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quinta-feira, abril 17, 2014
quarta-feira, abril 16, 2014
Provas científicas e validade do EMDR
Muitas pessoas já ouviram falar do EMDR como método ou abordagem integrativa psicoterapêutica que promete resultados, ou pelo menos uma maior eficácia, na ultrapassagem de uma variedade de situações traumáticas. Nestas se incluem as experiências relacionadas com a guerra, as situações de abuso sexual e/ou físico ou de negligência na infância, desastres naturais, assalto ou ataque, traumas cirúrgicos e de diagnóstico de doenças crónicas, acidentes de viação e de trabalho. Dos traumas grandes aos traumas pequenos, ou vice-versa, abrangendo as situações cuja perturbadora vivência deixou na nossa mente/corpo uma espécie de caixa de ressonância (aglomerado de memórias, imagens, emoções e sensações) muito sensível a tudo aquilo que consciente ou inconscientemente toca nos seus gatilhos.
Assim, pode acontecer que uma experiência negativa intensa vivida há muitos anos, por vezes está recalcada e foi esquecida, possa continuar a produzir efeitos que abalam a qualidade de vida e o bem estar de uma pessoa, sem que esta consiga conscientemente produzir uma ligação entre a situação original e a situação desencadeante, que justifique as suas reações - por exemplo, impulsividade exagerada ou intempestividade, perda de auto-controlo, ataque de ansiedade, stress, fuga e medo irracionais. Muito se tem avançado nas últimas décadas no campo das neurociências mas ainda nos é algo difícil compreender como se estabelecem no cérebro estes processos, e como se desencadeiam reações desproporcionadas e desadaptadas que podem, entre muitos outros efeitos, limitar a qualidade das interacções com os outros e afectar a auto-estima.
O EMDR, enquadrado e aplicado por psicoterapeutas, não é uma moda, é um tratamento psicológico que apesar da sua recência já possui um corpo teórico e prático bastante consistente e um conjunto de evidências científicas que o validam, reflexo da investigação acumulada, que fazem com que esta abordagem psicoterapêutica seja considerada um tratamento eficaz e internacionalmente recomendado para as perturbações de stress pós-traumático(PSPT). Um já vasto conjunto de organizações recomendam o EMDR nas suas orientações práticas de métodos de tratamento para o PSPT, onde se incluem a Organização Mundial de Saúde (2013), a Associação Psiquiátrica Americana (em 2004 e 2010), o Departmento dos Assuntos de Veteranos e pelo Departamento de Defesa dos EUA (em 2010), a Sociedade Internacional de Estudos de Stress Traumático (em 2009), o National Institute for Clinical Excellence do Reino Unido (em 2005) e outras organizações pelo mundo fora, incluindo a maioria das Associações de Psicólogos e de Psiquiatras.
Com um nome pouco apelativo, a meu ver, o EMDR é todavia uma terapia poderosa que produz resultados surpreendentes e que vale a pena conhecer.
Abaixo seguem os links para uma entrevista dada pela Dr. Francine Shapiro (criadora do EMDR, e fundadora do EMDR INSTITUTE) ao New York Times (2012):
e para um outro artigo (Dr. James Alexander) que documenta a perspectiva neurológica do EMDR:
Isabel Botelho
Psicóloga-Psicoterapeuta-Executive Coach
segunda-feira, abril 14, 2014
Emoções - grandes e pequenas (parte I)
Este artigo que abaixo partilho remete, de forma clara e simples, para o complexo processo da maternidade e turbilhão de emoções. Em consultório tenho lidado de perto com estas emoções, que ora evocam o que de mais doce e terno existe numa mulher, ora remetem para o seu lado mais "malvado" e "maléfico", desabafou uma mãe.
Mas efetivamente existe uma barreira muito téneu entre o bem e o mal e rapidamente se resvala (quase sem saber porquê...) para o outro lado, e se por vezes algumas mães aprendem a lidar com as suas emoções, outras escondem e reprimem um pequeno fantasma que se torna um monstro imenso.
