Celebra-se na última 4ª feira de Maio o Dia Mundial da Esclerose Múltipla.
“A EM é uma doença crónica, inflamatória e degenerativa, que
afecta o Sistema Nervoso Central (SNC).É uma doença que surge frequentemente
entre os 20 e os 40 anos de idade, ou seja, entre os jovens adultos. Afecta com
maior incidência as mulheres do que os homens. Esta patologia é diagnosticada a partir de uma combinação de
sintomas e da evolução que a doença apresenta na pessoa afectada, com recurso a
exames clínicos/exames complementares de diagnóstico (Ressonância Magnética
Nuclear, Estudo de Potenciais Evocados e Punção Lombar). Estima-se que em todo o mundo existam cerca de 2.500.000 pessoas
com EM (dados da Organização Mundial da Saúde) e em Portugal mais de 5.000
(João de Sá, 2005). A EM pode produzir sintomas idênticos aos de outras patologias
do SNC, pelo que o diagnóstico poderá demorar anos a acontecer.” (Informação
disponível no site da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla- SPEM).
Os
sinais e sintomas principais são fadiga, visão turva, perda de força muscular,
alterações da sensibilidade (formigueiro, picadas, dormência, sensação áspera
no tato), dor, alterações urinárias e intestinais, problemas sexuais,
desequilíbrio e falta de coordenação motora, alterações cognitivas (atenção,
memória, resolução de problemas) e alterações do humor. Sobretudo
numa fase inicial, estes sintomas podem ser desvalorizados por surgirem de
forma intermitente.
O
diagnóstico de EM é dramático para a pessoa e para a sua família, tendo em conta o caráter degenerativo. O tratamento, que procura travar a doença, traz frequentemente efeitos secundários muito
desconfortáveis e incapacitantes, que podem levar à não adesão à terapêutica e, consequentemente, a um agravamento mais rápido.
A
qualidade de vida diminui drasticamente, sobretudo devido às dificuldades
motoras. É frequente um funcionamento marcado pela euforia, que muitas vezes se
confunde com uma falta de consciência dos défices.
Consoante
a frequência e gravidade dos surtos, vai havendo uma oscilação entre o agravamento dos défices e a recuperação.
A EM é uma doença crónica e requer aprendizagem do doente e da família.
É de
extrema importância que o doente e a família tenham acompanhamento psicológico.
Para o doente, o processo psicoterapêutico será essencial na adaptação ao
diagnóstico e na adesão aos tratamentos. Por outro lado, elaborar a angústia, o
medo e a revolta é crucial para que exista um maior equilíbrio emocional e,
consequentemente, maior capacidade para lidar com a evolução da doença e para a descoberta de capacidades. Para
além do trabalho psicoterapêutico, recomenda-se intervenção neuropsicológica no
sentido de minimizar ou travar os défices cognitivos (atenção, memória,
lentificação, raciocínio, etc). É importante não esquecer ainda a família, que
sofre igualmente com a evolução da doença e com a progressiva dependência do
familiar com EM.
Em
Portugal ainda parece dar-se pouca importância à intervenção psicoterapêutica
aliada às doenças crónicas e degenerativas, quando uma maior estabilidade emocional do doente e da
família é essencial para uma melhor qualidade de vida de ambos.
A
Psicronos está sensível a este aspeto, motivo pelo qual estabeleceu um
protocolo com a SPEM há algum tempo, no sentido de permitir condições especiais
aos seus membros.