sexta-feira, outubro 19, 2012
Violência nas crianças - reflectindo a partir de Alice Miller
Os pais que batem nas crianças (e são agressivos, seja de que forma for), foram eles próprios alvo de violência física e psicológica pelos seus próprios pais. A nossa sociedade, aos poucos, está consciente da devastação psicológica e emocional que todas as formas de violência causam nas crianças e jovens. Desde as antigas "réguadas" a outras formas de humilhação e castigo, a nossa sociedade persistiu durante muito tempo (com o reforço e conivência da Igreja Católica...) com a ideia de que o ser humano teria que ser castigado (física e psicologicamente) para se poder tornar melhor. Aos poucos estamos mudando de uma cultura violenta para uma cultura mais tolerante e protectora dos mais fracos e desprotegidos. Mas muito devagarinho...
Recomendo vivamente a leitura das obras da psicanalista suíça ALICE MILLER, que com o seu esforço e dedicação, conseguiu mostrar a hipocrisia que a sociedade tem face às diversas formas de violência para com as crianças e jovens e o quanto o passado infantil e seus tramas (frutos da violência parental) condicionam e determinam as escolhas violentes dos adultos, que em si ainda mantém essa violência que a que formam sujeitos em criança(mesmo que muitíssimas vezes não sejam disso conscientes.
(NOTA: Agradeço ao Dr. João Ferreira (PSICRONOS), o facto de me ter sugerido as leituras desta psicanalista, que me permitiu aumentar em muito o entendimento que eu tinha destes fenómenos.
terça-feira, outubro 16, 2012
A HISTÓRIA DE UMA GAIVOTA E DO GATO QUE A ENSINOU A VOAR
“Esta é a história do gato Zorbas. Um dia, uma formosa
gaivota apanhada por uma maré negra de petróleo deixa ao cuidado dele, momentos
antes de morrer, o ovo que acabara de pôr. Zorbas, que é um gato de palavra,
cumprirá as duas promessas que faz nesse momento dramático: não só criará a
pequena gaivota, como também a ensinará a voar. Tudo isto com a ajuda dos seus
amigos Secretário, Sabetudo, Barlavento e Colonello, dado que, como se verá, a
tarefa não é fácil, sobretudo para um bando de gatos mais habituados a fazer
frente à vida dura de um porto como o de Hamburgo do que a fazer de pais de uma
cria de gaivota”
Ditosa, a pequena gaivota, apegada à sua nova família, não quer voar. Acha que se irão esquecer dela e quer ser um gato… Mais uma tarefa para Zorbas, que passo a citar:
“Tu és uma gaivota (…), gostamos de ti porque és uma gaivota (…). Não te contradissemos quando te ouvimos grasnar que és um gato, porque nos lisonjeia que queiras ser como nós; mas és diferente e gostamos que sejas diferente (…). Demos-te todo o nosso carinho sem nunca pensarmos em fazer de ti um gato (…). É bom que saibas que contigo aprendemos uma coisa que nos enche de orgulho: aprendemos a apreciar, a respeitar e a gostar de um ser diferente. É muito fácil aceitar e gostar dos que são iguais a nós, mas fazê-lo com alguém diferente é muito difícil (…)”.
Li há tempos esta história escrita por Luís Sepúlveda, uma delícia que se devora num instante, contendo várias mensagens implícitas. Uma das minhas preferidas é esta que citei.
Quantas vezes nos nossos relacionamentos, sejam de que tipo for, procuramos mudar o outro? E quantas vezes procuramos ser o que achamos que os outros querem que sejamos? Vale a pena refletir sobre a aceitação do próprio e do outro, sobre a complementaridade em vez da exclusividade.
