Mostrar mensagens com a etiqueta esclerose múltipla. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta esclerose múltipla. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, maio 28, 2013

ESCLEROSE MÚLTIPLA: A IMPORTÂNCIA DA PSICOTERAPIA INDIVIDUAL E FAMILIAR

Celebra-se na última 4ª feira de Maio o Dia Mundial da Esclerose Múltipla.

“A EM é uma doença crónica, inflamatória e degenerativa, que afecta o Sistema Nervoso Central (SNC).É uma doença que surge frequentemente entre os 20 e os 40 anos de idade, ou seja, entre os jovens adultos. Afecta com maior incidência as mulheres do que os homens. Esta patologia é diagnosticada a partir de uma combinação de sintomas e da evolução que a doença apresenta na pessoa afectada, com recurso a exames clínicos/exames complementares de diagnóstico (Ressonância Magnética Nuclear, Estudo de Potenciais Evocados e Punção Lombar). Estima-se que em todo o mundo existam cerca de 2.500.000 pessoas com EM (dados da Organização Mundial da Saúde) e em Portugal mais de 5.000 (João de Sá, 2005). A EM pode produzir sintomas idênticos aos de outras patologias do SNC, pelo que o diagnóstico poderá demorar anos a acontecer.” (Informação disponível no site da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla- SPEM).

Os sinais e sintomas principais são fadiga, visão turva, perda de força muscular, alterações da sensibilidade (formigueiro, picadas, dormência, sensação áspera no tato), dor, alterações urinárias e intestinais, problemas sexuais, desequilíbrio e falta de coordenação motora, alterações cognitivas (atenção, memória, resolução de problemas) e alterações do humor. Sobretudo numa fase inicial, estes sintomas podem ser desvalorizados por surgirem de forma intermitente.

O diagnóstico de EM é dramático para a pessoa e para a sua família, tendo em conta o caráter degenerativo. O tratamento, que procura travar a doença, traz frequentemente efeitos secundários muito desconfortáveis e incapacitantes, que podem levar à não adesão à terapêutica e, consequentemente, a um agravamento mais rápido.

A qualidade de vida diminui drasticamente, sobretudo devido às dificuldades motoras. É frequente um funcionamento marcado pela euforia, que muitas vezes se confunde com uma falta de consciência dos défices.

Consoante a frequência e gravidade dos surtos, vai havendo uma oscilação entre o agravamento dos défices e a recuperação. A EM é uma doença crónica e requer aprendizagem do doente e da família.

É de extrema importância que o doente e a família tenham acompanhamento psicológico. Para o doente, o processo psicoterapêutico será essencial na adaptação ao diagnóstico e na adesão aos tratamentos. Por outro lado, elaborar a angústia, o medo e a revolta é crucial para que exista um maior equilíbrio emocional e, consequentemente, maior capacidade para lidar com a evolução da doença e para a descoberta de capacidades. Para além do trabalho psicoterapêutico, recomenda-se intervenção neuropsicológica no sentido de minimizar ou travar os défices cognitivos (atenção, memória, lentificação, raciocínio, etc). É importante não esquecer ainda a família, que sofre igualmente com a evolução da doença e com a progressiva dependência do familiar com EM.

Em Portugal ainda parece dar-se pouca importância à intervenção psicoterapêutica aliada às doenças crónicas e degenerativas, quando uma maior estabilidade emocional do doente e da família é essencial para uma melhor qualidade de vida de ambos.


A Psicronos está sensível a este aspeto, motivo pelo qual estabeleceu um protocolo com a SPEM há algum tempo, no sentido de permitir condições especiais aos seus membros.