quarta-feira, abril 16, 2014

Provas científicas e validade do EMDR


Muitas pessoas já ouviram falar do EMDR como método ou abordagem integrativa psicoterapêutica que promete resultados, ou pelo menos uma maior eficácia, na ultrapassagem de uma variedade de situações traumáticas. Nestas se incluem as experiências relacionadas com a guerra, as situações de abuso sexual e/ou físico ou de negligência na infância, desastres naturais, assalto ou ataque, traumas cirúrgicos e de diagnóstico de doenças crónicas, acidentes de viação e de trabalho. Dos traumas grandes aos traumas pequenos, ou vice-versa, abrangendo as situações cuja perturbadora vivência deixou na nossa mente/corpo uma espécie de caixa de ressonância (aglomerado de memórias, imagens, emoções e sensações) muito sensível a tudo aquilo que consciente ou inconscientemente toca nos seus gatilhos.

Assim, pode acontecer que uma experiência negativa intensa vivida há muitos anos, por vezes está recalcada e foi esquecida, possa continuar a produzir efeitos que abalam a qualidade de vida e o bem estar de uma pessoa, sem que esta consiga conscientemente produzir uma ligação entre a situação original e a situação desencadeante, que justifique as suas reações - por exemplo, impulsividade exagerada ou intempestividade, perda de auto-controlo, ataque de ansiedade, stress, fuga e medo irracionais. Muito se tem avançado nas últimas décadas no campo das neurociências mas ainda nos é algo difícil compreender como se estabelecem no cérebro estes processos, e como se desencadeiam reações desproporcionadas e desadaptadas  que podem, entre muitos outros efeitos,  limitar a qualidade das interacções com os outros e afectar a auto-estima.

O EMDR, enquadrado e aplicado por psicoterapeutas, não é uma moda, é um tratamento psicológico que apesar da sua recência já possui um corpo teórico e prático bastante consistente e um conjunto de evidências científicas que o validam, reflexo da investigação acumulada, que fazem com que esta abordagem psicoterapêutica seja considerada um tratamento eficaz e internacionalmente recomendado para as perturbações de stress pós-traumático(PSPT).  Um já vasto conjunto de organizações recomendam o EMDR nas suas  orientações práticas de métodos de tratamento para o PSPT, onde se incluem a Organização Mundial de Saúde (2013), a Associação Psiquiátrica Americana (em 2004 e 2010), o Departmento dos Assuntos de Veteranos e pelo Departamento de Defesa dos EUA (em 2010), a Sociedade Internacional de Estudos de Stress Traumático  (em 2009), o National Institute for Clinical Excellence do Reino Unido (em 2005) e outras organizações pelo mundo fora, incluindo a maioria das Associações de Psicólogos e de Psiquiatras.

Com um nome pouco apelativo, a meu ver, o EMDR é todavia uma terapia poderosa que produz resultados surpreendentes e que vale a pena conhecer.

Abaixo seguem os links para uma entrevista dada pela Dr. Francine Shapiro (criadora do EMDR, e fundadora do EMDR INSTITUTE) ao New York Times (2012):



e para um outro artigo (Dr. James Alexander) que documenta a perspectiva neurológica do EMDR:



Isabel Botelho
Psicóloga-Psicoterapeuta-Executive Coach

segunda-feira, abril 14, 2014

Emoções - grandes e pequenas (parte I)

  Este artigo que abaixo partilho remete, de forma clara e simples, para o complexo processo da maternidade e turbilhão de emoções. Em consultório tenho lidado de perto com estas emoções, que ora evocam o que de mais doce e terno existe numa mulher, ora remetem para o seu lado mais "malvado" e "maléfico", desabafou uma mãe.

Mas efetivamente existe uma barreira muito téneu entre o bem e o mal e rapidamente se resvala (quase sem saber porquê...) para o outro lado, e se por vezes algumas mães aprendem a lidar com as suas emoções, outras escondem e reprimem um pequeno fantasma que se torna um monstro imenso.