Ditosa, a pequena gaivota, apegada à sua nova família, não quer voar. Acha que se irão esquecer dela e quer ser um gato… Mais uma tarefa para Zorbas, que passo a citar:
“Tu és uma gaivota (…), gostamos de ti porque és uma gaivota (…). Não te contradissemos quando te ouvimos grasnar que és um gato, porque nos lisonjeia que queiras ser como nós; mas és diferente e gostamos que sejas diferente (…). Demos-te todo o nosso carinho sem nunca pensarmos em fazer de ti um gato (…). É bom que saibas que contigo aprendemos uma coisa que nos enche de orgulho: aprendemos a apreciar, a respeitar e a gostar de um ser diferente. É muito fácil aceitar e gostar dos que são iguais a nós, mas fazê-lo com alguém diferente é muito difícil (…)”.
Li há tempos esta história escrita por Luís Sepúlveda, uma delícia que se devora num instante, contendo várias mensagens implícitas. Uma das minhas preferidas é esta que citei.
Quantas vezes nos nossos relacionamentos, sejam de que tipo for, procuramos mudar o outro? E quantas vezes procuramos ser o que achamos que os outros querem que sejamos? Vale a pena refletir sobre a aceitação do próprio e do outro, sobre a complementaridade em vez da exclusividade.
segunda-feira, outubro 15, 2012
QUINO - VALORES
À boa maneira de Quino, mais um cartoon que nos alerta para questões fundamentais e que muitas vezes vão sendo negligenciadas.
EFEITO PLACEBO E MAIS ALÉM
O efeito placebo (do latim placere, significando "agradarei") é como se denomina um fármaco ou procedimento inerte, que apresenta efeitos terapêuticos devido aos efeitos fisiológicos associados à convicção do paciente de que está a ser tratado.
Atualmente, este efeito tem vindo a ser alargado e mitigado com experiências que sugerem que o efeito da mente sobre o corpo não fica por aqui: existem experiências que mostram que, mesmo uma pessoa sabendo que o comprimido que está a tomar não contem nenhuma substância curativa (princípio ativo nulo), existem, ainda assim, efeitos curativos em alguns casos. Ou seja, a convicção de que algo vai curar não é imprescindível havendo casos, como estes últimos, em que parece haver efeito curativo pelo facto de "uma parte da mente simplesmente desejar que a cura aconteça"!
Outra experiência foi ainda feita, não com o efeito placebo (profecia auto-confirmatória de cura) mas com o efeito oposto, nocebo (profecia auto-confirmatória de dano), onde se verificou um fenómeno ainda mais extenso: desta vez puseram-se substâncias quentes no braço de pessoas e mostraram-se imagens de rostos de pessoas com uma expressão de dor ligeira e depois de dor elevada. Como esperado as pessoas, que não sabiam que o calor que estavam a sentir era sempre o mesmo, expressaram maior dor quando viam as expressões das caras com maior dor. O interessante foi a segunda fase desta experiência: repetiu-se o aparato mas desta vez as imagens das caras foram mostradas durante escassos milisegundos; ou seja, os sujeitos não tinham acesso conscientemente às imagens. O intrigante foi que, ainda assim, o mesmo efeito foi obtido, parecendo haver um efeito semelhante ao placebo (neste caso nocebo) sem que as informações tenham de passar pela consciência!
Mais informações ver site: http://blog.slate.fr/globule-et-telescope/2012/09/10/leffet-placebo-fonctionne-aussi-sans-passer-par-la-conscience/
domingo, outubro 14, 2012
Ansiedade social
Conheço jovens, sobretudo raparigas, que evitam sair à noite ou aos fim de semana, com medo de não se sentirem bem. Depois inventam-se desculpas e racionalizam-se os medos: "as conversas não são interessantes, nem sei o que lhes hei-de dizer". "Aborreço-me, só me quero vir embora".
Questionadas sobre se não será possível serem elas próprias a iniciar conversas mais interessantes, torna-se obvio que o argumento é apenas uma defesa, e bem fraca, contra um medo enorme e paralisante.
Fraca auto-estima, falta de confiança, sentir-se mal na pele, má auto-imagem, medo de não se ser devidamente apreciado. Trata-se normalmente de jovens que não sentiram um genuíno afecto e apreço por parte dos pais em criança ou que, pelo contrário, foram demasiadamente protegidas.
A Psicoterapia pode ser uma grande ajuda nestes casos, permitindo reconstruir uma situação de genuína confiança e apreço.
