sábado, outubro 13, 2012

Coitadinhas! (O orçamento de Estado ensinado às crianças)

O orçamento de Estado é um dos documentos mais importantes para os cidadãos portugueses, porque é ele que vai definir o nosso quotidiano.

Infelizmente, a sua leitura é tão fastidiosa e cheia de alçapões, que poucos se dispõem a fazê-lo.

Fazemos mal, porque ele está presente nos nossos mais pequenos gestos. Beber um café na pastelaria significa IVA e IRC para o estado. Estar sentado num sofá num gabinete a receber um cliente em psicoterapia envolve pagamentos de IRS, IRC, Seg. Social, IMI, Taxa de Esgotos, IVA. Ir à casa de banho, mais IVA. Se for preciso acender a luz, mais do mesmo, a acrescer às misteriosas taxas que constituem mais de metade das contas de electricidade. Sai-se para a rua e põe-se o pé no passeio esburacado, lá vêm as taxas municipais (pagamos todos, também). Meto-me no metro, idem, idem.

Até no ar que respiramos e pensamos que é de graça, lá está a taxa escondida nas nossas contas de electricidade, disfarçada com outro nome, inventado oportunamente e de forma pouco clara. Experimentem olhar com atenção para a ultima factura de electricidade, e é como se fosse chinês. Ou pior, porque já há quem esteja a aprender mandarim.

O Estado é necessário numa sociedade moderna. Há serviços que os privados não podem nem devem assegurar. Mas um estado-ladrão, que tem vindo ao longo de décadas a apropriar-se dos nossos recursos e do nosso trabalho para sustentar desvarios, incompetência, negócios ruinosos, corrupção, amiguismos, demagogias, inépcia?

As nossas criancinhas deviam ser obrigadas no inicio de cada ano lectivo a estudar o orçamento de Estado. "Coitadinhas!", já estou a ouvir o coro indignado de mães e de avós. Pois eu acho que não haveria melhor forma de as educar para a vida. Viriam a ser mais conscientes e mais exigentes na escolha de quem as governará no futuro. Saberiam de onde vinha e onde era gasto o dinheiro ganho pelo pai e pela mãe, que todas as manhãs vão trabalhar depois de os deixar nas escolas. Ficariam a saber a diminuta percentagem que resta dos proventos de cada dia de trabalho dos pais. E que é disso que têm de comer e pagar cadernos, livros e jogos.

Ao contrário das gerações actuais, ignorantes ou coniventes com os políticos a quem pagamos para nos (de.s)governarem e nalguns casos governarem-se a eles próprios e aos amigos, os nossos filhos e netos teriam condições para serem donos do próprio destino.

 

terça-feira, outubro 09, 2012

GRAVIDEZ TARDIA (III): Vantagens no Estilo Parental?


A parentalidade “tardia” mobiliza essencialmente informação pouco otimista, apesar das estatísticas serem cada vez mais animadoras. À parte dos fatores associados à saúde, vários estudos referem vantagens no casal que concebe tardiamente: maior maturidade e capacidade de decisão, maior segurança sócio-económica, menor receio e maior controlo no momento do parto, maior confiança nas equipas de saúde, experiência de vida e identidade melhor consolidada, que poderá ajudar a uma melhor adaptação. No entanto, este último aspeto tende a ser mais controverso uma vez que com a idade pode haver uma tendência a uma maior resistência à mudança de rotinas e à alteração de uma vida à partida mais estruturada.

Filhos de pais mais velhos referem frequentemente que os pais são mais rígidos, mas mais justos, que têm mais sabedoria e maior consciência dos valores. De uma forma geral, o casal mais jovem parece manifestar uma maior fragilidade e vulnerabilidade, com maior enfoque nas suas próprias angústias e nos seus conflitos, podendo ter menor disponibilidade emocional para o bebé do que o casal mais maduro.

