segunda-feira, outubro 08, 2012
sábado, outubro 06, 2012
Um estudo de uma investigadora chilena chegou a interessantes conclusões sobre as diferenças entre homens e mulheres em relação ao ciúme. Nomeadamente o estudo alega que:
"Embora existam diferenças, dependendo da cultura, a psicóloga defende que geralmente os homens sofrem mais de ciúme sexual e as mulheres de ciúme emocional. No entanto, ambos, homens e mulheres, sentem ciúme sexual e emocional – a proporção relativa de cada tipo é que varia.
O sexo masculino sente-se mais motivado por sentimentos de agressividade e a vontade de manter a relação por competição, mas o lado feminino aproxima-se mais da dor e tristeza, mas ambos sentem sentimentos de possessividade em relação ao outro."
Para ver a notícia completa consultar http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=55293&op=all
sexta-feira, outubro 05, 2012
Arte e fotografia: o avião e a lua
A fotografia é a arte do momento. Do efémero, daquilo que nunca mais se repetirá, pelo menos daquela forma.
Não sabemos quem é o autor deste maravilhoso "instantâneo", como se dizia antigamente, mas encontrei-a via Likecool.com.
Não sabemos quem é o autor deste maravilhoso "instantâneo", como se dizia antigamente, mas encontrei-a via Likecool.com.
quinta-feira, outubro 04, 2012
Formação em psicoterapia EMDR - Novembro 2012
Formação
em psicoterapia EMDR - 2012
Desenvolvida
a partir de 1987 por Francine Shapiro (USA), é uma terapia inovadora que descobriu
os efeitos metabolizadores, apaziguadores e criativos da Estimulação Bilateral através dos movimentos oculares.
Recorrendo
à integração de diferentes modelos psicoterapêuticos, passando pela psicologia
cognitiva e pela psicanálise, a criação do EMDR veio revolucionar a
prática clínica. Fornece um modelo teórico completo integrando conhecimentos
essenciais da psicopatologia e da saúde mental e oferece uma articulação
precisa entre a teoria e a prática com os resultados psicoterapêuticos estrondosos
que se destacam pela rapidez e eficácia da intervenção.
Começou
por ser uma terapia vocacionada para a resolução/ desbloqueio de traumas
para, pouco tempo depois, evoluir numa prática abrangente e completa, podendo resolver/trabalhar
as mais variadas “experiências emocionalmente negativas” (sentido lato
de trauma) e simultaneamente é uma ferramenta muito eficaz para aumentar e
fortalecer recursos psicológicos que anteriormente não estavam disponíveis para
lidar com situações potencialmente stressantes.
EMDR e integração em psicoterapia
No
momento atual de contínuos avanços científicos das neurociências e das
ciências psicológicas, o EMDR é uma psicoterapia que integra o que de melhor e
útil se foi desenvolvendo no campo das psicoterapias.
Integra
hipóteses arrojadas sobre os processos neurofisiológicos associados aos
movimentos oculares, a importância fulcral das experiências precoces e da
associação livre sublinhadas pela psicanálise; a importância
determinante dos modos de aprendizagem condicionada (comportamentalismo),
a inquestionável existência de distorções cognitivas mais ou menos implícitas (cognitiva),
o potencial transformativo da vivência emocional profunda descoberto pelas terapias
experiênciais e por ultimo o trabalho imagético essencial na hipnoterapia.
O EMDR fornece um modelo coerente e harmonioso entre várias abordagens, através
da conceptualização de um “meta-modelo” designado de Processamento
Adaptativo de Informação. Este modelo preconiza que o nosso cérebro tem, na
maioria dos casos, a capacidade de encontrar soluções adaptativas para lidar
com todas as experiências emocionais negativas.
Acompanhe
os avanços da ciência e continue a sua formação em psicoterapia tornando-se
psicoterapeuta EMDR!
A
próxima formação em Psicoterapia EMDR, para o nível 1 irá realizar-se nos dias
8, 9 e 10 de Novembro, para o nível 2, irá realizar-se nos dias 11, 12 e 13 de
Novembro.
Informações
sobre EMDR em: http://www.psicronos.pt/emdr.htm
quarta-feira, outubro 03, 2012
DE GAZELA A GISELA(E)
Há já alguns dias que tenho estado para escrever este post, e agora senti o repto, através do assunto levantado pelo post da minha cara colega Alexandra.
Em consulta com adolescentes, especialmente do sexo feminino, somos levados a debater e desvendar muitos conflitos e complexos relacionados com a esfera corporal; não fosse esta uma fase de afirmação, e, como tal, a aparência física um dos seus expoentes máximos.
Ainda outro dia uma jovem dizia-me como se sentia infeliz, maltratada pelos colegas, inferiorizada, pois todas as outras jovens eram mais bonitas e com curvas e ela era uma vara de tão magra, lisa e alta, o que levava que fosse apelidada de gazela.
Por entre os seus longos cabelos, humedecidos pelas lágrimas, conseguiamos ver o seu rosto delicado, lábios bem delineados, carnudos e uns olhos verdes e grandes. Ora, com uma descrição destas, pensamos, possui todos os atributos para chegar a uma carreira promissora no mundo da moda.
A sua alta estatura era contrariada por uma postura incorreta, defensiva, tentando ao máximo diminuir uns centímetros para se tentar igualar aos demais da sua idade.
Vale pensar que a adolescência é um período muito conturbado e difícil na vida dos adolescentes (mais em especial nuns que noutros) e que devemos trabalhar com eles estas questões de identidade e identificação, promovendo sempre a diferença e fazendo-os perceber que essa pode ser uma mais valia.
Ora em cada top model existem relatos de que se sentiam diferentes, feias, magras e que todos estes atributos tinham conotações negativas, mas anos mais tarde o que parecia assustador se transforma em atributos verdadeiramente apetecíveis e é essa diferença que é procurada.
Portanto vale trabalhar com estes jovens que tudo é uma questão de perspetiva e promover a sua capacidade de libertação desta espiral destrutiva e corrosiva.
Este assunto acerca da diferença pode ser aprofundado em dois post´s por mim escritos
Em consulta com adolescentes, especialmente do sexo feminino, somos levados a debater e desvendar muitos conflitos e complexos relacionados com a esfera corporal; não fosse esta uma fase de afirmação, e, como tal, a aparência física um dos seus expoentes máximos.
Ainda outro dia uma jovem dizia-me como se sentia infeliz, maltratada pelos colegas, inferiorizada, pois todas as outras jovens eram mais bonitas e com curvas e ela era uma vara de tão magra, lisa e alta, o que levava que fosse apelidada de gazela.
Por entre os seus longos cabelos, humedecidos pelas lágrimas, conseguiamos ver o seu rosto delicado, lábios bem delineados, carnudos e uns olhos verdes e grandes. Ora, com uma descrição destas, pensamos, possui todos os atributos para chegar a uma carreira promissora no mundo da moda.
A sua alta estatura era contrariada por uma postura incorreta, defensiva, tentando ao máximo diminuir uns centímetros para se tentar igualar aos demais da sua idade.
Vale pensar que a adolescência é um período muito conturbado e difícil na vida dos adolescentes (mais em especial nuns que noutros) e que devemos trabalhar com eles estas questões de identidade e identificação, promovendo sempre a diferença e fazendo-os perceber que essa pode ser uma mais valia.