Entretanto, e para aligeirar o tom, deixo-vos uns engraçados conselhos sobre como actuar nalgumas situações. Rir também é importante.
http://www.buzzfeed.com/katienotopoulos/an-illustrated-guide-to-conquering-social-anxiety
sábado, outubro 13, 2012
Coitadinhas! (O orçamento de Estado ensinado às crianças)
O orçamento de Estado é um dos documentos mais importantes para os cidadãos portugueses, porque é ele que vai definir o nosso quotidiano.
Infelizmente, a sua leitura é tão fastidiosa e cheia de alçapões, que poucos se dispõem a fazê-lo.
Fazemos mal, porque ele está presente nos nossos mais pequenos gestos. Beber um café na pastelaria significa IVA e IRC para o estado. Estar sentado num sofá num gabinete a receber um cliente em psicoterapia envolve pagamentos de IRS, IRC, Seg. Social, IMI, Taxa de Esgotos, IVA. Ir à casa de banho, mais IVA. Se for preciso acender a luz, mais do mesmo, a acrescer às misteriosas taxas que constituem mais de metade das contas de electricidade. Sai-se para a rua e põe-se o pé no passeio esburacado, lá vêm as taxas municipais (pagamos todos, também). Meto-me no metro, idem, idem.
Até no ar que respiramos e pensamos que é de graça, lá está a taxa escondida nas nossas contas de electricidade, disfarçada com outro nome, inventado oportunamente e de forma pouco clara. Experimentem olhar com atenção para a ultima factura de electricidade, e é como se fosse chinês. Ou pior, porque já há quem esteja a aprender mandarim.
O Estado é necessário numa sociedade moderna. Há serviços que os privados não podem nem devem assegurar. Mas um estado-ladrão, que tem vindo ao longo de décadas a apropriar-se dos nossos recursos e do nosso trabalho para sustentar desvarios, incompetência, negócios ruinosos, corrupção, amiguismos, demagogias, inépcia?
As nossas criancinhas deviam ser obrigadas no inicio de cada ano lectivo a estudar o orçamento de Estado. "Coitadinhas!", já estou a ouvir o coro indignado de mães e de avós. Pois eu acho que não haveria melhor forma de as educar para a vida. Viriam a ser mais conscientes e mais exigentes na escolha de quem as governará no futuro. Saberiam de onde vinha e onde era gasto o dinheiro ganho pelo pai e pela mãe, que todas as manhãs vão trabalhar depois de os deixar nas escolas. Ficariam a saber a diminuta percentagem que resta dos proventos de cada dia de trabalho dos pais. E que é disso que têm de comer e pagar cadernos, livros e jogos.
Ao contrário das gerações actuais, ignorantes ou coniventes com os políticos a quem pagamos para nos (de.s)governarem e nalguns casos governarem-se a eles próprios e aos amigos, os nossos filhos e netos teriam condições para serem donos do próprio destino.
Infelizmente, a sua leitura é tão fastidiosa e cheia de alçapões, que poucos se dispõem a fazê-lo.
Fazemos mal, porque ele está presente nos nossos mais pequenos gestos. Beber um café na pastelaria significa IVA e IRC para o estado. Estar sentado num sofá num gabinete a receber um cliente em psicoterapia envolve pagamentos de IRS, IRC, Seg. Social, IMI, Taxa de Esgotos, IVA. Ir à casa de banho, mais IVA. Se for preciso acender a luz, mais do mesmo, a acrescer às misteriosas taxas que constituem mais de metade das contas de electricidade. Sai-se para a rua e põe-se o pé no passeio esburacado, lá vêm as taxas municipais (pagamos todos, também). Meto-me no metro, idem, idem.
Até no ar que respiramos e pensamos que é de graça, lá está a taxa escondida nas nossas contas de electricidade, disfarçada com outro nome, inventado oportunamente e de forma pouco clara. Experimentem olhar com atenção para a ultima factura de electricidade, e é como se fosse chinês. Ou pior, porque já há quem esteja a aprender mandarim.