"Há mamãs loucas. Literalmente tan-tans da cabeça. Calha a quase todas este estado temporário de insanidade e que se lê nos olhos dos maridos, amigos e família. Quando? Logo ali, nos meses após terem dado à luz. Quando dar vida à vida é uma loucura.
Há quem tenha recebido a visita dos Reis Magos para celebrar o nascimento do seu filho. Mas a maioria das mamãs é visitada pelos parentes mais antigos e estimados: os seus fantasmas. De branquinho como manda a tradição, os fantasmas aparecem todos juntos para conhecer o novo bebé. E alucinar a mamã. Começam por apoderar-se do seu corpo que fica aterrador no pós-parto. Depois espicaçam-lhe as hormonas, deixando-a bolsar sentimentos ridículos. Como quando uma pobre mosca entra em casa, feliz da vida, à procura de alimento para as suas mosquinhas; e a mãe, louca e tísica, pum! Mosca esborrachada. Depois, chora como se tivesse assassinado um elefante voador. “Mas quem é que deixou o Dumbo entrar?!”
É um estado de nervoso miudinho intervalado com risadas histéricas. O divertido é que a recém-mamã tanto pode estar a amamentar o bebé com todo o seu amor a transbordar, na mais terna das felicidades; como horas mais tarde, no trabalho, pode estar prestes a pegar na caçadeira para disparar uns tirinhos aos colegas. Ou estar a preparar uma papinha na mais santa das paciências até não sobrar um grumo para o bebé não se engasgar e, de seguida, ir a correr riscar o carro do vizinho, estacionado em cima do passeio, porque “Não me deixou passar com o carrinho do bebé! Seu labrego!”
E só de olhar para estas tresloucadas mães mudamos de passeio, fingimos não ter ouvido a campainha, damos passagem imediata na fila do supermercado. Receamos aquela figura de carrapito descaído e roupas largas, maquilhada com olheiras até ao queixo, e que tanto pode apertar-nos as bochechas e espetar-nos um beijo como aterrar um estalo que nos faz lembrar a louca da nossa mãe, claro.
A loucura não é mais do que uma violenta emoção. E a vida, quando explode, é a maior das emoções. Por isso, é tão fácil entender a loucura maternal: porque a mamã continua a parir todos os dias após o parto. A parir a sua identidade, a parir leite, a parir uma frase a seguir à outra, a parir um sorrisinho, a parir medos e coragens, a parir uma imagem a projectar. Vira alienada. Vira desmemoriada. E uma mamã em construção, enquanto não está pronta, não é bonito de ser ver e o contacto pode até ser perigoso.
Muitas recém-mamãs saem à rua de calças de pijama, verificam a cada cinco minutos se a criança respira, guardam as chaves do carro no congelador e garantem que com um mês a criança já diz "Mamã". E não, não são vozes na sua cabeça. O mundo, e em especial os maridos, é que não as entendem. Apesar de a loucura ser uma palavra feminina.
Mas eis que tudo o que é bom dura pouco. A loucura maternal é, infelizmente, temporária. Acaba por passar pois os fantasmas têm mais visitas a fazer e talvez, lá para o Natal, possam vir de novo dizer "olá". Ou "buuu"!
Eu podia ter-me ido abaixo, cantado o baby blues, dormido uma noite no Júlio de Matos. Mas isso não aconteceu comigo, apenas me visitaram um par de fantasmas tenrinhos. Mas sei que há muitas recém-mamãs assombradas que choram ao verem-se neste imenso palco de loucos sozinhas com os seus bebés. Calma, mamãs. Não se assustem, pois a loucura é um privilégio e uma felicidade imensa. E só quem tem fantasmas é que foi gente."

 http://lifestyle.publico.pt/maeshamuitas/332649_de-mae-e-de-louca-todas-temos-um-pouco

Tânia Paias
Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta
Departamento da Infância (Faro)


quarta-feira, abril 09, 2014

SEXUALIDADE INFANTIL (III): HIPEREXCITAÇÃO E SINAIS DE ALERTA

Como vimos nas publicações anteriores, a masturbação tem início em idade bastante precoce e faz parte da exploração e descoberta normais da infância, tendo uma componente essencialmente sensorial associada à descarga de tensões. Não tem um caráter erótico, apesar da leitura que os adultos fazem do comportamento masturbatório estar muitas vezes centrada na erotização, que conduz à repreensão e à proibição. Esta atitude tende a acentuar a curiosidade, por um lado, e a tensão, por outro, reforçando a masturbação.

Mas há sinais que efetivamente podem revelar preocupações, sobretudo quando parece haver uma hiperexcitação. Como em quase todas as questões do desenvolvimento infantil, a intensidade, a frequência e a persistência indicam se existe ou não um problema.

Quando a masturbação não é sobrevalorizada pelos adultos e é abordada de forma tranquila e direcionada para um ambiente mais privado, mas a criança mantêm uma elevada frequência de comportamentos masturbatórios, parecendo absorta e alheada de tudo o resto, pode ser sinal de uma elevada carga ansiogénica que não está a ser capaz de aliviar de outra forma. Este funcionamento pode ser frequente em contextos familiares desorganizados, com elevados níveis de tensão, que levam a criança a refugiar-se no comportamento masturbatório, como se tentasse embalar-se para se tranquilizar. Crianças com dificuldades de expressão podem igualmente recorrer a esta forma de gratificação (em vez de, por exemplo, fazerem uma birra ou chorar quando não se sentem bem). Quando os adultos percebem que a masturbação é um refúgio, devem aproximar-se calmamente da criança, pegar-lhe, abraçá-la e até embalá-la e dizer “está tudo bem, estou aqui, estás segura/o”. Estas são crianças que habitualmente necessitam de uma contenção física por parte do adulto, às vezes bastando tocar-lhe com a mão para as tranquilizar.

Outras vezes existem explicações físicas para a manipulação excessiva dos genitais, especialmente nas meninas: infeções, alergias, dermatites, hipersensibilidade cutânea. Nestes casos, mais do que masturbação para obtenção daquele misterioso prazer, a criança toca, coça, esfrega para tentar aliviar o desconforto. Estas situações requerem observação médica.

Quando a masturbação assume um caráter sexual (erotizado) mais evidente (insistindo na penetração com objetos, simulando posições sexuais, contacto físico excessivo, repetição e insistência na masturbação após a adequada intervenção do adulto, envolvimento com crianças mais novas ou mais velhas), pode ser sinal de que a criança está a ser molestada ou, pelo menos, exposta a demasiada estimulação sexual.

