sexta-feira, março 08, 2013
terça-feira, março 05, 2013
FILICÍDIO (III): É POSSÍVEL EVITAR?
sábado, março 02, 2013
O drama do desemprego Parte III
O médico Rui Nogueira da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, traça um quadro triste da população: "somos um povo envelhecido, pobre, deprimido e ansioso "(Expresso, 2/3/13).
Nem todos os que o consultam estarão certamente desempregados, mas a percentagem não deve ser pequena.
Esta semana soubemos os números (oficiais) mais recentes do desemprego: 17,6%. Infelizmente, acredito que no final do ano já teremos ultrapassado os 20%.
Muitos estudos mostram que a situação de desemprego tem efeitos tão devastadores na psiquismo como a morte de uma pessoa próxima. É uma perda grave: não só de dinheiro como de estatuto, sentimento de utilidade, realização, confiança, auto-estima.
A depressão é a consequência mais provável de uma situação prolongada de desemprego. Os efeitos a nível da coesão familiar podem ser irreversíveis, o que acarreta por sua vez maior solidão.
As pessoas em situação de desemprego involuntário não são párias. Infelizmente, a sociedade revela uma tendência cruel para as tratar como tal.
Recomendo sempre aos meus clientes nessa situação, que pratiquem voluntariado. É uma forma de se sentirem úteis, reforçarem os laços sociais, criar contactos. A experiência de voluntariado é cada vez mais importante num curriculum e os empregadores procuram-na cada vez mais. Longe vai o tempo em que um curriculum assentava sobretudo nas "habilitações literárias" (era assim que se dizia). Agora, é preciso ser criativo. Um curriculum deve poder permitir a quem o lê fazer uma ideia do candidato nas suas várias facetas: como estudante, como profissional, como desportista, como criativo, como cidadão interessado e activo.
Por outro lado, as candidaturas espontâneas são cada vez mais usadas. Tenho verificado, no entanto, que a maior parte das pessoas não sabe como proceder. É inútil mandar e-mails todos iguais a várias empresas. Tem de se conhecer a empresa para onde se quer concorrer, perceber a sua visão do negócio e a forma como se posiciona. Compete ao candidato demonstrar que poderá ser um valor acrescentado para aquela empresa. Pela sua personalidade, pela sua postura, pelos seus conhecimentos, pela sua experiência de vida.
sexta-feira, março 01, 2013
"Ondas magnéticas combatem depressão e tabagismo"
domingo, fevereiro 24, 2013
O drama do desemprego Parte II
De acordo com números divulgados recentemente, Portugal é o país europeu da OCDE, onde se trabalha mais horas por dia: em média, nove! Este facto, já de si alarmante no que isto significa em dificuldades de logística familiar, não tem, infelizmente, tradução na produtividade. A nossa produtividade foi, na última década, 60% da média europeia. A Grécia e a Espanha, por exemplo, têm índices de cerca do dobro do nosso.
Trabalhamos muitas horas, mas de forma pouco produtiva. A produtividade tem a ver com os factores de produção utilizados: capital, tecnologias, mão-de-obra, matérias-primas, etc. Quanto vai elevado for o quociente entre aquilo que é produzido e o factor de produção utilizado, maior o índice de produtividade.
Quanto maior a produtividade, melhor a competitividade. Produzindo-se mais bens com menos recursos, concorre-se mais facilmente nos mercados. Em termos de país, isso significa que se poderá exportar mais.
Por outro lado, o país europeu com maior produtividade é o Luxemburgo, onde mais de metade da população é portuguesa. Estranho, não é? Terá a ver com a capacidade dos gestores, com a motivação, com o clima, com a geografia, com quê?
A ligação da produtividade ao emprego é mais fácil de entender nos sectores exportadores: quanto mais competitivos, mais exportamos, mais investimento estrangeiro atraímos, mais emprego se cria.
Tenho para mim que o principal drama que vivemos é o do desemprego, que provavelmente atingirá os 20% este ano. Pelo menos uma em cada 5 pessoas em idade de trabalhar estará desempregada. A este número somam-se os tais que o INE designa por "inactivos desencorajados", os que já desistiram de procurar emprego, cujo subsídio de emprego já se esgotou, e os que nunca trabalharam. Depois há os precários e os biscates.
O país está fracturado entre os que não têm emprego, ou o têm muito precário, e os empregados, os tais que trabalham muito tempo, mas mal, e que recebem na sua maioria ao fim do mês (ainda há os chamados recibos verdes, desde sempre desprotegidos).
