpreta um programa de Árias de Ópera.
BROADWAY
AUDITÓRIO DA
REITORIA DA
UNIVERSIDADE NOVA
DE LISBOA
16 Outubro 2007
19:00h – Entrada livre
O Teatro Nacional de São Carlos e a Reitoria da Universidade Nova de Lisboa renovam a sua parceria para 2007.08.
O programa De Viena à Broadway, a 16 de Outubro, será o primeiro de três espectáculos programados entre Outubro e Dezembro de 2007.
A 21 deNovembro está agendada a interpretação de Ein Deutsches Requiem, de Brahms, e 14 de Dezembroo Coro Feminino do São Carlos interpreta um programa de Árias de Ópera.
sexta-feira, outubro 12, 2007
O sonho depois de acordar
Acorda. O braço responde. Ninguém chora do outro lado da porta. O dia é noite escura de uma lua cansada de muitos milhões de luares. Antes de os olhos se habituarem à escuridão que envolve, o cheiro a alfazema. A almofada segura a cabeça, a solidão ainda dorme numa cama demasiadamente grande para um só corpo, mas dá esperança, e medo, e ódio, e zanga, e sopro, e fúria, e sangue e medo, e nada, não há movimento. Olha a janela, cimento. Olha a porta, cimento. Olha para dentro dela, morte que é desejo de não mais viver. A mesa de cabeceira. Não há luz. O braço que mexe quer pegar nalguma coisa. Muito baixinho, sem acordar a solidão que a abraçaria, pega numa imagem de um anjo. Cabe-lhe na palma da mão, mas enche-a por dentro. Pede, pensa, reza, imagina. Um sonho sem paredes, um sonho onde as coisas simples voltam. Não consegue. Mexe-se de mais, a solidão acordou. Tudo fica mais em silêncio. Ouve sente, alguém que chora do outro lado do cimento. Uma mão agarra a almofada. Alfazema. Fecha os olhos. Larga o anjo. Alfazema. Silêncio. As paredes sangram cimento. Morre. Alfazema. O anjo no chão. O choro de alguém que chora encostado à porta. Chora uma lágrima que lhe borra o rouge. Cimento, rouge, alfazema. Alfazema.
quinta-feira, outubro 11, 2007
Seminário Dislexia!
quarta-feira, outubro 10, 2007
Pena de morte.
Saiu hoje no Publico, um artigo sobre a pena de morte e os métodos utilizados nos diferentes países para a execução dos condenados.
Para mim este assunto é sempre chocante e levanta-me sempre tantas questões...
Hoje ficou-me esta questão:
Em que mundo vivemos nós para que não possamos praticar a Eutanásia mas possamos matar nestas situações e com estas condições?
O link da notícia: http://jornal.publico.clix.pt/default.asp?url=%2Fmain%2Easp%3Fdt%3D20071010%26page%3D5%26c%3DC
Para mim este assunto é sempre chocante e levanta-me sempre tantas questões...
Hoje ficou-me esta questão:
Em que mundo vivemos nós para que não possamos praticar a Eutanásia mas possamos matar nestas situações e com estas condições?
O link da notícia: http://jornal.publico.clix.pt/default.asp?url=%2Fmain%2Easp%3Fdt%3D20071010%26page%3D5%26c%3DC
segunda-feira, outubro 08, 2007
Ciclo de Cinema e Saude Mental
II CICLO DE CINEMA DE SAÚDE MENTAL.
LOCAL: Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro – Antigo Solar da Nora, Estrada de Telheiras, 146, 1600-772 Lisboa.
ENTRADA LIVRE
PROGRAMA
Dia 09 de Outubro – 20h45 – "SPIDER" de David Cronenberg
Comentários: João Lopes – Crítico de Cinema na imprensa escrita e televisão.
Jorge Câmara – Psiquiatra e Psicanalista
Dia 16 de Outubro – 20h45 – "Volver" de Pedro Almodóvar
Comentários: Álvaro de Carvalho – Psiquiatra
Carlos Vaz Marques – Jornalista TSF
Deolinda Santos Costa – Psicanalista
Dia 24 de Outubro – 20h45 – "SARABAND" de Ingmar Bergman
Comentário: Carlos Amaral Dias – Psiquiatra e Psicanalista
Promete! Recomendo vivamente.