Em qualquer dos casos, o mais importante será a personalidade e a saúde mental prévias, bem como a rede de suporte do casal, e estes são fatores a que os profissionais de saúde devem estar atentos, para que possam despistar sinais de alerta que requeiram intervenção psicoterapêutica: depressão materna (ou paterna), comportamentos obsessivo-compulsivos, medos exacerbados relativamente à saúde, divisão de papéis entre o casal, conflitos do casal.

Alguns estudos referem que os filhos de pais mais velhos serão menos inteligentes, embora não existam dados que confirmem ou justifiquem esta hipótese. A ser verdade, podemos colocar a hipótese de problemas no neurodesenvolvimento, associados ou não à idade dos pais, mas podemos também avançar com o impacto do estilo parental; a tendência à sobreproteção (no contexto das angústias referidas no post Gravidez Tardia II) pode dificultar experiências mais estimulantes e confinar a criança a um ambiente mais fechado e com menos contacto com experiências novas.

A condição física dos pais também poderá ser um fator de influência, observando-se uma menor resistência física ou predisposição para se sentarem no chão para brincar. Se, do ponto de vista psicomotor e do imaginário, esta possa ser uma desvantagem, poderá ser benéfica a outros níveis, com uma maior aposta em atividades culturais e intelectuais. Mas também é verdade, que existe uma maior tendência a manter a atividade física, que poderá contrariar este aspeto.

A tolerância é também um fator que suscita alguma ambivalência no que respeita às vantagens e desvantagens da idade. Se por um lado são pais eventualmente mais maduros e, por isso, mais tolerantes, por outro, a maior resistência à mudança pode levar a uma maior irritabilidade e tendência à punição. Estas características irão desempenhar um papel fundamental nas práticas mais permissivas ou mais autoritárias que se adotam e que terão grande influência no desenvolvimento sócio-emocional da criança.

Em qualquer idade, o principal é o equilíbrio, a coerência e a consistência, questões que estão muito dependentes das próprias relações familiares vivenciadas pelo pai e pela mãe, e pelas suas histórias individuais.

sábado, outubro 06, 2012




Um estudo de uma investigadora chilena chegou a interessantes conclusões sobre as diferenças entre homens e mulheres em relação ao ciúme. Nomeadamente o estudo alega que:

"Embora existam diferenças, dependendo da cultura, a psicóloga defende que geralmente os homens sofrem mais de ciúme sexual e as mulheres de ciúme emocional. No entanto, ambos, homens e mulheres, sentem ciúme sexual e emocional – a proporção relativa de cada tipo é que varia.
O sexo masculino sente-se mais motivado por sentimentos de agressividade e a vontade de manter a relação por competição, mas o lado feminino aproxima-se mais da dor e tristeza, mas ambos sentem sentimentos de possessividade em relação ao outro."

Para ver a notícia completa consultar http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=55293&op=all

sexta-feira, outubro 05, 2012

Arte e fotografia: o avião e a lua

A fotografia é a arte do momento. Do efémero, daquilo que nunca mais se repetirá, pelo menos daquela forma.
Não sabemos quem é o autor deste maravilhoso "instantâneo", como se dizia antigamente, mas encontrei-a via Likecool.com.