Ora em cada top model existem relatos de que se sentiam diferentes, feias, magras e que todos estes atributos tinham conotações negativas, mas anos mais tarde o que parecia assustador se transforma em atributos verdadeiramente apetecíveis e é essa diferença que é procurada.
Portanto vale trabalhar com estes jovens que tudo é uma questão de perspetiva e promover a sua capacidade de libertação desta espiral destrutiva e corrosiva.
Este assunto acerca da diferença pode ser aprofundado em dois post´s por mim escritos
terça-feira, outubro 02, 2012
DEPRESSÃO INFANTIL: SINAIS DE ALERTA
A propósito do Dia Europeu da Depressão, que se assinalou ontem, dia 1 de Outubro, deixamos hoje alguns sinais de alerta sobre a Depressão Infantil. Durante muitos anos discutiu-se a aplicação de diagnósticos
dos adultos na infância. A depressão foi alvo de grande discussão, apesar de
hoje ser amplamente reconhecida (e frequente) a incidência desta problemática
nas crianças e nos adolescentes.
Apesar da especificidade das manifestações, a
depressão na infância partilha o afeto perturbado, o sentimento de perda e as
consequências devastadoras que se verificam nos adultos. O impacto tende a ser
generalizado, ao nível do bem-estar físico, do funcionamento cognitivo, do
estado emocional e do comportamento.
Coloca-se a hipótese de depressão ou outra perturbação do
humor quando existe um humor depressivo persistente ou uma quase incapacidade
de retirar prazer dos reforços e das recompensas habituais. Considera-se
persistente um período de pelo menos duas semanas, que represente uma alteração
do funcionamento anterior.
Nas crianças, os sintomas de depressão aparecem muitas vezes
disfarçados de insucesso escolar, inibição ou isolamento social, ou através de
manifestações mais subtis como a baixa auto-estima e auto-confiança. Pelo
contrário, pode verificar-se um aumento da agressividade e da atividade motora
(muitas vezes confundida com a hiperatividade). Em crianças mais pequenas, pode
haver uma exacerbação da ansiedade de separação ou do medo dos estranhos, bem
como alterações do comportamento. Crianças mais velhas, habitualmente mais
sociáveis, podem passar a demonstrar maior inibição ou evitamento social. São
ainda frequentes alterações do sono e/ou da alimentação, bem como queixas
somáticas persistentes (vómitos, dores de barriga ou cabeça).
Tendo em conta o mito (e talvez a esperança) de que a
infância é um período de inocência e êxtase, os sinais de alerta são muitas
vezes desvalorizados ou encarados como uma fase que vai passar. Esta negação
pode levar a um sentimento, por parte da criança, de que ninguém a compreende
e/ou acredita na sua tristeza, acentuando a vivência de desamparo. A angústia
inibe o sentimento de competência, a capacidade de auto-controlo e a diversão
espontânea, pelo que a criança vê diminuída a sua predisposição para
relacionar-se, para brincar e para aprender. É quase como se pensasse “Não vou
ser capaz, porquê esforçar-me?”. Pais e professores, sem conhecimento destes
sinais de alerta, tendem a considerar a criança como pouco esforçada,
desatenta, preguiçosa, birrenta e algumas vezes a castigá-la, acentuando mais o
sentimento de incapacidade e a baixa auto-estima.
Ao contrário do adulto, a criança tem dificuldade em
expressar-se pela palavra, sendo mais capaz de o fazer pelo comportamento, daí
a importância de estarmos atentos a estes sinais de alerta.
sábado, setembro 29, 2012
André Green - Eros e Thanatos
Conceitos fundamentais explicados por um dos maiores Psicanalistas de sempre: ANDRÉ GREEN
O TEMPO DA MUDANÇA E A MUDANÇA DO TEMPO
Também na mudança e evolução espiritual não há elevadores... passo a passo se faz o caminho; caminho esse que se faz caminhando...
terça-feira, setembro 25, 2012
GRAVIDEZ TARDIA (II): DEPOIS DOS 35 = RISCO?
Pelo menos até há bem pouco tempo
(na verdade, penso que ainda é assim), uma gravidez depois dos 35 anos era
automaticamente considerada de risco. Não descurando a maior incidência de
alterações e complicações a partir desta idade, esta classificação sem a
verificação de fatores pré-existentes pode trazer um risco acrescido: o da
ansiedade.
A gravidez requer adaptação a vários
níveis e traz consigo ansiedade e angústias normais. À partida, mesmo nos
casais que optaram (em contraposição à decisão forçada) por adiar a
parentalidade, existe uma ansiedade face à possibilidade ou não de conceberem e
face aos receios inerentes ao decorrer da gravidez e do desenvolvimento do bebé.
Ao verem a sua gravidez conotada como “de risco”, a ansiedade e os receios
podem aumentar exponencialmente e influenciar de forma negativa o processo.
Por um lado, passa a haver uma
perceção e uma crença de que o bebé será mais vulnerável e correrá mais riscos,
mesmo não tendo havido qualquer problema ou complicação. Por outro lado, esta
crença pode levar a uma culpabilidade e a um sentimento de responsabilidade
direta sobre a saúde do filho. Este aspeto pode não só afetar a gravidez, como
o estilo parental após o nascimento, que poderá ser excessivamente protetor
devido a angústias de doença ou mesmo de morte. No extremo, a mãe (e obviamente
o pai) pode mobilizar mecanismos de defesa que a impedem de se ligar ao bebé
durante a gravidez, e depois, devido ao receio de que não sobreviva. Estes
movimentos podem ter consequências devastadoras na saúde mental dos pais e da
criança.
Este aspeto implica, portanto, a
necessidade dos profissionais de saúde serem sensíveis aos fatores psicológicos
e acompanharem o casal não só do ponto de vista médico, mas também no que toca às
expetativas e aos receios.
A gravidez tardia (talvez também
esta expressão deva ser repensada) é o resultado de mudanças sociais e dos
progressos médicos, obrigando por isso a uma mudança nos paradigmas de
intervenção.
sábado, setembro 22, 2012
O caminho
Esta ilustração tirada do site massivemov é tão expressiva que não é preciso dizer mais nada.
Ponhamos realização onde está sucesso, e fica melhor ainda.
A curiosidade
Não é frequente vir nos manuais como sendo uma "soft skill". As é.
A curiosidade, ou seja, a capacidade de nos interessarmos pelas coisas, de querer saber mais, de ir maIs longe, é essencial. Perguntar, inquirir, interrogar. Constantemente, sem medo das criticas dos outros. Uma mente que quer saber é uma mente aberta e com desejo de aprender. Não há melhor garantia para o progresso de uma pessoa.
Seth Godin é um homem com uma mente "fora da caixa", como agora se diz. Vale a pena acompanhar o blog dele. Este é justamente sobre a curiosidade:
http://sethgodin.typepad.com/seths_blog/2012/09/curiosity-was-framed.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+typepad%2Fsethsmainblog+%28Seth%27s+Blog%29
A curiosidade, ou seja, a capacidade de nos interessarmos pelas coisas, de querer saber mais, de ir maIs longe, é essencial. Perguntar, inquirir, interrogar. Constantemente, sem medo das criticas dos outros. Uma mente que quer saber é uma mente aberta e com desejo de aprender. Não há melhor garantia para o progresso de uma pessoa.