"Há mamãs loucas. Literalmente tan-tans da cabeça. Calha a quase todas este estado temporário de insanidade e que se lê nos olhos dos maridos, amigos e família. Quando? Logo ali, nos meses após terem dado à luz. Quando dar vida à vida é uma loucura.
Há quem tenha recebido a visita dos Reis Magos para celebrar o nascimento do seu filho. Mas a maioria das mamãs é visitada pelos parentes mais antigos e estimados: os seus fantasmas. De branquinho como manda a tradição, os fantasmas aparecem todos juntos para conhecer o novo bebé. E alucinar a mamã. Começam por apoderar-se do seu corpo que fica aterrador no pós-parto. Depois espicaçam-lhe as hormonas, deixando-a bolsar sentimentos ridículos. Como quando uma pobre mosca entra em casa, feliz da vida, à procura de alimento para as suas mosquinhas; e a mãe, louca e tísica, pum! Mosca esborrachada. Depois, chora como se tivesse assassinado um elefante voador. “Mas quem é que deixou o Dumbo entrar?!”
É um estado de nervoso miudinho intervalado com risadas histéricas. O divertido é que a recém-mamã tanto pode estar a amamentar o bebé com todo o seu amor a transbordar, na mais terna das felicidades; como horas mais tarde, no trabalho, pode estar prestes a pegar na caçadeira para disparar uns tirinhos aos colegas. Ou estar a preparar uma papinha na mais santa das paciências até não sobrar um grumo para o bebé não se engasgar e, de seguida, ir a correr riscar o carro do vizinho, estacionado em cima do passeio, porque “Não me deixou passar com o carrinho do bebé! Seu labrego!”
E só de olhar para estas tresloucadas mães mudamos de passeio, fingimos não ter ouvido a campainha, damos passagem imediata na fila do supermercado. Receamos aquela figura de carrapito descaído e roupas largas, maquilhada com olheiras até ao queixo, e que tanto pode apertar-nos as bochechas e espetar-nos um beijo como aterrar um estalo que nos faz lembrar a louca da nossa mãe, claro.
A loucura não é mais do que uma violenta emoção. E a vida, quando explode, é a maior das emoções. Por isso, é tão fácil entender a loucura maternal: porque a mamã continua a parir todos os dias após o parto. A parir a sua identidade, a parir leite, a parir uma frase a seguir à outra, a parir um sorrisinho, a parir medos e coragens, a parir uma imagem a projectar. Vira alienada. Vira desmemoriada. E uma mamã em construção, enquanto não está pronta, não é bonito de ser ver e o contacto pode até ser perigoso.
Muitas recém-mamãs saem à rua de calças de pijama, verificam a cada cinco minutos se a criança respira, guardam as chaves do carro no congelador e garantem que com um mês a criança já diz "Mamã". E não, não são vozes na sua cabeça. O mundo, e em especial os maridos, é que não as entendem. Apesar de a loucura ser uma palavra feminina.
Mas eis que tudo o que é bom dura pouco. A loucura maternal é, infelizmente, temporária. Acaba por passar pois os fantasmas têm mais visitas a fazer e talvez, lá para o Natal, possam vir de novo dizer "olá". Ou "buuu"!
Eu podia ter-me ido abaixo, cantado o baby blues, dormido uma noite no Júlio de Matos. Mas isso não aconteceu comigo, apenas me visitaram um par de fantasmas tenrinhos. Mas sei que há muitas recém-mamãs assombradas que choram ao verem-se neste imenso palco de loucos sozinhas com os seus bebés. Calma, mamãs. Não se assustem, pois a loucura é um privilégio e uma felicidade imensa. E só quem tem fantasmas é que foi gente."
http://lifestyle.publico.pt/maeshamuitas/332649_de-mae-e-de-louca-todas-temos-um-pouco
Tânia Paias
Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta
Departamento da Infância (Faro)
Mas efetivamente existe uma barreira muito téneu entre o bem e o mal e rapidamente se resvala (quase sem saber porquê...) para o outro lado, e se por vezes algumas mães aprendem a lidar com as suas emoções, outras escondem e reprimem um pequeno fantasma que se torna um monstro imenso.
