sexta-feira, abril 20, 2012
COACHING E PSICOTERAPIA
No entanto, existem diferenças, maiores ou menores conforme o tipo de coaching e o modelo psicoterapêutico.
O objectivo do coaching é também o desenvolvimento pessoal do cliente, mas com um foco num objectivo determinado. O coaching centra-se nas soluções e nos resultados (observáveis), as psicoterapias mais na problemática do paciente e na mudança interna.
O coach faz essencialmente perguntas com vista a aumentar a consciência (awareness) do cliente.
Embora também exista o life coaching, e e o objectivo dependa do cliente, o coaching é muito orientado para a actividade profissional, designadamente o trabalho de equipa. Por essa razão, é recomendável que o coach tenha experiência empresarial. As organizações, como os grupos, têm dinâmicas especificas que exigem uma rápida apreensão por parte do coach.
O processo de coaching é rápido e dirigido ao futuro, muitas vezes de curto prazo. Assenta numa técnica de perguntas e em processos de feedback bem definidos.
Correndo o risco de ser redutora, diria que o coaching é mais rápido e incisivo, mas vai menos fundo em termos do mecanismo psíquico.
Mitos Conjugais
terça-feira, abril 17, 2012
EU BRINCO, TU BRINCAS, NÓS BRINCAMOS
Numa altura em que as crianças brincam cada vez menos e os adultos estão cada vez mais sérios, carregados de angústias, de responsabilidades e de vazio relacional, vale a pena relembrar o pensamento de Winnicott:
“É no brincar, e apenas no brincar, que a criança ou o adulto é capaz de ser criativo e de usar toda a sua personalidade, e é apenas no ser criativo que o indivíduo descobre o seu Eu”.
segunda-feira, abril 16, 2012
COACHING: A QUEM SE DESTINA
Trata-se de um processo que visa estimular a consciência e a reflexão no cliente, possibilitando-lhe empowerment e desenvolvimento pessoal.
Como todas as técnicas sérias nesta área, não faz milagres. É preciso que o cliente queira de facto fazer alguma coisa por si próprio.
O coaching aplica-se na área pessoal (life coaching) e na area profissional (executive coaching, team coaching, etc).
O livro cuja capa está na imagem é um dos livros básicos acerca do assunto.
sábado, abril 14, 2012
Mulheres Inteligentes, relações saudáveis - Um livro com bom-senso
A traição amorosa e os ciúmes são temas constantes nas sessões com os pacientes e nas conversas com os colegas sobre os “casos” (já para não falar nas nossas próprias vidas, é que apesar de psicólogos também somos homens e mulheres em relações amorosas).
Acho que um livro cheio de bom-senso pode ser um excelente auxiliar psicoterapêutico e este livro do psiquiatra Augusto Cury entra, na minha opinião, nessa categoria. Não é um livro técnico (apesar de elencar categorias e estabelecer tipologias). É um livro que ajuda a estruturar o pensamento e que dá bons conselhos. Lê-se numa tarde de fim-de-semana (foi o que aconteceu comigo hoje à tarde), fica alguma coisa e transmite alento e o sentimento de que podemos ser autores do nosso próprio destino (pelo menos de uma parte).
Ele diz que os ERROS CAPITAIS DE UMA RELAÇÃO DOENTE são:
. A ditadura do ciúme e a perda de admiração
. A ditadura do excesso de trabalho e da insensibilidade
. A ditadura da crítica excessiva e do medo da perda
E depois, enuncia as LEIS FUNDAMENTAIS DE UMA RELAÇÃO SAUDAVEL:
. O poder do elogio e os investimentos em sonho
. A arte de surpreender e a arte de agradecer
. A arte de dialogar e de autodialogar
É, num certo sentido, um livro simplista para um problema híper-complexo, mas não deixa de ser interessante e útil. Uma leitura a ter em conta, principalmente quando não se é psicólogo e se anda às voltas com estas questões.
quinta-feira, abril 12, 2012
Crise Social e Suicídio
Os números do suicídio têm vindo a aumentar, tornando este um tema emergente.
Para além dos quadros clássicos de depressão; o desemprego, a pobreza e a exclusão social despoletam sentimentos de tristeza e de desamparo, que têm uma correlação positiva com a ideação suicida e o suicidio.