Seth Godin é um homem com uma mente "fora da caixa", como agora se diz. Vale a pena acompanhar o blog dele. Este é justamente sobre a curiosidade:
http://sethgodin.typepad.com/seths_blog/2012/09/curiosity-was-framed.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+typepad%2Fsethsmainblog+%28Seth%27s+Blog%29
sexta-feira, setembro 21, 2012
EMDR em expansão e divulgação
O EMDR é uma forma de terapia recente e inovadora em constante expansão. Na Psicronos são já vários os psicólogos formadas nesta abordagem devido à sua grande eficácia em certos casos como por ex. pessoas vítimas de traumas. No Brasil foi divulgado mais um artigo sobre esta psicoterapia contribuindo para a sua compreensão:
quinta-feira, setembro 20, 2012
Cada mente
terça-feira, setembro 18, 2012
GRAVIDEZ TARDIA: OPÇÃO, NECESSIDADE OU IMPOSIÇÃO? (I)
Uma em cada cinco mulheres adia a
gravidez para depois dos 35 anos. Vários fatores contribuem para este aspeto:
dificuldades financeiras, aposta na consolidação da carreira, estatística mais
animadora no que respeita aos cuidados médicos e a complicações nesta faixa
etária, maior índice de divórcios e de instabilidade nos relacionamentos
afetivos.
A maior parte das gravidezes
tardias são em mulheres com estudos superiores ou, pelo contrário, em níveis
sociais mais desfavorecidos, neste caso devido à falta de planeamento familiar.
Há que distinguir a mulher que
adia voluntariamente a gravidez, da que “decide” engravidar tardiamente por
fatores alheios à sua vontade. Mesmo quando a mulher decide engravidar mais
tarde, por exemplo por motivos profissionais, não significa que não tenha esse
desejo mais cedo e que não vivencie a pressão social, biológica e
intrapsíquica, com ansiedades e angústias relacionadas com a possibilidade de
conceber.
Também se assiste a um aumento do
número de casais que não consegue conceber, sem que haja condições médicas
associados. As mulheres ouvem cada vez mais que irão engravidar quanto
abrandarem o ritmo de trabalho, havendo portanto fatores de stress associados.
Mas quem se pode dar ao luxo de trabalhar menos nos dias de hoje?
É sabido que a partir dos 35 anos
há uma diminuição da fertilidade e que acrescem os riscos para a saúde da mãe e
do bebé: maior incidência de abortos, maior risco de diabetes e hipertensão
maternas, maior índice de baixo peso à nascença e de sofrimento fetal, maior
incidência de anomalias fetais e maior taxa de complicações obstétricas. Há
também dados que referem riscos relacionados com a idade do pai, embora a este
nível existam menos informações.
Contudo, e apesar de a partir dos
35 anos a gravidez continuar a ser conotada como sendo de risco, existem também
cada vez mais dados que indicam que se a mulher for saudável e assegurar os
cuidados pré-natais, os riscos são semelhantes aos de uma mulher mais jovem. Assim, os riscos estarão mais associados a fatores pré-existentes, que parecem
ser mais frequentes em mulheres mais velhas.
Este é o primeiro post de uma
série de reflexões que pretendemos desenvolver. Nos próximos, iremos abordar as
vivências e expetativas associadas ao rótulo “de risco”, bem como as
particularidades que são descritas no estilo parental dos casais que têm filhos
mais tarde.
sábado, setembro 15, 2012
Políticos
Não é só cá que a imagem dos políticos infelizmente se degrada. Este é um engraçado cartoon da Times.
sexta-feira, setembro 14, 2012
quinta-feira, setembro 13, 2012
"O INÍCIO DO ANO LECTIVO" - (VMT)
Na edição de ontem do jornal i li um pequeno artigo de opinião de um jornalista que falava acerca do regresso das nossas crianças à escola e das notícias divulgadas, ou pelo menos mais noticiadas pelos jornalistas. Referiu que por esta altura de regresso às aulas as notícias são sobre as colocações dos professores, as despesas das famílias mas quase nunca colocam o enfoque nas alterações das rotinas das crianças e jovens.
Este senhor colocou a tónica numa questão que, a meu ver, assume importância fundamental - "...o sentimento de desagrado com que algumas crianças encaram o recomeço das aulas..."
Podemos ler "E espanto-me com os comentários de alguns pais que aceitam com naturalidade e até incentivam o sentimento de desagrado ... e até reconhecem que eles enquanto jovens abominaram a escola, as aulas, os professores, a disciplina.... Já adultos e ainda não perceberam aonde nos conduziu a falta de exigência que invadiu o sistemande ensino das últimas décadas?"
E termina referindo que felizmente conhece muitas crianças que vão para a escola com entusiasmo e ávidos de conhecimento e que são crianças e jovens alegres e, acrescento eu, com objectivos!
Gostar de aprender, sentir-se realizado a querer saber mais são dois dos pilares que devemos tentar cimentar em todos os jovens.
inércia, apatia, falta de vontade são questões transversais na adolescência, mas não têm que se transformar numa "forma de vida"!!
Todo o ser humano necessita de pessoas de referência e os pais e os professores são pessoas por excelência para assumirem este papel. Quem não teve um professor (seja do 1º, 2º, 3º ciclo, secundário ou ensino superior) que assumiu um papel importante na nossa vida, mudou rumos, alterou forma de pensar, estar, ou pelo menos, faz-nos recordar com saudade aquela época...!!!
Eu tive/tenho!!
Este senhor colocou a tónica numa questão que, a meu ver, assume importância fundamental - "...o sentimento de desagrado com que algumas crianças encaram o recomeço das aulas..."
Podemos ler "E espanto-me com os comentários de alguns pais que aceitam com naturalidade e até incentivam o sentimento de desagrado ... e até reconhecem que eles enquanto jovens abominaram a escola, as aulas, os professores, a disciplina.... Já adultos e ainda não perceberam aonde nos conduziu a falta de exigência que invadiu o sistemande ensino das últimas décadas?"
E termina referindo que felizmente conhece muitas crianças que vão para a escola com entusiasmo e ávidos de conhecimento e que são crianças e jovens alegres e, acrescento eu, com objectivos!
Gostar de aprender, sentir-se realizado a querer saber mais são dois dos pilares que devemos tentar cimentar em todos os jovens.
inércia, apatia, falta de vontade são questões transversais na adolescência, mas não têm que se transformar numa "forma de vida"!!
Todo o ser humano necessita de pessoas de referência e os pais e os professores são pessoas por excelência para assumirem este papel. Quem não teve um professor (seja do 1º, 2º, 3º ciclo, secundário ou ensino superior) que assumiu um papel importante na nossa vida, mudou rumos, alterou forma de pensar, estar, ou pelo menos, faz-nos recordar com saudade aquela época...!!!
Eu tive/tenho!!
quarta-feira, setembro 12, 2012
JARDIM DE INFÂNCIA: CHEGOU O DIA!
Por esta altura, muitos pais se deparam com os primeiros
dias de adaptação ao Jardim de Infância. Esta é, na maior parte das vezes, a
primeira oportunidade (e uma das principais) de adaptação ao mundo exterior.
Muitos são os receios e as angústias nesta nova fase,
sobretudo no que respeita à segurança da criança durante o dia. A separação é,
frequentemente, um momento doloroso, muitas vezes mais para os pais do que para
a criança. “Chora ele/a e choro eu”, dizem muitas vezes. Os pais tendem a
sentir-se culpabilizados por acharem que a criança se vai sentir abandonada e
esta ansiedade acaba por ser transmitida aos mais pequenos. A criança precisa
de sentir que vai ficar num local seguro, com uma educadora que vai cuidar de
si durante a ausência dos pais. Daí que uma relação aberta e tranquila com a
educadora, bem como a demonstração da confiança que depositam na mesma sejam
fatores importantes para que a criança a encare da mesma forma.