quinta-feira, outubro 04, 2012

Formação em psicoterapia EMDR - Novembro 2012


Formação em psicoterapia EMDR - 2012
O que é?
Desenvolvida a partir de 1987 por Francine Shapiro (USA), é uma terapia inovadora que descobriu os efeitos metabolizadores, apaziguadores e criativos da Estimulação Bilateral através dos movimentos oculares.
Recorrendo à integração de diferentes modelos psicoterapêuticos, passando pela psicologia cognitiva e pela psicanálise, a criação do EMDR veio revolucionar a prática clínica. Fornece um modelo teórico completo integrando conhecimentos essenciais da psicopatologia e da saúde mental e oferece uma articulação precisa entre a teoria e a prática com os resultados psicoterapêuticos estrondosos que se destacam pela rapidez e eficácia da intervenção.
Começou por ser uma terapia vocacionada para a resolução/ desbloqueio de traumas para, pouco tempo depois, evoluir numa prática abrangente e completa, podendo resolver/trabalhar as mais variadas “experiências emocionalmente negativas” (sentido lato de trauma) e simultaneamente é uma ferramenta muito eficaz para aumentar e fortalecer recursos psicológicos que anteriormente não estavam disponíveis para lidar com situações potencialmente stressantes.
EMDR e integração em psicoterapia
No momento atual de contínuos avanços científicos das neurociências e das ciências psicológicas, o EMDR é uma psicoterapia que integra o que de melhor e útil se foi desenvolvendo no campo das psicoterapias.
Integra hipóteses arrojadas sobre os processos neurofisiológicos associados aos movimentos oculares, a importância fulcral das experiências precoces e da associação livre sublinhadas pela psicanálise; a importância determinante dos modos de aprendizagem condicionada (comportamentalismo), a inquestionável existência de distorções cognitivas mais ou menos implícitas (cognitiva), o potencial transformativo da vivência emocional profunda descoberto pelas terapias experiênciais e por ultimo o trabalho imagético essencial na hipnoterapia. O EMDR fornece um modelo coerente e harmonioso entre várias abordagens, através da conceptualização de um “meta-modelo” designado de Processamento Adaptativo de Informação. Este modelo preconiza que o nosso cérebro tem, na maioria dos casos, a capacidade de encontrar soluções adaptativas para lidar com todas as experiências emocionais negativas.
Acompanhe os avanços da ciência e continue a sua formação em psicoterapia tornando-se psicoterapeuta EMDR!
A próxima formação em Psicoterapia EMDR, para o nível 1 irá realizar-se nos dias 8, 9 e 10 de Novembro, para o nível 2, irá realizar-se nos dias 11, 12 e 13 de Novembro.
Informações sobre EMDR em: http://www.psicronos.pt/emdr.htm

quarta-feira, outubro 03, 2012

DE GAZELA A GISELA(E)

Há já alguns dias que tenho estado para escrever este post, e agora senti o repto, através do assunto levantado pelo post da minha cara colega Alexandra.
Em consulta com adolescentes, especialmente do sexo feminino, somos levados a debater e desvendar muitos conflitos e complexos relacionados com a esfera corporal; não fosse esta uma fase de afirmação, e, como tal, a aparência física um dos seus expoentes máximos.
Ainda outro dia uma jovem dizia-me como se sentia infeliz, maltratada pelos colegas, inferiorizada, pois todas as outras jovens eram mais bonitas e com curvas e ela era uma vara de tão magra, lisa e alta, o que levava que fosse apelidada de gazela.
Por entre os seus longos cabelos, humedecidos pelas lágrimas, conseguiamos ver o seu rosto delicado, lábios bem delineados, carnudos e uns olhos verdes e grandes. Ora, com uma descrição destas, pensamos, possui todos os atributos para chegar a uma carreira promissora no mundo da moda.
A sua alta estatura era contrariada por uma postura incorreta, defensiva, tentando ao máximo diminuir uns centímetros para se tentar igualar aos demais da sua idade.
Vale pensar que a adolescência é um período muito conturbado e difícil na vida dos adolescentes (mais em especial nuns que noutros) e que devemos trabalhar com eles estas questões de identidade e identificação, promovendo sempre a diferença e fazendo-os perceber que essa pode ser uma mais valia.
Ora em cada top model existem relatos de que se sentiam diferentes, feias, magras e que todos estes atributos tinham conotações negativas, mas anos mais tarde o que parecia assustador se transforma em atributos verdadeiramente apetecíveis e é essa diferença que é procurada.
Portanto vale trabalhar com estes jovens que tudo é uma questão de perspetiva e promover a sua capacidade de libertação desta espiral destrutiva e corrosiva.

Este assunto acerca da diferença pode ser aprofundado em dois post´s por mim escritos

terça-feira, outubro 02, 2012

DEPRESSÃO INFANTIL: SINAIS DE ALERTA


A propósito do Dia Europeu da Depressão, que se assinalou ontem, dia 1 de Outubro, deixamos hoje alguns sinais de alerta sobre a Depressão Infantil. Durante muitos anos discutiu-se a aplicação de diagnósticos dos adultos na infância. A depressão foi alvo de grande discussão, apesar de hoje ser amplamente reconhecida (e frequente) a incidência desta problemática nas crianças e nos adolescentes. 

Apesar da especificidade das manifestações, a depressão na infância partilha o afeto perturbado, o sentimento de perda e as consequências devastadoras que se verificam nos adultos. O impacto tende a ser generalizado, ao nível do bem-estar físico, do funcionamento cognitivo, do estado emocional e do comportamento.

Coloca-se a hipótese de depressão ou outra perturbação do humor quando existe um humor depressivo persistente ou uma quase incapacidade de retirar prazer dos reforços e das recompensas habituais. Considera-se persistente um período de pelo menos duas semanas, que represente uma alteração do funcionamento anterior.

Nas crianças, os sintomas de depressão aparecem muitas vezes disfarçados de insucesso escolar, inibição ou isolamento social, ou através de manifestações mais subtis como a baixa auto-estima e auto-confiança. Pelo contrário, pode verificar-se um aumento da agressividade e da atividade motora (muitas vezes confundida com a hiperatividade). Em crianças mais pequenas, pode haver uma exacerbação da ansiedade de separação ou do medo dos estranhos, bem como alterações do comportamento. Crianças mais velhas, habitualmente mais sociáveis, podem passar a demonstrar maior inibição ou evitamento social. São ainda frequentes alterações do sono e/ou da alimentação, bem como queixas somáticas persistentes (vómitos, dores de barriga ou cabeça).

Tendo em conta o mito (e talvez a esperança) de que a infância é um período de inocência e êxtase, os sinais de alerta são muitas vezes desvalorizados ou encarados como uma fase que vai passar. Esta negação pode levar a um sentimento, por parte da criança, de que ninguém a compreende e/ou acredita na sua tristeza, acentuando a vivência de desamparo. A angústia inibe o sentimento de competência, a capacidade de auto-controlo e a diversão espontânea, pelo que a criança vê diminuída a sua predisposição para relacionar-se, para brincar e para aprender. É quase como se pensasse “Não vou ser capaz, porquê esforçar-me?”. Pais e professores, sem conhecimento destes sinais de alerta, tendem a considerar a criança como pouco esforçada, desatenta, preguiçosa, birrenta e algumas vezes a castigá-la, acentuando mais o sentimento de incapacidade e a baixa auto-estima.

Ao contrário do adulto, a criança tem dificuldade em expressar-se pela palavra, sendo mais capaz de o fazer pelo comportamento, daí a importância de estarmos atentos a estes sinais de alerta.

sábado, setembro 29, 2012

André Green - Eros e Thanatos

Conceitos fundamentais explicados por um dos maiores Psicanalistas de sempre: ANDRÉ GREEN


O TEMPO DA MUDANÇA E A MUDANÇA DO TEMPO




Também na mudança e evolução espiritual não há elevadores... passo a passo se faz o caminho; caminho esse que se faz caminhando...


terça-feira, setembro 25, 2012

GRAVIDEZ TARDIA (II): DEPOIS DOS 35 = RISCO?


Pelo menos até há bem pouco tempo (na verdade, penso que ainda é assim), uma gravidez depois dos 35 anos era automaticamente considerada de risco. Não descurando a maior incidência de alterações e complicações a partir desta idade, esta classificação sem a verificação de fatores pré-existentes pode trazer um risco acrescido: o da ansiedade.