LOCAL: Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro – Antigo Solar da Nora, Estrada de Telheiras, 146, 1600-772 Lisboa.
ENTRADA LIVRE
PROGRAMA
Dia 09 de Outubro – 20h45 – "SPIDER" de David Cronenberg
Comentários: João Lopes – Crítico de Cinema na imprensa escrita e televisão.
Jorge Câmara – Psiquiatra e Psicanalista
Dia 16 de Outubro – 20h45 – "Volver" de Pedro Almodóvar
Comentários: Álvaro de Carvalho – Psiquiatra
Carlos Vaz Marques – Jornalista TSF
Deolinda Santos Costa – Psicanalista
Dia 24 de Outubro – 20h45 – "SARABAND" de Ingmar Bergman
Comentário: Carlos Amaral Dias – Psiquiatra e Psicanalista
Promete! Recomendo vivamente.
sábado, outubro 06, 2007
Os psicólogos também choram!
Por vezes ouço coisas que me fazem pensar. Uns dizem que os psicólogos não deviam isto, ou que não fazem aquilo… enfim uma balbúrdia de preconceitos que por vezes nos afectam mais que nós pensamos!
No meio desta balbúrdia, que pouco ou nada ajuda ao desenvolvimento pessoal do psicólogo, há um tema que raramente é abordado, o choro do psicólogo em sessão.
Claro que nós todos choramos fora das sessões, aliás alguns clientes estão em terapia porque não se conseguem emocionar, mas em sessão?
Será suposto um psicólogo chorar em sessão?
Eu acho que sim, sei outros também acham e que alguns o defendem como parte do processo terapêutico.
Outros dirão, “mas o psicólogo não pode chorar em sessão, senão perde o controlo!”
Mas desde quando chorar é perder o controlo?
Este preconceito de perda de controlo com o choro, impede as pessoas de viverem a tristeza e muitas delas acabam por deprimir.
Será que ao ouvir a tristeza dos outros não temos o “direito”, para não dizer o “dever” de chorar com o cliente?
Será que ao mostrar a expressão da tristeza vamos, não só validar o sofrimento do outro mas também dar espaço na relação para que o outro o faça?
No meio desta balbúrdia, que pouco ou nada ajuda ao desenvolvimento pessoal do psicólogo, há um tema que raramente é abordado, o choro do psicólogo em sessão.
Claro que nós todos choramos fora das sessões, aliás alguns clientes estão em terapia porque não se conseguem emocionar, mas em sessão?
Será suposto um psicólogo chorar em sessão?
Eu acho que sim, sei outros também acham e que alguns o defendem como parte do processo terapêutico.
Outros dirão, “mas o psicólogo não pode chorar em sessão, senão perde o controlo!”
Mas desde quando chorar é perder o controlo?
Este preconceito de perda de controlo com o choro, impede as pessoas de viverem a tristeza e muitas delas acabam por deprimir.
Será que ao ouvir a tristeza dos outros não temos o “direito”, para não dizer o “dever” de chorar com o cliente?
Será que ao mostrar a expressão da tristeza vamos, não só validar o sofrimento do outro mas também dar espaço na relação para que o outro o faça?
Claro que não estou a falar de um pranto aflitivo de choro do psicólogo... apenas algumas lágrimas!!!
Existem outros meios para mostrar que estamos na relação e que contemos a tristeza do outro, mas serão tão próximos como mostrar a mesma emoção?
Sinto que ao falar de um ponto, falei de muitos outros e que todos estão ligados ao cerne da terapia … mas afinal qual é o cerne da terapia?
Existem outros meios para mostrar que estamos na relação e que contemos a tristeza do outro, mas serão tão próximos como mostrar a mesma emoção?
Sinto que ao falar de um ponto, falei de muitos outros e que todos estão ligados ao cerne da terapia … mas afinal qual é o cerne da terapia?
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