Prolongar o momento da separação não será recomendável. É
importante despedirem-se com um beijo e um abraço e com a mensagem clara de que
os pais voltarão para buscar o filho no final do dia. Depois, respire fundo e
não olhe para trás! Por outro lado, sair às escondidas é totalmente
desaconselhado. A criança precisa de previsibilidade e o desaparecimento súbito
dos pais pode deixá-la bastante assustada e com sentimento de abandono.
No final do dia, há que felicitar a criança e reforçar o
facto de terem cumprido a promessa de voltar no final do dia. Algumas crianças
correm para os braços dos pais, outras tendem a ignorá-los.
A maior parte das crianças pode chorar nos primeiros minutos
da separação, mas depois ficam bem. Por outro lado, muitas crianças têm uma boa
adaptação, mas apresentam alguns sinais de regressão, sobretudo em casa. É
normal haver algumas alterações no sono e na alimentação, sintomas da
reorganização e do processo de autonomização pelo qual a criança está a passar.
domingo, setembro 09, 2012
Toca a andar de bicicleta!
A bicicleta está presente em grande número nas principais capitais do mundo e aqui no burgo vai havendo cada vez mais.
É barato, bom para a saúde e emagrece. Só vantagens. Tem os seus perigos, claro, mas em tudo é preciso cautela.
Muitas vezes as pessoas gostariam de experimentar mas nem sabem por onde começar. Eu uso uma bicicleta dobrável, como a que está na ilutração, mas que nao dá para grandes distancias. Tem a vantagem de ter um centro de gravidade baixo, o que a torna mais segura em termos de equilíbrio. Também dá para meter na mala do carro ou levar no autocarro e, claro, meter no elevador ou num canto do escritório.
Na imagem podem ver os vários tipos de bicicleta, vantagens e desvantagens de cada modelo. O meu conselho é o de começarem por pedir uma emprestada para perceberem se querem comprar uma semelhante ou outro modelo.
Mais informações úteis em:
http://www.biketoworkblog.com/your-many-bicycle-choices/
sexta-feira, setembro 07, 2012
Frase humana do dia
Not the ones speaking the same language,
but the ones sharing the same feeling understand each other.
Rumi
sexta-feira, agosto 31, 2012
Mensagem do dia de uma pessoa em análise
"O meu unico conselho é: aceita o que não podes mudar e luta por tudo o
que podes mudar até ao teu ultimo fôlego.....se não conseguires não há de ser
por não tentares....e chora muito mas depois limpa as lágrimas, põe um sorriso e
continua porque a tristeza chega com facilidade mas a alegria e a felicidade
temos de lutar por elas....força."
sábado, agosto 25, 2012
Fotografia do gelo
Foto: Olaf Otto Becker
A vontade humana parece que não tem limites. Mesmo em condições extremas, há pessoas que conseguem encontrar motivação e forças para concretizar os seus objectivos.
Olaf Otto Becker esteve durante meses num dingy (um pequeno bote) na costa oeste da Gronelandia, a tirar fotografias. O resultado é uma maravilha e pode ser visto em:
http://f56.net/en/artists/olaf-otto-becker/olaf-otto-becker-broken-line/
A vontade humana parece que não tem limites. Mesmo em condições extremas, há pessoas que conseguem encontrar motivação e forças para concretizar os seus objectivos.
Olaf Otto Becker esteve durante meses num dingy (um pequeno bote) na costa oeste da Gronelandia, a tirar fotografias. O resultado é uma maravilha e pode ser visto em:
http://f56.net/en/artists/olaf-otto-becker/olaf-otto-becker-broken-line/
quarta-feira, agosto 22, 2012
O lado bom do conflito
Margaret Heffernan, numa excelente Ted Talk, faz-nos perceber que o conflito também é necessário para que possa haver mudanças.
O facto é que todos nós gostamos mais de estar rodeados por pessoas que concordam connosco. A médica de que fala Margaret Heffernan era uma excepção e isso permitiu-lhe fazer uma descoberta importante para a humanidade.
http://www.ted.com/talks/margaret_heffernan_dare_to_disagree.html
O facto é que todos nós gostamos mais de estar rodeados por pessoas que concordam connosco. A médica de que fala Margaret Heffernan era uma excepção e isso permitiu-lhe fazer uma descoberta importante para a humanidade.
http://www.ted.com/talks/margaret_heffernan_dare_to_disagree.html
domingo, agosto 19, 2012
OBSERVAR
Muitas vezes, quando estou numa cidade nova, gosto de observar a
multidão que segue a sua vida, caminhos distintos que se cruzam,
culturas que se passeiam, formas de estar e pensar que lado a lado vão
inebriando a visão e criando uma sinfonia singular.
É num observar, livre de interferências e de juízos, que somos capazes de aceder ao outro - já nos dizia o mestre da mímica
“Sem a minha mãe, acho que jamais me teria saído bem na mímica. Ela possuía a mímica mais notável que já vi. Por vezes, ficava durante horas à janela a olhar para a rua e reproduzindo com as mãos, os olhos e a expressão de sua fisionomia, tudo o que se passava lá em baixo. E foi observando-a assim que eu aprendi não somente a traduzir as emoções com as minhas mãos e meu rosto, mas sobretudo a estudar o homem.”
CHARLIE CHAPLIN
É num observar, livre de interferências e de juízos, que somos capazes de aceder ao outro - já nos dizia o mestre da mímica
“Sem a minha mãe, acho que jamais me teria saído bem na mímica. Ela possuía a mímica mais notável que já vi. Por vezes, ficava durante horas à janela a olhar para a rua e reproduzindo com as mãos, os olhos e a expressão de sua fisionomia, tudo o que se passava lá em baixo. E foi observando-a assim que eu aprendi não somente a traduzir as emoções com as minhas mãos e meu rosto, mas sobretudo a estudar o homem.”
CHARLIE CHAPLIN
sábado, agosto 18, 2012
Interpretação do desenho infantil
As crianças, tal como os adultos, estão em permanente contacto com o seu mundo interno e este está por sua vez num permanentemente esforço de elaboração dos estados emocionais vivenciados. Consciente e inconsciente trabalham em sintonia para promover o desenvolvimento emocional e permitir o amadurecimento da criança. Comunicar o que sentimos nas partes mais escondidas de nós próprios e das quais muitas vezes nem temos consciência é tarefa da arte nas suas mais variadas formas e expressões. A criança encontra no desenho uma via fácil de expressão da suas emoções, sensações, ideias e conceções do mundo, das pessoas e das relações.
Os desenhos servem tanto para elaborar emoções e situações complicadas de digerir como para dar expressão a desejos, fantasias e modos de apreensão da realidade emocional. Olhar, analisar e interpretar um conjunto de desenhos de uma criança é olhar para o seu mundo interior, para as suas emoções e tentar compreender a sua conceção da realidade. É uma das formas mais ricas de penetrar no mundo interno (por vezes, inconsciente) de uma criança e precisamente porque é olhar indiscreto sobre o mundo mental deve ser feito SEMPRE com o maior respeito pela criança e pela sua vida mental.
PRESENTES
Quem não gosta de ser supreendido por um presente ou um ramo de flores, sobretudo por quem não tem como hábito fazê-lo?
