sexta-feira, fevereiro 04, 2011

Estudo confirma que doces podem causar dependência


Neurotransmissores que provocam o vício libertados com consumo de açúcar

2011-02-02

Mecanismo de compensação do cérebro é activado com açúcar
O vício em chocolate e noutros doces realmente existe, de acordo com investigadores doInstituto Central de Saúde Mental de Mannheim, na Alemanha, que procuraram compreender quando e por quê o açúcar pode causar dependência, da mesma forma que o álcool, o tabaco ou outras drogas.

Falk Kiefer, investigador que liderou o estudo que respondeu a estas questões, submeteu um grupo de voluntários com excesso de peso a ressonâncias magnéticas a fim de observar as suas reacções perante a exibição de imagens de doces, bolos e gelados.

Com estes testes, o cientista alemão constatou que as imagens activaram o mecanismo de compensação do cérebro em pessoas expostas às imagens de guloseimas.
Foi observada a libertação de dopamina, um neurotransmissor que estimula o sistema nervoso central e que também é conhecido como a “hormona da felicidade”, visto que proporciona a sensação de bem-estar. Segundo os investigadores, esta reacção é comparável aos efeitos causados pela droga e pelo álcool, cujo consumo também provoca a libertação deste neurotransmissor.

Foram ainda realizados testes com ratos “viciados em açúcar”. Quando privados deste componente, tiveram as mesmas reacções que roedores “alcoólicos” que deixaram de consumir álcool, como tremores, ansiedade e nervosismo. "Os processos que são libertados no mecanismo de compensação pelo açúcar são, de facto, comparáveis com o álcool e a nicotina", assegurou o investigador Rainer Spanagel.

Para além do mecanismo de compensação, a ingestão de grandes quantidades de açúcar promove a outros neurotransmissores, como a endorfina e opióides, responsáveis pela sensação de felicidade e pela dependência.

Rainer Spanagel acrescentou ainda que há grande probabilidade de os resultados obtidos em ratos também serem válidos para pessoas, visto que os testes com animais na área de dependência química são geralmente aplicáveis a seres humanos.

segunda-feira, janeiro 31, 2011

Efeitos cerebrais da meditação

Uma equipa de psiquiatria do Hospital Geral de Massachusetts (EUA) realizou o primeiro estudo sobre a forma como a meditação afecta o cérebro. As conclusões, recentemente publicadas no «Psychiatry Research», referem que a prática regular – até oito semanas – pode levar a alterações consideráveis em determinadas regiões cerebrais, relacionadas com a memória, a autoconsciência, a empatia e o stresse.

Nesta investigação 16 participantes aceitaram praticar diariamente exercícios de meditação (ensinados semanalmente), durante 27 minutos. Respostas a um questionário assinalaram melhorias significativas, comparativamente às semanas anteriores. A análise das imagens por ressonância magnética mostrou uma evolução na massa cinzenta, localizada no hipocampo – zona cerebral implicada na aprendizagem, memória, estruturas associadas à autoconsciência, compaixão e introspecção.

Verificaram ainda uma diminuição da massa cinzenta na amígdala cerebral, o conjunto de núcleos neuronais nos lobos temporais, relacionados com a diminuição do stresse. Contudo, nenhuma destas
alterações foi observada no grupo de controlo dos restantes voluntários, ou seja, nos que não praticaram meditação.

Segundo o grupo de investigação, os resultados mostram a plasticidade do cérebro e como, mediante a meditação, este se molda e altera, de forma a aumentar o nosso bem-estar e a nossa qualidade de vida. Os avanços abrem portas para novas terapias para pacientes que sofram graves problemas de stresse e stresse pós-traumático, por exemplo.

Para mais informações:

quarta-feira, janeiro 12, 2011

Empatia e percepção da intencionalidade em bebés


Os bebés de até sete meses conseguem perceber e compreender o ponto de vista de outra pessoa, segundo um estudo publicado na revista«Science». Até agora, considerava-se que essa habilidade, conhecida como "teoria da mente", só era desenvolvida a partir dos três ou quatro anos.

