Descobri este pintor do século XIX, armênio-russo, chamado Ivan Aivanovsky. Vale a pena ver na net as outra pinturas dele sobre mar e tempestades, são lindíssimas
segunda-feira, julho 27, 2015
Afastar a consciência do sofrimento e a recusa de ajuda
Por vezes há problemas dos quais nem sempre temos consciência, mas
que acabam por surgir em determinadas situações, como por exemplo sob
stress ou nas relações amorosas.
Desenvolvemos algumas vezes grandes capacidades de autossuficiência em
torno desses problemas e acreditamos que podemos perfeitamente tomar
cuidar de nós e prescindir de um outro exterior que desempenhe esse
papel para connosco.
Apesar de sermos muito capazes de lidar com
as responsabilidades do dia-a-dia, e mesmo de atingir o
sucesso, o mal
estar está lá... Como se não conseguíssemos descansar verdadeiramente.
Lado a lado com a autossuficiência e competência, e independentemente
de a grande rede de amizades que possamos ter ou pensar ter, temos por
vezes muito pouca experiência de nos entregarmos verdadeiramente aos
outros. Assim, fica também interdita a experiência da verdadeira
intimidade e cumplicidade, que nos preenchem genuinamente.
Assim,
permanecemos sós, trancados em nós mesmos, sem conseguirmos esse tão
almejado descanso. Porque é apenas na entrega genuína que conseguimos
crescer, integrar-nos e amadurecer.
Podemos ainda procurar ajuda
e conselhos de amigos, mas sentimos que de nada servem, e ás vezes
acabamos mesmo por sentir que estamos a incomodar ou que os outros se
frustram e perdem a paciência connosco.
Por vezes procuramos a
ajuda do psicólogo para nos apoiarmos nele e reforçar um "Eu-prótese",
autossuficiente, precisamente para não fazermos um processo de verdadeira
entrega. Como por exemplo a procura do psicólogo no intuito de receber
soluções ou respostas "faça você mesmo". Muitas vezes a resposta é mesmo
a psicoterapia, mas num primeiro momento falta a capacidade de entrega, e
o sentimento que surge na pessoa é o de não estar a conseguir (receber) nada da
psicoterapia. Porque na verdade, o paciente não pode (não consegue)
ainda receber... Não pode ainda entregar-se. Ainda que precise e o queira desesperadamente.
Por vezes a dor e o sofrimento emocional e mental está profundamente
inacessível, por debaixo de um "Eu-de-cobertura" que precisa num
primeiro momento ser devidamente consciencializado e trabalhado. Lá por
detrás está muitas vezes um "Eu" profundamente fragilizado, repleto de
sentimentos de incapacidade, inutilidade e incompetência, que precisa
ser entendido, cuidado, reparado e ajudado a desenvolver-se.
sábado, julho 25, 2015
||Perturbações de Personalidade|| - Personalidade Paranóide
A perturbação paranóide de
personalidade pode ser considerada das mais graves perturbações de
personalidade. Podem existir pessoas com personalidades paranóides que
apresentem um alto nível de funcionamento social, contudo raramente procuram
ajuda devido ao enorme problema em torno da capacidade de confiar.
A psicologia paranóide caracteriza-se por afetos,
impulsos e ideias internamente intoleráveis, sujeitos a dissociação e atribuídos às outras
pessoas, cuja presença ou imagem passa então a suscitar sentimentos de medo e/ou de
indignação.
Quando a hostilidade é projetada, a fantasia
paranóide é a de se ser perseguido(a) por outros hostis. No caso da dependência
projetada, a fantasia será a de alguém ter deliberadamente tornado a própria
pessoa dependente, de forma humilhante. No caso da projeção da atração, surge a
convicção paranóide de que outros têm intenções sexuais em relação à própria
pessoa (erotomania) ou em relação às pessoas a quem a própria pessoa está
vinculada (delírio de ciúmes). Outros afetos dolorosos podem também ser
projetados, tais como o ódio, a inveja, a vergonha, o desprezo, o nojo, ou o
medo.
