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terça-feira, dezembro 02, 2014

Relações de amor-ódio causam mais stress do que inimigos

No site ZAP do aeiou podemos ler um artigo, que reproduzo aqui, sobre uma investigação muito interessante realizada por psicólogos americanos.

Veja o artigo aqui http://zap.aeiou.pt/relacoes-de-amor-odio-causam-mais-stress-do-que-inimigos-50405



Um estudo feito por psicólogos nos Estados Unidos revelou que as “relações ambivalentes” – amigos com quem costumamos ter uma relação de amor-ódio – podem ter um efeito mais nocivo na nossa saúde do que os nossos inimigos.
Na língua inglesa existe até mesmo um termo para descrever esse tipo de pessoa: “frenemy” – uma combinação das palavras friend (“amigo”) e enemy (“inimigo”).
Segundo a psicóloga Julianne Holt-Lunstat, da Bringham Young University, no Utah, metade das pessoas que conhecemos, em média, são pessoas com quem mantemos esse tipo de relação.
“É raro encontrar alguém que não possui pelo menos uma dessas relações”, diz Holt-Lunstad.

Amizade e saúde

As relações que mantemos são importantes para nossa saúde. Cerca de 150 estudos diferentes analisados pela psicóloga mostraram que relações sociais saudáveis podem reduzir o risco de morte em até metade – o mesmo índice registado por pessoas que param de fumar. Ser solitário é quase duas vezes mais perigoso do que ser obeso.
Os amigos ajudam a reduzir os níveis de stress, reduzindo a pressão sanguínea e riscos de infeção. Alguns males como distúrbios de sono estão ligados à falta de amizades.
As amizades, contudo, possuem diferentes graus. O famoso antropólogo Robin Dunbar, da Universidade de Oxford, chegou a propor o “número de Dunbar“, que sustenta que cada pessoa é capaz de manter apenas 150 amizades com alguma profundidade.
“[Nas nossas relações com os outros], estamos sempre a lidar com vários interesses que concorrem entre si. O problema é neutralizar o stress para permitir que o nosso grupo social se mantenha coerente ao longo do tempo”, diz Dunbar.
“É preciso agradar os nossos aliados, o que pode incluir alguns frenemies. Toleramo-los para conseguir administrar melhor os nossos interesses.”

Estudos

No entanto, estudos conduzidos em Utah mostram que tentar administrar relações com pessoas que “amamos e odiamos” pode trazer mais malefícios do que se pensa.
Em um dos estudos, os cientistas mediram a pressão sanguínea de voluntários quando em contacto com seus amigos. Como seria de prever, os amigos mais amados produziram pressões sanguíneas baixas nos voluntários; colegas de trabalho irritantes ou maus chefes fizeram a pressão subir.
A surpresa, porém, foi descobrir que a pressão atingiu seu ponto mais alto diante de um certo grupo de amigos – os tais frenemies. Outros estudos posteriores confirmaram e ampliaram estes resultados.
“Mesmo quando a pessoa em questão está na sala ao lado, a pressão aumenta, com maiores níveis de ansiedade. Só por causa da sensação de a qualquer momento ter de lidar com a pessoa”, diz Holt-Lunstad. Em alguns casos, bastava mostrar o nome da pessoa numa tela para que o batimento cardíaco subisse.
O problema, segundo os cientistas, é que essas relações de amor-ódio têm um impacto muito grande na vida das pessoas. Pequenos sinais do quotidiano que desencadeiem memórias relacionadas com elas são suficientes para castigar o corpo com más sensações.
Para Hold-Lunstad, é a falta de estabilidade na relação que gera stress.
“Há sempre uma incerteza quando encontramos um frenemy. Será que a pessoa veio para me ajudar ou para dizer novamente algo desagradável?”
O psicólogo Bert Uchino, que trabalhou na mesma investigação, diz que os frenemies têm um impacto mais nocivo no nosso comportamento porque são pessoas que costumamos levar a sério e com quem nos importamos. Segundo ele, comentários maldosos feitos por inimigos são mais fáceis de serem ignorados, já que não consideramos muito a opinião de quem não gostamos.
“Temos tendência a ficar ruminando conversas dolorosas que tivemos com nossos frenemies por mais tempo”, diz Uchino.

Estratégias

Por ora, todos os estudos realizados analisam apenas períodos curtos, mas os cientistas querem compreender o efeito a longo prazo dessas relações para a nossa saúde. Uchino está a estudar o impacto das amizades no ADN para determinar se há consequências mais graves para a saúde, como a incidência de cancro.
O desafio para a maior parte das pessoas, segundo os psicólogos, é romper as relações com os frenemies, já que muitos deles são amigos de longa data. Há também uma sensação de que se deve ter “grandeza” e manter relações mesmo com pessoas que não amamos totalmente.
Uchino conta que, pessoalmente, estuda duas estratégias para lidar com os seus “amigos que odeia”. Uma delas é expor mais os pontos de conflito na relação, na tentativa de reduzir a sensação de ambiguidade e incerteza. A outra é meditar sobre o papel de cada amigo na sua vida, o que segundo alguns estudos pode ajudar a reduzir o stress nas relações.
No entanto, o psicólogo diz que esses estudos ainda não são cientificamente robustos o suficiente para serem levados a sério.
ZAP / BBC

quarta-feira, abril 16, 2014

Provas científicas e validade do EMDR


Muitas pessoas já ouviram falar do EMDR como método ou abordagem integrativa psicoterapêutica que promete resultados, ou pelo menos uma maior eficácia, na ultrapassagem de uma variedade de situações traumáticas. Nestas se incluem as experiências relacionadas com a guerra, as situações de abuso sexual e/ou físico ou de negligência na infância, desastres naturais, assalto ou ataque, traumas cirúrgicos e de diagnóstico de doenças crónicas, acidentes de viação e de trabalho. Dos traumas grandes aos traumas pequenos, ou vice-versa, abrangendo as situações cuja perturbadora vivência deixou na nossa mente/corpo uma espécie de caixa de ressonância (aglomerado de memórias, imagens, emoções e sensações) muito sensível a tudo aquilo que consciente ou inconscientemente toca nos seus gatilhos.