"Crianças mais novas têm dificuldade em acompanhar cenários complicados", afirma Ansgar Endress, psicólogo cognitivo do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) e um dos autores do estudo. Mas ele e os seus colegas usaram um cenário simples para testar as habilidades perceptivas de bebés e adultos.
O grupo exibiu vídeos animados em que uma bola girava atrás de uma parede e, a cada vez, ficava ali ou rolava para fora do campo de e voltava. Na animação, também aparecia uma personagem, mas nem sempre acompanhava o destino final da bola.

Os adultos foram capazes de determinar mais rapidamente a trajectória da bola levando em conta a perspectiva da personagem do desenho. E, embora tenha sido mais difícil para as crianças, os investigadores descobriram que os bebés fitavam a tela durante mais tempo quando a expectativa da personagem sobre a bola não correspondia à realidade – o que sugere que estes compreenderam o ponto de vista da personagem do vídeo.

O estudo pode ajudar psicólogos a entender melhor o funcionamento de uma sociedade. "Se a pessoa quer trabalhar em conjunto, se quer cooperar, se quer se comunicar, isso só é possível quando se considera a perspectiva do outro", conclui.

sexta-feira, dezembro 31, 2010

quinta-feira, dezembro 30, 2010

Os riscos de uma vida sem medo

Lesão no cérebro conduz paciente a comportamento atípico


Paciente nunca reage face ao medo.
Uma equipa do Departamento de Neurologia da Universidade do Iowa (EUA) estuda, há já vários anos, o caso particular de uma mulher que sofre de uma lesão no cérebro e cuja estrutura implica a incapacidade de sentir emoções, como medo, por exemplo. Os investigadores, entre os quais se encontra o português António Damásio, já tentaram expô-la a todo o tipo de situações: cobras, aranhas, filmes de terror e até a um edifício alegadamente assombrado. Tudo em vão.

As amígdalas – pequenas estruturas arredondadas, em forma de amêndoa, localizadas muito próximas do hipocampo – desta paciente (designada pelas iniciais SM) foram danificadas por uma doença e parece ser esta a origem do seu comportamento atípico. Geralmente, as amígdalas são capazes de desencadear a ‘cascata’ bioquímica que permite ao organismo reagir face ao medo.
Os neurocientistas Ralph Adolphs, Daniel Tranel ou António Damásio foram incapazes de ler qualquer receio no seu rosto, aquando de diversas observações. Mesmo que consiga demonstrar emoções como alegria, tristeza ou desgosto, nunca se assusta.

Apesar de não gostar de aranhas e serpentes e os vendedores a alertarem sobre a perigosidade dos animais, SM consegue mesmo tocar numa cobra perigosa ou numa tarântula sem manifestar qualquer reacção negativa, segundo escreveram os cientistas na Current Biology - onde se juntou o investigador Justin S. Feinstein.

A equipa de estudo referiu ainda que a paciente não usa qualquer tipo de estratégia para evitar o medo, e que pelo contrário, é uma “sorte” ela continuar viva por se expor a todo o tipo de situações. As observações permitiram salientar a importância do papel das amígdalas na percepção do medo, concluem, mas avançam que estudar um único indivíduo é muito pouco para tirar conclusões definitivas.

sábado, dezembro 25, 2010

FELICIDADE e IDADE

A edicao de 16 de Dezembro do Economist trazia um artigo muito interessante sobre a curva da felicidade e do bem-estar ao longo da vida. Foram feitos estudos por vàrias envisages, entre elas a America’s General Social Survey, Eurobarometer e Gallup.
A conclusao é q a curva da felicidade tem a forma de um U. Nos países desenvolvidos, o pico do U ( isto é, a idade média da maior infelicidade) são os 46 anos!
Ao que parece, com a idade as pessoas passam a apreciar coisas a que não ligavam antes, a não ligarem tanto a outras e a zangarem-se menos.
Cito:
"Enjoyment and happiness dip in middle age, then pick up; stress rises during the early 20s, then falls sharply; worry peaks in middle age, and falls sharply thereafter; anger declines throughout life; sadness rises slightly in middle age, and falls thereafter".
A Prof. Laura Carstensen, da Stanford University, diz o seguinte:
"Because the old know they are closer to death (...) they grow better at living for the present. They come to focus on things that matter now—such as feelings—and less on long-term goals. When young people look at older people, they think how terrifying it must be to be nearing the end of your life. But older people know what matters most.”