"Há mamãs loucas. Literalmente tan-tans da cabeça. Calha a quase todas este estado temporário de insanidade e que se lê nos olhos dos maridos, amigos e família. Quando? Logo ali, nos meses após terem dado à luz. Quando dar vida à vida é uma loucura.
Há quem tenha recebido a visita dos Reis Magos para celebrar o nascimento do seu filho. Mas a maioria das mamãs é visitada pelos parentes mais antigos e estimados: os seus fantasmas. De branquinho como manda a tradição, os fantasmas aparecem todos juntos para conhecer o novo bebé. E alucinar a mamã. Começam por apoderar-se do seu corpo que fica aterrador no pós-parto. Depois espicaçam-lhe as hormonas, deixando-a bolsar sentimentos ridículos. Como quando uma pobre mosca entra em casa, feliz da vida, à procura de alimento para as suas mosquinhas; e a mãe, louca e tísica, pum! Mosca esborrachada. Depois, chora como se tivesse assassinado um elefante voador. “Mas quem é que deixou o Dumbo entrar?!”
É um estado de nervoso miudinho intervalado com risadas histéricas. O divertido é que a recém-mamã tanto pode estar a amamentar o bebé com todo o seu amor a transbordar, na mais terna das felicidades; como horas mais tarde, no trabalho, pode estar prestes a pegar na caçadeira para disparar uns tirinhos aos colegas. Ou estar a preparar uma papinha na mais santa das paciências até não sobrar um grumo para o bebé não se engasgar e, de seguida, ir a correr riscar o carro do vizinho, estacionado em cima do passeio, porque “Não me deixou passar com o carrinho do bebé! Seu labrego!”
E só de olhar para estas tresloucadas mães mudamos de passeio, fingimos não ter ouvido a campainha, damos passagem imediata na fila do supermercado. Receamos aquela figura de carrapito descaído e roupas largas, maquilhada com olheiras até ao queixo, e que tanto pode apertar-nos as bochechas e espetar-nos um beijo como aterrar um estalo que nos faz lembrar a louca da nossa mãe, claro.
A loucura não é mais do que uma violenta emoção. E a vida, quando explode, é a maior das emoções. Por isso, é tão fácil entender a loucura maternal: porque a mamã continua a parir todos os dias após o parto. A parir a sua identidade, a parir leite, a parir uma frase a seguir à outra, a parir um sorrisinho, a parir medos e coragens, a parir uma imagem a projectar. Vira alienada. Vira desmemoriada. E uma mamã em construção, enquanto não está pronta, não é bonito de ser ver e o contacto pode até ser perigoso.
Muitas recém-mamãs saem à rua de calças de pijama, verificam a cada cinco minutos se a criança respira, guardam as chaves do carro no congelador e garantem que com um mês a criança já diz "Mamã". E não, não são vozes na sua cabeça. O mundo, e em especial os maridos, é que não as entendem. Apesar de a loucura ser uma palavra feminina.
Mas eis que tudo o que é bom dura pouco. A loucura maternal é, infelizmente, temporária. Acaba por passar pois os fantasmas têm mais visitas a fazer e talvez, lá para o Natal, possam vir de novo dizer "olá". Ou "buuu"!
Eu podia ter-me ido abaixo, cantado o baby blues, dormido uma noite no Júlio de Matos. Mas isso não aconteceu comigo, apenas me visitaram um par de fantasmas tenrinhos. Mas sei que há muitas recém-mamãs assombradas que choram ao verem-se neste imenso palco de loucos sozinhas com os seus bebés. Calma, mamãs. Não se assustem, pois a loucura é um privilégio e uma felicidade imensa. E só quem tem fantasmas é que foi gente."
http://lifestyle.publico.pt/maeshamuitas/332649_de-mae-e-de-louca-todas-temos-um-pouco
Tânia Paias
Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta
Departamento da Infância (Faro)
quarta-feira, abril 09, 2014
SEXUALIDADE INFANTIL (III): HIPEREXCITAÇÃO E SINAIS DE ALERTA
Como vimos nas publicações
anteriores, a masturbação tem início em idade bastante precoce e faz parte da
exploração e descoberta normais da infância, tendo uma componente
essencialmente sensorial associada à descarga de tensões. Não tem um caráter
erótico, apesar da leitura que os adultos fazem do comportamento masturbatório
estar muitas vezes centrada na erotização, que conduz à repreensão e à proibição.