As histórias de vida das pessoas que sofrem de
perturbações paranóides de personalidade estão marcadas por sentimentos de
vergonha e situações de humilhação. Assim, a expetativa social destas pessoas é
a de serem humilhadas pelos demais, pelo que podem elas mesmo passar ao ataque sem qualquer provocação aparente, de
modo a se livrarem da agonia da espera pelo ataque inevitável do exterior. Esta
mesma expetativa é responsável pelas atitudes de suspeita e hipervigilância que
caracterizam as perturbações paranóides. Infelizmente a atitude tende também
a evocar as tão receadas respostas de humilhação.
O poder, nomeadamente o poder persecutório dos demais ou o poder
megalómano do próprio, é o tema que motiva toda a organização
defensiva da personalidade paranóide. Alguns relatórios clínicos sugerem também que as
pessoas que sofrem de personalidade paranóide ao longo dos anos formativos sentiram um dos
progenitores enquanto sedutor ou manipulativo. Assim, estas permanencem ao longo
da vida alerta para o perigo de serem exploradas de formas sedutoras
pelo terapeuta ou por outras pessoas.
Há portanto um conflito interno intenso nas
personalidades paranóides, nomeadamente entre o pânico quando estão sozinhas -
o medo de serem feridas por um ataque inesperado e/ou o medo de que as suas
fantasias destrutivas firam ou já tenham ferido os demais) - e a ansiedade
quando em relações - o medo de serem usados e destruídos pelas intenções
ocultas dos outros.
As pessoas com perturbações paranóides tendem a ter
problema em perceber a diferença entre os seus pensamentos e as suas ações, um
problema possivelmente reforçado durante os primeiros anos de vida aquando de
atitudes de crítica ou humilhação dirigidas nomeadamente às atitudes da criança em vez de dirigidas aos
comportamentos.
Preocupação/tensão central: Atacar/ser
atacado por outros que procuram humilhar
Afetos centrais: Medo,
raiva, vergonha, desprezo
Crença patogénica característica
sobre si próprio(a): O ódio, a agressão e a dependência são perigosos
Crença patogénica sobre os outros: O
mundo está cheio de potenciais agressores e de pessoas que usam os demais
segunda-feira, julho 20, 2015
Algumas orientações práticas sobre o funcionamento da psicoterapia psicanalítica
O papel de um
psicoterapeuta é ajudar quem o procura a lidar com as suas emoções mais
difíceis e a organizar o pensamento, sempre no sentido de se encontrarem
conjuntamente formas mais adaptativas de lidar com as dificuldades pessoais,
reduzir angústias e insatisfações nas diferentes áreas da vida, e promover a
autonomia.
O psicoterapeuta respeita e promove a
autonomia e a identidade individuais e procura ajudar a própria pessoa a
encontrar dentro de si as respostas que procura para os problemas que a
afligem, que comprometem as suas relações e os seus objetivos de vida.
À medida que o "falar" se desenrola em sessão o
psicoterapeuta constrói e aplica intervenções que procuram conter a ansiedade e
transforma-la em coisas positivas; pôr a pessoa a pensar; oferecer novos pontos
de vista; identificar padrões de funcionamento por detrás de dificuldades
pessoais e relacionais; construir uma "aliança terapêutica"; ajudar
na regulação das emoções e da autoestima; trabalhar resistências internas,
etc..
O psicoterapeuta é alguém com vastos conhecimentos,
experiência pessoal e experiência clínica na área do desenvolvimento
psicológico e da personalidade, normal e patológico, e das funções e
princípios mentais universais (por exemplo, o facto da mente não ter
capacidade para se curar sozinha dos efeitos de situações traumáticas ou particularmente
adversas, sobretudo quando acontecem durante a infância, o que tende a resultar
na formação de sintomas e psicopatologia ao longo da vida). É especialista no
entendimento do porquê o ser humano sofre, como muda e em que circunstâncias.
É com estas ferramentas que o psicoterapeuta trabalha ao
nível da reabilitação e/ou construção de recursos internos que permitem romper
amarras e quebrar circunstâncias internas (e de vida) aprisionantes que tornam
a vida mais difícil de ser vivida.
-- Qual o papel do paciente? --
Falar livremente
Quanto mais livremente
conseguir falar das suas preocupações ou daquilo que lhe vai surgindo durante a
sessão, melhor. Pode falar sobre as suas preocupações, pensamentos,
sentimentos, angustias, medos, desejos, necessidades, ideias, valores, etc,
tudo o que achar importante. Se à medida que fala lhe surgirem, por exemplo,
outras ideias em paralelo, determinadas emoções, alguma memória ou flash,
procure falar sobre isso, ainda que lhe pareçam aspetos estranhos, desadequados
ou irrelevantes no momento.