Há aqui duas questões curiosas: a primeira é sobre quem não costuma dar presentes. Dar um presente é uma forma de dizer: "penso em ti". Dir-se-ia que as pessoas que não dão presentes sofrem de falta de empatia (não sabem colocar-se na cabeça do outro) e é bem capaz de ser verdade. Quantas vezes não ouvimos dizer: "não faço a mínima ideia do que hei-de dar-lhe". Falta de imaginação ou falta de atenção?
Uma pessoa contou-me há dias que o namorado, em três anos, nunca lhe tinha oferecido nada. O quê, nem um chocolate, um ramo de rosas, um livro, um gelado? É caso para tocar uma campaínha de alarme, de facto...
A outra questão prende-se com aqueles que cobrem o outro de presentes. Às vezes - mas nem sempre - o excesso pode significar uma culpabilidade subjacente, um querer compensar outras faltas, reais ou imaginadas. Assim fazem alguns pais separados com os filhos, não cuidando às vezes de comunicar com eles devidamente.
Mas nem sempre é essa a razão. Há quem goste genuinamente de dar presentes e ver os outros surpreendidos e contentes. Felizmente que estas pessoas existem e tornam as nossas existências mais agradáveis.
sexta-feira, agosto 17, 2012
RELAÇÕES COMPLICADAS...
Às vezes podemos queixar-nos de que a nossa parceira ou parceiro não nos trata como gostaríamos ou como achamos que merecemos; mas o que é facto é que, não raro, é um "lápis", que escolhe um "afia" para dormir ao seu lado! É uma relação destinada a ser desgastante e, no limite, anuladora do outro; mas também é a que encaixa melhor!
quinta-feira, agosto 16, 2012
HUMOR NEGRO
O humor negro, tal como o chocolate, é o melhor (para mim, claro)
Este é um genial cartoon de Tom Gauld (do The Guardian) com conselhos para tempos difíceis dados por...
terça-feira, agosto 14, 2012
CONDUZIR E ESCREVER SMS: (IN)CAPACIDADE MULTITASKING?
Muito se fala sobre os riscos de falar ao telemóvel e,
sobretudo, de ler/escrever mensagens enquanto se conduz. Mas grande parte das
pessoas insiste em desafiar a capacidade do cérebro para gerir diferentes
tarefas em simultâneo.
Segundo os investigadores, o “multitasking” é facilitado se
houver dois estímulos diferentes, como ver e ouvir, em detrimento de estímulos
do mesmo tipo, principalmente visual.
Conforme pode ler-se no artigo que sugerimos, um estudo
evidenciou o declínio do desempenho dos sujeitos perante duas tarefas visuais:
concentrar-se nas imagens do computador enquanto escreviam mensagens, havendo
uma sobrecarga visual. O desempenho piorou também na tarefa em que falavam ao
telefone enquanto observavam as imagens (dois estímulos diferentes:
auditivo/sonoro), mas não tanto como na situação em que se deparavam com duas
tarefas visuais.
O mais preocupante é que, em ambas as situações, os sujeitos
consideraram ter tido um bom desempenho, apesar do declínio de 50% e 30% nas
duas tarefas, revelando uma perceção distorcida do desempenho real.
Vale a pena ler e refletir sobre a tendência humana (e cada
vez mais atual) de desafiar os próprios limites e de satisfazer as necessidades
e os desejos de uma forma imediata.
Como ouvia há uns anos num programa de rádio “Mais vale
perder um minuto na vida, do que a vida num minuto”.
Até Setembro!
sexta-feira, agosto 10, 2012
A DEPRESSÃO PÓS-PARTO NEGLIGENCIADA
O assunto continua a ser tabu. Como é que se pode conceber que não se esteja feliz e contente durante ou após o nascimento de um filho? As expectativas da sociedade sobre a natalidade impõem muitas vezes o silêncio às mães. Não é um fenómeno raro: 15% dos pais sofre actualmente desta perturbação. O que se julgava ser de natureza biológica e exclusivo do sexo feminino - a depressão pós-parto como consequência das oscilações hormonais no período puerperal - é, afinal, um fenómeno também vivido no masculino e que decorre de causas muito diversas.
Os sinais revelam-se, em regra, mês e meio depois do parto. É nessa altura que os pais começam a ressentir-se do cansaço, das mudanças na rotina e da falta de disponibilidade para outras actividades de casal.
É importante estar alerta para variações marcadas de humor, quer no sentido depressivo, quer no sentido eufórico (por ex., redobrar da energia, pouca necessidade de dormir), e tanto antes como depois do nascimento de um filho.
Acima de tudo, procurar ajuda o mais cedo possível pois este é um problema que, para além de afectar intensamente o próprio, prejudica a relação conjugal e influencia muito negativamente o desenvolvimento afectivo e vinculativo do bebé (na maioria das vezes com repercussões crónicas na personalidade, crescimento e saúde física e psicológica).
sexta-feira, agosto 03, 2012
HUMOR
Dizem os estudos científicos que rir faz bem. Eu acredito que sim. Assim consigamos encontrar motivos para rir. Para isso não nada como ter amigos inteligentes, divertidos e bem dispostos.
Mas às vezes encontramos o humor onde menos se espera.
Este cartoon vem na edição de Agosto do jornal A União, publicado na Ilha Terceira.
O humor (negro) no seu melhor.
Boas férias! (para quem está de férias)
MEDITAÇÃO E SAÚDE MENTAL
A saúde, hábitos de vida e cultura são 3 dimensões da nossa vida ocidental difíceis de dissociar. A saúde bem como a psicopatologia são, pois, muito influenciadas pelas actividades, estilos de vida, valores vigentes, postura perante a vida que nos é imposta ou, pelo menos, vendida pelos mass media e pela sociedade em geral.
A meditação, muitas vezes associada a práticas orientais, é uma das actividades que tem sido importada de outras culturas por todas as consequências positivas que advêm da sua prática. No entanto, a cultura resiste e o seu cariz exótico e às vezes associado também ao transcendente, afasta-nos, quer teoricamente, quer na prática de experimentarmos e exercitarmos este tipo de actividades altamente saudáveis.
Um artigo de Ana Margarida Nunes ajuda-nos a explicar o que é a meditação e de que forma é que pode ser útil ao bem estar psicológico, corporal e cerebral. Recomendo a leitura: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=55082&op=all
terça-feira, julho 31, 2012
AJUDAR A VENCER O "MONSTRO HOSPITAL"
As hospitalizações e os cuidados médicos são frequentemente um grande receio das crianças, sendo a bata branca muitas vezes causadora de medos muito perturbadores. Recordo-me de quando estagiei no Serviço de Pediatria do IPO, uma das frases que trazia alguma tranquilidade nos momentos (repetidos) de exames e tratamentos dolorosos era "Se fores muito, muito nervoso/a, a dor é do tamanho de um elefante. Se fores só um bocadinho nervoso/a, então a dor vai ser do tamanho de uma formiguinha". Continuo a utilizar esta frase não só associada ao contexto médico, mas também a outras situações, com algumas adaptações. E será importante acrescentar que, mesmo quando dói, não vai doer para sempre... Deixo uma animação para os super-heróis que enfrentam o monstro "hospital":
quinta-feira, julho 26, 2012
Qualidade da relação e desenvolvimento do cérebro
Os avanços nas neuro-ciências têm sido enormes nestes últimos anos. Num paradigma positivista e materialista - muitas vezes, demasiado reificado e reducionista - tem-se vindo a descobrir cada vez mais como o cérebro funciona, influencia o comportamento e é influenciado.