O Estado é necessário numa sociedade moderna. Há serviços que os privados não podem nem devem assegurar. Mas um estado-ladrão, que tem vindo ao longo de décadas a apropriar-se dos nossos recursos e do nosso trabalho para sustentar desvarios, incompetência, negócios ruinosos, corrupção, amiguismos, demagogias, inépcia?
As nossas criancinhas deviam ser obrigadas no inicio de cada ano lectivo a estudar o orçamento de Estado. "Coitadinhas!", já estou a ouvir o coro indignado de mães e de avós. Pois eu acho que não haveria melhor forma de as educar para a vida. Viriam a ser mais conscientes e mais exigentes na escolha de quem as governará no futuro. Saberiam de onde vinha e onde era gasto o dinheiro ganho pelo pai e pela mãe, que todas as manhãs vão trabalhar depois de os deixar nas escolas. Ficariam a saber a diminuta percentagem que resta dos proventos de cada dia de trabalho dos pais. E que é disso que têm de comer e pagar cadernos, livros e jogos.
Ao contrário das gerações actuais, ignorantes ou coniventes com os políticos a quem pagamos para nos (de.s)governarem e nalguns casos governarem-se a eles próprios e aos amigos, os nossos filhos e netos teriam condições para serem donos do próprio destino.
quinta-feira, outubro 11, 2012
terça-feira, outubro 09, 2012
GRAVIDEZ TARDIA (III): Vantagens no Estilo Parental?
A parentalidade “tardia” mobiliza essencialmente informação
pouco otimista, apesar das estatísticas serem cada vez mais animadoras. À parte
dos fatores associados à saúde, vários estudos referem vantagens no casal que
concebe tardiamente: maior maturidade e capacidade de decisão, maior segurança
sócio-económica, menor receio e maior controlo no momento do parto, maior
confiança nas equipas de saúde, experiência de vida e identidade melhor
consolidada, que poderá ajudar a uma melhor adaptação. No entanto, este último
aspeto tende a ser mais controverso uma vez que com a idade pode haver uma
tendência a uma maior resistência à mudança de rotinas e à alteração de uma
vida à partida mais estruturada.
Filhos de pais mais velhos referem frequentemente que os
pais são mais rígidos, mas mais justos, que têm mais sabedoria e maior
consciência dos valores. De uma forma geral, o casal mais jovem parece
manifestar uma maior fragilidade e vulnerabilidade, com maior enfoque nas suas
próprias angústias e nos seus conflitos, podendo ter menor disponibilidade
emocional para o bebé do que o casal mais maduro.
Em qualquer dos casos, o mais importante será a
personalidade e a saúde mental prévias, bem como a rede de suporte do casal, e
estes são fatores a que os profissionais de saúde devem estar atentos, para que
possam despistar sinais de alerta que requeiram intervenção psicoterapêutica:
depressão materna (ou paterna), comportamentos obsessivo-compulsivos, medos
exacerbados relativamente à saúde, divisão de papéis entre o casal, conflitos
do casal.
Alguns estudos referem que os filhos de pais mais velhos
serão menos inteligentes, embora não existam dados que confirmem ou justifiquem
esta hipótese. A ser verdade, podemos colocar a hipótese de problemas no
neurodesenvolvimento, associados ou não à idade dos pais, mas podemos também
avançar com o impacto do estilo parental; a tendência à sobreproteção (no
contexto das angústias referidas no post Gravidez Tardia II) pode dificultar
experiências mais estimulantes e confinar a criança a um ambiente mais fechado
e com menos contacto com experiências novas.
A condição física dos pais também poderá ser um fator de
influência, observando-se uma menor resistência física ou predisposição para se
sentarem no chão para brincar. Se, do ponto de vista psicomotor e do
imaginário, esta possa ser uma desvantagem, poderá ser benéfica a outros
níveis, com uma maior aposta em atividades culturais e intelectuais. Mas também
é verdade, que existe uma maior tendência a manter a atividade física, que poderá
contrariar este aspeto.