Na minha anterior publicação, a propósito dos traumas da infância, referi que muitas vezes os pais acham que certas vivências não têm impacto na criança porque esta “ainda não tem idade para perceber”. Quanto menor a capacidade da criança compreender o que se passa à sua volta, maior a probabilidade de existir um impacto negativo.

Demasiada estimulação sexual não significa, necessariamente, abuso sexual (apesar de algumas vezes ter um impacto psicológico semelhante). Pode ser uma cena na TV ou em revistas ou partilhar o quarto com um irmão mais velho que poderá masturbar-se na presença da criança, achando que esta está a dormir. Dormir no quarto dos pais é, também, frequentemente uma fonte desta sobre-estimulação, e não é preciso que a criança seja muito crescida. Quando questiono sobre a sexualidade dos pais com o/a filho/a no quarto, a grande maioria responde “só fazemos quando está a dormir e não fazemos barulho” e não consideram qualquer hipótese da criança se aperceber. Pois a teoria e a prática comprovam que as crianças frequentemente assistem, pelo menos, a parte das relações sexuais dos pais: sons, nudez, movimentos e posições que podem ser vividas como uma experiência altamente violenta, que a criança não tem capacidade para compreender nem integrar. Esta experiência pode não só contribuir para uma grande inquietação e angústia, como ativar a masturbação e a sexualidade de uma forma pouco saudável.


É sempre difícil definir o que é um comportamento demasiado intenso, repetitivo e persistente. Na dúvida, procure o pediatra e solicite observação psicológica.

Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta

terça-feira, abril 08, 2014


REVISTA PAIS & FILHOS
COMO O COACHING MELHOROU OS NOSSOS DIAS
Escrito por Teresa Diogo Segunda, 07 Abril 2014 | Visto - 312


Com pequenos ajustamentos, conseguimos transformar as alturas mais difíceis do dia em momentos menos frustrantes e mais prazerosos. À hora do banho e do jantar, acabaram-se as birras!