Na interface com as ciências das relações humanas - como a Psicologia - compreende-se cada vez mais o poder da influência da relação humana no desenvolvimento do cérebro (e não só a influência do cérebro nas relações humanas!). Um estudo norte-americano ajudou a perceber de que forma é que as vivências emocionais e de vinculação nas crianças pode (e se afecta realmente) afectar o seu desenvolvimento cerebral.
Ver link: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=54971&op=all
sábado, julho 21, 2012
ACABAR COM ALGUÉM POR SMS?
O Gizmodo é um site com graça, dirigido essencialmente a geeks, mas que pode ser lido com proveito por outros menos geeks.
Vem isto a propósito de um artigo agora publicado sobre se é lícito ou não acabar uma relação por sms ou por mensagem no Facebook. O assunto pode parecer pouco sério ou mesmo indigno de mentes mais sofisticadas, mas não é. Num mundo em que uma parte importante da nossa comunicação com os outros se faz através de meios digitais, como nos devemos comportar? Já Aristóteles se preocupava com os relacionamentos entre os humanos, as regras, a moral, a ética. Não estamos longe do mestre ao dar a este assunto a importância devida. E brincando, brincando, se dizem as verdades. Ao autor do artigo parece-lhe que tudo depende do tipo de relação. Uma one-night stand não é o mesmo que uma relação de meses. E uma relação à distância também é uma coisa diferente.
Tem graça e faz pensar. É mais fácil mandar um mail ou um sms a acabar, não é? Estar diante do outro no momento da ruptura exige muito mais. Mas quem nunca pecou, que atire a primeira pedra...
http://gizmodo.com/5927787/four-times-its-okay-to-break-up-via-text?utm_source=Gizmodo+Newsletter&utm_campaign=f5a836e1bb-UA-142218-3&utm_medium=email
Vem isto a propósito de um artigo agora publicado sobre se é lícito ou não acabar uma relação por sms ou por mensagem no Facebook. O assunto pode parecer pouco sério ou mesmo indigno de mentes mais sofisticadas, mas não é. Num mundo em que uma parte importante da nossa comunicação com os outros se faz através de meios digitais, como nos devemos comportar? Já Aristóteles se preocupava com os relacionamentos entre os humanos, as regras, a moral, a ética. Não estamos longe do mestre ao dar a este assunto a importância devida. E brincando, brincando, se dizem as verdades. Ao autor do artigo parece-lhe que tudo depende do tipo de relação. Uma one-night stand não é o mesmo que uma relação de meses. E uma relação à distância também é uma coisa diferente.
Tem graça e faz pensar. É mais fácil mandar um mail ou um sms a acabar, não é? Estar diante do outro no momento da ruptura exige muito mais. Mas quem nunca pecou, que atire a primeira pedra...
http://gizmodo.com/5927787/four-times-its-okay-to-break-up-via-text?utm_source=Gizmodo+Newsletter&utm_campaign=f5a836e1bb-UA-142218-3&utm_medium=email
Poder Vs. Responsabilidade
No entanto, da educação à política não é raro assistir a uma postura coerciva e arrogante por parte de quem "está no poder", de quem é "detentor do poder". Como se o estatuto ou a responsabilidade tivesse como contrapartida (ou legitimasse) a minimização do outro, fomentando a sua submissão. Esta atitude mais autoritarista é comummente observada, por ex., nos pais em relação aos filhos ou nos patrões em relação aos seus empregados. "Eu protejo-te e dou-te coisas, logo és meu, pertences-me e deves-me obediência".
É a compra (da liberdade e dignidade) do outro pela exploração e abuso do poder estatutário. A verdadeira responsabilidade, aquela que não se deixa confundir com poder autoritarista, envolve uma intenção altruista, cuidadora e protecionista: altruista porque não cobra nem abusa os outros pela sua posição privilegiada; cuidadora e protecionista porque zela pela segurança e assume os problemas (mas também as soluções!) que forem precisas para o bem de todos.
quinta-feira, julho 19, 2012
MOMENTOS GRATIFICANTES
Subscrevo muitas newsletters, algumas mais interessantes do que outras. O caso (ver link abaixo) de que vos vou falar é curioso. Li-a rapidamente, vi que era mais uma com a tal estatística da felicidade em que o ponto mais baixo é aos 45 anos (escrevi em tempos um post sobre isso), passei os olhos por uma das sugestões - e pumba!, lixo com ela. Algo que me deve ter ficado a tilintar na cabeça, porque fui buscá-la ao lixo e estive a relê-la. Os conselhos para aumentar o prazer e os momentos gratificantes não são tão parvos como isso. O 3 e o 4 são particularmente interessantes.
Os efeitos benéficos da escrita são bem conhecidos entre os escritores. Chamem-lhe catarse ou simplesmente sistematização de ideias, faz bem escrever.
As coisas adquirem uma outra dimensão, é mais fácil lidar com elas, às vezes até se vai buscar um senso de humor que julgávamos perdido.
O curioso é que muitos de nós, quando adolescentes, tínhamos esta noção, e depois fomo-la abandonando, talvez com receio e vergonha de não escrever suficientemente bem.
Mas é a escrever (e a ler, claro) que se aprende a escrever - e sobretudo o prazer que daí se pode tirar.
Eu assumo aqui claramente (claro!): quando estou mais deprimida ou ansiosa, ponho-me a escrever. Acreditem que faz muito bem.
E já agora leiam as outras sugestões do site. A número 5 também é boa :)))
http://www.youbeauty.com/mind/come-on-get-happy-happiness-tips?page=2
Os efeitos benéficos da escrita são bem conhecidos entre os escritores. Chamem-lhe catarse ou simplesmente sistematização de ideias, faz bem escrever.
As coisas adquirem uma outra dimensão, é mais fácil lidar com elas, às vezes até se vai buscar um senso de humor que julgávamos perdido.
O curioso é que muitos de nós, quando adolescentes, tínhamos esta noção, e depois fomo-la abandonando, talvez com receio e vergonha de não escrever suficientemente bem.
Mas é a escrever (e a ler, claro) que se aprende a escrever - e sobretudo o prazer que daí se pode tirar.
Eu assumo aqui claramente (claro!): quando estou mais deprimida ou ansiosa, ponho-me a escrever. Acreditem que faz muito bem.
E já agora leiam as outras sugestões do site. A número 5 também é boa :)))
http://www.youbeauty.com/mind/come-on-get-happy-happiness-tips?page=2
MICROTEATRO
Para quem tem pouco tempo, aqui fica a sugestão cultural do Teatro Rápido que me parece bastante interessante e inovadora. Espetáculos de improvisação, exposições e o conceito de microteatro, em que o público é "apanhado no meio da acção, partilhando sensações com os personagens que lhe são apresentados". Uma excelente alternativa em época de crise financeira e de disponibilidade de tempo.
http://www.jn.pt/multimedia/video.aspx?content_id=2450128
http://teatrorapido.blogspot.pt/
http://www.jn.pt/multimedia/video.aspx?content_id=2450128
http://teatrorapido.blogspot.pt/
quarta-feira, julho 18, 2012
Esperança no futuro
Na última edição de 'Janela discreta', na Antena 1 - que pode ouvir na íntegra em http://www.rtp.pt/programa/radio/p5257/c87543 -, Carlos Amaral Dias à conversa com Margarida Mercês de Mello parte da reflexão acerca da anestesia e dor, a propósito de um livro recentemente lançado sobre o tema, afirmando:
“Crescer dar dor, não crescer dá dor (do ponto de
vista mental). Agora escolha a dor que quer”.