Esta atitude tende a acentuar a curiosidade, por um lado, e a tensão, por
outro, reforçando a masturbação.
Mas há sinais que efetivamente
podem revelar preocupações, sobretudo quando parece haver uma hiperexcitação.
Como em quase todas as questões do desenvolvimento infantil, a intensidade, a
frequência e a persistência indicam se existe ou não um problema.
Quando a masturbação não é
sobrevalorizada pelos adultos e é abordada de forma tranquila e direcionada
para um ambiente mais privado, mas a criança mantêm uma elevada frequência de
comportamentos masturbatórios, parecendo absorta e alheada de tudo o resto,
pode ser sinal de uma elevada carga ansiogénica que não está a ser capaz de
aliviar de outra forma. Este funcionamento pode ser frequente em contextos
familiares desorganizados, com elevados níveis de tensão, que levam a criança a
refugiar-se no comportamento masturbatório, como se tentasse embalar-se para se
tranquilizar. Crianças com dificuldades de expressão podem igualmente recorrer
a esta forma de gratificação (em vez de, por exemplo, fazerem uma birra ou
chorar quando não se sentem bem). Quando os adultos percebem que a masturbação
é um refúgio, devem aproximar-se calmamente da criança, pegar-lhe, abraçá-la e
até embalá-la e dizer “está tudo bem, estou aqui, estás segura/o”. Estas são
crianças que habitualmente necessitam de uma contenção física por parte do
adulto, às vezes bastando tocar-lhe com a mão para as tranquilizar.
Outras vezes existem explicações
físicas para a manipulação excessiva dos genitais, especialmente nas meninas:
infeções, alergias, dermatites, hipersensibilidade cutânea. Nestes casos, mais
do que masturbação para obtenção daquele misterioso prazer, a criança toca,
coça, esfrega para tentar aliviar o desconforto. Estas situações requerem observação médica.
Quando a masturbação assume um
caráter sexual (erotizado) mais evidente (insistindo na penetração com objetos, simulando
posições sexuais, contacto físico excessivo, repetição e insistência na
masturbação após a adequada intervenção do adulto, envolvimento com crianças
mais novas ou mais velhas), pode ser sinal de que a criança está a ser
molestada ou, pelo menos, exposta a demasiada estimulação sexual.
Na minha anterior publicação, a
propósito dos traumas da infância, referi que muitas vezes os pais acham que certas
vivências não têm impacto na criança porque esta “ainda não tem idade para
perceber”. Quanto menor a capacidade da criança compreender o que se passa à
sua volta, maior a probabilidade de existir um impacto negativo.
Demasiada estimulação sexual não
significa, necessariamente, abuso sexual (apesar de algumas vezes ter um
impacto psicológico semelhante). Pode ser uma cena na TV ou em revistas ou
partilhar o quarto com um irmão mais velho que poderá masturbar-se na presença
da criança, achando que esta está a dormir. Dormir no quarto dos pais é,
também, frequentemente uma fonte desta sobre-estimulação, e não é preciso que a
criança seja muito crescida. Quando questiono sobre a sexualidade dos pais com
o/a filho/a no quarto, a grande maioria responde “só fazemos quando está a
dormir e não fazemos barulho” e não consideram qualquer hipótese da criança se
aperceber. Pois a teoria e a prática comprovam que as crianças frequentemente
assistem, pelo menos, a parte das relações sexuais dos pais: sons, nudez,
movimentos e posições que podem ser vividas como uma experiência altamente
violenta, que a criança não tem capacidade para compreender nem integrar. Esta
experiência pode não só contribuir para uma grande inquietação e angústia, como
ativar a masturbação e a sexualidade de uma forma pouco saudável.
