domingo, fevereiro 01, 2009

"Bullying- Violência entre Pares"


“Bullying- Violência entre Pares”


Sexta-Feira 13 Fevereiro 2009 Auditório do Edifício Paços do Concelho - Torres Vedras


Destinatários: pais, encarregados de educação e restante comunidade educativa


O Auditório do Edifício Paços do Concelho acolhe, no próximo dia 13 de Fevereiro, pelas 21h30, a realização de mais uma sessão do Projecto Conversas com Pais, este mês subordinada ao tema “Bullying- Violência entre Pares”, que contará com a presença da convidada Tânia Paias.
A iniciativa destina-se a pais, encarregados de educação e restante comunidade educativa.Ao longo da trajectória académica um número significativo de estudantes tem contacto com a violência, quer no papel de vítimas, quer de agressores, espectadores… Bullying, um sub-tipo de violência escolar, é um conceito complexo que assume algumas peculiaridades que o diferenciam de outras de outras violências e que vale a pena conhecer de forma mais exaustiva.

sábado, janeiro 31, 2009

Outliers




Tenho andado a ler o livro de Malcolm Gladwell, Outliers. Neste livro o autor defende a tese de que as pessoas excepcionais (excepcionalmente bem sucedidas, os melhores, os mais inteligentes) são fruto de um conjunto de circunstâncias contextuais únicas. Aptidão excepcional é apenas uma das variáveis e, nem sempre a mais determinante.

Faz referência a uma coisa que achei particularmente interessante: a regra das Dez Mil Horas. Após a análise de uma serie de casos particulares de pessoas particularmente bem-sucedidas e de outras com potencial para tal, mas que se tornaram apenas medianos; conclui-o que a excelência numa actividade complexa exige o nível mínimo de 10.000 horas de prática.

Os ingredientes do sucesso, de acordo com Gladwell, são:

Paixão
Talento
Trabalho Intensivo

Dez Mil horas são aproximadamente 1250 dias de 8 horas de trabalho.

Fiz contas e conclui que atingi ou até já ultrapassei as 10.000h de pratica clínica e intuitivamente acho que ele tem razão, mas com uma ressalva. Acho que 10.000h de prática nos leva ao nosso expoente máximo nessa actividade complexa mas, infelizmente, não necessariamente à excelência.

Tempos ainda modernos...

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Quais são os sintomas da depressão?



É fundamental esclarecer o que diferencia a depressão da tristeza. Assim a tristeza consiste numa reacção normal à perda ou a um acontecimento que não corresponde às expectativas prévias. O sentimento é natural e traz benefícios se o indivíduo conseguir reflectir para daí tirar uma aprendizagem das experiências penosas. A depressão, por seu turno, é um transtorno mental ligado a um distúrbio da química cerebral, caracterizado por uma tristeza crónica e perda significativa do interesse em actividades anteriormente prazerosas. Considera-se uma doença quando a pessoa apresenta cinco ou seis dos sintomas que se seguem: 1. Uma tristeza permanente. 2. Desânimo e apatia. 3. Insónia (especialmente na segunda metade da noite) ou dormir demais (hipersónia). 4. Faltas de estímulo e de tomada de iniciativa. 5. Perda da libido e do prazer em geral. 6. Baixo desempenho no trabalho. 7. Irritabilidade. 8. Falta ou excesso de apetite. 9. Prejuízo considerável na capacidade de concentração e atenção. 10. Redução da auto-estima, com críticas depreciativas e auto-culpabilizantes. 11. Queixas constantes, especialmente de natureza hipocondríaca. 12. Visão pessimista do futuro. 13. Ideação ou tentativa suicida.
obra de Kathe Kollwitz

sexta-feira, janeiro 09, 2009

A QUESTÃO DO ANONIMATO


Em diálogo com algumas pessoas, tem vindo à baila a questão do anonimato. Opção que hoje em dia é tanto mais importante quanto os novos meios de comunicação (a net, as redes, os blogs, as paginas pessoais, etc) levantam novos problemas éticos e de privacidade. Os colaboradores do Salpicos têm por princípio assumir as nossas identidades, o que decorre da nossa postura profissional na área da psicoterapia. Mas trata-se, porventura, de um caso especial. E que poderá envolver alguns riscos.
Que riscos?
O de assumir posições, por exemplo, passíveis de crítica e de censura. O da exposição. O da vulnerabilidade.
Outras pessoas, por exemplo, têm sites e blogs onde asumem posições desafrontadamente, mas com outro nome. Podem ser coerentes e consistentes, mas as suas pessoas não são afectadas, nem o seu nome. Razões profissionais, igualmente legítimas, podem levar a essa opção.
Gostava de conhecer a opinão dos leitores sobre esta questão tão do nosso tempo e que pode afectar as nossa vidas. Há até um site, muito interessante, sobre a “gestão da reputação” e as ferramentas que podemos usar para esse efeito, sendo que um dos conselhos do site é o de evitar os rumores e boatos tomando posições claras e comunicando sem tibiezas aquilo que se quer comunicar.

sábado, dezembro 20, 2008

Clara Pracana no Câmara Clara



Amanhã, dia 21 de Dezembro, Câmara Clara com Paula Moura Pinheiro.

Sem culpa, o sentimento de culpa, não haveria civilização. Neste período a que estamos todos "obrigados" à bondade, é tempo de reflectirmos sobre os mecanismos individuais e colectivos propulsores da solidariedade. Clara Pracana é psicoterapeuta psicanalítica e acaba de lançar um livro sobre a culpa. Rogério Cação trabalha há décadas com pessoas com deficiência mental e é director da FENACERCI, a federação das 51 CERCI que existem no país. O Natal é um momento doloroso para muitos dos pacientes de Clara Pracana. Para Rogério Cação é uma alegria que partilha alegremente com os deficientes com quem trabalha. Uma emissão que lhe traz as breves histórias do Natal na música (com Vanda de Sá) e do Natal na literatura portuguesa (com Vasco Graça Moura); que recorda Alçada Baptista e Vieira da Silva; que dá muitas sugestões para presentes de Natal entre as novidades dos livros, dos discos, dos espectáculos, das exposições, dos filmes, e que termina com o filme-piloto que lançou a irreverente série South Park: o combate entre Jesus Cristo e o Pai Natal.

sexta-feira, dezembro 19, 2008

Livro/presente


Eu então sugiro, como presente não-caro e muito, muito bonito, um livro do Stig Dagerman intitulado "A nossa necessidade de consolo é impossível de satisfazer". Eh bien...

quarta-feira, dezembro 17, 2008

"Vida de cão" - A NÃO PERDER...


Aqui fica a minha sugestão cinematográfica. É um filme já com alguns anos mas muito interessante. E mais não digo...

SINOPSE
Esta é a história comovente e inesquecível de Ingemar, um rapaz de 12 anos com uma vida complicada demais para a sua idade. Quando a sua mãe fica gravemente doente, ele é separado do seu irmão e é enviado para viver com os seus tios no campo. Infeliz e confuso, ele vai encontrar novas aventuras e inesperadas alegrias, com a ajuda do seu tio brincalhão, mas algo sinistro, e dos bondosos habitantes da aldeia.
Aclamado pela crítica e vencedor de vários prémios internacionais, Vida de Cão é um filme fascinante, trágico e divertido. A sua história única, mas realista, sobre os problemas da infância é rica, repleta de personagens cativantes e cenas verdadeiramente memoráveis.

Do outro lado...


E o que surge do outro lado?


De que lado? Que lado é esse de que me falas?


Esse lado! Aquele que tem a ver com o ir... com o procurar... é desse lado que te falo!


Título original em alemão Auf der Anderen Seite, em inglês The Edge of Heaven e em português Do Outro Lado.

Um filme de Fatih Akin a não perder (acabou de ser lançado em DVD).

Atenção à banda sonora.

http://www.youtube.com/watch?v=CrBGzFt7fZQ

terça-feira, dezembro 16, 2008

A Globalização no Divã



Não se trata necessariamente de uma Análise em Divã mas, de uma análise sobre a Globalização saída de encontros entre sofás.



"O estrangeiro em potência virou o estrangeiro em acção (ou, se quisermos, o estrangeiro cinético). Adquiriu a liberdade para levantar voo, mas, em contrapartida, corre um permanente risco de se poder enlear nas ramificações da rede. Ao levantar voo desligou-se ainda mais dos lugares da cidade. Segundo esta concepção, o bairro deixou praticamente de ser um espaço de proximidade social e emocional. Transformou-se num sítio de distância onde se faz o possível por mantêr o "outro" (o vizinho) à distância. Neste início do século XXI, e mais do que em qualquer outra cidade da história do mundo, a proximidade procura-se fora dos lugares."
A Globalização no Divã - Coodenação de: Renato Miguel do Carmo; Daniel Melo e Ruy Llera Blanes - Edições Tinta da China

sábado, dezembro 13, 2008

PAÍS INFELIZ

Um estudo do Deustsche Bank Research chegou à conclusão de que Portugal é, de entre os países da OCDE, o que tem maior índice de infelicidade (satisfação pessoal dos interrogados). A percepção de três factores, a saber, a “ineficiência governamental”, o “descontrolo da corrupção” e a “falta de confiança interpessoal entre os cidadãos”, explicam este triste resultado.
As sociedades, tais como os indivíduos, têm medo e acumulam traumas. Caem em depressão. Vivemos assustados e com medo do futuro. Tristes tempos estes. E que fazemos? Embalam-nos com projectos de obras megalómanas. Ou com muros de contentores diante do Tejo, que é para não termos mesmo para onde olhar. E nós? Como de costume, adoptamos o provérbio: “fia-te na virgem e não corras”. A virgem neste caso pode ter vários nomes e roupagens. E até pode não ser nada virgem.
Alguma ideia sobre o que poderemos fazer para melhorar este nosso triste estado (a governação não é eficiente, a corrupção grassa, não confiamos uns nos outros)? Leitores-cidadãos-pensantes, onde estais? Será que foram aliens que responderam por nós a este inquérito e nós até estamos muito felizes e contentes e prontos a votar em 2009?

quarta-feira, dezembro 10, 2008

Declaração Universal dos Direitos Humanos foi proclamada há 60 anos



A propósito da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a nossa colega, Clara Pracana vai participar no programa Janela Aberta do Radio Clube Português pelas 17.30h.

Quem quiser ouvir pode simplesmente ir a http://radioclube.clix.pt/

segunda-feira, dezembro 08, 2008

CONSUMO OU POUPANÇA?


A crise instalou-se, e este país pequenino, pobre e vulnerável, sempre encostado aos grandes, parece ainda mais deprimido. Nos jornais os economistas debatem se as políticas económicas para nos salvar desta desgraça deverão ou não keynesianas. Ou seja, se se deve estimular o consumo, injectando liquidez no sistema ou, pelo contrário, estimular a poupança (ler, a este propósito, o artigo de Francisco Sarsfield Cabral de hoje no Público).
A questão diz respeito a todos nós, porque está em causa não só o nosso quotidiano como o futuro, nosso e dos nossos filhos. Sempre me fez confusão a facilidade (comodismo?) com que os portugueses se abstêm de discutir ou sequer reflectir sobre estes assuntos, como se fosse coisa para “especialistas” e não para o cidadão. Pela minha parte, e apesar de pensar que andámos a consumir demasiado nos últimos anos (nunca a poupança das famílias foi tão baixa) e acima das nossas possibilidades, julgo que há que estimular agora o consumo e controlar a inflação num segundo tempo. Na economia, como na vida, há que proceder na maior parte das vezes a pequenos ajustes que não matem o doente mas que lhe permitam um maior qualidade de vida.

sábado, dezembro 06, 2008

Mimi 1998-2008

Pets e affects

Parece que os homens começaram a domesticar os cães desde muito cedo. Eles connosco, nós com eles. Um, dois, três, uma matilha. Sempre à espera de comida e de festinhas. Insaciáveis.
O que será que nos leva a afeiçoarmo-nos assim a estas bolas de pêlo com um ADN semelhante ao do lobo? Todos já ouvimos pessoas a dizerem que gostam mais dos animais do que das pessoas. Julgo que projectamos neles a fantasia da afeição incondicional, da retribuição, sem falha, do afecto. Achamos que são leais e que morreriam por nós. Embora duvide muito de tal determinação, o que é certo é que eles asseguram um lugar dentro de nós. E depois, como vivem pouco anos, vão-se embora, rapidamente, pisando ao de leve com as patinhas gorduchas.

quarta-feira, dezembro 03, 2008

A ilustração científica na construção do conhecimento




Tem início amanhã, dia 4 de Dezembro, o workshop internacional sobre "A ilustração científica na construção do conhecimento", na Faculdade de Ciências da UL, que contará com a presença especial do Professor William Ober, ilustrador científico da editora McGraw-Hill.

Este workshop será realizado nos dias 4 e 5 de Dezembro e terá lugar no Anfiteatro da Fundação da Faculdade de Ciências, com o seguinte programa:



Quinta-feira, 4 de Dezembro de 2008

15h30 | Miguel Faria – História da Ilustração Científica– Linhas orientadoras para a estruturação de uma disciplina

16h30 | Pedro Salgado – Ilustração Científica na actualidade em Portugal

17h30 | Coffee Break

18h00 | William Ober – Conferência Pública sobre Use of Imagery and Design in teaching the science of Biology



Fim das sessões: 19h30





Sexta-feira, 5 de Dezembro de 2008

Manhã

9h30 | Pedro Fernandes – Diários Gráficos: O sketch book e a Ilustração Científica

10h00 | Filipe Franco – Experiência de um ilustrador científico português

10h30| Coffee Break

10h45 | William Ober – The Evolution of Scientific Art from Hand to Digital

12h00| Pedro Salgado – Filme Documentário



Tarde

15h00 | Teresa Bigio e Flávia Neves – O papel da Ilustração Científica na construção do Conhecimento

15h30 | William Ober e Pedro Salgado – workshop prático de ilustração científica

16h30 | Coffee Break

17h00 | William Ober e Pedro Salgado – workshop prático de ilustração científica

segunda-feira, dezembro 01, 2008

Conferência - Cognitive Rehabilitation

COGNITIVE REHABILITATION

Professora Barbara Wilson, University of Cambridge

13 de Dezembro │ 9h-13h │A2 │ Edifício Faculdade Ciências Humanas

CONFERÊNCIA INSERIDA NO MESTRADO EM REABILITAÇÃO NEUROLÓGICA

Inscrições: 10€ - Até 10 de Dezembro

Para mais informações:
Email: doliveira@ics.lisboa.ucp.pt
Tel: 21 721 41 47/ Fax: 21 726 39 80

terça-feira, novembro 18, 2008

Colóquio Internacional Fenomenologia, Psicologia e Psicoterapia - 23 e 24 de Janeiro 2009 - ISPA


Gostaríamos de o informar sobre a realização do Colóquio Internacional sobre Fenomenologia, Psicologia e Psicoterapia, a decorrer no Instituto Superior de Psicologia Aplicada, em Lisboa, nos dias 23 e 24 de Janeiro de 2009.

No Colóquio serão debatidos dois temas principais. O primeiro tema relaciona-se com o antigo desígnio de Husserl de constituição de uma Psicologia Fenomenológica, alargando e desenvolvendo as suas teorias da consciência e da subjectividade.

O outro tema incidirá sobre a pertinência da aplicação da Fenomenologia à Psicoterapia. No que diz respeito a este ponto particular, referimo-nos não só à prática do psicoterapeuta e à eficácia dos métodos fenomenológicos na relação terapêutica. Na verdade, estamos sobretudo a pensar nas teorias sobre a subjectividade humana e o significado da vida humana que estão subjacentes às nossas representações sobre saúde e bem-estar. Esperamos que a Fenomenologia nos forneça uma análise da dinâmica da subjectividade e intersubjectividade capaz de nos orientar no contexto psicoterapêutico.

O referido evento pretende assinalar os 70 anos da morte de Edmund Husserl, enquadrando a Fenomenologia de matriz husserliana em novos contextos, mas mantendo-se, todavia, fiel a algumas das suas mais importantes teses e ideias directoras.

O Colóquio é organizado conjuntamente pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada, pelo Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa e pela Associação Portuguesa de Filosofia Fenomenológica.


Mais informações e inscrições: Tel.: 218 811 786 / 218 811 700

cii@ispa.pt / www.ispa.pt


CONFERENCISTAS


Pedro ALVES - (Universidade de Lisboa)

André BARATA - (Universidade da Beira Interior)

Fernando BELO - (Universidade de Lisboa)

Rudolf BERNET - (Katholieke Universiteit Leuven)

Irene Borges DUARTE - (Universidade de Évora)

François de GANDT - (Université de Lille III)

Amedeo GIORGI - (Saybrook Institute)

Paula Ponce de LEÃO - (Instituto Superior de Psicologia Aplicada)

Carlos MORUJÃO - (Universidade Católica Portuguesa)

Frederico PEREIRA - (Instituto Superior de Psicologia Aplicada)

Maria Luísa PORTOCARRERO - (Universidade de Coimbra)

Vítor Amorim RODRIGUES - (Instituto Superior de Psicologia Aplicada)

Urbano SINDOCHA - (Universidade da Beira Interior)

Daniel SOUSA - (Instituto Superior de Psicologia Aplicada)

Dan ZAHAVI - (University of Copenhagen)

sexta-feira, novembro 14, 2008

Felix Culpa de Clara Pracana - a não perder



Como eu própria digo na contra-capa do livro:

Este livro é um ensaio sobre a culpa nas suas diversas manifestações, conteudos e elaboração, tanto ao nível do psiquismo individual como colectivo. A autora percorre o caminho subtil e laborioso que nos permite perceber a existência da culpa entranhada na vida psíquica saudável e patológica.
É um estudo ímpar de reflexão teórica e de análise.

Habilmente capítulo após capítulo, percorrendo a matriz original da cultura ocidental e as mais modernas obras psicanalíticas, transporta-nos para o epicentro da culpa que ora nos leva mais longe na conquista da cultura, ora nos esmaga em sentimentos de remorsos e pesar avassaladores.

A psicologia e psicopatologia da culpa são igualmente revisitadas - a culpa sem nome, a autoculpabilização, a pedagogia da culpa, a depressão melancólica, a culpa inconsciente, o masoquismo moral, a reacção terapêutica negativa, etc. -, descobrindo nesse movimento a pulsão de morte e as suas inevitáveis consequências. A culpa é um derivado da pulsão de morte, uma expressão inequívoca da sua existência; mas paradoxalmente é também propulsor da cultura e da civilização. Na culpa e com a culpa, Clara Pracana vê, num certo sentido, o lado positivo da pulsão de morte.
A culpa é, tal como a pulsão de morte, condição do ser humano.

Encomende o seu exemplar aqui - Editora OVNI

quarta-feira, novembro 12, 2008

Seminário: Da criança objecto à criança sujeito

No dia 28 de Novembro, realizar-se-á em Portimão um seminário promovido pela Catraia - Centro de Acolhimento Temporário.

Das 9h30 às 16h30
Inscrição 10€

para mais informações: catraia_ptm@hotmail.com

domingo, novembro 09, 2008

A crise e as competências emocionais/soft skills


Como acho que muitos dos leitores deste blog sabem, eu trabalho há muitos anos em áreas relacionadas com a gestão de recursos humanos, o desempenho pessoal e o desenvolvimento de competências, mentoring, etc.. Tenho-me apercebido da necessidade crescente de as pessoas estarem preparadas para enfrentar esta terrível crise económica internacional, que ainda mal começou (até agora tem-se revelado sobretudo na área financeira, o pior vai ser quando chegar mesmo às empresas). Aqueles de quem vai ser exigido mais não são, no entanto, os que estão na minha faixa etária (já algo avançada:)). São os que estão na faixa dos vinte e tal, trinta e quarenta que vão ter de se adaptar rapidamente a novas formas de desempenho e de lidar com a(s) crise(s) – externa e interna.
A verdade é que hoje em dia não basta ter um diploma e as competências técnicas. Os empregadores privilegiam cada vez mais qualidades como a auto-motivação, capacidade de trabalhar em equipa e de motivar os outros, resiliência e capacidade de utilizar as próprias emoções, mesmo em circunstâncias adversas.
Há dois anos leccionei um seminário teórico sobre esta matéria no ISPA, num mestrado. Gostaria de saber agora se haverá interesse da parte de outras pessoas, das mais variadas profissões (comércio, serviços, banca, seguros, informática, etc, etc) em participar num curso mais prático de soft skills, com um número reduzido de participantes.
Fico à espera de reacções dos leitores/bloguistas.

segunda-feira, novembro 03, 2008

Terror sem nome. O que significa?

Esta expressão é usada para referir uma angústia que o paciente sente, com uma forte sensação de "aniquilamento" que o mesmo não consegue descrever usando palavras. Com fequência o terapeuta insiste, equivocadamente, para que o paciente o faça, quando, ao invés, é este que está à espera que alguém o entenda, descodifique e esclareça o que ele próprio não sabe, nem de onde veio a angústia que é tão dolorosa.
D. Zimerman refere a este propósito o verso de Luís de Camões que expressa este terror: "Sinto um...não sei o que; Surge...não sei de onde; Aparece...não sei quando; Mas dói, dói muito; E... não sei por quê".
"Grito"
Edvard Munch

domingo, novembro 02, 2008

Mobbing

Bullying, cyberbullying, bullying homofóbico, mobbing

Muitos são os desígnios de um sub-tipo de violência comum a todos estes termos - a pressão psicológica, a ofensa, as ameaças...

Tal como no Bullying, este não é um conceito novo, apenas ganhou projecção nas últimas décadas e entre nós, começou-se agora a falar nele.

Mobbing deriva do inglês " to mob" que significa agredir. É um tipo de pressão psicológica que ocorre em âmbito laboral e que tem com objectivo principal diminuir as capacidades do trabalhador.
Este tipo de violência é perpectuada em meio laboral por meio de palavras, acções, exposição a situações difíceis, nas quais o trabalhador é humilhado, ridicularizado nas suas funções e capacidades.

Este termo foi proposto pela primeira vez por Konrad Lorenz em contexto etológico no decurso de estudos efectuados com gansos e gaivotas. Neste contexto o mobbing define-se como um ataque colectivo a um alvo considerado perigoso, normalmente um predador. Este ataque é levado a cabo por vocalizações e ameaças à distância, com o objectivo de confundir o predador. Nalgumas espécies este ataque inclui também defecar e vomitar na vítima.

Na década de 80 este termo foi popularizado por Heinz Leymann, considerado o pai do mobbing, que adoptou este conceito da etologia e relacionou-o com a conduta humana nas organizações laborais.

Para se falar em Mobbing vários comportamentos/ataques têm que estar presentes: ataque à vítima; às suas relações socias; à sua vida privada; às suas atitudes; à sua reputação.

Como causas podemos encontrar falta de liderança, inveja, stress, ciúmes...

Como consequências podemos observar uma diminuição na capacidade laboral (certos estudos remetem para uma diminuição na ordem dos 70%), sintomatologia psicossomática tais como dores de cabeça, taquicárdia, gastrites...

Os efeitos desta pressão psicológica são devastadores para a vítima, conduzindo, em casos extremos a baixas sucessivas ou à demissão.

Este é um flagelo que não se circunscreva apenas em termos laborais, uma vez que as suas repercussões acabam por se fazer sentir no ambiente familiar (maior nervosismo. stress constante, depressão...)

sábado, outubro 25, 2008

A Psicologia Positiva


A Happy Woman de Outubro publica, como habitualmente, vários artigos que dão particular destaque à Psicologia. Entre eles gostava de destacar o artigo sobre Psicologia Positiva.

A Psicologia Positiva é apresentada como uma "nova ciência" diferenciada da Psicologia Clínica. Apesar de concordar em absoluto que a Psicologia Clínica tende a ocupar-se predominantemente da resolução de problemas enquanto a Psicologia Positiva tende a ocupar-se da potenciação do "lado saudável" da pessoa; parece-me que descrevê-las como psicologias opostas acaba por gerar mal-entendidos que podem, em certos contextos, originar a acentuação do estigma associado ao acompanhamento psicológico.

Na minha opinião, as duas formas de psicologia são complementares e mesmo quando um paciente/cliente apresenta um quadro clínico bem identificável, como por exemplo, uma depressão ou uma perturbação de ansiedade, não deixa de ser importante trabalhar com essa pessoa no sentido de potenciar o seu lado saudável. Muitos dos pacientes em acompanhamento psicológico visam apenas o seu desenvolvimento pessoal e apesar de terem "problemas" ou áreas nas quais (ou com as quais) se sentem menos bem, são globalmente pessoas equilibradas e saudáveis do ponto de vista mental.

De qualquer forma a perspectiva da Psicologia Positiva é bastante interessante e oferece um estímulo todos os psicólogos clínicos para se centrarem também sobre a psicologia do bem-estar psicológico e não apenas sobre a perturbação mental.

Deixo-vos um excerto do artigo com a assinatura de Carla Novo que descreve o essencial da Psicologia Positiva:

"O que é a psicologia positiva?
O conceito nasceu, recentemente, quando Martin Seligman, considerado o pai da psicologia positiva e director do centro de psicologia positiva, fez os primeiros estudos sobre a felicidade. Concebeu as três dimensões da felicidade em três etapas: as emoções positivas; o envolvimento e o sentido para a vida. A psicologia positiva assenta nestes três pilares, ela procura ajudar o individuo a focar-se no que tem de bom, nos momentos óptimos e não somente a remexer feridas. Há que falar dos problemas sim, mas sempre na perspectiva das soluções. Construindo o caminho focando-nos nos sucessos. Descortinar o que posso fazer para chegar ao meu objectivo, que é ajustado mediante a realidade. Conseguir de dia para dia mais momentos bons. Encontrar um sentido para a vida, ganhar perspectivas e valorizar sempre o acontecimento. No fundo, os momentos mais felizes estão, muitas vezes, nas pequenas vitórias que conseguimos durante o nosso percurso para a vitória."
In Novo, Carla; "Viagem ao nosso «eu» - o que podemos aprender com a psicologia positiva"; Happy Woman Outubro de 2008

A jornalista, Carla Novo, fez três consultas com a colega Catarina Rivero e descreve a sua impressão e experiência subjectiva. Este artigo contribuiu da melhor forma para a construção de uma imagem positiva da Psicologia.

quarta-feira, outubro 22, 2008

VI Colóquio do Porto - Psicanálise e Cultura O HOMEM E O(s) JOGO(s)



Vai realizar-se nos dias 14 e 15 de Novembro próximo, o VI Colóquio do Porto - Psicanálise e Cultura - O Homem e o(s) Jogo(s). O Colóquio vai decorrer no Porto, Fundação Eng. António de Almeida, Rua Tenente Valadim, 325.

Para obter mais informações ou inscrições, podem ser utilizados os seguintes endereços:

Rua de São João de Brito, 524 – Sala 5, 4100-453 Porto

Tel.: 22 615 45 68 (14h às 19h)

Fax: 22 615 59 41

E-mail: rmnscoelho@mail.telepac.pt

Website: www.sppsicanalise.pt

No site da Sociedade Portuguesa de Psicanálise poderá consultar o programa

poço

Deveria ter sido tu
Com esse coração agulha
A vazar os olhos
De quem o bem te fez
Deveria ter sido tu
Com esses pés de ninguém
Que de esmagar
Só não esmagam uma uva
Deveria ter sido tu
Que me chamavas poço
E vir abeirar-me
Com a tua paixão de nunca cair
Deveria ter sido tu
Com esse copo na mão
E cheio de sorrisos
A brindar às camas seguintes
Deveria ter sido tu, sim
E estar aqui comigo
Com estas mãos no rosto
E as minhas lágrimas sem doerem um pouco

Paulo José Miranda escreveu, o silêncio da escuta, ou a voz de Misia.

sábado, outubro 18, 2008

BULLYING


Num post anterior informei-vos que iria decorrer, em Ourém, um seminário sobre Bullying.
Hoje quero contar-vos como decorreu (bem sei que já estou um pouco "fora de horas", mas questões de ordem técnica vetaram uma escrita mais atempada)
Basicamente a minha comunicação incidiu sobre o que se entende por Bullying; noções do conceito; contextualização do fenómeno; caracterização das vítimas e agressores e alguns sinais de alerta.
Este seminário contou com a presença da deputada Drª Fernanda Asseiceira, elementos da Câmara de Ourém, do Centro de Emprego de Tomar e uma plateia cheia de professores, alunos, pais/encarregados de educação e pessoal que trabalha directamente com crianças.
A APDAF - (quem organizou este seminário) recolheu informação do fenómeno Bullying junto das crianças com que trabalha tendo aparecido questões muito engraçadas e pertinentes, as quais não quis deixar passar em branco.
Por exemplo:
"O Bullying é um tema recente em Portugal"
Lamentavelmente o Bullying não é um fenómeno novo em Portugal, talvez a projecção deste conceito é que, nos últimos tempos, adquiriu grande projecção.
"O Bullying é fazer mal aos outros - é fazer nódoas negras"
As nódoas negras a que mais devemos estar atentas são as internas, pois o silêncio que corre a par e passo com o Bullying é capaz de produzir efeitos muito nefastos para a criança/adolescente, nomeadamente ao nível da sua auto-estima, capacidade de defesa...
No final do seminário alguns elementos da plateia também colocaram questões e reflexões muito importantes,
tais como:
De que forma podem ajudar os agressores;
Para auxiliá-los é necessário trabalhar a vários níveis (psicológico- dirigido às causas remotas do problema; educativo - modificar as condições que facilitam que se mantenha o Bullying; e também com os familiares)
As crianças de hoje não sabem brincar; A violência é a única forma que têm de passar o tempo.
E quanto ao BRINCAR,
imprescindível,
exigível,
obrigatório,
SAUDÁVEL
é pelo brincar que ensaiamos a vida futura, representamos as situações diárias e ganhamos
confiança para enfrentar a vida futura.
esta é uma forma de prevenção muito eficaz.
É realmente preocupante que as nossas crianças não souberem brincar
Um último aspecto que ainda quero realçar e do qual me apercebi no final do seminário, muitas pessoas ainda não possuem um conhecimento adequado do fenómeno Bullying, apesar de todos já terem ouvido uma ou mais vezes falar sobre o assunto, estão longe de perceber esta realidade, as suas consequências e os sinais de alarme...

quarta-feira, outubro 15, 2008

Congresso "Crianças em Perigo"


Apesar de nascerem cada vez menos crianças, estamos a "produzir" cada vez mais crianças em perigo. Sendo assim, o grande desafio do futuro talvez não seja a discussão sobre a natalidade. Nem a forma de fazer face ao perigo. Mas, sobretudo, acarinhar os recursos saudáveis com os quais deixem de estar "em vias de extinção" e possam ser felizes, simplesmente.

Convidamo-lo, por isso, a estar presente no Congresso "Crianças em Perigo", a decorrer Sábado, dia 15 de Novembro, em Lisboa, no Hotel Olissippo Oriente (Parque das Nações).

Este Congresso será organizado pela Clínica Bebés & Crescidos, sob a Direcção Clínica do Prof. Doutor Eduardo Sá.

Destinar-se-à a Técnicos Superiores e Estudantes, sobretudo das áreas de Serviço Social, Intervenção Social e Comunitária, Sociologia, Educação, Ciências da Educação, Educação Social, Reabilitação Social, Medicina, Direito e Psicologia, mas igualmente a meros interessados na temática do desenvolvimento infantil.

A equipa Bebés & Crescidos


Para mais informações contacte:
Bebés & Crescidos
Rua Machado de Castro, N.7, R/C, Coimbra
Tel/Fax:239 841 109

segunda-feira, outubro 13, 2008

I Colóquio de Psicoterapia Psicanalítica - Modelo (s) em Psicoterapia Psicanalítica


Vai realizar-se no ISPA nos dias 7 e 8 de Novembro o I Colóquio de Psicoterapia Psicanalítica.

Para mais informações escreva para coloquioappsi@gmail.com.

quarta-feira, outubro 08, 2008

Música no ISPA


No Instituto Superior de Psicologia Aplicada, dia 24 de Outubro pelas 21.30h no Salão Nobre vai realizar-se um concerto interessante “Stockholm Lisboa Project”.
A não perder. Preço só 7,5€

segunda-feira, outubro 06, 2008

Ser da terra...

A Gente Não Lê

Aí senhor das furnas
Que escuro vai dentro de nós
Rezar o terço ao fim da tarde
Só para espantar a solidão
Rogar a deus que nos guarde
Confiar-lhe o destino na mão
Que adianta saber as marés
Os frutos e as sementeiras
Tratar por tu os ofícios
Entender o suão e os animais
Falar o dialecto da terra
Conhecer-lhe o corpo pelos sinais
E do resto entender mal
Soletrar assinar em cruz
Não ver os vultos furtivos
Que nos tramam por trás da luz
Aí senhor das furnas
Que escuro vai dentro de nós
A gente morre logo ao nascer
Com olhos rasos de lezíria
De boca em boca passar o saber
Com os provérbios que ficam na gíria
De que nos vale esta pureza
Sem ler fica-se pederneira
Agita-se a solidão cá no fundo
Fica-se sentado à soleira
A ouvir os ruídos do mundo
E a entendê-los à nossa maneira
Carregar a superstição
De ser pequeno ser ninguém
E não quebrar a tradição
Que dos nossos avós já vem


Composição: Carlos Tê / Rui Veloso

A Clara Pracana na Prova Oral


Quem não teve oportunidade de ouvir a Clara Pracana no programa do Fernando Alvim, Prova Oral, poderá fazê-lo através do site da Antena 3 no Podcast.
http://ww1.rtp.pt/multimedia/index.php?prog=1070

domingo, outubro 05, 2008

Seminário em Ourém - 11 de Outubro

A APDAF- Associação para a Promoção e Dinamização do Apoio à Família está a organizar um seminário para este próximo sábado sobre:

Bullying: violência e agressividade nas nossas escolas.

Uma responsabilidade de todos nós.
O que é que nós, pais e professores, podemos fazer?
Este seminário contará com a presença da Dr.ª Fernanda Asseiceira – Professora e Deputada da Assembleia da Republica ligada ás questões de violência nas escolas Portuguesas, e com a minha presença - Tânia Paias, na qualidade de Psicóloga Clínica
O seminário decorrerá nas instalações da APDAF entre as 9h30 e as 13h30h

sábado, outubro 04, 2008

STOP ao Cancro do Cólo do Útero

Uma colega enviou-me um email a solicitar a divulgação da necessidade de assinar uma petição para que cancro do colo do útero venha a ser discutido no parlamento europeu, de modo a que os rastreios sejam uma realidade em todos os países, nomeadamente em Portugal, onde só existe na região centro.

Parece-me ser um tema do maior interesse e é tão simples contribuir, bastam dois minutos. Colabore também assinando a petição em www.cervicalcancerpetition.eu

quarta-feira, outubro 01, 2008

SIMPÓSIO REVISTA INTERACÇÕES


Realiza-se na próxima sexta-feira, dia 3 de outubro,pelas 10 horas o simpósio subordinado ao tema "Carlos Amaral Dias e o Nexus Psicanalítico" no Instituto Superior Miguel Torga em Coimbra.

10h – 13h
ABERTURA
pelo Editor

O TRABALHO DE TECER A VIDA
Biografia comentada por José Henrique Dias

A OBRA E SUAS AUTORIZAÇÕES: AUTORIA E AUTORIDADE
PARA PENSAR
Conferências proferidas por António Coimbra de Matos e Clara Pracana

INTERVENÇÃO
de Carlos Amaral Dias

15h – 18h
QUAL O ESTADO DA INTERACÇÃO ENTRE PSICANÁLISE E SOCIEDADE, NO MUNDO DE HOJE?
Discussão de Ana Vasconcelos e a Audiência com Carlos Amaral Dias

Encerramento

Instituto Superior Miguel Torga Sala nº 1 do Edifício da Rua Augusta, nº 46

Tel: (+351) 239 488 030
Fax: (+351) 239 488 031
ismt@ismt.pt
http://www.ismt.pt/

domingo, setembro 28, 2008

O palhaço!

Uma história que me contou uma sra brasileira.

No interior do Brasil havia uma aldeia muito pequena e isolada, com poucos habitantes.
Havia lá um palhaço que tinha um espectáculo muito animado. Todos os dias dava um espectáculo na praça da aldeia, e não havia quem não risse com esse palhaço, todo mundo ficava pra cima com o espectáculo desse palhaço.

Um dia, lá no médico da aldeia, chega um sr que diz:
-"Dr. eu estou muito deprimido, estou muito em baixo, estou pensando até acabar com a minha vida".
O médico responde: "Não faz isso, que se passa com você? Você não tem família, pensa na sua família, pensa no seu trabalho, você não pode fazer isso".
-"Eu não tou aguentando mais, tou mesmo muito em baixo, não dá mais"
-"Espera, você vai fazer o seguinte; há um palhaço que todo o dia faz um espectáculo na praça, e que faz todo o mundo rir, não há quem não fique pra cima quando vê o espectáculo do palhaço, você vai ver esse palhaço e vai ver que fica melhor"
-"Dr, se esse é o meu remédio, eu estou arruinado, é que o palhaço, sou eu!"

quarta-feira, setembro 17, 2008

cardo cravado em querer: desejo encarnado

dói-me ser a Flor do Cardo
não ter a mão de ninguém
tenho a estranha natureza
de florir com a tristeza
e com ela me dar bem

dói-me o Tejo e dói-me a Lua
dói-me a luz dessa aguarela
tudo o que foi criação
se transforma em solidão
visto da minha janela

o tempo não me diz nada
já nada em mim se consome
não sou principio nem fim
já nada chama por mim
até me dói o meu nome

dói-me ser a Flor do Cardo
não ter a mão de ninguém
hei-de ser Cravo Encarnado
que vive em pé separado
e acaba na mão de alguém

letra joão monge, o silêncio da escuta, ou a voz de aldina duarte

quinta-feira, setembro 04, 2008

O Pastor Amoroso





O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela que não sei como a desejar.

Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.

Uma das coisas que as férias permitem é o descobrir de novos horizontes através da leitura de algo completamente novo como a poesia de Alberto Caeiro. Este é descrito como “ O argonauta das sensações verdadeiras” por Fernando Pessoa. A descrição efectuada por Ricardo Reis é mais extensa “A vida de Caeiro não pode narrar-se pois que não há nada nela de que narrar. Seus poemas são o que nele houve de vida.”

Será que uma vida simples é vazia de emoções? Para Alberto Caeiro as emoções eram a própria vida… mas será que a felicidade depende só das emoções?
Deixo esta provocação aos leitores!




Até breve!

quarta-feira, setembro 03, 2008

Encontros … Num dia diferente



ENCONTROS … NUM DIA DIFERENTE

Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão

16 de Outubro 2008


Decorre a 16 de Outubro de 2008, no Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão (CMRA) o evento «Encontros num Dia Diferente», um evento direccionado a pessoas portadoras de deficiência, familiares e demais interessados.

A actividade é promovida pelo Serviço de Lesões Vertebro-Medulares do CMRA e pelo Núcleo de Animação Cultural e Recreativa.

Durante a manhã serão organizadas sessões para partilha de experiências de pessoas portadoras de deficiência e seus familiares e durante a tarde serão realizadas várias actividade tais como: dança, relaxamento, Pilates, basquetebol, hipismo, atelier de pintura e ténis, além de haver um espaço para exposições.

As inscrições são gratuitas, centradas no Núcleo de Animação Cultural e Recreativa do CMRA, até 30 de Setembro. Peça a sua ficha de inscrição para cristina.vazalmeida@scml.pt

sexta-feira, agosto 29, 2008

Escuridão mundial

Escuridão mundial

Escuridão mundial: No dia 17 de Setembro de 2008 das 21:50 às 22:00 horas propõe-se apagar todas as luzes e se possível todos os aparelhos eléctricos, para o nosso planeta poder 'respirar'.

Se a resposta for massiva, a poupança energética pode ser brutal.

Só 10 minutos, para ver o que acontece.

Sim, estaremos 10 minutos às escuras, podemos acender uma vela e simplesmente
ficar a olhar para ela, estaremos a respirar nós e o planeta.

Lembrem-se que a união faz a força e a Internet pode ter muito poder e podemos
mesmo fazer algo em grande.


Parece-me uma sugestão interessante. Vou segui-la. E vocês?

terça-feira, agosto 19, 2008

Liberdade! Por Fernando Pessoa


Liberdade

Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira.
Sem literatura.
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original,
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa…

Livros são papeis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quando é melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças…
Mas o melhor do mundo são as crianças,

Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

O mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca…

Muito se pode dizer acerca deste poema de Fernando Pessoa, mas para mim a ideia principal é chegar a um estado de liberdade através das coisas simples da vida… mas isso é simplesmente cada vez mais impossível nos dias que correm!

quinta-feira, agosto 14, 2008

Mad World

Original dos britânicos Tears for Fears, Mad World encontrou novo apogeu com a versão de Gary Jules para a banda sonora do filme Donnie Darko.

Deixo-vos a letra e o clip da versão de Gary Jules.

All around me are familiar faces
worn out places,
worn out faces
Bright and early for the daily races
Going nowhere, going nowhere
Their tears are filling up their glasses
No expression, no expression
Hide my head I wanna drown my sorrow
No tomorrow, no tomorrow
And I find it kind of funny
I find it kind of sad
The dreams in which I'm dying
Are the best I've ever had
I find it hard to tell you
I find it hard to take
When people run in circles
It's a very very,
mad world, mad world
Children waiting for the day they feel good
Happy Birthday, Happy Birthday
And I feel the way that every child should
Sit and listen, sit and listen
Went to school and I was very nervous
No one knew me, no one knew me
Hello teacher tell me what's my lesson
Look right through me, look right through me
And I find it kind of funny
I find it kind of sad
The dreams in which I'm dying
Are the best I've ever had
I find it hard to tell you
I find it hard to take
When people run in circles
It's a very very,
mad world, mad world
Enlarging your world,
mad world

http://www.youtube.com/watch?v=4N3N1MlvVc4

segunda-feira, agosto 11, 2008

Médicos preferem... A cultura do Prozac...

"Medicamentos substituem psicanálise de Freud


Sente-se deprimido, ansioso, dorme mal e não consegue trabalhar. Se for a um médico, o mais provável é que saia do consultório com várias receitas de antidepressivos e ansiolíticos, em vez de novas marcações para fazer psicoterapia ou psicanálise. Esta é, pelo menos, a conclusão de um estudo publicado na “Archives of General Psichiatry”. O estudo foi feito nos Estados Unidos, mas traça um retrato fiel do que se passa hoje nos países ocidentais.


(Sofia Lobato Dias - Diário Económico)


A equipa de cientistas liderada pelo médico Ramin Mojtabai analisou os arquivos das consultas de psiquiatria entre 1996 e 2005 e concluiu que houve uma grande queda no número de médicos que fazem psicoterapia: apenas 29% de todas as consultas de psiquiatria incluíram sessões de psicoterapia, ao passo que em 1996 e 1997, 44% das consultas dos psiquiatras incluíam técnicas psicoterapêuticas.

In Diario Económico on-line de 11/08/2008


Mas há mais para explorar na edição impressa de hoje...


"Os psiquiatras hoje ganham mais se fizerem consultas de 15 minutos para a prescrição de medicamentos do que se fizerem uma consulta de 45 minutos de psicoterapia" Ramin Mojtabai em entrevista à Reuters.


"A maioria dos estudos mostra a superioridade dos medicamentos em vez da psicoterapia", diz o Presidente da Associação Internos de Psiquiatria ao Diário Económico."


quinta-feira, agosto 07, 2008

Para melhor conhecer...






Luanda - AvóDezanove e o Segredo do Soviético - Ondjaki

Havana - Cem Garrafas numa Parede - Ena Lucia Portela

Barcelona - A Sombra do Vento - Carlos Ruiz Zafón

Grécia - Pequenas Grandes Infâmias - Panos Karnezis

Istambul - Istambul - Memórias de uma Cidade - Orhan Pamuk

sábado, agosto 02, 2008

O desenvolvimento do bebé até aos 3 anos


Muitos pais têm naturalmente algumas preocupações em relação ao crescimento dos seus filhos. Será que ele(a) está a crescer de acordo com o que seria esperado para sua idade? Existem naturalmente variações de criança para criança. Há crianças com ritmos de crescimento mais rápidos e outras mais lento e esse ritmo deve ser respeitado, se bem que se possa e deva estimular as competências que possam estar um pouco menos desenvolvidas. As aquisições que se apresentam de seguida associadas a uma determinada idade devem ser entendidas apenas como um indicador, se o seu filho(a) ainda não desenvolveu a competência assinalada para a sua faixa etária não é motivo para preocupação deverá simplesmente estimulá-lo mais na aquisição dessa mesma competência.

No primeiro ano de vida o bebé faz inúmeras aquisições.
Aos 12 meses já é capaz de:
Andar apoiando-se nos moveis
Gosta particularmente de colocar os objectos uns dentro dos outros
É capaz de abrir gavetas e portas de armários baixas
Expressa as suas emoções de uma forma reconhecível e explicita
Atira beijinhos
É capaz de pronunciar algumas palavras que já são compreensíveis
Se bem que entenda as proibições, gosta de lhes desobedecer de forma consciente, como forma de "marcar o seu território"
Quando lhe mostramos agrado por algo que tenha feito bem ou com graça, repete o que fez.

Dos 12 aos 15 meses:
Gatinha com habilidade apoiando-se nas mãos e nos pés
Caminha com certa firmeza sem necessidade que ninguém o ajude
Consegue meter objectos dentro de caixas
Diverte-se atirando coisas ao chão para ouvir o ruído que faz ao cair
Com um lápis nas mãos faz riscos sobre um papel
Mediante gestos, sons e atitudes é capaz de expressar as suas emoções
Reconhece e pronuncia algumas palavras simples como "mamã" e "papá"
Compreende perguntas simples que lhe são dirigidas
Identifica imagens
Quando consegue fazer com que os outros se riam com uma atitude sua, repete-a constantemente
Sente-se muito feliz na presença de pessoas
Entende quase tudo o que se lhe diz, mas por vezes não quer obedecer às ordens que se lhe dão

Dos 15 aos 20 meses:
Caminha com passos ainda não muito firmes e com muita precaução
Baixa-se e levanta-se sozinho
Para subir escadas inicialmente fá-lo de gatas e depois trepa
É capaz de voltar as páginas de um livro, se bem que ainda as queira rasgar
Imita acções, gestos e sons, sobretudo dos animais
A sua memória já lhe permite recordar onde está algo que lhe mandem buscar
Quando pinta, substitui os riscos por manchas
Conhece pelo menos 10 palavras e entende significados opostos como dentro e fora, bom e mau, aqui e ali
Quer sempre os brinquedos das outras crianças
Gosta de brincar perto de outras crianças, mas não com elas
Prefere a companhia de adultos
Expressa o seu amor pelos membros da família, pelos seus brinquedos e pelos animais de estimação, caso existam.

Dos 21 aos 24 meses:
Sobe e desce escadas sem se apoiar com as mãos, mas colocando ainda os dois pés em cada degrau
Já consegue comer e beber sozinho sem entornar demasiadas coisas na mesa
Já consegue calçar e descalçar as meias e os sapatos sem ajuda
O seu vocabulário é enriquecido com várias dezenas de palavras, mas muitas delas querem dizer coisas diferentes
Já é capaz de se reconhecer ao espelho
Pede tudo o que quer: comida, água, um brinquedo e até... para ir ao bacio!
Sabe o significado do Não e do Sim
Desenha gatafunhos
Imita os pais em tudo o que eles fazem
Começa a zangar-se menos com as outras crianças e já brinca com elas, se bem que por pouco tempo
Gosta de chamar a atenção dos adultos realizando acções do género de os agarrar, zangar-se com eles e inclusivamente bater-lhes

Dos 24 aos 30 meses:
Corre e dá pontapés numa bola quase sem cair
Ainda não sabe travar uma corrida e é difícil dobrar uma esquina
Dança acompanhado ao ritmo de uma música que seja do seu agrado
Consegue amontoar vários objectos em equilíbrio
As suas mãos já têm agilidade necessária para desenroscar uma tampa, abotoar um botão e subir e descer um fecho éclair
O seu vocabulário já é de cerca de 300 palavras e consegue construir frases empregando verbos
A sua capacidade de atenção aumenta imenso
As cores interessam-lhe e já as consegue distinguir, se bem que ainda não as consiga nomear
Pronuncia o seu próprio nome para falar de si mesmo
Explode em birras com bastante frequência
Tenta sempre impor a sua vontade
Procura a independência, mas com a autorização dos pais

Dos 30 aos 36 meses:
Salta mantendo os dois pés no ar
O seu equilíbrio já lhe permite saltar de costas e saltar "ao pé-coxinho"
Despe-se sozinho
Quando vê o seu nome escrito em letras maiúsculas, reconhece-o
O seu vocabulário já tem aproximadamente mil palavras e usa-as com desenvoltura e fluidez
Já sabe o nome das cores
Sabe que há meninos e meninas e está consciente do grupo a que pertence
Entende o sentido do conceito "amanhã"
Continua a ser egoísta e não entende que todos não aprovem o que faz
Começa a ser social com outras crianças
Pode sentir diversos medos: da escuridão, dos animais, das pessoas diferentes, etc.

sexta-feira, agosto 01, 2008

"Mulheres ao Espelho"


Mãe, eu quero ir-me embora – a vida não é nada
daquilo que disseste quando os meus seios começaram
a crescer. O amor foi tão parco, a solidão tão grande,
murcharam tão depressa as rosas que me deram –
se é que me deram flores, já não tenho a certeza, mas tu
deves lembrar-te porque disseste que isso ia acontecer.


Mãe, eu quero ir-me embora – os meus sonhos estão
cheios de pedras e de terra; e, quando fecho os olhos,
só vejo uns olhos parados no meu rosto e nada mais
que a escuridão por cima. Ainda por cima, matei todos
os sonhos que tiveste para mim – tenho a casa vazia,
deitei-me com mais homens do que aqueles que amei
e o que amei de verdade nunca acordou comigo.


Mãe, eu quero ir-me embora – nenhum sorriso abre
caminho no meu rosto e os beijos azedam na minha boca.
Tu sabes que não gosto de deixar-te sozinha, mas desta vez
não chames pelo meu nome, não me peças que fique –
as lágrimas impedem-me de caminhar e eu tenho de ir-me
embora, tu sabes, a tinta com que escrevo é o sangue
de uma ferida que se foi encostando ao meu peito como
uma cama se afeiçoa a um corpo que vai vendo crescer.


Mãe, eu vou-me embora – esperei a vida inteira por quem
nunca me amou e perdi tudo, até o medo de morrer. A esta
hora as ruas estão desertas e as janelas convidam à viagem.
Para ficar, bastava-me uma voz que me chamasse, mas
essa voz, tu sabes, não é a tua – a última canção sobre
o meu corpo já foi há muito tempo e desde então os dias
foram sempre tão compridos, e o amor tão parco, e a solidão
tão grande, e as rosas que disseste um dia que chegariam
virão já amanhã, mas desta vez, tu sabes, não as verei murchar.

Poema dito e escrito por Maria do Rosário Pedreira em "Mulheres ao Espelho" - Aldina Duarte (Roda-Lá Music, 2008)