Primeiro foram os “terrible twos”, com toda a sua pujança em afirmação e vontades próprias, depois veio a desculpa do “feitio”. “Sai à mãe”, diziam os mais próximos, numa tentativa airosa de explicar por que motivo aos três anos já era tão determinado, cheio de opiniões, mandão e decidido. Tudo isto poderia até ser positivo se não se traduzisse, vezes de mais, em frustração, alguma desobediência, muito finca-pé e até uma ou outra berraria. Sobretudo na hora de ir para a mesa ou para o banho. Ou seja, na hora de interromper as brincadeiras, os jogos ou a televisão. “Não quero!”, “Não gosto!”, “Estás sempre a estragar-me o dia!”, atirava-me ele, revoltado.alt
Sempre fui apologista de que a nossa relação se deve basear mais no diálogo, na explicação das coisas e das situações, no entendimento e compromisso mútuo, e menos na imposição da minha vontade e autoridade excessiva. Mas, aos quatro anos do Tiago, percebi que nem sempre tenho a paciência necessária para lidar com as suas frustrações e continuar a explicar, vezes sem conta, por que motivo tem de tomar banho todos os dias e sentar-se à mesa quando o chamo para jantar, sem reclamar da comida, da cor do prato ou… do tempo. E antes que se tornasse um pequeno ditador, e a bem da harmonia familiar no final de cada dia, quando estamos todos cansados e menos tolerantes, aceitei o desafio da coach Magda Dias para experimentar algumas sessões de coaching e aconselhamento parental. “Pode ser o que necessita para ‘desbloquear’ e fazer fluir a relação familiar, eliminando aqueles ‘dilemas’ do dia-a-dia”, justificou. E se o objetivo é que possamos todos “saborear o que de melhor a vida tem”, então este só podia ser um desafio para levar muito a sério. E bastaram duas sessões para que os resultados se tornassem visíveis.
Quando iniciámos o processo, o Tiago acabara de chegar de férias em casa dos avós, no Algarve, onde passou 15 dias a fazer o que bem queria (dentro dos limites do razoável), ou não fosse essa a magia dos dias passados com os avós. Nada contra. Mas confesso que temi o pior: como é que o ponho “na ordem”, sem grandes dramas, logo agora que vem convencido que é o big boss? Partilhei com a Magda essa minha preocupação e ela sossegou-me: “Vem nutrido, vem cheio a nível emocional e isso é bom”.  Além disso, sublinhou, o Tiago está na idade de integrar conceitos e entender a autoridade, um aspeto que até aqui era menos vincado e que se traduzia numa maior contestação sempre que era contrariado. Ou seja, está na idade certa para, finalmente, compreender e aceitar que na educação nem sempre há lugar para a democracia e que, por vezes, é preciso respeitar um “acabou a conversa!”. Dito assim, pode parecer que, de um dia para o outro, se instalou lá em casa uma ditadura feroz e implacável. Nada disso.
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Um banho ao dinossauro
O objetivo definido na primeira sessão de coaching e aconselhamento parental com a Magda Dias foi, exatamente, melhorar a questão da obediência naqueles momentos chave do dia e, por consequência, aumentar a tolerância do Tiago à frustração. “Os limites e a autoridade são estruturantes e ele precisa disso para crescer bem”, assegurou-me.
Os momentos mais propícios a birras e desentendimentos lá em casa sempre foram a hora de ir para o banho e para a mesa. Para mudar esse comportamento, que já se tornara um hábito, Magda aconselhou-me a mudar de estratégia. Em vez de repetir exaustivamente o típico “Tiago, anda para a mesa” ou “Tiago, já te chamei três vezes para o banho”, que ele ignorava até ouvir um berro, comecei a ir ter com ele, sentar-me ao seu lado e a interessar-me genuinamente por aquilo que está a fazer no momento (uma brincadeira, um desenho, um episódio da Ovelha Choné…). Depois, “é preciso criar uma ligação através do toque” e, assim, o passo seguinte é tocar-lhe na mão ou no braço e dizer-lhe o que pretendo, olhos nos olhos, com determinação: “Agora vamos arrumar os brinquedos e vamos tomar banho”. Sempre que possível, faço uma ligação entre o que ele está a fazer e o que eu quero que ele faça: “Traz esse dinossauro que ele está mesmo a precisar de um banhito!”.
Posso dizer que tem resultado. Na primeira vez, achei que tinha sido apenas sorte de principiante, mas nos dias seguintes a “sorte” repetiu-se. É verdade que ainda me pergunta por que é que tem de tomar banho todos os dias, mas agora já o faz de forma resignada, sem espernear, a caminho da banheira. Esta pequena mudança no meu comportamento e, por consequência, no dele teve um impacto importante nas nossas rotinas: há menos tensão, menos confronto e menos berros e os finais de dia tornaram-se bastante mais fluidos e agradáveis. Para todos.
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Quantas colheres?
À mesa, a estratégia para acabar com o “Não gosto! Não quero!” passou, primeiro, por responsabilizá-lo e depois por recorrer a uma dose extra de brincadeira. A menos que o jantar fosse pizza, canja ou douradinhos, as reclamações começavam quando ainda nem estava sentado. E como pizza, canja ou douradinhos não são refeições assim tão frequentes lá em casa, é fácil deduzir que a hora do jantar era dominada pela sua habilidosa (e extenuante) arte da negociação: “Quantas colheres ainda tenho de comer? Só como três!”. Chegámos então a um acordo. “Eu comprometo-me a colocar-te (muito) menos comida no prato e tu comprometes-te a não reclamar nem a negociar. E se gostares do jantar pedes-me para te pôr mais”. O compromisso foi aceite, sem contrapropostas.
Durante a primeira semana do acordo, facilitei a situação e apresentei-lhe refeições que sabia serem (mais ou menos) do seu agrado. Depois comecei a introduzir os “maus da fita”: os legumes. Um feijão-verde aqui, um brócolo ali, e o acordo lá foi sendo cumprido, com uma ou outra tentativa de negociação pelo meio. “Negociar é importante, mas responsabilizar é muito mais”, disse-me Magda. De vez em quando, ainda começa a “espernear”, mas aí aplicamos a segunda técnica: a brincadeira. Nada como uma boa gargalhada ou um pouco de troça sobre a situação para desanuviar o ambiente. Depois desviamos a conversa para um assunto do seu agrado. E assim os jantares vão prosseguindo bastante mais tranquilos do que o habitual. Sem distrações (leia-se sem televisão), com mais conversa e menos tensão. E para “desbloquear” o diálogo, em vez do típico “Então como foi o teu dia na escola?”, passei a contar-lhe algumas situações sobre o meu dia e a pedir a sua opinião. Por conseguinte, passou a falar mais sobre a escola e os amigos.

“Vês? O prato está vazio!”
Quando as coisas correm menos bem e o Tiago não cumpre o acordo, sabe que há consequências: até pode não comer tudo, mas não sai da mesa enquanto nós não terminarmos. E quando correm mesmo, mesmo bem, Madga aconselhou-nos a fazer o chamado “reconhecimento factual”. Ou seja, nada de “Boa, Tiago!!!”, que não passa de uma expressão sem conteúdo. É sempre preferível reconhecer o que efetivamente acabou de fazer: “Vês? O prato está vazio!”. E este tipo de feedback factual deve aplicar-se a tudo: um desenho, uma construção de Lego ou uma outra qualquer habilidade. Acabar com o “Boa!” obrigou-me também a parar o que estou a fazer no momento e olhar com olhos de ver para aquilo que ele me quer mostrar. Se tenho que dizer qualquer coisa concreta sobre o desenho que fez, tenho que olhar, de facto, para ele, o que na correria do final de dia nem sempre acontecia. É sempre mais fácil atirar um “Boa, filho!” e continuar a descascar cenouras para a sopa…
Com tudo o que assimilei no decorrer deste processo, posso dizer que a nossa experiência com o coaching e aconselhamento parental foi bastante positiva. Aprendi que é melhor responsabilizar em vez de negociar, é imprescindível ter regras muito bem definidas e ajudá-lo a relembrá-las quando necessário, é preferível falar-lhe em consequências em detrimento de castigos ou chantagens e, muito importante, mais vale baixar as expectativas e aceitar que nem sempre as coisas correm como desejamos. E que é possível, com ligeiras mudanças, retirar a frustração da nossa relação.