Mas vale a pena ler o artigo completo. Podem encontrá-lo em: http://www.economist.com/node/17722567?Story_ID=17722567

sexta-feira, dezembro 10, 2010

SUICÍDIOS E HOMICÍDIOS

Acabei de ler em

http://www.huffingtonpost.com/marina-picciotto/depression-treatment-new-advances_b_793454.html?utm_source=DailyBrief&utm_campaign=121010&utm_medium=email&utm_content=BlogEntry&utm_term=Daily+Brief

que o numero de suicîdios nos EUA é quase o dobro do numero de homicídios.
Sabendo-se que existe uma relação intensa entre a depressão profunda e o suicidio, estes numeros dão que pensar.
Vivemos tempos difîceis, e a Europa não é excepção, antes pelo contrário. No nosso paîs, existe a agravante de uma taxa de desemprego muito elevada, com tendência para aumentar. E as perspectivas de crescimento económico, única saîda para a crise, não são brilhantes.
Devemos baixar os braços? Não. Pelo contràrio, temos de fazer melhor aquilo que fazemos e adquirir novas competências. Temos de ser exigentes com nós próprios e com quem escolhemos para governar - acho que já ninguém duvida de que a incompetência e a irresponsabilidade foram longe demais. E não é só de agora.

domingo, outubro 10, 2010

EM CASA DOS PAIS

O Eurostat publicou uns números interessantes (disponíveis no site) sobre a percentagem de jovens adultos, na UE, q vivem com os pais. Portugal surge como um dos campeões, com 47,6% dos homens entre 25 e 34 anos a viverem com os pais. Mas há pior, como a Bulgaria, a Eslovenia e Eslováquia. Já nos países nórdicos a independência parece que se conquista cedo.
Haverá razoes económicas, certamente. Mas tenho para mim que muito disto é cultural. Ai, as maezinhas... E os filhos acomodados...

quarta-feira, outubro 06, 2010

Festival de cinema

A programação da VIII edição do Doclisboa já está disponível. Ao longo de 11 dias (14 a 24 de Outubro) serão exibidos 203 filmes, em dez salas na Culturgest, nos Cinemas São Jorge, Londres, City Classic Alvalade e na Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema.

Especial destaque para o documentário biográfico sobre a grande pessoa, o grande pedagogo e médico psicanalista que foi João dos Santos, tão bem retratado por Tiago Pereira e Sofia Ponte.
Vale a pena ver este filme composto por excertos de vídeos e dizeres de João dos Santos, intercalados por comentários de quem teve o privilégio de o conhecer.
O nome do filme é Photomaton - Retratos de João dos Santos e vai ser transmitido dia 19 deste mês às 18:00h no cinema Londres, sala 1.

sábado, setembro 25, 2010

Musica para inspirar

Aqi vai uma sugestao musical para o vosso fim-de-semana.
Esta obra de Vangelis é mesmo muito inspiradora.

MYTHODEA: Movement 9

http://www.youtube.com/watch?v=AqXlbUzgGQE&feature=related

quinta-feira, setembro 23, 2010

Workshop Musicodrama em Lisboa “Do Corpo da Música à Música do Corpo - Modos de Usar"


O termo Musicodrama foi criado pelos formadores para definir um tipo
de Psicodrama que recorre com frequência à utilização de música, pelo
que este workshop permite uma experiência teórica e vivêncial sobre o
potencial dramático que tem o uso de música numa sessão de Psicodrama.