Em tempos de crise, com o agravamentos destes sintomas o apoio médico e psicológico torna-se imprescindível, assim como o apoio daqueles que estam por perto.
terça-feira, abril 10, 2012
A ARTE DE SONHAR
"Um corpo que não sonha é como uma casa desabitada- a ruína é o seu destino."
"Nascemos de um sonho, vivemos no sonho, morremos quando o sonho acaba. E a cura analítica não é mais que a abertura do sonho; acaba quando o paciente sabe sonhar."
sábado, abril 07, 2012
ARTE e PSICANÁLISE
Puro prazer. De representar, de assistir, de sentir e de pensar.
Teatro dentro do teatro, dentro do teatro.
Falo da peça que a Cornucópia (Teatro do Bairro Alto), pelas mãos de Luís Miguel Cintra e de um coeso grupo de actores, estreou na passada quinta-feira, dia 29 de Março e que estará em cena até 29 de Abril. Recomendável ver.
É uma festa, simultaneamente rigorosa e descontraída, moderna e clássica, que nos brinda com uma homenagem ao teatro.
Mas é também um texto cheio de camadas. Que parte de uma fragmentação do texto ‘Lo Fingido Verdadero', de Lope de Vega (1562-1635), reconvertido em “ Fingido e Verdadeiro, ou o Martírio de S. Gens”, depois de cruzado com outras fontes: ‘Flos Sanctorum' (texto anónimo português do século XVI) e ‘História Imperial e Cesárea' (de Pedro Mexia), e de entremeado com citações de Santo Agostinho, Tertuliano, Louis Jouvet e Jean Genet.
O resultado é um exercício preciso e condensado de criação e criatividade, concebido criticamente a partir de textos clássicos, e com sabedoria encenados (Luís Miguel Cintra) e cenografados (Cristina Reis). A acção central situa-se no século III, no tempo do Imperador de Roma Diocleciano, e Gens, actor e encenador, ao representar um cristão, transforma-se num (converte-se) e vem a ser condenado à morte. Parece que Lope de Vega terá escrito “ Lo Fingido Verdadero com a ideia de que fingir e fazer verdade são duas coisas diferentes, e que naquele dia quando o São Gens estava a representar, estava a fingir, e de repente aquilo que ele fingia tornou-se verdadeiro” diz-nos Luís Miguel Cintra.
Fingir tão completamente é procurar em si aquilo -- que, na memória de pensamentos, sensações e emoções-- está em sintonia com, ou se aproxima mais do que está a ser fingido ou representado. Quem escreve, ou encena, ou representa, acaba por falar de si.
A colagem, ou a intersecção de textos e de épocas, não faz perder a unidade do conjunto, ou a qualidade do impacto. Os vários bastidores, atravessados por comentários e cenas, acabam por ser fundidos numa linha narrativa consistente É uma coisa única, e como experiência única se constitui.
Como um ensaio a que assistimos, de um ou de vários espectáculos, a peça em 3 actos vai cerzindo as várias épocas, e faz-nos pensar nas ligações entre o poder e a arte teatral, a política e o investimento na actividade cultural, a verdade e o engano, a realidade e a ficção, o trabalho do actor, aquilo que o actor transporta do seu papel para si mesmo, e vice-versa, a verdade e a mentira.
E, fazendo a ponte, o tema da verdade e da mentira, da falsidade e do engano, é um tema bem caro à psicanálise, ao par terapeuta-paciente, e àquele ambiente onde a relação terapêutica se estabelece. Onde a busca da verdade é, em si, um processo terapêutico, como dizia Melanie Klein.
Mas a verdade e as verdades do sujeito (paciente), comunicadas através de palavras, silêncios e do seu corpo, que aparecem nem sempre muito claras ou coerentes, a pouco e pouco vão-se desenrolando, e vão-se distinguindo o verdadeiro do falso ou do fingido, na trama que acontece no palco da vida mental.
Freud dizia que “a relação entre analista e paciente se baseia no amor à verdade – isto é, no reconhecimento da realidade – e isso exclui qualquer tipo de impostura ou engano.” Para ele, as falsificações mentirosas integravam a operação de repressão, e “a repetição da mentira a tornaria uma verdade.” Por outras palavras, as mentiras, incluindo as mentiras sociais de conveniência (desculpas dissimuladas, omissão, exagero, deturpação...), apegam-se e são muitas vezes incorporadas por quem as cria, levando o seu criador a acreditar com convicção na sua versão da verdade, ou na sua ficção.
Por outro lado, as falsificações, auto-enganadoras e espécie de mitos pessoais, desenvolvem-se desde a infância como escapada às emoções difíceis, intoleráveis, penosas, no plano do inconsciente, afectando a função de pensar do sujeito, e são distintas do conceito de mentira onde impera uma deliberação consciente ou pré-consciente. Bíon, considerava também a busca da verdade como essencial ao crescimento mental, processo que exigia o estabelecimento de confrontos e de interrelações entre factos passados e presentes, entre realidade e fantasia, entre verdades e mentiras, e entre aquilo que o sujeito faz, diz e aquilo que, efectivamente, ele é.
A questão da verdade é assim um aspecto nuclear na psicanálise e na psicoterapia psicanalítica, onde a dança entre a coerência e a incoerência é facilitada pelo terapeuta e nos “tornamos verdadeiros na procura da verdade”, como dizia Freud . A busca da verdade (não moralística) vai alimentar a possibilidade de novas descobertas e a comunicação, gerando criatividade, fortalecendo a identidade e favorendo o alargamento do universo mental.
Sabendo como os actores tão bem o sabem, que a distinção entre a verdade e a mentira, ou o fingido, não é um processo claro ou fácil, mas uma caminhada paciente e criativa em prol da descoberta de si e do sentido da vida.
Isabel Botelho
terça-feira, abril 03, 2012
Antecipar a entrada na escola?
Nesta altura do ano são frequentes os pedidos de avaliação para a antecipação de entrada no 1º ano. Esta é uma situação bastante delicada que requer uma apreciação aprofundada do funcionamento da criança. Para iniciar a escolaridade, não basta que a criança seja inteligente. Muitos pais preocupam-se com uma entrada “tardia” na escola, com receio que tal represente um atraso na aprendizagem e no futuro dos filhos. Na verdade, o que é muitas vezes difícil de explicar é que as crianças adquirem os principais requisitos à aprendizagem na brincadeira e que uma entrada precoce na escola pode pôr em causa todo o percurso académico de uma criança que teria competências para ser bem sucedida.
Muitas destas crianças que avaliamos têm, de facto, adequados recursos cognitivos e algumas até já lêem e escrevem algumas palavras. Mas serão estes aspetos suficientes para um bom desempenho escolar?
Também na maioria dos casos, observamos crianças que apresentam uma grande discrepância entre o potencial intelectual e a o funcionamento emocional, e é aqui que reside o principal risco de uma entrada antecipada na escola.
Alguns estudos reportam o elevado número de diagnósticos de Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção em crianças mais novas, que são tratadas e medicadas como tal, quando na verdade a agitação e a desatenção que revelam não são mais do que sinais de imaturidade.
Na verdade, podemos refletir também sobre o termo “imaturidade”. Será a criança imatura ou estará simplesmente a agir de acordo com o esperado para a sua idade? Estes sinais de imaturidade, não serão mais do que a incapacidade para sossegar o corpo e a mente numa altura em que deviam estar a explorar mais livremente o meio. Serão o sinal de uma indisponibilidade para a aprendizagem académica que requer períodos longos de concentração e quietude.
Às vezes os pais dizem “Se ele tivesse nascido 10 dias antes, era tudo mais fácil”. Eu respondo-lhes “Sorte a dele!”. Não significa que todas as crianças que entram mais cedo na escola têm insucesso, mas implicará um esforço intelectual e emocional muito maior.
Muitas destas crianças não têm ainda um “equipamento” emocional para lidar com a frustração e com o insucesso, o que pode levar a problemas de auto-estima e ao desinvestimento da escolaridade e, consequentemente, a dificuldades escolares que se acentuam e prolongam.