É sempre difícil definir o que é
um comportamento demasiado intenso, repetitivo e persistente. Na dúvida,
procure o pediatra e solicite observação psicológica.
Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta
Diretora do Departamento da Infância
terça-feira, abril 08, 2014
REVISTA PAIS & FILHOS
COMO O COACHING MELHOROU OS NOSSOS DIAS
Escrito por Teresa Diogo Segunda, 07 Abril 2014 | Visto - 312
Com pequenos ajustamentos, conseguimos transformar as alturas mais difíceis do dia em momentos menos frustrantes e mais prazerosos. À hora do banho e do jantar, acabaram-se as birras!
Primeiro foram os “terrible twos”, com toda a sua pujança em afirmação e vontades próprias, depois veio a desculpa do “feitio”. “Sai à mãe”, diziam os mais próximos, numa tentativa airosa de explicar por que motivo aos três anos já era tão determinado, cheio de opiniões, mandão e decidido. Tudo isto poderia até ser positivo se não se traduzisse, vezes de mais, em frustração, alguma desobediência, muito finca-pé e até uma ou outra berraria. Sobretudo na hora de ir para a mesa ou para o banho. Ou seja, na hora de interromper as brincadeiras, os jogos ou a televisão. “Não quero!”, “Não gosto!”, “Estás sempre a estragar-me o dia!”, atirava-me ele, revoltado.
Sempre fui apologista de que a nossa relação se deve basear mais no diálogo, na explicação das coisas e das situações, no entendimento e compromisso mútuo, e menos na imposição da minha vontade e autoridade excessiva. Mas, aos quatro anos do Tiago, percebi que nem sempre tenho a paciência necessária para lidar com as suas frustrações e continuar a explicar, vezes sem conta, por que motivo tem de tomar banho todos os dias e sentar-se à mesa quando o chamo para jantar, sem reclamar da comida, da cor do prato ou… do tempo. E antes que se tornasse um pequeno ditador, e a bem da harmonia familiar no final de cada dia, quando estamos todos cansados e menos tolerantes, aceitei o desafio da coach Magda Dias para experimentar algumas sessões de coaching e aconselhamento parental. “Pode ser o que necessita para ‘desbloquear’ e fazer fluir a relação familiar, eliminando aqueles ‘dilemas’ do dia-a-dia”, justificou. E se o objetivo é que possamos todos “saborear o que de melhor a vida tem”, então este só podia ser um desafio para levar muito a sério. E bastaram duas sessões para que os resultados se tornassem visíveis.
Quando iniciámos o processo, o Tiago acabara de chegar de férias em casa dos avós, no Algarve, onde passou 15 dias a fazer o que bem queria (dentro dos limites do razoável), ou não fosse essa a magia dos dias passados com os avós. Nada contra. Mas confesso que temi o pior: como é que o ponho “na ordem”, sem grandes dramas, logo agora que vem convencido que é o big boss? Partilhei com a Magda essa minha preocupação e ela sossegou-me: “Vem nutrido, vem cheio a nível emocional e isso é bom”. Além disso, sublinhou, o Tiago está na idade de integrar conceitos e entender a autoridade, um aspeto que até aqui era menos vincado e que se traduzia numa maior contestação sempre que era contrariado. Ou seja, está na idade certa para, finalmente, compreender e aceitar que na educação nem sempre há lugar para a democracia e que, por vezes, é preciso respeitar um “acabou a conversa!”. Dito assim, pode parecer que, de um dia para o outro, se instalou lá em casa uma ditadura feroz e implacável. Nada disso.
Um banho ao dinossauro
O objetivo definido na primeira sessão de coaching e aconselhamento parental com a Magda Dias foi, exatamente, melhorar a questão da obediência naqueles momentos chave do dia e, por consequência, aumentar a tolerância do Tiago à frustração. “Os limites e a autoridade são estruturantes e ele precisa disso para crescer bem”, assegurou-me.
