Mostrar mensagens com a etiqueta Prevenção. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Prevenção. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, janeiro 16, 2014

BULLYING: A palavra é "Prevenção", agora passemos à ação

Nos últimos dias temos recebido inúmeros contactos de jornalistas, a propósito dos trágicos acontecimentos recentes relacionados com o Bullying. 

Infelizmente, não há muito mais a dizer-se sobre o Bullying. O que falta, sim, é fazer. E fazer desde cedo. Em casa, na escola, na comunidade. Fazer e refazer. Educação para a cidadania e para os afetos. Promoção de competências sociais e emocionais. Atenção, deteção e intervenção imediatas. Ações concertadas na escola e na comunidade, com a participação da família.

Enquanto se continuar fingir que não acontece, que é uma brincadeira ou uma divergência de colegas e enquanto se continuar a remediar e a dizer às vítimas que têm de se defender, tragédias destas e outros casos menos mediáticos ou extremos, continuarão a acontecer todos os dias.


Assim, hoje não tenho muito mais a dizer. E partilho apenas esta animação, excluindo a campanha política no final. Seria bom que estes projetos saíssem do formato “animação” e passassem à ação em Portugal.


Alexandra Barros
Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta
Diretora do Departamento da Infância


segunda-feira, abril 22, 2013

BULLYING (I): Problema ou Sintoma?


No passado dia 17 de Abril, decorreu o Seminário “Violência e Maus Tratos nas Crianças e nos Jovens: o Desafio da Proteção”, organizado pela CPCJ da Amadora e inserido numa série de ações desenvolvidas a propósito do Mês da Prevenção dos Maus Tratos na Infância.

Participei neste seminário, em representação da nossa colega Tânia Paias e do Portal Bullying, com o tema “Bullying: Violência/Agressividade Vs Cooperação”, a propósito do qual partilho algumas reflexões. Sempre houve bullying, embora se registe um aumento que não parece ser devido apenas a um maior mediatismo da problemática.

Importa refletir se o bullying é um problema ou um sintoma. Um sintoma de uma sociedade mais violenta e marcada pela impulsividade, dirigida mais para o agir e pouco para o pensar e para o sentir. O menor acompanhamento familiar é cada vez mais evidente e os estilos parentais tendem a características muito antagónicas nas nossas crianças: de um lado temos crianças omnipotentes e sem limites, do outro temos crianças sobreprotegidas, com pouca autonomia emocional e reduzida capacidade para se defenderem. Existe ainda uma iliteracia emocional, associada a uma menor comunicação e partilha afetiva, bem como a valores sociais mais frágeis e a um maior individualismo, que tendem a conduzir a uma menor empatia. É talvez por estes motivos que vamos verificando também uma psicopatologia infantil mais grave e mais instalada.

Atrevo-me, portanto, a dizer que o Bullying é um sintoma, traduzido por alterações emocionais tanto no agressor, como na vítima.

Tendo em conta que foi para mim uma surpresa o facto de alguns participantes terem ficado surpreendidos com o facto de se reconhecerem algumas fragilidades emocionais prévias na maior parte das vítimas, que de certa forma as deixa mais vulneráveis ao Bullying, este será um tema a desenvolver nas próximas semanas.