A tendência para nos anestesiarmos do mundo ou, por outras palavras, para nos alienarmos, encontra suporte numa "sociedade química ou
fármaco-excessiva", que favorece a fantasia de tudo ser resolúvel através do consumo de
substâncias.
No plano identitário dos portugueses, e dando como exemplo alguns acontecimentos recentes, para Amaral Dias é evidente a maior resignação dos portugueses, comparativamente aos espanhóis ou aos gregos.
Guerra Junqueiro, há mais de um século falava assim de Portugal e dos portugueses:
- "Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.
- Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavra, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro.
- (...)
- Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar."
E a resignação, que não promove o crescimento ou a mudança, é muito diferente da esperança. Muitas coisas estão a mudar no nosso tempo, visível e invisivelmente, mais lenta ou aceleradamente, como é o caso da sociedade de consumo e da abundância.
E “a esperança é absolutamente fundamental para que nós tenhamos a possibilidade de organizar a relação com os nossos desejos e o tempo necessário à realização dos nossos desejos."
E "do ponto de vista mental enquanto há esperança é que há vida", e não vice-versa, como nos diz o provérbio.
Por outro lado, se "o futuro deve manter a capacidade de dar-nos esperança", acrescento, somos nós que precisamos de desenvolver a capacidade de ter esperança no futuro, reflectindo e intervindo, manifestando-nos e apontando novas possibilidades, correndo o risco de não ser o 'português suave' ou o menino bem comportado da Europa.
terça-feira, julho 17, 2012
Facebook friends
Já não é a primeira vez que escrevo post´s acerca das novas tecnologias e sobre as suas potencialidades e/ou vieses. Hoje lembrei-me porque há relativamente poucos dias surgiu mais uma notícia que falava sobre matrimónio e facebook.
Importa lembrar que, para além das potencialidades que enceta, esta janela para o mundo encerra em si uma série de outras dificuldades; se por um lado promove amizades, namoros, divórcios, ... por outro inibe (ou pode inibir) competências sociais, o face to face, o saber conversar olhos nos olhos, o acordar ou discordar lado a lado, sem mediadores, nem protetores...
Quando observamos as coisas por este prisma, vale pensar na adolescência e nas possíveis ameaças que pode trazer.
Cada vez mais tenho assistido a queixas de pais acerca dos seus filhos e o uso do pc. Referem que só querem estar ao computador, que não saem para lado nenhum, que se relacionam pouco com os colegas, e que jamais encentam algo para sair de casa - pelo que vale pensar um pouco neste tipo de sintomas.
Há uns anos atrás assisti a uma reportagem de um sr. americano, creio que estava em Portugal a divulgar dados de um estudo sobre o hi5, ou melhor, acerca dos relacionamentos. Alguns dados por si apontados referiam que quem não tivesse 500 amigos não era considerado cool, não era socialmente aceite e era considerado desinteressante e que era alvo de alguma chacota, pois ter poucos amigos era sinal de que não era popular e de que ninguém dele gostava.
Trabalhou então junto dos jovens alterando a sua noção de amigo, referindo que a partir de um certo número (a partir dos 50) já não se poderia considerar amigo na verdadeira aceção da palavra, e que os jovens corriam muitos riscos para conseguir o objetivo de ter 500, 1000 ou 2000 amigos.
Este cartoon coloca a tónica exatamente nisso! Seremos nós menos populares se tivermos menos likes? se restringirmos a acesso às nossas questões mais privadas? se não tivermos tantos amigos?
Vale recordar que a adolescência usa e abusa (ou pode usar e abusar) de excessos para se sentir integrado, para se sentir popular, bem visto por entre os companheiros, sexy, atraente, and so one...
Não foi por acaso que há uns anos atrás surgiu uma campanha cujo mote era: "Think before you post"
Importa lembrar que, para além das potencialidades que enceta, esta janela para o mundo encerra em si uma série de outras dificuldades; se por um lado promove amizades, namoros, divórcios, ... por outro inibe (ou pode inibir) competências sociais, o face to face, o saber conversar olhos nos olhos, o acordar ou discordar lado a lado, sem mediadores, nem protetores...
Quando observamos as coisas por este prisma, vale pensar na adolescência e nas possíveis ameaças que pode trazer.
Cada vez mais tenho assistido a queixas de pais acerca dos seus filhos e o uso do pc. Referem que só querem estar ao computador, que não saem para lado nenhum, que se relacionam pouco com os colegas, e que jamais encentam algo para sair de casa - pelo que vale pensar um pouco neste tipo de sintomas.
Há uns anos atrás assisti a uma reportagem de um sr. americano, creio que estava em Portugal a divulgar dados de um estudo sobre o hi5, ou melhor, acerca dos relacionamentos. Alguns dados por si apontados referiam que quem não tivesse 500 amigos não era considerado cool, não era socialmente aceite e era considerado desinteressante e que era alvo de alguma chacota, pois ter poucos amigos era sinal de que não era popular e de que ninguém dele gostava.
Trabalhou então junto dos jovens alterando a sua noção de amigo, referindo que a partir de um certo número (a partir dos 50) já não se poderia considerar amigo na verdadeira aceção da palavra, e que os jovens corriam muitos riscos para conseguir o objetivo de ter 500, 1000 ou 2000 amigos.
Este cartoon coloca a tónica exatamente nisso! Seremos nós menos populares se tivermos menos likes? se restringirmos a acesso às nossas questões mais privadas? se não tivermos tantos amigos?
Vale recordar que a adolescência usa e abusa (ou pode usar e abusar) de excessos para se sentir integrado, para se sentir popular, bem visto por entre os companheiros, sexy, atraente, and so one...
Não foi por acaso que há uns anos atrás surgiu uma campanha cujo mote era: "Think before you post"
segunda-feira, julho 16, 2012
CASULO CÓSMICO
Explodiu uma supernova. A onda de choque atravessou o casulo cósmico.
As imagens falam por si.
(photo: NASA)
As imagens falam por si.
(photo: NASA)
sábado, julho 14, 2012
O cavalo de Turim
um filme seco que fala da seca
um filme duro que fala da dureza
um filme árido que fala da aridez
um filme desolado que fala da desolação
um filme longo que fala do tempo sempre igual
um filme sem palavras e sem cor
um filme que fala da vida que se esgota como a água num poço
sexta-feira, julho 13, 2012
MOTIVAÇÃO EXTRÍNSECA E INTRÍNSECA
A questão da motivação, da vontade (ou da falta dela) de fazer coisas, é um tópico que surge sempre, quer nas sessões de psicoterapia quer de coaching.
Podemos ser empurrados para as coisas, arrastados pela corrente (motivação extrínseca). Mas também podemos fazer as nossas escolhas, perceber o que de facto queremos, distinguir os valores importantes para nós do que nos é imposto de fora, agir em conformidade (motivação intrínseca). Sem acção não é possível testar os nossos objectivos.
Uma coisa é reflectir antes de agir, outra é ficar paralisado e nada fazer. A in-acção é também uma forma de acção - mas pela negativa, pela passividade.
Não será melhor fazermos as nossas escolhas e agir, antes que outros nos obriguem, como quando éramos crianças?