O Espaço Na Rua da Prata vai realizar no dia 25 de Setembro um Workshop de Musicodrama Do Corpo da Música à Música do Corpo - Modos de Usar, dirigido por Fernando Rato e Maria João Sousa e Brito das 10.00 às 13.00 (3 horas de duração), na Rua da Prata, 250, 3º Esq.

Inscrição - 25 €
Para efectuar a inscrição e/ou saber mais detalhes enviei um email para na.rua.da.prata@gmail.com

quarta-feira, setembro 22, 2010

Os neurónios "imitadores"

Mais uma espantosa descoberta sobre a nossa fantástica "caixa negra".

http://www.ted.com/talks/vs_ramachandran_the_neurons_that_shaped_civilization.html

quinta-feira, setembro 16, 2010

DIVERSÃO EM CONJUNTO

Recomendo a leitura da crónica de hj, no i, do pediatra Paulo Oom. Nem sempre estou de acordo com ele, mas na de hoje acho excelente, sobre a importancia da diver são em conjunto na educação das crianças.

http://www.ionline.pt/conteudo/78682-a-diversao-tambem-ajuda-educar

domingo, setembro 12, 2010

RUMOR BRANCO

Rumor Branco foi o título de um livro publicado no início dos anos setenta por um autor notável, que misteriosamente parou de escrever, de seu nome Almeida Faria.
Mas o rumor branco de que hoje ia falar tem a ver com uma outra questão.Na net aparece designado por "ruído branco" (white noise) e designa um som que, sendo confortável, é suposto abafar ruídos desagradáveis que venham do exterior.
Este verão, diante de um barulho verdadeiramente perturbador que vinha da rua, durante a noite, estive a fazer uma pesquisa na net e encontrei à venda uns aparelhos, que podem ser encomendados online e que supostamente emitem um ruído constante que abafará os outros. Aparentemente, são usados no quarto de dormir, numa sala de conferências, nos escritorios como forma de conferir alguma privacidade a chamadas telefonicas que estejam a decorrer, etc.
Acabei por decidir produzir o meu próprio ruído branco com o aparelho de ar condicionado, o que me evitou as noites em claro mas não impediu de pensar na enorme falta de respeito que demonstramos uns pelos outros no nosso dia-a-dia. Com total impunidade, pelo menos neste país ( na Bélgica sei de boa fonte que não é assim).
Mas este intrigante conceito de ruído branco pode ser estendido à esfera psicológica. Quantos de nós não temos uma ou outra pessoa à nossa volta cujo "ruído" é invasivo e insuportável?
Há que saber criar, dentro de nós, um rumor branco para esses casos.

quarta-feira, setembro 08, 2010

AS EXPRESSÕES FACIAIS DOS BÉBÉS

A Dra. Harriet Oster vem à nossa (dizem) gentil capital conduzir um workshor sobre as expressões faciais dos bébés.
O workshop será em Outubro.

Link em:

http://LisbonBabyFACS.blogspot.com/

(por razoes misteriosas não consigo inserir o link aqui do iPhone, terão de fazer o copy paste)

terça-feira, setembro 07, 2010


Investigadores americanos quiseram actualizar a antiga e conhecida pirâmide das necessidades de Maslow (1940). O seu estudo foi publicado na revista Perspectives on psychological Sciences e o seu autor principal, Douglas Kenrick, quis reformular a referida pirâmide à luz das mais recentes descobertas nos diversos campos da ciência como a psicologia do desenvolvimento, a psicologia evolutiva e as neuro-ciências.


Na nova pirâmide proposta por este conjunto de investigadores, podemos ver que os quatro primeiros níveis se mantêm praticamente idênticos aos da pirâmide original de Maslow. As modificações principais e também controversas reportam-se aos últimos níveis superiores onde a necessidade de realização pessoal ou auto-actualização foi substituída pela necessidade de aquisição de um parceiro sexual/amoroso, a sua retenção e, por fim, no pico da pirâmide, a necessidade de parentalidade.

Para mais detalhes pode ser consultado o artigo original ou o artigo francês que anuncia o original. Este último pode ser encontrado no seguinte link: