Muitas pessoas que apresentam uma
estrutura de personalidade psicopata não são necessariamente antissociais, isto
é, não estão em conflito observável com as normas sociais. Da mesma forma,
algumas pessoas que preenchem os critérios clínicos do DSM ou do ICD para a
perturbação antissocial não são caracterologicamente psicopatas.
A verdade é que algumas pessoas
com uma perturbação de personalidade psicopata são capazes de seguir os seus
interesses e motivações num contexto de aprovação social e mesmo de admiração
(por exemplo quando a pessoa psicopata é agente dos serviços secretos). Existem
algumas profissões onde o comportamento psicopata é recompensado.
Na nossa sociedade existem mais
psicopatas que aqueles que imaginamos. Na grande maioria das vezes a própria
pessoa psicopata não sabe que o é. Atraídos pelo poder, podemos encontrar uma
massa significativa de psicopatas por exemplo nas grandes empresas, onde
aspiram a cargos de chefia ou ocupam já os respetivos cargos, conseguidos a
partir de uma atitude de "vale tudo" que acaba muitas vezes por ser
recompensada nestes meios. Ainda que muitos psicopatas se deparem com problemas
com as figuras de autoridade, alguns são realmente eficazes no evitar da
responsabilidade sobre danos cometidos a outras pessoas.
A psicologia psicopata
organiza-se em torno da expressão do poder e da fuga à
responsabilidade. São indivíduos que sentem prazer em enganar os
demais e sujeita-los a manipulações. Existem dois tipos de psicopatas,
um mais agressivo e outro mais passivo e parasita. Ambos se recorrem de
estratégias diferentes para alcançar os fins de exploração das outras pessoas. O
psicopata mais agressivo pode advir de uma identificação com um cuidador de
infância violento ou abusivo.
As pessoas com uma estrutura de
personalidade psicopata sentem ansiedade com muito menor frequência e
intensidade que as restantes pessoas. Existem muitas evidências empíricas que
demonstram que estas pessoas têm dificuldade em se sentir estimuladas da mesma
forma que as restantes pessoas, pelo que tendem a procurar estímulos intensos
de forma aditiva.
O sentido de moralidade é
fraco ou deteriorado, o que faz com que, ao contrário das outras pessoas,
as pessoas com personalidade psicopata não consigam regular as aspirações ao
poder e dirigi-las para fins socialmente valiosos.
Podem ser pessoas encantadoras e
até carismáticas, e podem ler os estados emocionais das outras pessoas com
grande precisão, mas as suas vidas emocionais tendem a ser pobres, sendo a expressão
afetiva frequentemente falsa e dirigida a fins de manipulação.
A ligação emocional aos demais é
mínima. Tipicamente perdem o interesse nas pessoas quando as sentem sem
utilidade pessoal. Têm dificuldade em descrever as suas próprias reações
emocionais com profundidade ou nuances
e tendem frequentemente a somatizar.
A perturbação grave dos vínculos
com os cuidadores no início de vida é provavelmente a raiz da indiferença
aos sentimentos e necessidades das outras pessoas, bem como a característica
ausência de remoroso após prejuízos infligidos outras pessoas. A
negligência parental, o abuso, as drogas, e/ou cuidadores caoticamente pouco sintónicos,
empáticos e securizantes poderão ter tornado impossível uma vinculação segura.
Ou, por outro lado, um desajuste profundo entre o temperamento da criança e o
temperamento dos cuidadores responsáveis.
Preocupação/tensão central: Manipular/Ser Manipulado
Afetos centrais: Raiva, Inveja
Crença patogénica característica
sobre si próprio(a): Posso fazer
qualquer coisa acontecer
Crença patogénica sobre os
outros: Todas as
pessoas são egoístas, manipulativas e desonestas
Subtipos:
Passivo/Parasita
Mais dependente, menos agressivo,
um manipulador relativamente não-violento; O tipo de personalidade que engendra
e envereda por burlas
Agressivo
Mais explosivo ou ativamente
predatório e frequentemente transgressor violento
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