Como consequência da violência
repetida do Bullying, existe uma clara diminuição da auto-estima e surgem manifestações de
ansiedade, irritação, agitação, depressão e medo. Do ponto de vista somático,
são frequentes alterações no sono, dores de barriga e diminuição do apetite. A partir de certa altura, a
criança ou adolescente tende a começar a resistir a ir para a escola e
apresenta uma quebra no rendimento escolar. Em situações mais dramáticas, pode
mesmo haver tentativa de suicídio, algumas vezes conseguida, como nos têm vindo
a dar a conhecer os meios de comunicação.Em alguns casos, a vítima
convence-se que a agressividade é o melhor meio para atingir os fins e passa a
assumir a postura de agressor em vários contextos da sua vida.
O ciclo do Bullying deixa a vítima relativamente
isolada. De um lado temos o agressor ou o
mentor do bullying, o seu seguidor, que é muitas vezes o perpetrador da
agressão, o apoiante que participa no ato e o apoiante passivo que, apesar de
não participar, aprova. Existe ainda o observador neutro, que não assume
nenhuma posição. Do lado da vítima, estão o defensor passivo, que desaprova
o bullying, mas não protege, e o defensor que procura ativamente proteger a
vítima. É claramente uma situação de desequilíbrio que mantém a vítima num
ciclo que pode prolongar-se por um período extremamente longo.
Os pares, ou a audiência, têm
portanto um papel fundamental na manutenção do bullying. De um lado aprovam e
incentivam, dou outro afastam-se sem se comprometer. Alguns colegas e amigos
querem ajudar, mas não sabem como. Muitos estudos indicam que um episódio pode terminar em menos de um minuto se o bullie não tiver audiência.