Assim, pode acontecer que uma experiência negativa intensa vivida há muitos anos, por vezes está recalcada e foi esquecida, possa continuar a produzir efeitos que abalam a qualidade de vida e o bem estar de uma pessoa, sem que esta consiga conscientemente produzir uma ligação entre a situação original e a situação desencadeante, que justifique as suas reações - por exemplo, impulsividade exagerada ou intempestividade, perda de auto-controlo, ataque de ansiedade, stress, fuga e medo irracionais. Muito se tem avançado nas últimas décadas no campo das neurociências mas ainda nos é algo difícil compreender como se estabelecem no cérebro estes processos, e como se desencadeiam reações desproporcionadas e desadaptadas  que podem, entre muitos outros efeitos,  limitar a qualidade das interacções com os outros e afectar a auto-estima.

O EMDR, enquadrado e aplicado por psicoterapeutas, não é uma moda, é um tratamento psicológico que apesar da sua recência já possui um corpo teórico e prático bastante consistente e um conjunto de evidências científicas que o validam, reflexo da investigação acumulada, que fazem com que esta abordagem psicoterapêutica seja considerada um tratamento eficaz e internacionalmente recomendado para as perturbações de stress pós-traumático(PSPT).  Um já vasto conjunto de organizações recomendam o EMDR nas suas  orientações práticas de métodos de tratamento para o PSPT, onde se incluem a Organização Mundial de Saúde (2013), a Associação Psiquiátrica Americana (em 2004 e 2010), o Departmento dos Assuntos de Veteranos e pelo Departamento de Defesa dos EUA (em 2010), a Sociedade Internacional de Estudos de Stress Traumático  (em 2009), o National Institute for Clinical Excellence do Reino Unido (em 2005) e outras organizações pelo mundo fora, incluindo a maioria das Associações de Psicólogos e de Psiquiatras.

Com um nome pouco apelativo, a meu ver, o EMDR é todavia uma terapia poderosa que produz resultados surpreendentes e que vale a pena conhecer.

Abaixo seguem os links para uma entrevista dada pela Dr. Francine Shapiro (criadora do EMDR, e fundadora do EMDR INSTITUTE) ao New York Times (2012):



e para um outro artigo (Dr. James Alexander) que documenta a perspectiva neurológica do EMDR:



Isabel Botelho
Psicóloga-Psicoterapeuta-Executive Coach

quinta-feira, outubro 10, 2013

Meditar com facilidade

No dia a dia da nossa clínica - a Psicronos - muitas vezes temos necessidade de ajudar os nossos pacientes e clientes a encontrarem formas de lidarem com os estados ansiosos e de stress.

A meditação é uma excelente forma de entrarmos em contato connosco próprios, de reduzirmos os níveis de ansiedade base e de recuperarmos física e emocionalmente.

Encontrei este video fantástico que explica de uma forma muito acessível como meditar pode ser simples, fácil e rápido :-).

Meditação em um instante – Como meditar em 1 minuto



Meditação em um instante, legendado (One Moment Meditation, with pt-BR subtitles).

sexta-feira, agosto 09, 2013

O homem tribal em nós

Nos velhos tempos, quando vivíamos em cavernas e nos encostávamos uns aos outros à procura de calor, atentos ao menor ruído que indicasse a presença de um predador, a sobrevivência dependia de quão rapidamente os indivíduos passavam ao modo de "ataque ou fuga".

Aquilo a que hoje chamamos stress era um mecanismo precioso. O sangue afluía aos músculos permitindo a corrida, a respiração acelerava permitindo uma maior oxigenação, a força nos braços e as pernas aumentava. Imagino que ninguém se queixasse de stress - era essencial à vida.

Nesse tempo, o funcionamento tribal era também essencial, assim como o princípio "ou nós ou eles". As tribos guerreavam-se, roubavam as fémeas, os inimigos chegavam a ser devorados.

Quando terá começado a cooperação entre grupos distintos? Sabemos que os chimpazés cooperam em determinadas circunstâncias. É possível que tivéssemos percebido muito cedo as vantagens da cooperação. Mas às vezes o primitivo vem ao de cima e parece que nos esquecemos. Vezes demais.

O esquema "se não pertences à minha tribo és meu inimigo" é pouco propício ao raciocínio, ao pensamento, ao trabalho inteligente. Limita-nos e arrasta-nos séculos para trás. Alguém quer parecer um neardantal ou mesmo um homo habilis?

 

 

 

 

 

terça-feira, julho 12, 2011

Frase crua do dia



"Um homem vulnerável
é uma criança a chorar..."

Antigo combatente de guerra com perturbação pós-stress traumático