O QUE É O COACHING PARENTAL?

É uma abordagem às questões da parentalidade, com recurso à implementação de estratégias que ajudam a resolver os desafios e dificuldades da relação entre pais e filhos no dia-a-dia. O objetivo é apetrechar os pais de ferramentas para lidar com esses atritos do quotidiano, guiá-los na descoberta do seu estilo parental em consonância com as necessidades da cada criança e ajudá-los a cultivar uma relação mais positiva com os filhos. O coaching parental ajuda a lidar com situações como a disciplina, a frustração, a raiva, as rotinas e transições, as “lutas de poder” e comportamentos desrespeitosos. O apoio dado pelo coach passa pela abordagem das necessidades e desafios particulares de cada família e a definição de uma estratégia para lidar com eles.

O coaching é diferente de uma consulta de psicologia?
No coaching não se faz terapia. “Uma sessão de coaching ‘pega’ na pessoa tal e qual ela está, nos recursos que tem e ajuda-a atingir as suas metas”, esclarece Madga Dias, coach, formadora e autora do blogue “Mum’s the boss” (www.mumstheboss.blogspot.pt), sublinhando que “numa sessão de coaching o passado não é ‘dissecado’”.



sábado, abril 05, 2014

ONU, para um mundo pior?!



Excelente documentário na sic notícias - um Toda a Verdade - sobre a Organização das Nações Unidas (ONU). Fiquei absolutamente perplexo e chocado. O título do documentário é: ONU - Abusos e Escândalos. O vídeo acima corresponde à emissão completa do programa. 

Na minha opinião é um documentário obrigatório sobre o que de mais relevante e grave se tem passado no nosso mundo nestas últimas décadas. Apesar do papel importante que a ONU tem tido a vários níveis, tem-se ultimamente tornado numa plataforma política escandalosamente subvertida aos interesses económicos e do poder no que respeita à forma como tem lidado com algumas das calamidades maiores das últimas décadas.

Este documentário choca e põe a nu as questões mais fundamentais sobre a natureza humana: com a sua capacidade única e misteriosa de amar, o ser humano tem também uma capacidade única de se perverter e cometer as maiores atrocidades com a maior ligeireza.

Como é que eu contribuo para tudo isto? Também eu prefiro fechar os olhos a estas coisas horríveis e continuar na "minha vidinha"? Também eu prefiro estar no meu canto, a tomar alguma respons-abilidade (habilidade de responder) pelo que se passa em meu redor? Também eu prefiro seguir o caminho "mais fácil" que a sociedade "main stream" me reserva? Quais são verdadeiramente os meus valores? Como os concretizo no dia a dia? Que posso eu fazer? Também eu preciso de continuar a acariciar os meus mecanismos de defesa para só ver a realidade que tolero ver (a minha e a dos outros)? ... Porque quem não assume a responsabilidade da sua vida deixar-se-á levar e corromper pelas pressões do mundo à sua volta. 

Este documentário põe o dedo na ferida e não é só na ferida da ONU, mas na ferida de todos porque todos nós somos co-responsáveis do mundo em que vivemos e todos nós temos as mesmas potencialidades: as de fazer o melhor e o pior. 

Se for ao fundo do que me faz humano, a pergunta mais imediata  e fácil "como é que alguém é capaz de ser assim tão "mau"?" pode ser substituída pela subtil e desconcertante pergunta: "como é que eu posso/poderei/poderia ser assim tão mau?". Porque o homem é o homem e as suas circunstâncias e o "outro", no limite, sou eu noutras circunstâncias.  

A Organização das Nações Unidas (ONU) é uma organização internacional cujo objetivo declarado é facilitar a cooperação em matéria de direito internacional, segurança internacional, desenvolvimento económico, progresso social, direitos humanos e a realização da paz mundial. A ONU foi fundada em 1945 após a Segunda Guerra Mundial para substituir a Liga das Nações, com o objetivo de deter guerra entre países e para fornecer uma plataforma para o diálogo. Ela contém várias organizações subsidiárias para realizar suas missões.

quinta-feira, abril 03, 2014

Animais no útero

As imagens que se seguem, e que parecem ser de outro mundo, foram criadas por Peter Chinn, no âmbito do documentário da National Geographic, Extraordinary Animals in the Womb, ou em português, ‘Animais Extraordinários no Útero.’ 
Apesar de não poderem ser consideradas fotografias,  esta imagens são extraordinariamente próximas da realidade, pois foram produzidas com a ajuda de ecografias, pequenas câmaras e gráficos gerados por computador. 

ELEFANTE

URSO POLAR

COBRA NO OVO

GOLFINHO

LEOPARDO

PINGUIM NO OVO

CHIHUAHA


MORCEGOS

CAVALO






quarta-feira, abril 02, 2014

PEQUENOS GRANDES TRAUMAS DA INFÂNCIA

Quando se fala em EMDR, fala-se obrigatoriamente em trauma, o que pode levar a algum reducionismo de uma prática que se tem revelado abrangente, pois há tendência a associar o trauma a situações catastróficas. Se bem que o EMDR começou por ser essencialmente utilizado em pacientes com Perturbação de Stress Pós-Traumático (grande trauma), tem aplicação em quase todas as situações em que existe uma intensa experiencia emocional negativa associada a episódios “menores” (pequeno trauma). Se os grandes traumas são relativamente fáceis de identificar e mobilizar ajuda (acidentes, assaltos, mortes, bullying, abuso sexual, abandono), os pequenos traumas nem sempre são devidamente identificados e valorizados.