O drama do desemprego é social e psicológico. É uma importantíssima causa de stress e depressão, mas também uma fonte de tensão social. De ódios, raiva, medo, xenofobia.
Para criar emprego, é preciso que haja empresas a crescer. Que haja investimento, que a produtividade aumente, que se produzam mais bens e serviços. Que os patrões arrisquem, que a justiça funcione. Que as pessoas se qualifiquem, aumentem as suas competências (iniciativa, motivação, foco, determinação, capacidade de aprendizagem). Nunca é demais repeti-lo: não é o estado que deve criar empregos, são as empresas. A nossa tradicional dependência do estado terá de, a bem ou a mal, acabar.
Estatíticas para todos os gostos
O Portal da Opinião Publica, uma iniciativa conjunta da Fundação Francisco Manuel dos Santos e do Instituto de Ciências Sociais já pode ser consultado em www.pop.pt.
Muito user friendly (bastante mais do que o da Pordata), o portal apresenta gráficos interessantíssimos e interactivos que comparam vários indicadores em 29 países europeus: o indivíduo, a família, os grupos sociais, a religião, a imigração, a política, o trabalho, a economia.
Hoje interessou-me, dentro do tema "o indivíduo", a "percepção do controlo sobre a própria vida", que em Portugal regista uma média baixa. Não é surpreendente. Muito menos é o facto de os países nórdicos apresentarem os valores mais altos. O que surpreendeu foi a clara inflexão, no sentido da redução, que a generalidade dos países apresenta a partir de 2000/2001. Se pensarmos que o stress está sobretudo ligado à sensação da falta de controlo sobre a própria vida, temos aqui um quadro bem negro de uma situação económico-psicológica. Vê-se bem que a Europa está em recessão - e em depressão.
sexta-feira, fevereiro 22, 2013
Reflexões filosofico-psicoterapeuticas do dia
Entre o determinismo e o livre arbítrio, o Homem poderá sentir-se confuso e até aprisionado. Será um será outro, será livre, será totalmente condicionado... Poderá também ser as duas coisas? Determinado e livre?
Sartre foi um dos "filósofos da liberdade" que, apesar desse rótulo, condensou e integrou de forma muito interessante estes dois aspetos da existência humana.
Quando diz "O homem está condenado a ser livre", brinca com, e perverte o conceito de determinismo impregnando-o de liberdade. Apesar de haver uma articulação entre os dois conceitos, impera a liberdade radical.
Mas tem também outra frase (entre muitas...) onde refere que:
"Liberdade é o que se faz com o que nos foi feito".
Parece-me muito interessante porque, não negando um certo grau de determinismo, abre caminho para a liberdade do sujeito enquanto agente (ativo) na sua vida.
segunda-feira, fevereiro 18, 2013
FILICÍDIO (II): FATORES DE RISCO
domingo, fevereiro 17, 2013
O drama do desemprego
De acordo com o jornal Expresso, é assim que o Instituto Nacional de Estatística chama às cerca de 120.000 pessoas que estiveram inscritas nos Centros de Emprego, e já não estão. A estes, somam-se outros 260.000 que nunca procuraram emprego. São (só!) quase 400.000 "desencorajados".
Estes eufemismos, por bem intencionados que sejam, acabam por ser chocantes. Como se se pretendesse humanizar, hipocritamente, aquilo que corresponde a uma situação crua e gritante.
Tínhamos, em final de 2012, 1.200.000 desempregados. Destes, 300.000 recebem (ainda) subsídio de desemprego (calculo que sejam considerados "inactivos encorajados").
Em 2012 houve 10.646 ofertas de trabalho para 710.652 desempregados inscritos e encorajados. Que entretanto desencorajam e vão, mês a mês, passando a desencorajados.
Os números são perigosos e existe uma frase que se ouve muito: "as pessoas não são numeros". Mas estas tentativas de os humanizar com adjectivos psicologizantes é patética. Não é só o emprego e os meios de subsistência que faltam. Até já o pudor começa a escassear.
sexta-feira, fevereiro 15, 2013
segunda-feira, fevereiro 11, 2013
Lindo nome para uma estrela
LL Ori é o nome de uma jovem estrela, na nebulosa de Orion, que sopra um vento estelar muito mais forte do que o do nosso sol. Pode ver-se na fotografia no quadrante em baixo à esquerda.
A nebulosa pode ser vista a olho nú, em noites sem nuvens. Mas é bem melhor vê-la com um telescópio.