A tolerância é também um fator que suscita alguma
ambivalência no que respeita às vantagens e desvantagens da idade. Se por um
lado são pais eventualmente mais maduros e, por isso, mais tolerantes, por
outro, a maior resistência à mudança pode levar a uma maior irritabilidade e
tendência à punição. Estas características irão desempenhar um papel
fundamental nas práticas mais permissivas ou mais autoritárias que se adotam e
que terão grande influência no desenvolvimento sócio-emocional da criança.
Em qualquer idade, o principal é o equilíbrio, a coerência e
a consistência, questões que estão muito dependentes das próprias relações
familiares vivenciadas pelo pai e pela mãe, e pelas suas histórias individuais.
segunda-feira, outubro 08, 2012
sábado, outubro 06, 2012
Um estudo de uma investigadora chilena chegou a interessantes conclusões sobre as diferenças entre homens e mulheres em relação ao ciúme. Nomeadamente o estudo alega que:
"Embora existam diferenças, dependendo da cultura, a psicóloga defende que geralmente os homens sofrem mais de ciúme sexual e as mulheres de ciúme emocional. No entanto, ambos, homens e mulheres, sentem ciúme sexual e emocional – a proporção relativa de cada tipo é que varia.
O sexo masculino sente-se mais motivado por sentimentos de agressividade e a vontade de manter a relação por competição, mas o lado feminino aproxima-se mais da dor e tristeza, mas ambos sentem sentimentos de possessividade em relação ao outro."
Para ver a notícia completa consultar http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=55293&op=all
sexta-feira, outubro 05, 2012
Arte e fotografia: o avião e a lua
A fotografia é a arte do momento. Do efémero, daquilo que nunca mais se repetirá, pelo menos daquela forma.
Não sabemos quem é o autor deste maravilhoso "instantâneo", como se dizia antigamente, mas encontrei-a via Likecool.com.
Não sabemos quem é o autor deste maravilhoso "instantâneo", como se dizia antigamente, mas encontrei-a via Likecool.com.
quinta-feira, outubro 04, 2012
Formação em psicoterapia EMDR - Novembro 2012
Formação
em psicoterapia EMDR - 2012
Desenvolvida
a partir de 1987 por Francine Shapiro (USA), é uma terapia inovadora que descobriu
os efeitos metabolizadores, apaziguadores e criativos da Estimulação Bilateral através dos movimentos oculares.
Recorrendo
à integração de diferentes modelos psicoterapêuticos, passando pela psicologia
cognitiva e pela psicanálise, a criação do EMDR veio revolucionar a
prática clínica. Fornece um modelo teórico completo integrando conhecimentos
essenciais da psicopatologia e da saúde mental e oferece uma articulação
precisa entre a teoria e a prática com os resultados psicoterapêuticos estrondosos
que se destacam pela rapidez e eficácia da intervenção.
Começou
por ser uma terapia vocacionada para a resolução/ desbloqueio de traumas
para, pouco tempo depois, evoluir numa prática abrangente e completa, podendo resolver/trabalhar
as mais variadas “experiências emocionalmente negativas” (sentido lato
de trauma) e simultaneamente é uma ferramenta muito eficaz para aumentar e
fortalecer recursos psicológicos que anteriormente não estavam disponíveis para
lidar com situações potencialmente stressantes.
EMDR e integração em psicoterapia
No
momento atual de contínuos avanços científicos das neurociências e das
ciências psicológicas, o EMDR é uma psicoterapia que integra o que de melhor e
útil se foi desenvolvendo no campo das psicoterapias.
Integra
hipóteses arrojadas sobre os processos neurofisiológicos associados aos
movimentos oculares, a importância fulcral das experiências precoces e da
associação livre sublinhadas pela psicanálise; a importância
determinante dos modos de aprendizagem condicionada (comportamentalismo),
a inquestionável existência de distorções cognitivas mais ou menos implícitas (cognitiva),
o potencial transformativo da vivência emocional profunda descoberto pelas terapias
experiênciais e por ultimo o trabalho imagético essencial na hipnoterapia.