A gravidez requer adaptação a vários níveis e traz consigo ansiedade e angústias normais. À partida, mesmo nos casais que optaram (em contraposição à decisão forçada) por adiar a parentalidade, existe uma ansiedade face à possibilidade ou não de conceberem e face aos receios inerentes ao decorrer da gravidez e do desenvolvimento do bebé. Ao verem a sua gravidez conotada como “de risco”, a ansiedade e os receios podem aumentar exponencialmente e influenciar de forma negativa o processo.

Por um lado, passa a haver uma perceção e uma crença de que o bebé será mais vulnerável e correrá mais riscos, mesmo não tendo havido qualquer problema ou complicação. Por outro lado, esta crença pode levar a uma culpabilidade e a um sentimento de responsabilidade direta sobre a saúde do filho. Este aspeto pode não só afetar a gravidez, como o estilo parental após o nascimento, que poderá ser excessivamente protetor devido a angústias de doença ou mesmo de morte. No extremo, a mãe (e obviamente o pai) pode mobilizar mecanismos de defesa que a impedem de se ligar ao bebé durante a gravidez, e depois, devido ao receio de que não sobreviva. Estes movimentos podem ter consequências devastadoras na saúde mental dos pais e da criança.

Este aspeto implica, portanto, a necessidade dos profissionais de saúde serem sensíveis aos fatores psicológicos e acompanharem o casal não só do ponto de vista médico, mas também no que toca às expetativas e aos receios.

A gravidez tardia (talvez também esta expressão deva ser repensada) é o resultado de mudanças sociais e dos progressos médicos, obrigando por isso a uma mudança nos paradigmas de intervenção.

sábado, setembro 22, 2012

O caminho

Esta ilustração tirada do site massivemov é tão expressiva que não é preciso dizer mais nada.
Ponhamos realização onde está sucesso, e fica melhor ainda.
 
 

A curiosidade

Não é frequente vir nos manuais como sendo uma "soft skill". As é.

A curiosidade, ou seja, a capacidade de nos interessarmos pelas coisas, de querer saber mais, de ir maIs longe, é essencial. Perguntar, inquirir, interrogar. Constantemente, sem medo das criticas dos outros. Uma mente que quer saber é uma mente aberta e com desejo de aprender. Não há melhor garantia para o progresso de uma pessoa.

Seth Godin é um homem com uma mente "fora da caixa", como agora se diz. Vale a pena acompanhar o blog dele. Este é justamente sobre a curiosidade:

http://sethgodin.typepad.com/seths_blog/2012/09/curiosity-was-framed.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+typepad%2Fsethsmainblog+%28Seth%27s+Blog%29

 

sexta-feira, setembro 21, 2012

EMDR em expansão e divulgação

                                     

O EMDR é uma forma de terapia recente e inovadora em constante expansão. Na Psicronos são já vários os psicólogos formadas nesta abordagem devido à sua grande eficácia em certos casos como por ex. pessoas vítimas de traumas. No Brasil foi divulgado mais um artigo sobre esta psicoterapia contribuindo para a sua compreensão:

http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2012/09/18/terapia-que-trabalha-com-movimento-dos-olhos-trata-de-traumas-a-medo-de-aviao.htm

quinta-feira, setembro 20, 2012

Cada mente


"Cada mente é, na realidade, um formigueiro de
predisposições opostas. A ideia da personalidade
como algo com atributos fixos é uma ilusão."

                                                 Lawrence Durrell

terça-feira, setembro 18, 2012

GRAVIDEZ TARDIA: OPÇÃO, NECESSIDADE OU IMPOSIÇÃO? (I)


Uma em cada cinco mulheres adia a gravidez para depois dos 35 anos. Vários fatores contribuem para este aspeto: dificuldades financeiras, aposta na consolidação da carreira, estatística mais animadora no que respeita aos cuidados médicos e a complicações nesta faixa etária, maior índice de divórcios e de instabilidade nos relacionamentos afetivos.

A maior parte das gravidezes tardias são em mulheres com estudos superiores ou, pelo contrário, em níveis sociais mais desfavorecidos, neste caso devido à falta de planeamento familiar.

Há que distinguir a mulher que adia voluntariamente a gravidez, da que “decide” engravidar tardiamente por fatores alheios à sua vontade. Mesmo quando a mulher decide engravidar mais tarde, por exemplo por motivos profissionais, não significa que não tenha esse desejo mais cedo e que não vivencie a pressão social, biológica e intrapsíquica, com ansiedades e angústias relacionadas com a possibilidade de conceber.

Também se assiste a um aumento do número de casais que não consegue conceber, sem que haja condições médicas associados. As mulheres ouvem cada vez mais que irão engravidar quanto abrandarem o ritmo de trabalho, havendo portanto fatores de stress associados. Mas quem se pode dar ao luxo de trabalhar menos nos dias de hoje?

É sabido que a partir dos 35 anos há uma diminuição da fertilidade e que acrescem os riscos para a saúde da mãe e do bebé: maior incidência de abortos, maior risco de diabetes e hipertensão maternas, maior índice de baixo peso à nascença e de sofrimento fetal, maior incidência de anomalias fetais e maior taxa de complicações obstétricas. Há também dados que referem riscos relacionados com a idade do pai, embora a este nível existam menos informações.

Contudo, e apesar de a partir dos 35 anos a gravidez continuar a ser conotada como sendo de risco, existem também cada vez mais dados que indicam que se a mulher for saudável e assegurar os cuidados pré-natais, os riscos são semelhantes aos de uma mulher mais jovem. Assim, os riscos estarão mais associados a fatores pré-existentes, que parecem ser mais frequentes em mulheres mais velhas.

Este é o primeiro post de uma série de reflexões que pretendemos desenvolver. Nos próximos, iremos abordar as vivências e expetativas associadas ao rótulo “de risco”, bem como as particularidades que são descritas no estilo parental dos casais que têm filhos mais tarde.

sábado, setembro 15, 2012

Políticos

Não é só cá que a imagem dos políticos infelizmente se degrada. Este é um engraçado cartoon da Times.

 

quinta-feira, setembro 13, 2012

"O INÍCIO DO ANO LECTIVO" - (VMT)

Na edição de ontem do jornal i li um pequeno artigo de opinião de um jornalista que falava acerca do regresso das  nossas crianças à escola e das notícias divulgadas, ou pelo menos mais noticiadas pelos jornalistas. Referiu que por esta altura de regresso às aulas as notícias são sobre as colocações dos professores, as despesas das famílias mas quase nunca colocam o enfoque nas alterações das rotinas das crianças e jovens.
Este senhor colocou a tónica numa questão que, a meu ver, assume importância fundamental - "...o sentimento de desagrado com que algumas crianças encaram o recomeço das aulas..."
Podemos ler "E espanto-me com os comentários de alguns pais que aceitam com naturalidade e até incentivam o sentimento de desagrado ... e até reconhecem que eles enquanto jovens abominaram a escola, as aulas, os professores, a disciplina.... Já adultos e ainda não perceberam aonde nos conduziu a falta de exigência que invadiu o sistemande ensino das últimas décadas?"
E termina referindo que felizmente conhece muitas crianças que vão para a escola com entusiasmo e ávidos de conhecimento e que são crianças e jovens alegres e, acrescento eu, com objectivos!


Gostar de aprender, sentir-se realizado a querer saber mais são dois dos pilares que devemos tentar cimentar em todos os jovens.
inércia, apatia, falta de vontade são questões transversais na adolescência, mas não têm que se transformar numa "forma de vida"!!

Todo o ser humano necessita de pessoas de referência e os pais e os professores são pessoas por excelência para assumirem este papel. Quem não teve um professor (seja do 1º, 2º, 3º ciclo, secundário ou ensino superior) que assumiu um papel importante na nossa vida, mudou rumos, alterou forma de pensar, estar, ou pelo menos, faz-nos recordar com saudade aquela época...!!!

Eu tive/tenho!!