Para uma aprendizagem bem sucedida, a criança precisa de adequados recursos intelectuais e de um bom ajustamento emocional, de forma a sentir-se motivado para o sucesso e conseguir ultrapassar a frustração do insucesso. Quando nos referimos aqui ao conceito de motivação, incluímos o reconhecimento dos objetivos da aprendizagem. O que é que eu ganho em estar aqui sentado, a prestar atenção e a trabalhar? Até aproximadamente aos 7 anos, a criança aprende com o único objetivo de imitar o adulto, e só depois dessa altura reconhece o que passa a ser capaz de fazer com aquilo que aprende. É esta a idade ótima para a aprendizagem.
domingo, abril 01, 2012
O INCONSCIENTE ASSINALADO
http://bigthink.com/think-tank/the-importance-of-magical-thinking
CAMAS, QUARTOS E SONHOS
http://www.apartmenttherapy.com/literary-style-15-writers-bedrooms-168023
domingo, março 25, 2012
AS ESTRELAS E NÓS
Dizem que a maior parte do universo é feita de matéria negra. Assim sendo, as estrelas e com elas a luz são uma pequena parte. Que interessa, é delas que se fazem os sonhos...
(foto:NASA
http://www.nasa.gov/multimedia/imagegallery/image_feature_2204.html)
A ARTE DO EFÉMERO
sexta-feira, março 23, 2012
Reduzir custos na saúde:as intervenções psicológicas
https://www.ordemdospsicologos.pt/ficheiros/imprensa/opp_09_03_2012_intervena_aao_psicolaogica_pode_reduzir_custos_no_setor_da_saaode_vida_econaomica.pdf
domingo, março 18, 2012
SONHAR ACORDADO E CRIATIVIDADE
sábado, março 17, 2012
O JOGO E A CRIATIVIDADE
A deliciosa animação que se segue, e em que podemos participar, é incrivelmente lúdica e divertida. Experimentem!
quinta-feira, março 15, 2012
LIDAR COM A AGRESSIVIDADE
De facto, é difícil sabermos quando devemos reagir zangando-nos, ou fingir que não é nada connosco. Neste caso, aconteceu algo provável nas grandes cidades: duas pessoas com pressa chocam, empurram-se. Chegam a bater-se. Ela diz, e bem, que tomou como um ataque pessoal algo que não era realmente pessoal. Quantas vezes não engolimos algo que é mesmo pessoal e acabamos por descarregar a raiva sobre estranhos, no transito ou numa rua apinhada?
A agrevissidade é uma coisa que faz parte de todos nós e sem ela naturalmente não sobreviveríamos. Saber dirigi-la é que é mais difícil.
quarta-feira, março 14, 2012
Sobre a Adolescência
A adolescência uma etapa organizadora da personalidade, onde se instauram novas modalidades relacionais e novos equilíbrios.
É uma fase de transição na qual ocorrem transformações de carácter físico e psíquicas, as quais obrigam à integração das mudanças internas e externas nas expectativas do indivíduo;
- no corpo com o inicio do desenvolvimento pubertário;
- na vida social, nas relações com a família, com os professores, com os
colegas, com os amigos e com o sexo oposto;
- no pensamento, na medida em que surge a capacidade de raciocinar
formalmente;
- no modo em que o individuo se ver a si próprio, que se irá traduzir na
construção da identidade.
É um período de turbulência e vulnerabilidade. Nesta fase enfatiza-se a importância do corte das ligações infantis aos pais, para que seja possível o estabelecimento de relações fora da órbita familiar. Assim, a rebelião e o não conformismo facilitam o processo de separação com os pais.
Os limites de idade que definem este período não são rígidos e varia consoante as épocas históricas, as sociedades ou culturas e os indivíduos. O seu inicio embora variável, é assinalado pelo inicio da puberdade e termina com a autonomização em relação às figuras parentais e o início de uma relação amorosa.
sábado, março 10, 2012
BOLA DE PAPEL OU METEORO?
Fotografias de Thomas Brown da série "Meteoros".
SER INTROVERTIDO NUM MUNDO DE EXTROVERTIDOS
Ela fala sobre como é dificil ser introvertido numa cultura que premeia os mais comunicativos e extrovertidos. Refere também como a criatividade exige um grau significativo de introversão.
Não tem legendas mas vale a pena ouvir.
http://www.ted.com/talks/susan_cain_the_power_of_introverts.html