O EMDR fornece um modelo coerente e harmonioso entre várias abordagens, através
da conceptualização de um “meta-modelo” designado de Processamento
Adaptativo de Informação. Este modelo preconiza que o nosso cérebro tem, na
maioria dos casos, a capacidade de encontrar soluções adaptativas para lidar
com todas as experiências emocionais negativas.
Acompanhe
os avanços da ciência e continue a sua formação em psicoterapia tornando-se
psicoterapeuta EMDR!
A
próxima formação em Psicoterapia EMDR, para o nível 1 irá realizar-se nos dias
8, 9 e 10 de Novembro, para o nível 2, irá realizar-se nos dias 11, 12 e 13 de
Novembro.
Informações
sobre EMDR em: http://www.psicronos.pt/emdr.htm
quarta-feira, outubro 03, 2012
DE GAZELA A GISELA(E)
Há já alguns dias que tenho estado para escrever este post, e agora senti o repto, através do assunto levantado pelo post da minha cara colega Alexandra.
Em consulta com adolescentes, especialmente do sexo feminino, somos levados a debater e desvendar muitos conflitos e complexos relacionados com a esfera corporal; não fosse esta uma fase de afirmação, e, como tal, a aparência física um dos seus expoentes máximos.
Ainda outro dia uma jovem dizia-me como se sentia infeliz, maltratada pelos colegas, inferiorizada, pois todas as outras jovens eram mais bonitas e com curvas e ela era uma vara de tão magra, lisa e alta, o que levava que fosse apelidada de gazela.
Por entre os seus longos cabelos, humedecidos pelas lágrimas, conseguiamos ver o seu rosto delicado, lábios bem delineados, carnudos e uns olhos verdes e grandes. Ora, com uma descrição destas, pensamos, possui todos os atributos para chegar a uma carreira promissora no mundo da moda.
A sua alta estatura era contrariada por uma postura incorreta, defensiva, tentando ao máximo diminuir uns centímetros para se tentar igualar aos demais da sua idade.
Vale pensar que a adolescência é um período muito conturbado e difícil na vida dos adolescentes (mais em especial nuns que noutros) e que devemos trabalhar com eles estas questões de identidade e identificação, promovendo sempre a diferença e fazendo-os perceber que essa pode ser uma mais valia.
Ora em cada top model existem relatos de que se sentiam diferentes, feias, magras e que todos estes atributos tinham conotações negativas, mas anos mais tarde o que parecia assustador se transforma em atributos verdadeiramente apetecíveis e é essa diferença que é procurada.
Portanto vale trabalhar com estes jovens que tudo é uma questão de perspetiva e promover a sua capacidade de libertação desta espiral destrutiva e corrosiva.
Este assunto acerca da diferença pode ser aprofundado em dois post´s por mim escritos
Em consulta com adolescentes, especialmente do sexo feminino, somos levados a debater e desvendar muitos conflitos e complexos relacionados com a esfera corporal; não fosse esta uma fase de afirmação, e, como tal, a aparência física um dos seus expoentes máximos.
Ainda outro dia uma jovem dizia-me como se sentia infeliz, maltratada pelos colegas, inferiorizada, pois todas as outras jovens eram mais bonitas e com curvas e ela era uma vara de tão magra, lisa e alta, o que levava que fosse apelidada de gazela.
Por entre os seus longos cabelos, humedecidos pelas lágrimas, conseguiamos ver o seu rosto delicado, lábios bem delineados, carnudos e uns olhos verdes e grandes. Ora, com uma descrição destas, pensamos, possui todos os atributos para chegar a uma carreira promissora no mundo da moda.
A sua alta estatura era contrariada por uma postura incorreta, defensiva, tentando ao máximo diminuir uns centímetros para se tentar igualar aos demais da sua idade.
Vale pensar que a adolescência é um período muito conturbado e difícil na vida dos adolescentes (mais em especial nuns que noutros) e que devemos trabalhar com eles estas questões de identidade e identificação, promovendo sempre a diferença e fazendo-os perceber que essa pode ser uma mais valia.
Ora em cada top model existem relatos de que se sentiam diferentes, feias, magras e que todos estes atributos tinham conotações negativas, mas anos mais tarde o que parecia assustador se transforma em atributos verdadeiramente apetecíveis e é essa diferença que é procurada.
Portanto vale trabalhar com estes jovens que tudo é uma questão de perspetiva e promover a sua capacidade de libertação desta espiral destrutiva e corrosiva.
Este assunto acerca da diferença pode ser aprofundado em dois post´s por mim escritos
terça-feira, outubro 02, 2012
DEPRESSÃO INFANTIL: SINAIS DE ALERTA
A propósito do Dia Europeu da Depressão, que se assinalou ontem, dia 1 de Outubro, deixamos hoje alguns sinais de alerta sobre a Depressão Infantil. Durante muitos anos discutiu-se a aplicação de diagnósticos
dos adultos na infância. A depressão foi alvo de grande discussão, apesar de
hoje ser amplamente reconhecida (e frequente) a incidência desta problemática
nas crianças e nos adolescentes.
Apesar da especificidade das manifestações, a
depressão na infância partilha o afeto perturbado, o sentimento de perda e as
consequências devastadoras que se verificam nos adultos. O impacto tende a ser
generalizado, ao nível do bem-estar físico, do funcionamento cognitivo, do
estado emocional e do comportamento.
Coloca-se a hipótese de depressão ou outra perturbação do
humor quando existe um humor depressivo persistente ou uma quase incapacidade
de retirar prazer dos reforços e das recompensas habituais. Considera-se
persistente um período de pelo menos duas semanas, que represente uma alteração
do funcionamento anterior.
Nas crianças, os sintomas de depressão aparecem muitas vezes
disfarçados de insucesso escolar, inibição ou isolamento social, ou através de
manifestações mais subtis como a baixa auto-estima e auto-confiança. Pelo
contrário, pode verificar-se um aumento da agressividade e da atividade motora
(muitas vezes confundida com a hiperatividade). Em crianças mais pequenas, pode
haver uma exacerbação da ansiedade de separação ou do medo dos estranhos, bem
como alterações do comportamento. Crianças mais velhas, habitualmente mais
sociáveis, podem passar a demonstrar maior inibição ou evitamento social. São
ainda frequentes alterações do sono e/ou da alimentação, bem como queixas
somáticas persistentes (vómitos, dores de barriga ou cabeça).
Tendo em conta o mito (e talvez a esperança) de que a
infância é um período de inocência e êxtase, os sinais de alerta são muitas
vezes desvalorizados ou encarados como uma fase que vai passar. Esta negação
pode levar a um sentimento, por parte da criança, de que ninguém a compreende
e/ou acredita na sua tristeza, acentuando a vivência de desamparo. A angústia
inibe o sentimento de competência, a capacidade de auto-controlo e a diversão
espontânea, pelo que a criança vê diminuída a sua predisposição para
relacionar-se, para brincar e para aprender. É quase como se pensasse “Não vou
ser capaz, porquê esforçar-me?”. Pais e professores, sem conhecimento destes
sinais de alerta, tendem a considerar a criança como pouco esforçada,
desatenta, preguiçosa, birrenta e algumas vezes a castigá-la, acentuando mais o
sentimento de incapacidade e a baixa auto-estima.
Ao contrário do adulto, a criança tem dificuldade em
expressar-se pela palavra, sendo mais capaz de o fazer pelo comportamento, daí
a importância de estarmos atentos a estes sinais de alerta.
sábado, setembro 29, 2012
André Green - Eros e Thanatos
Conceitos fundamentais explicados por um dos maiores Psicanalistas de sempre: ANDRÉ GREEN
O TEMPO DA MUDANÇA E A MUDANÇA DO TEMPO
Também na mudança e evolução espiritual não há elevadores... passo a passo se faz o caminho; caminho esse que se faz caminhando...
terça-feira, setembro 25, 2012
GRAVIDEZ TARDIA (II): DEPOIS DOS 35 = RISCO?
Pelo menos até há bem pouco tempo
(na verdade, penso que ainda é assim), uma gravidez depois dos 35 anos era
automaticamente considerada de risco. Não descurando a maior incidência de
alterações e complicações a partir desta idade, esta classificação sem a
verificação de fatores pré-existentes pode trazer um risco acrescido: o da
ansiedade.
A gravidez requer adaptação a vários
níveis e traz consigo ansiedade e angústias normais. À partida, mesmo nos
casais que optaram (em contraposição à decisão forçada) por adiar a
parentalidade, existe uma ansiedade face à possibilidade ou não de conceberem e
face aos receios inerentes ao decorrer da gravidez e do desenvolvimento do bebé.
Ao verem a sua gravidez conotada como “de risco”, a ansiedade e os receios
podem aumentar exponencialmente e influenciar de forma negativa o processo.
Por um lado, passa a haver uma
perceção e uma crença de que o bebé será mais vulnerável e correrá mais riscos,
mesmo não tendo havido qualquer problema ou complicação. Por outro lado, esta
crença pode levar a uma culpabilidade e a um sentimento de responsabilidade
direta sobre a saúde do filho. Este aspeto pode não só afetar a gravidez, como
o estilo parental após o nascimento, que poderá ser excessivamente protetor
devido a angústias de doença ou mesmo de morte. No extremo, a mãe (e obviamente
o pai) pode mobilizar mecanismos de defesa que a impedem de se ligar ao bebé
durante a gravidez, e depois, devido ao receio de que não sobreviva. Estes
movimentos podem ter consequências devastadoras na saúde mental dos pais e da
criança.
Este aspeto implica, portanto, a
necessidade dos profissionais de saúde serem sensíveis aos fatores psicológicos
e acompanharem o casal não só do ponto de vista médico, mas também no que toca às
expetativas e aos receios.
A gravidez tardia (talvez também
esta expressão deva ser repensada) é o resultado de mudanças sociais e dos
progressos médicos, obrigando por isso a uma mudança nos paradigmas de
intervenção.
sábado, setembro 22, 2012
O caminho
Esta ilustração tirada do site massivemov é tão expressiva que não é preciso dizer mais nada.
Ponhamos realização onde está sucesso, e fica melhor ainda.
A curiosidade
Não é frequente vir nos manuais como sendo uma "soft skill". As é.
A curiosidade, ou seja, a capacidade de nos interessarmos pelas coisas, de querer saber mais, de ir maIs longe, é essencial. Perguntar, inquirir, interrogar. Constantemente, sem medo das criticas dos outros. Uma mente que quer saber é uma mente aberta e com desejo de aprender. Não há melhor garantia para o progresso de uma pessoa.
Seth Godin é um homem com uma mente "fora da caixa", como agora se diz. Vale a pena acompanhar o blog dele. Este é justamente sobre a curiosidade:
http://sethgodin.typepad.com/seths_blog/2012/09/curiosity-was-framed.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+typepad%2Fsethsmainblog+%28Seth%27s+Blog%29
A curiosidade, ou seja, a capacidade de nos interessarmos pelas coisas, de querer saber mais, de ir maIs longe, é essencial. Perguntar, inquirir, interrogar. Constantemente, sem medo das criticas dos outros. Uma mente que quer saber é uma mente aberta e com desejo de aprender. Não há melhor garantia para o progresso de uma pessoa.
Seth Godin é um homem com uma mente "fora da caixa", como agora se diz. Vale a pena acompanhar o blog dele. Este é justamente sobre a curiosidade:
http://sethgodin.typepad.com/seths_blog/2012/09/curiosity-was-framed.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+typepad%2Fsethsmainblog+%28Seth%27s+Blog%29
sexta-feira, setembro 21, 2012
EMDR em expansão e divulgação
O EMDR é uma forma de terapia recente e inovadora em constante expansão. Na Psicronos são já vários os psicólogos formadas nesta abordagem devido à sua grande eficácia em certos casos como por ex. pessoas vítimas de traumas. No Brasil foi divulgado mais um artigo sobre esta psicoterapia contribuindo para a sua compreensão:
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