Poder falar da dificuldade em falar
Se sentir dificuldade em
falar sobre algo específico pode tentar falar sobre essa dificuldade
específica, de modo a que você e o seu psicoterapeuta se possam debruçar sobre
essa mesma dificuldade, bem como o que se encontra por detrás da mesma.
Falar sobre os sonhos
Caso dê consigo sem nada
para dizer, pode tentar falar dos seus sonhos. Os sonhos são recursos precisos
que nos dão informações importantíssimas e profundas sobre nós, muitas vezes
quando sentimos que nada se está a passar ao nível consciente.
Falar sobre o que se passa na psicoterapia e em relação
ao psicoterapeuta
Tanto ou mais importante
que falar das suas preocupações é poder falar abertamente do que vai sentindo
em relação à psicoterapia e em relação ao próprio psicoterapeuta. É importante
falar sobre algum aspeto que lhe causa incómodo no consultório onde decorre a
sessão, ou, por exemplo, sobre um eventual (repentino ou gradual) sentimento de
que há algo no terapeuta, a sua forma de estar, a sua forma de olhar ou o seu
tom de voz, por exemplo, que parece ser igual a alguém próximo de si ou que
marcou o seu passado, como por exemplo, o seu pai. Poder falar sobre estes
paralelos é fundamental.
quinta-feira, julho 16, 2015
Caminhos
Hajam vestes de coragem e ponderação que nos
acomodem à aventura do finito, e à inspiração do infinito...
Haja serenidade e robustez que nos protejam do resvalar frenético para caminhos amplos e sem estrada, como os que a mania impõe...
Haja criatividade, poço de potencial inesgotável e de possibilidades intermináveis...
Haja intimidade e humildade, abraço e comunhão com a nossa mais profunda essência, força de união e ligação coletiva, que nos transforma e nos reforça profundamente enquanto seres humanos...
Haja cumplicidade e ternura, pois assim nos mantemos luz e farol em nós mesmos, resplandecentes, assim como os astros que conduzem a atenção de quem olha e contempla o céu noturno.
Haja fé no infinito, no sonho e no potencial daquilo que não é, mas poderá vir a ser.
Haja esperança e que a mesma nos acompanhe por entre momentos de desafio e caminhos periclitantes. Que se reavive vigorosamente aquando da sombra tenaz que procura engolfar as memórias que alimentam o sonho.
Haja sempre amor, força motriz do nosso espírito e fulgor da nossa existência.
segunda-feira, julho 13, 2015
Acne: Impacto e Significação
Em Ford é uma rapariga londrina de vinte e poucos anos que desistiu da carreira de modelo aos 20 anos de idade pois detestava a indústria. Atualmente Em dedica-se à produção criativa de filmes.
Um dos seus filmes recentemente atingiu mais de 11 milhões de visualizações. O filme visou enfatizar como a indústria da moda instiga expetativas de beleza irrealistas quer para mulheres, quer para homens.
O tema do filme foca o problema da acne e o impacto que o problema pode ter ao nível da autoestima. Ao longo dos meses Em recebeu milhares de mensagens de pessoas de todo o mundo que sofrem de acne e problemas relacionados com autoestima e autoimagem.
Durante a adolescência a autoimagem é um aspeto crítico da vida psíquica e social. A puberdade despoleta toda uma revolução psíquica que abre portas a novas preocupações e ansiedades. As mudanças hormonais suscitam novas curiosidades, o corpo muda e as relações entre pares ganham relevância. Emerge então todo um jogo complexo entre, por um lado, a imagem do nosso corpo e como nos sentimos dentro dele, e, por outro lado, as nossas relações sociais e a nossa autoestima.
A acne pode de facto prejudicar a nossa autoestima quando se trata de um problema persistente e relativamente marcante. O mesmo para a obesidade, por exemplo, ou condições físicas mais raras que surjam por exemplo durante a adolescência (e não só) onde a relação entre corpo, relações sociais e autoestima é tão importante.