Na minha prática clínica com crianças, os pais perguntam frequentemente “qual é a causa?”, procurando identificar a origem da problemática dos filhos. Se muitas vezes a história individual e familiar ajuda a compreender, pelo menos, algumas das causas, outras vezes não conseguimos fazê-lo. Sabemos, sim, que aconteceu algo em determinada altura do desenvolvimento da criança que foi vivido com extrema intensidade. O que costumo explicar aos pais é que existem situações que são relativamente inócuas para os adultos e passam até despercebidas, mas que são vividas com grande angústia pela criança.

A infância é marcada por tentativas repetidas, fracassos e, finalmente, êxitos. Normalmente, as crianças têm o equipamento necessário para lidar com estes desafios. Para atingir estes feitos, a criança precisa de sentir que é amada, que tem valor, que é capaz e que está segura. Episódios de aparente pouca relevância, como uma queda no recreio do jardim-de-infância, engasgar-se com a comida, assistir a uma cena na TV, ouvir um estrondo repentino, ter um pesadelo, observar uma expressão facial de apreensão no pai ou na mãe, ter um mau resultado na escola, assistir a uma discussão, podem pôr em causa o sentimento de valentia e mestria que apoiam o percurso do desenvolvimento e o caminho para a independência. Frequentemente os adultos desvalorizam algumas destas situações porque as consideram normais ou pouco importantes. Por outro lado, poderão achar que a criança nem percebe o que se passa, por isso não vai ficar afetada. No entanto, a capacidade que as crianças têm para compreender a situação e expressar o que sentem é bastante inferior à intensidade com que a vivem.

Na infância as experiências são essencialmente sensoriais com emoções em bruto e, dada a dificuldade em elaborá-las, o reflexo surge sobretudo ao nível do comportamento. Dada a incapacidade em interpretar logica, racional e verbalmente os eventos, as crianças “gravam” na sua mente mensagens negativas que tendem a afetar o seu bem-estar e o seu funcionamento de forma prolongada, muitas vezes até à idade adulta. Alguns exemplos destas mensagens são: estou em perigo, não presto, não sou capaz de fazer nada, ninguém gosta de mim. Quantos de vós, adultos, se reconhecem nestas crenças negativas e como estas interferem na vossa vida pessoal, social e profissional? Imaginemos agora o que estas perceções de si próprias fazem a crianças com a vulnerabilidade típica da idade e sem a capacidade para as perceber, dizer e expressar.

Há tempos, um rapaz de 12 anos que apresentava “acessos de fúria” (entre aspas porque na verdade o que fazia era largar os livros e fechar-se no quarto) quando se confrontava com uma dificuldades escolar, tinha igualmente uma postura adultomorfa e erguia todas as suas defesas quando eu procurava chegar às suas emoções. Cerca de dois anos antes, houve um desacato à porta do prédio entre os pais e um vizinho, que acabou em agressões físicas. Este rapaz, na altura do conflito com 10 anos, ligou três vezes para o 112. Continuava, no entanto, a repetir “eu não fiz nada, devia ter feito alguma coisa para acabar com aquilo”, revelando um sentimento de impotência e uma crença de que devia ter feito mais do que fez. Três anos antes, a avó deste rapaz faleceu. Chegou a vê-la no hospital em fase terminal, mas não se despediu. Depois da morte da avó, começou a revelar grande agressividade na escola, batia nos colegas, atirava com as cadeiras. “Fui muito mau para a minha professora, sou mau quando sinto coisas”. O EMDR ajudou a perceber, mais uma vez, que o pensamento negativo era de que nada fez para salvar a avó. O processamento destas situações ajudou a desbloquear estas crenças negativas e irracionais (sou fraco, sou mau), permitindo a instalação de recursos e respostas mais adaptativos, associados a um pensamento mais positivo: este rapaz fez o que pôde e expressou-se como foi capaz, tendo em conta a sua idade. Passou a ser mais capaz de entrar em contacto com as suas vulnerabilidades, aceitando-as e reagindo de forma ajustada. As dificuldades escolares acentuavam esta perceção de que não era capaz porque era fraco, reagindo com “fúrias” que ao mesmo tempo que o faziam sentir-se mais forte, reforçavam igualmente a ideia de que era mau.

A psicoterapia EMDR foi bastante importante neste caso, tendo em conta que existiam vivências traumáticas que o colocavam numa posição muito defensiva e difícil de quebrar com outra abordagem terapêutica.