Os momentos mais propícios a birras e desentendimentos lá em casa sempre foram a hora de ir para o banho e para a mesa. Para mudar esse comportamento, que já se tornara um hábito, Magda aconselhou-me a mudar de estratégia. Em vez de repetir exaustivamente o típico “Tiago, anda para a mesa” ou “Tiago, já te chamei três vezes para o banho”, que ele ignorava até ouvir um berro, comecei a ir ter com ele, sentar-me ao seu lado e a interessar-me genuinamente por aquilo que está a fazer no momento (uma brincadeira, um desenho, um episódio da Ovelha Choné…). Depois, “é preciso criar uma ligação através do toque” e, assim, o passo seguinte é tocar-lhe na mão ou no braço e dizer-lhe o que pretendo, olhos nos olhos, com determinação: “Agora vamos arrumar os brinquedos e vamos tomar banho”. Sempre que possível, faço uma ligação entre o que ele está a fazer e o que eu quero que ele faça: “Traz esse dinossauro que ele está mesmo a precisar de um banhito!”.
Posso dizer que tem resultado. Na primeira vez, achei que tinha sido apenas sorte de principiante, mas nos dias seguintes a “sorte” repetiu-se. É verdade que ainda me pergunta por que é que tem de tomar banho todos os dias, mas agora já o faz de forma resignada, sem espernear, a caminho da banheira. Esta pequena mudança no meu comportamento e, por consequência, no dele teve um impacto importante nas nossas rotinas: há menos tensão, menos confronto e menos berros e os finais de dia tornaram-se bastante mais fluidos e agradáveis. Para todos.
Quantas colheres?
À mesa, a estratégia para acabar com o “Não gosto! Não quero!” passou, primeiro, por responsabilizá-lo e depois por recorrer a uma dose extra de brincadeira. A menos que o jantar fosse pizza, canja ou douradinhos, as reclamações começavam quando ainda nem estava sentado. E como pizza, canja ou douradinhos não são refeições assim tão frequentes lá em casa, é fácil deduzir que a hora do jantar era dominada pela sua habilidosa (e extenuante) arte da negociação: “Quantas colheres ainda tenho de comer? Só como três!”. Chegámos então a um acordo. “Eu comprometo-me a colocar-te (muito) menos comida no prato e tu comprometes-te a não reclamar nem a negociar. E se gostares do jantar pedes-me para te pôr mais”. O compromisso foi aceite, sem contrapropostas.
Durante a primeira semana do acordo, facilitei a situação e apresentei-lhe refeições que sabia serem (mais ou menos) do seu agrado. Depois comecei a introduzir os “maus da fita”: os legumes. Um feijão-verde aqui, um brócolo ali, e o acordo lá foi sendo cumprido, com uma ou outra tentativa de negociação pelo meio. “Negociar é importante, mas responsabilizar é muito mais”, disse-me Magda. De vez em quando, ainda começa a “espernear”, mas aí aplicamos a segunda técnica: a brincadeira. Nada como uma boa gargalhada ou um pouco de troça sobre a situação para desanuviar o ambiente. Depois desviamos a conversa para um assunto do seu agrado. E assim os jantares vão prosseguindo bastante mais tranquilos do que o habitual. Sem distrações (leia-se sem televisão), com mais conversa e menos tensão. E para “desbloquear” o diálogo, em vez do típico “Então como foi o teu dia na escola?”, passei a contar-lhe algumas situações sobre o meu dia e a pedir a sua opinião. Por conseguinte, passou a falar mais sobre a escola e os amigos.
“Vês? O prato está vazio!”