Todavia a vivência do problema de acne pode ser exacerbada por outros problemas psicológicos de fundo. Enfrentar um problema de acne a partir de uma sólida autoestima é muito diferente da experiência, muitas vezes de desespero, de alguém cuja bases internas de regulação da autoestima são mais frágeis. O foco incisivo e a angústia ligada ao problema de acne serão bem maiores no segundo caso. Em casos extremos a pessoa pode mesmo acreditar que está deformada ou sofre de uma deformação, como é o caso da dismorfofobia.
Problemas de pele ou de imagem corporal que recaiam em cima de uma imagem de nós fragilizada, incompleta, inexistente, confusa, fragmentada, deformada, ou engrandecida/idealizada, são tendencialmente vividos com bastante mais ansiedade. No caso da acne é de considerar ainda o papel da ansiedade no agravamento do problema, o que nos leva facilmente a conceber cenários de angústia e preocupações ansiosas persistentes, à medida que o problema persiste, ou mesmo, agrava.
Outras vezes uma preocupação intensa com um problema de acne (ou outras condições físicas) pode mesmo condensar nela outras preocupações menos óbvias ou conscientes, preocupações e ansiedades que talvez nunca tenham podido ser pensadas. Neste caso estas angústias acabam muitas vezes por incrementar a dimensão do problema para além daquela que lhe é devida. Na adolescência em particular, tal como acima descrito, a acne é um problema particularmente sensível, já que se interliga com problemáticas e aspetos do desenvolvimento pessoal e social muito importantes.
Quando os meios de comunicação social visam provover constantemente ideias de beleza inatingíveis, o efeito psicológico que acabam por exercer em muitas pessoas alberga um pontencial elevado de destabilização emocional. É um problema tanto mais sério quanto mais fragilizada a autoestima de uma dada pessoa. Muitas vezes uma autoestima fragilizada tem raiz na imposição precoce (da família) de ideais (irrealistas ou desconsiderativas das capacidades reais da criança) que devem ser atingidos a cada etapa da vida. Na ausência de um ambiente familiar afetivo, paciente, compreensivo e apoiante, esses objetivos são muitas vezes sentidos pelas crianças como fundamentais para o sentimento de valor pessoal, bem como para poderem merecer a validação, a apreciação e o amor dos demais, do qual estão tão ávidos.
Referência:
sexta-feira, julho 10, 2015
O que dizer a alguém que sofre de ansiedade?
As pessoas que sofrem de uma perturbação ansiosa de personalidade estão cronicamente conscientes da sua ansiedade. Contrariamente ao que acontece nas fobias, onde a ansiedade se liga a determinados objetos ou situações, as pessoas caracterologicamente ansiosas vivem uma ansiedade global e difusa, frequentemente não sabendo o que as assusta.
As
pessoas que sofrem de uma perturbação ansiosa de personalidade estão
cronicamente conscientes da sua ansiedade já que os esforços defensivos
contra essa ansiedade falham na função de manter a apreensividade fora
da consciência. Contrariamente ao que acontece nas fobias, onde a
ansiedade se liga a determinados objetos ou situações, as pessoas
caracterologicamente ansiosas vivem uma ansiedade global e difusa,
frequentemente não sabendo o que as assusta. - See more at:
http://www.psicronos.pt/artigos/personalidade-ansiosa_39.html#sthash.JDxQlBZH.dpuf
As
pessoas que sofrem de uma perturbação ansiosa de personalidade estão
cronicamente conscientes da sua ansiedade já que os esforços defensivos
contra essa ansiedade falham na função de manter a apreensividade fora
da consciência. Contrariamente ao que acontece nas fobias, onde a
ansiedade se liga a determinados objetos ou situações, as pessoas
caracterologicamente ansiosas vivem uma ansiedade global e difusa,
frequentemente não sabendo o que as assusta. - See more at:
http://www.psicronos.pt/artigos/personalidade-ansiosa_39.html#sthash.JDxQlBZH.dpuf
As
pessoas que sofrem de uma perturbação ansiosa de personalidade estão
cronicamente conscientes da sua ansiedade já que os esforços defensivos
contra essa ansiedade falham na função de manter a apreensividade fora
da consciência. Contrariamente ao que acontece nas fobias, onde a
ansiedade se liga a determinados objetos ou situações, as pessoas