Podemos ser empurrados para as coisas, arrastados pela corrente (motivação extrínseca). Mas também podemos fazer as nossas escolhas, perceber o que de facto queremos, distinguir os valores importantes para nós do que nos é imposto de fora, agir em conformidade (motivação intrínseca). Sem acção não é possível testar os nossos objectivos.
Uma coisa é reflectir antes de agir, outra é ficar paralisado e nada fazer. A in-acção é também uma forma de acção - mas pela negativa, pela passividade.
Não será melhor fazermos as nossas escolhas e agir, antes que outros nos obriguem, como quando éramos crianças?
mente sana in corpore sano
terça-feira, julho 10, 2012
PARENTALIDADE E DIFICULDADES NA RELAÇÃO PRECOCE
Ao nascer, o bebé está muito centrado no próprio corpo, nas
informações que os sentidos lhe dão, sobretudo a partir do toque e da voz da
mãe. Há nesta altura uma espécie de indissociação, em que mãe e bebé funcionam
quase como um só. Numa relação precoce saudável, a mãe responderá de forma
ajustada às necessidades do bebé, alimentando, acalmando, estimulando
suavemente e dando segurança para que o bebé se torne num ser individualizado,
apesar das necessidades parentais de que necessitará ainda durante muito tempo.
Em alguns casos, esta relação não decorre exatamente assim.
Mães com fragilidades emocionais graves, poderão não ter disponibilidade afetiva
suficiente para serem sensíveis às necessidades e aos ritmos do bebé. Podem
falhar na supressão das necessidades mais básicas e também no grau de
estimulação. Por vezes podem ter um registo que oscila entre o afastamento e a
relação sufocante. Se o bebé é sobre-estimulado numa altura em que precisa de
ser acalmado, acaba por mobilizar mecanismos que o ajudam a defender-se da
sobrecarga, nomeadamente “desligando”. Se quando necessita de resposta
(emocional, fisiológica), esta não surge, a ausência e a sensação de desamparo
desencadeiam igualmente mecanismos de defesa. Quando a mãe se afasta, o
sentimento de abandono é grande e ânsia de conforto, maior ainda. Quando a mãe
sufoca, não só é demasiado suportar a proximidade excessiva, como o sentimento
de que a qualquer momento a mãe se vai voltar a afastar obriga a um novo
(des)ajustamento por parte da criança.
E assim esta criança, que mais tarde
será adulta, poderá aprender que as
relações não são seguras nem previsíveis. Se por um lado a relação nunca
preenche suficientemente o vazio, por outro lado a proximidade e o afeto podem
tornar-se demasiado assustadores, pelo medo da dependência e da perda, aspetos
que poderão instalar-se de tal forma que condicionarão os vários tipos de
relacionamento.
Daí que o papel do pai seja extremamente importante para o
equilíbrio e para a possibilidade de estabelecer uma relação mais segura e
previsível. Por outro lado, do mesmo modo que os pais consultam o pediatra em
etapas fundamentais do desenvolvimento, defendo a importância da observação
psicológica nos mesmos moldes. A avaliação da relação pais-bebé nas etapas mais
precoces do desenvolvimento emocional é essencial para a prevenção e/ou o
despiste de situações potencialmente comprometedoras da construção de bases
sólidas da personalidade e da saúde mental. Ao mesmo tempo, será um espaço onde
os pais podem partilhar as suas angústias, os seus receios, as suas alegrias e
as suas expetativas em relação ao bebé, mas também no que respeita às
alterações na dinâmica do casal e nos papéis de cada um.
BLOGAR COM MAIS FACILIDADE
Foto: NASA
Descobri uma nova aplicação que permite postar com mais alguma facilidade a partir do iPad. Talvez agora até consiga pôr fotografias. Vou fazer a experiência.
Esta é duma estrela moribunda, a U CAM. De vez em quando (de mil em mil anos...) expele uma bolha de gás. Não sei para quando será o estertor final. Mas vai levar muito tempo até morrer. Já cá nao estaremos. Refiro-me à humanidade.
sexta-feira, julho 06, 2012
Escala e escalada - lutando para manter os pés assentes na terra
Os avanços tecnológicos estão a criar autênticas
revoluções a nível da relação espaço-tempo nas nossas sociedades ocidentais
globalizadas (ver post sobre artigo de Michel Serres para mais informação sobre
o tema). Parece que quase tudo na vida se tem vindo a tornar fácil e imediato:
o adiamento da frustração, assim como, os limites à gratificação associados ao
modo ”ter” (por contraste ao “ser”), tendem a esbater-se. A nível da vivência
subjetiva do tempo passamos a ter tendência a viver desfazados do “tempo da
realidade” – o tempo presente, onde o principal e o verdadeiro acontece.
Passa-se pois a viver no passado, por exemplo, na busca contínua e repetitiva
do experienciado gratificante e seguro, mas também num futuro, promessa
megalómana da realização dos nossos sonhos (os Bancos são os nossos gurus a
esse nível!).
E com tudo isto o presente estreita-se e fica vazio,
cada vez mais vazio. É preciso preenchê-lo com sensações e experiências excitantes
e alienantes (das realidades virtuais, dos reality shows, da vida dos heróis e
ídolos da nação...): é a substituição do espaço-tempo da realidade próxima que
nos cerca, por várias outras que, quando acabam, saem de cena abruptamente
deixando um vácuo no seu lugar.
O “ter” é cada vez mais possível e, por isso
mesmo, tem tomado cada vez mais o lugar compensatório do “ser”, em défice – é
que a facilidade e conforto de vida não podem nem compensam nunca a experiência
irredutível da relação humana e dos vínculos humanizantes que a caracteriza no
seu melhor. A este nível são os por-menores que alimentam o “ser”, momento a
momento; é a entoação ternurenta e altruista de uma palavra banal, um gesto
atento mas totalmente gratuito ou um cliché pronunciado com todo o coração. É
pois numa relação sanígena, de dádiva, reconhecimento e valorização que o vazio
pode ser preenchido com vitalidade, entusiasmo e amor, dispensadores da busca
angustiada de um sentido da vida.
É também esta a lógica da relação terapêutica: a
atenção aos detalhes e aos processos emocionais, que muitas vezes passam
despercebidos, por serem automáticos, ficando ofuscados pelos “por-maiores”
sensacionalistas das nossas vidas...
A impaciência terapêutica e a resistência das famílias?
Enquanto psicóloga e terapeuta familiar e de casal, tenho ouvido frequentemente falar de resistência das famílias, resistência dos pacientes, termo que penso ter sido banalizado e mal utilizado, muitas vezes para justificar a impaciência dos terapeutas. Porém, quando Freud inventou esta noção referia-se a mecanismos inconscientes.
A este propósito, concordo com Ausloos, terapeuta familiar, ao referir que isto nos leva a entender as nossas teorias como dogmas, a crer que as nossas soluções é que são boas, impedindo que as famílias encontrem as suas auto-soluções.
Serão os pacientes e famílias resistentes, ou serão prudentes e têm razão para o ser? Parecem existir famílias prudentes porque estão ressentidas e têm necessidade de tempo para experimentar, avaliar, para encontrarem as suas auto-soluções. Estaremos nós a ser incapazes de ver o potencial evolutivo, a não saber esperar, a não respeitar o movimento intrínseco e a sua dinâmica autónoma?
Talvez os pacientes e as famílias tenham sim... necessidade de tempo...
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