No passado dia 17 de Abril,
decorreu o Seminário “Violência e Maus Tratos nas Crianças e nos Jovens: o
Desafio da Proteção”, organizado pela CPCJ da Amadora e inserido numa série de
ações desenvolvidas a propósito do Mês da Prevenção dos Maus Tratos na Infância.
Participei neste seminário, em
representação da nossa colega Tânia Paias e do Portal Bullying, com o tema
“Bullying: Violência/Agressividade Vs Cooperação”, a propósito do qual partilho
algumas reflexões. Sempre houve bullying, embora se
registe um aumento que não parece ser devido apenas a um maior mediatismo da
problemática.
Importa refletir se o bullying é um problema ou um sintoma.
Um sintoma de uma sociedade mais violenta e marcada pela impulsividade,
dirigida mais para o agir e pouco para o pensar e para o sentir. O menor
acompanhamento familiar é cada vez mais evidente e os estilos parentais tendem
a características muito antagónicas nas nossas crianças: de um lado temos crianças
omnipotentes e sem limites, do outro temos crianças sobreprotegidas, com pouca
autonomia emocional e reduzida capacidade para se defenderem. Existe ainda uma
iliteracia emocional, associada a uma menor comunicação e partilha afetiva, bem
como a valores sociais mais frágeis e a um maior individualismo, que tendem a
conduzir a uma menor empatia. É talvez por estes motivos que vamos verificando
também uma psicopatologia infantil mais grave e mais instalada.
Atrevo-me, portanto, a dizer que o Bullying é um sintoma,
traduzido por alterações emocionais tanto no agressor, como na vítima.
Tendo em conta que foi para mim uma surpresa o facto de
alguns participantes terem ficado surpreendidos com o facto de se reconhecerem
algumas fragilidades emocionais prévias na maior parte das vítimas, que de
certa forma as deixa mais vulneráveis ao Bullying, este será um tema a
desenvolver nas próximas semanas.
1 comentário:
iorylaAlgumas das vítimas do mal trato, mais do que se supõe, são vítimas devido à sua força (capacidades, tranquilidade...beleza, boas alunas...) Algumas poderão ter uma fragilidade prévia. Outras simplesmente são vítimas de mal-trato porque não se encaixam".
No caso ciberbullying, no relatório Orientações para prevenir o ciberbullying no ambiente escolar: uma revisão e recomendações” apresentado por 13 investigadores, pode-se ler:
“Os pais devem passar a mensagem aos filhos de que “não é uma vergonha” estar a ser vítima de ciberbullying e que o problema “está do lado do agressor”
Pode aceder ao relatório, num dos meus blogues:
http://spo-franciscofranco.blogspot.pt/2013/02/relatorio-ciberbullying-no-ambiente.html
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