caracterologicamente ansiosas vivem uma ansiedade global e difusa,
frequentemente não sabendo o que as assusta. - See more at:
http://www.psicronos.pt/artigos/personalidade-ansiosa_39.html#sthash.JDxQlBZH.dpuf
As
pessoas que sofrem de uma perturbação ansiosa de personalidade estão
cronicamente conscientes da sua ansiedade já que os esforços defensivos
contra essa ansiedade falham na função de manter a apreensividade fora
da consciência. Contrariamente ao que acontece nas fobias, onde a
ansiedade se liga a determinados objetos ou situações, as pessoas
caracterologicamente ansiosas vivem uma ansiedade global e difusa,
frequentemente não sabendo o que as assusta. - See more at:
http://www.psicronos.pt/artigos/personalidade-ansiosa_39.html#sthash.JDxQlBZH.dpuf
As
pessoas que sofrem de uma perturbação ansiosa de personalidade estão
cronicamente conscientes da sua ansiedade já que os esforços defensivos
contra essa ansiedade falham na função de manter a apreensividade fora
da consciência. Contrariamente ao que acontece nas fobias, onde a
ansiedade se liga a determinados objetos ou situações, as pessoas
caracterologicamente ansiosas vivem uma ansiedade global e difusa,
frequentemente não sabendo o que as assusta. - See more at:
http://www.psicronos.pt/artigos/personalidade-ansiosa_39.html#sthash.JDxQlBZH.dpuf
O que dizer então a alguém próximo que se está a sentir extremamente ansioso? Como ajudar a que essa pessoa se sinta melhor se nós próprios não conseguimos entender o que se passa?
Por detrás da ansiedade existem emoções humanas, que todos nós sentimos. Estas emoções por vezes podem surgir enquanto medo intenso ou algum tipo de ansiedade, e podem surgir noutra pessoa com outro rosto. Medo é algo que todos nós sentimos, e nesse sentindo procurar ajudar alguém que sofre de ansiedade é no fundo conseguirmos ligar-nos com essa pessoa.
Dizer a alguém com ansiedade para se acalmar ou para parar de fazer tempestades em copos de água pode facilmente conduzir a um incremento de ansiedade.
Para além do que se pode dizer, o como dizer é absolutamente fundamental. A atitude deverá ser tranquila, paciente e compreensiva. Alguém que fica ansioso ou irritável em resposta à ansiedade da pessoa que procura ajudar, fará melhor em afastar-se para não exacerbar a ansiedade da outra pessoa, ou para não leva-la a anular-se a si mesma a fim de cuidar da primeira pessoa (inversão de papeis). De igual modo a crítica é altamente prejudicial no sentido de ajudar alguém com ansiedade, aumentando-a ou levando a pessoa a mobilizar estratégias patológicas internas de modo a lidar com a angústia.
Algo que se pode dizer a alguém que sofre de ansiedade:
"Consegues falar-me um pouco melhor sobre o que sentes?"
Uma forma de ajudar alguém que sofre de ansiedade é perceber se conseguimos ser suficientemente apoiantes de modo a que a outra pessoa se consiga abrir connosco, falar do que está a sentir e dos motivos pelos quais poderá estar a sentir essas coisas.
Posteriormente é importante oferecer empatia, compreensão e ajudar a construir pontos de vista diferentes sobre o problema.
"Lamento sinceramente que estejas a passar por isso (dize-lo apenas em sinceridade)"
Entrar em pânico é a pior atitude que se pode ter quando se lida com alguém que sofre de ansiedade, pois tal tende a ser vivido enquanto falta de compreensão por aquilo que se está passar.
"Não tens culpa"
De modo a poder dar compreensão genuína é necessário que consigamos entender e empatizar com a outra pessoa. É necessário validar aquilo que essa pessoa está a ultrapassar.
No entanto é importante não se ser cúmplice do medo. Ser compreensivo não significa promover uma atitude de banalização ou normalização, que muitas vezes pode mesmo incrementar a ansiedade.
"Imagino que isso esteja a ser facto muito difícil para ti... Achas que há alguma coisa que eu possa fazer para te ajudar?"
Muitas vezes queremos fazer algo por aqueles que nos são queridos, quando tudo aquilo que eles precisam é um ombro amigo que os ouça e que valide que aquilo pelo que estão a passar é difícil. A chave é a empatia.
Fazer silêncio.
Em última análise, o fundamental não é tanto o que se diz, mas como esse apoio se faz chegar. Por vezes basta ouvir.
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