Quando as coisas correm menos bem e o Tiago não cumpre o acordo, sabe que há consequências: até pode não comer tudo, mas não sai da mesa enquanto nós não terminarmos. E quando correm mesmo, mesmo bem, Madga aconselhou-nos a fazer o chamado “reconhecimento factual”. Ou seja, nada de “Boa, Tiago!!!”, que não passa de uma expressão sem conteúdo. É sempre preferível reconhecer o que efetivamente acabou de fazer: “Vês? O prato está vazio!”. E este tipo de feedback factual deve aplicar-se a tudo: um desenho, uma construção de Lego ou uma outra qualquer habilidade. Acabar com o “Boa!” obrigou-me também a parar o que estou a fazer no momento e olhar com olhos de ver para aquilo que ele me quer mostrar. Se tenho que dizer qualquer coisa concreta sobre o desenho que fez, tenho que olhar, de facto, para ele, o que na correria do final de dia nem sempre acontecia. É sempre mais fácil atirar um “Boa, filho!” e continuar a descascar cenouras para a sopa…
Com tudo o que assimilei no decorrer deste processo, posso dizer que a nossa experiência com o coaching e aconselhamento parental foi bastante positiva. Aprendi que é melhor responsabilizar em vez de negociar, é imprescindível ter regras muito bem definidas e ajudá-lo a relembrá-las quando necessário, é preferível falar-lhe em consequências em detrimento de castigos ou chantagens e, muito importante, mais vale baixar as expectativas e aceitar que nem sempre as coisas correm como desejamos. E que é possível, com ligeiras mudanças, retirar a frustração da nossa relação.
O QUE É O COACHING PARENTAL?
É uma abordagem às questões da parentalidade, com recurso à implementação de estratégias que ajudam a resolver os desafios e dificuldades da relação entre pais e filhos no dia-a-dia. O objetivo é apetrechar os pais de ferramentas para lidar com esses atritos do quotidiano, guiá-los na descoberta do seu estilo parental em consonância com as necessidades da cada criança e ajudá-los a cultivar uma relação mais positiva com os filhos. O coaching parental ajuda a lidar com situações como a disciplina, a frustração, a raiva, as rotinas e transições, as “lutas de poder” e comportamentos desrespeitosos. O apoio dado pelo coach passa pela abordagem das necessidades e desafios particulares de cada família e a definição de uma estratégia para lidar com eles.
O coaching é diferente de uma consulta de psicologia?
No coaching não se faz terapia. “Uma sessão de coaching ‘pega’ na pessoa tal e qual ela está, nos recursos que tem e ajuda-a atingir as suas metas”, esclarece Madga Dias, coach, formadora e autora do blogue “Mum’s the boss” (www.mumstheboss.blogspot.pt), sublinhando que “numa sessão de coaching o passado não é ‘dissecado’”.
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Coaching; pais; filhos.
sábado, abril 05, 2014
ONU, para um mundo pior?!
Excelente documentário na sic notícias - um Toda a Verdade - sobre a Organização das Nações Unidas (ONU). Fiquei absolutamente perplexo e chocado. O título do documentário é: ONU - Abusos e Escândalos. O vídeo acima corresponde à emissão completa do programa.
Na minha opinião é um documentário obrigatório sobre o que de mais relevante e grave se tem passado no nosso mundo nestas últimas décadas. Apesar do papel importante que a ONU tem tido a vários níveis, tem-se ultimamente tornado numa plataforma política escandalosamente subvertida aos interesses económicos e do poder no que respeita à forma como tem lidado com algumas das calamidades maiores das últimas décadas.
Este documentário choca e põe a nu as questões mais fundamentais sobre a natureza humana: com a sua capacidade única e misteriosa de amar, o ser humano tem também uma capacidade única de se perverter e cometer as maiores atrocidades com a maior ligeireza.
Como é que eu contribuo para tudo isto? Também eu prefiro fechar os olhos a estas coisas horríveis e continuar na "minha vidinha"? Também eu prefiro estar no meu canto, a tomar alguma respons-abilidade (habilidade de responder) pelo que se passa em meu redor? Também eu prefiro seguir o caminho "mais fácil" que a sociedade "main stream" me reserva? Quais são verdadeiramente os meus valores? Como os concretizo no dia a dia? Que posso eu fazer? Também eu preciso de continuar a acariciar os meus mecanismos de defesa para só ver a realidade que tolero ver (a minha e a dos outros)? ... Porque quem não assume a responsabilidade da sua vida deixar-se-á levar e corromper pelas pressões do mundo à sua volta.