Termino com alguns exemplos de reações que as crianças podem apresentar depois de uma vivência traumática (imediatamente a seguir ou algum tempo depois), retirados do livro “Usando EMDR com ninõs”:

-Alterações do Sono: pesadelos, sono agitado, falar/gritar durante o sono, dificuldade em adormecer, medo de ir dormir, enurese noturna;
-Culpa: responsabilizar-se pelo acontecimento e por tudo o que acontece, comportamento excessivamente desajustado que implica castigos ou, pelo contrário, comportamento excessivamente adequado para a idade;
-Regressão: comportar-se como um bebé, dependência excessiva, dificuldade em ficar sozinho, procura excessiva de atenção);
-Medo: medo de aspetos diretamente relacionados com o evento, reação excessiva a ruídos fortes ou movimentos repentinos, reatividade excessiva ao toque, medos vários;


Muitas destas reações são normais e expectáveis em algumas fases do desenvolvimento. É a intensidade, a frequência e a persistência que traduzem que a criança não está a ser capaz de lidar sozinha com os acontecimentos.

Psicóloga Clínica, Psicoterapeuta EMDR
Responsável pelo Departamento da Infância

terça-feira, abril 01, 2014

Fobias Sexuais



Quando sentimos um medo intenso e muitas vezes irracional diante de alguma situação ou objeto específico, costuma-se dizer que sofremos de uma fobia. Existem dezenas de fobias identificadas pelos especialistas, e claro que o aspecto sexual não escapa deste transtorno. Muitas pessoas sentem medo perante diferentes situações íntimas que costumam deixá-las em estado de alerta, mas às vezes elas têm dificuldade em perceber que existe um problema. Veja algumas destas fobias e em que consistem:

Erotofobia, medo do sexo ou de falar dele
Por mais estranho que possa parecer, a erotofobia é uma das fobias sexuais mais comuns que existem. Trata-se de um grande medo de abordar qualquer tema relacionado com o sexo e, em casos mais extremos, inclusive de praticar sexo. Esta fobia pode ter origem numa educação repressiva na qual o tema sexual era considerado algo ruim ou um tabu. Quem sofre desta fobia bloqueia-se diante de situações eróticas, o que impede que pratiquem ou que desfrutem do sexo.

Disabiliofobia, medo de se despir
É claro que nosso aspecto físico influi de maneira notável em como nos sintamos mais ou menos confortáveis sem roupa. Todos nós sentimos alguma vez medo ou vergonha de nos despirmos e da reação do nosso parceiro, mas quando esse temor nos domina e se torna algo irracional, é possível que se sofra de disabiliofobia. Esta fobia desenvolve-se devido à baixa autoestima vinculada com o nosso corpo, mas representa um problema importante para muitas pessoas que não conseguem ter relações sexuais se não for com a luz apagada ou cobrindo com roupa determinadas áreas do seu corpo.

Medomalacufobia, medo de perder a ereção
Manter uma ereção estável até ao final do coito é, muitas vezes, visto como um elemento-chave no sexo. Mas às vezes a pressão para atingir a resistência sexual desejada faz com que muitos homens comecem a sentir um medo intenso de perder a ereção, conhecido como medomalacufobia. Um dos problemas associados a este medo é a frustração que gera, ao mesmo tempo que leva muitos homens a automedicarem-se com pílulas para melhorar o rendimento sexual quando não precisam delas.

Homofobia, medo da homossexualidade
Lamentavelmente, de todas as fobias sexuais, esta é uma das mais conhecidas. Trata-se do temor irracional diante dos homossexuais ou diante da ideia de tornar-se homossexual. Além do receio e do temor, esta fobia inclui também uma rejeição importante por esta preferência sexual, que muitas vezes se manifesta através de condutas e agressões verbais ou físicas.

Malaxofobia, medo de amar
Esta fobia, que afeta mais as mulheres do que os homens, pode ter diversas origens, mas consiste basicamente no medo dos jogos eróticos, do flirt, das carícias, das massagens e de todo tipo de contato amoroso. Também conhecida como sarmassofobia, a depender do nível pode não afetar a resposta ao sexo, ou seja, muitos pacientes que sofrem disso sentem prazer durante o coito.

Afenfosfobia, medo de ser tocado
A afenfosfobia é semelhante à anterior, mas não está focada apenas nos jogos sexuais e preliminares ou na paquera, mas no contato de modo geral. Quem sofre desta fobia apresenta um medo intenso de ser tocado em qualquer âmbito, seja em público ou em privado. Esta fobia afeta claramente o desempenho sexual, tornando-se um impedimento importante para o contato.

Falofobia, medo do pénis
A falofobia é um medo que sem dúvida limita de forma importante o contato sexual. Nas mulheres apresenta-se como um temor a ver, tocar ou ter contato com o pénis, enquanto nos homens, algumas vezes pode apresentar-se na forma de um medo irracional diante das ereções. Dependendo do nível, podem apresentar-se ou não encontros sexuais, ainda que com os limites lógicos que determina esta fobia.

O que fazer?
Quer você apresente uma fobia sexual, quer qualquer outro tipo de fobia, é muito importante procurar um terapeuta sexual. Só um especialista poderá ajudar a encontrar a origem do seu medo e trabalhar nisso para superá-lo com sucesso. O sexo e a intimidade são de suma importância para a saúde do casal, por isso não hesite em procurar um médico para encontrar as ferramentas que ajudem a superar esta situação.

domingo, março 30, 2014

Estimulação Bilateral e Psicoterapia Psicanalítica

Na minha prática clínica cruzo a Psicoterapia Psicanalítica com a Estimulação Bilateral. Para mim, a estimulação bilateral é uma espécie de enzima que auxilia a digestão mental das experiências emocionais.

