quarta-feira, maio 22, 2013

Bullying (III): um ciclo que se perpetua?


Como consequência da violência repetida do Bullying, existe uma clara diminuição da auto-estima e surgem manifestações de ansiedade, irritação, agitação, depressão e medo. Do ponto de vista somático, são frequentes alterações no sono, dores de barriga e diminuição do apetite. A partir de certa altura, a criança ou adolescente tende a começar a resistir a ir para a escola e apresenta uma quebra no rendimento escolar. Em situações mais dramáticas, pode mesmo haver tentativa de suicídio, algumas vezes conseguida, como nos têm vindo a dar a conhecer os meios de comunicação.Em alguns casos, a vítima convence-se que a agressividade é o melhor meio para atingir os fins e passa a assumir a postura de agressor em vários contextos da sua vida.

O ciclo do Bullying deixa a vítima relativamente isolada. De um lado temos o agressor ou o mentor do bullying, o seu seguidor, que é muitas vezes o perpetrador da agressão, o apoiante que participa no ato e o apoiante passivo que, apesar de não participar, aprova. Existe ainda o observador neutro, que não assume nenhuma posição. Do lado da vítima, estão o defensor passivo, que desaprova o bullying, mas não protege, e o defensor que procura ativamente proteger a vítima. É claramente uma situação de desequilíbrio que mantém a vítima num ciclo que pode prolongar-se por um período extremamente longo.

Os pares, ou a audiência, têm portanto um papel fundamental na manutenção do bullying. De um lado aprovam e incentivam, dou outro afastam-se sem se comprometer. Alguns colegas e amigos querem ajudar, mas não sabem como. Muitos estudos indicam que um episódio pode terminar em menos de um minuto se o bullie não tiver audiência.



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