Quando eu era miúda o meu pai deu-me um telescópio, com o qual passei muitas noites de verão. Do que eu mais gostava era dos anéis de Saturno, uma maravilha não da ficção científica, mas da realidade. Tão longe e tão perto.
Hoje as nossas crianças já não precisam de estar curvadas sobre o telescópio, podem ver estas maravilhosas fotografias da NASA num computador. Mas aperceber-se-ão que a nebulosa está ali, à distância do olhar?
Quem quiser saber mais pode ir a:
http://www.nasa.gov/multimedia/imagegallery/image_feature_2442.html
domingo, fevereiro 10, 2013
FILICÍDIO (I): Quando afinal os pais não cuidam dos filhos
- Altruísta: é a circunstância mais frequente em que a
mãe, gravemente deprimida, planeia suicidar-se e acredita que os seus
filhos ficarão mais protegidos “com” ela.
- Psicótico: situação em que o pai ou a mãe, em estado
delirante e paranoide, acredita que algo persegue os filhos e mata para
proteger. Outra situação, enquadrada nesta circunstância, é o delírio paranoide
de que a criança agride e ataca o progenitor, pelo que este matará em
auto-defesa.
- Espancamento Fatal: casos em que a punição física é de
extrema violência e descontrolo, conduzindo à morte do filho.
- Filho indesejado: situações em que, por vários motivos,
o filho é indesejado ou sentido como um obstáculo.
- Vingança conjugal: casos em que um dos pais mata o filho
para magoar o parceiro, habitualmente depois de uma situação de infidelidade.
Acontece também no âmbito da disputa das responsabilidades parentais, em
que um dos pais, não aceitando a guarda atribuída ao outro progenitor,
tira a vida ao filho para que o outro não ganhe a batalha.
sexta-feira, fevereiro 08, 2013
MEDO e PÂNICO - diferenças qualitativas?
Investigação da Universidade de Iowa abre caminho para tratamento de distúrbios de ansiedade
domingo, fevereiro 03, 2013
Frase transformativa do dia
sexta-feira, fevereiro 01, 2013
terça-feira, janeiro 29, 2013
UMA SOCIEDADE ANTI-SOCIAL?
domingo, janeiro 27, 2013
Aprender e viver
Em tempos incertos como os que vivemos, mais importante se torna investirmos em nós próprios. Em nós próprios como pessoas e profissionais.
Longe vão os tempos em que se tirava um curso para o resto da vida. Agora, tem de se trabalhar constantemente aspectos da personalidade, por um lado, e competências profissionais, por outro. As fronteiras são cada vez mais ténues. É o caso das línguas, de cuja aprendizagem qualquer profissão beneficia. E o que não é imediatamente utilizado pode servir mais tarde.
Polivalência, flexibilidade, capacidade de adaptação, facilidade de comunicação, são as palavras-chave, tanto no mercado de trabalho como na vida. Como é que se aprendem? Com treino e formação. A psicoterapia é, neste aspecto, uma ferramenta essencial. Muitas pessoas têm ainda a ideia de que a psicoterapia é para "quem tem problemas". Certamente que é, mas vai muito para além disso. É um poderoso instrumento de conhecimento de nós próprios e dos outros, cujo valor ao longo da vida é inestimável.
Muitas pessoas não sabem que é na relação entre cliente e terapeuta que se vão adquirindo e melhorando essas tais capacidades que irão ser essenciais no dia a dia. Comunicação, empatia, resiliência, tolerância à frustração, auto-motivação, são noções que parecem vagas mas que têm a ver com TUDO. Na vida e na profissão.
sexta-feira, janeiro 25, 2013
HIPERSEXUALIDADE: uma nova patologia?
quarta-feira, janeiro 23, 2013
Um excelente iniciativa da Câmara de Lisboa
Informamos que Orçamento Municipal para 2013 prevê uma verba de um milhão e meio de euros (1.500.000 €) para financiar projetos da edição de 2013, apresentados por parcerias locais tendo em vista a melhoria dos bairros e zonas incluídos na Carta dos BIP/ZIP.
Solicita-se a confirmação da sua presença que poderá ser efetuada através do email bip.zip@cm-lisboa.pt, devendo para o efeito ser indicado a instituição proveniente bem como o número, nome e contacto preferencial dos participantes. Caso necessite de mais informação ou esclarecimento poderá contactar o Grupo de Trabalho dos BIP/ZIP através do seguinte número 21 322 7360 (das 10h00 às 17h00).
No sentido de alargamento da expressão local deste programa, agradecemos a divulgação por eventuais parceiros que entenda poderem vir a ser enquadrados nesta iniciativa.
Helena Roseta