Conduzo a sessão como conduziria uma sessão de psicoterapia psicanalítica corriqueira, apenas introduzo pequenas pausas que vão até minuto e meio de estimulação bilateral (auditiva, táctil ou visual) quando sinto que se tornou activa uma situação emocional que não está suficientemente digerida. Este método permite também aumentar a produtividade da sessão, estimulando a associação livre e a intensificação do insigth.


Ana Almeida
Directora Clínica da Psicronos

sexta-feira, março 28, 2014

SERÃO OS BEBÉS CAPAZES DE ESCOLHER OS SEUS AMIGOS?

Um novo estudo mostra que bebés serão capazes de notar a diferença entre amiguinhos bons ou maus, e sabem quais escolher. Bebés de seis a dez meses exibiram importantes critérios de selecção social antes mesmo de aprender a falar, mostra trabalho do Centro de Cognição Infantil da Universidade Yale, publicado na revista Nature. Entre diversas situações criadas neste estudo,  os bebés assistiram a um boneco de madeira tentando subir uma colina e outro boneco aparecer para ajudar ou atrapalhar o primeiro. As crianças então tiveram acesso aos bonecos  e os cientistas esperaram para ver com qual os bebés escolheriam brincar.   Praticamente todas as crianças optaram por ficar com o boneco "bonzinho". Elas também gostaram mais de brinquedos neutros - que não ajudavam e nem atrapalhavam - do que dos brinquedos "maus". "É impressionante que bebés possam fazer isso", disse a principal autora do trabalho, a psicóloga Kiley Hamlin. "O que mostra que temos perícias sociais essenciais ocorrendo sem educação explícita".   Não houve diferenças de reacção entre meninos e meninas, mas quando os pesquisadores tiraram os olhos que faziam os brinquedos parecerem seres vivos, os bebés perderam a capacidade de julgá-los, disse Hamlin.   A escolha do bom sobre o mau apoia uma escola de pensamento segundo a qual algumas capacidade sociais são inatas, e não fruto de aprendizado. O psicólogo David Lewkowicz, que não tomou parte no estudo, disse que o trabalho é interessante, mas que não está convencido de que o comportamento não foi aprendido de outros. "Crianças adquirem um bocado de experiência social entre o nascimento e os seis meses", ponderou.   A equipe de Yale afirma ter pesquisas preliminares que mostram tendências semelhantes em bebés de até três meses, diz Hamlin.


António Neves
Psicólogo Clínico e Psicoterapeuta (Delegação da Maia)

quinta-feira, março 27, 2014

Conferência sobre o Bullying em Portugal- 28 de Março às 18h na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa


Amanhã, dia 28 de Março, conferência sobre Bullying O Bullying em Portugal: Situação actual e caminho a percorrer.

Às 18h na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. ENTRADA LIVRE


Numa altura em que os dados estatísticos demonstram claramente que este tipo de práticas tem vindo a aumentar no nosso
país, a JP Lisboa, uma organização formada por jovens, decidiu organizar uma conferência onde procuraremos elucidar toda a comunidade
académica e escolar sobre qual a situação actual deste flagelo e qual é que deve ser o caminho a percorrer.

Considerou-se pois que seria enriquecedor para a sessão, ter presentes aqueles que diariamente trabalham em ambiente escolar ou académico,

já que é responsabilidade de todos nós encontrar formas de combater esta forma de violência muito perigosa.

Para nos ajudar com o tema, iremos contar com uma das maiores especialistas do tema em Portugal: a Prof. Dr. Susana Carvalhosa, Pró-Reitora do ISCTE-IUL.

Juntos podemos combater o Bullying.



quarta-feira, março 26, 2014

FELICIDADE?



Quem é que não quer ser feliz?

Quem sabe o que é a felicidade?

Será uma utopia?

O que traz felicidade?

Quem se dedica verdadeiramente a procurá-la?

Este é um excelente documentário sobre as mais variadas pessoas pronunciando-se sobre uma das questões mais valiosas da humanidade. Diversas respostas e outras tantas questões é o que este filme nos proporciona.

sexta-feira, março 21, 2014

O EMDR pode ajudar a lidar com uma Traição



Lidar com uma traição é das situações mais difíceis de ultrapassar numa relação amorosa. Para algumas pessoas, uma traição é um ato imperdoável, enquanto para outras é algo que apesar de ser difícil não é o suficiente para acabar uma relação. A descoberta de uma traição numa relação conjugal causa, geralmente, na pessoa traída, um enorme sofrimento, diminuição da auto-estima, depressão, afastamento social e, em casos extremos, falta de vontade de viver.

Lidar com uma traição pode ser uma situação de tal forma dolorosa 
que podemos considerar um trauma


Independentemente da decisão que tomar: sair da relação ou permanecer na mesma, o recurso ao EMDR (Eye Movement Desensitization and Reprocessing/Dessensibilização e Reprocessamento por meio dos Movimentos Oculares) poderá facilitar o processo de aceitação de um acontecimento tão tóxico como uma traição e ainda a conviver com a raiva e as dúvidas associadas.