Este documentário põe o dedo na ferida e não é só na ferida da ONU, mas na ferida de todos porque todos nós somos co-responsáveis do mundo em que vivemos e todos nós temos as mesmas potencialidades: as de fazer o melhor e o pior.
Se for ao fundo do que me faz humano, a pergunta mais imediata e fácil "como é que alguém é capaz de ser assim tão "mau"?" pode ser substituída pela subtil e desconcertante pergunta: "como é que eu posso/poderei/poderia ser assim tão mau?". Porque o homem é o homem e as suas circunstâncias e o "outro", no limite, sou eu noutras circunstâncias.
A Organização das
Nações Unidas (ONU) é uma organização
internacional cujo objetivo declarado é facilitar a cooperação em matéria de
direito internacional, segurança internacional, desenvolvimento económico,
progresso social, direitos humanos e a realização da paz mundial. A ONU foi
fundada em 1945 após a Segunda Guerra Mundial para substituir a Liga das
Nações, com o objetivo de deter guerra entre países e para fornecer uma
plataforma para o diálogo. Ela contém várias organizações subsidiárias para
realizar suas missões.
quinta-feira, abril 03, 2014
Animais no útero
As imagens que se seguem, e que parecem ser de outro mundo, foram criadas por Peter Chinn, no âmbito do documentário da National Geographic, Extraordinary Animals in the Womb, ou em português, ‘Animais Extraordinários no Útero.’
Apesar de não poderem ser consideradas fotografias, esta imagens são extraordinariamente próximas da realidade, pois foram produzidas com a ajuda de ecografias, pequenas câmaras e gráficos gerados por computador.
ELEFANTE
URSO POLAR
COBRA NO OVO
GOLFINHO
LEOPARDO
PINGUIM NO OVO
CHIHUAHA
MORCEGOS
CAVALO
Fonte: National Geographic
quarta-feira, abril 02, 2014
PEQUENOS GRANDES TRAUMAS DA INFÂNCIA
Quando se fala em EMDR, fala-se
obrigatoriamente em trauma, o que pode levar a algum reducionismo de uma
prática que se tem revelado abrangente, pois há tendência a associar o trauma a
situações catastróficas. Se bem que o EMDR começou por ser essencialmente
utilizado em pacientes com Perturbação de Stress Pós-Traumático (grande trauma),
tem aplicação em quase todas as situações em que existe uma intensa experiencia
emocional negativa associada a episódios “menores” (pequeno trauma). Se os
grandes traumas são relativamente fáceis de identificar e mobilizar ajuda
(acidentes, assaltos, mortes, bullying, abuso sexual, abandono), os pequenos
traumas nem sempre são devidamente identificados e valorizados.
Na minha prática clínica com
crianças, os pais perguntam frequentemente “qual é a causa?”, procurando
identificar a origem da problemática dos filhos. Se muitas vezes a história
individual e familiar ajuda a compreender, pelo menos, algumas das causas,
outras vezes não conseguimos fazê-lo. Sabemos, sim, que aconteceu algo em
determinada altura do desenvolvimento da criança que foi vivido com extrema
intensidade. O que costumo explicar aos pais é que existem situações que são
relativamente inócuas para os adultos e passam até despercebidas, mas que são
vividas com grande angústia pela criança.
A infância é marcada por
tentativas repetidas, fracassos e, finalmente, êxitos. Normalmente, as crianças
têm o equipamento necessário para lidar com estes desafios. Para atingir estes
feitos, a criança precisa de sentir que é amada, que tem valor, que é capaz e
que está segura. Episódios de aparente pouca relevância, como uma queda no
recreio do jardim-de-infância, engasgar-se com a comida, assistir a uma cena na
TV, ouvir um estrondo repentino, ter um pesadelo, observar uma expressão facial
de apreensão no pai ou na mãe, ter um mau resultado na escola, assistir a uma
discussão, podem pôr em causa o sentimento de valentia e mestria que apoiam o
percurso do desenvolvimento e o caminho para a independência. Frequentemente os
adultos desvalorizam algumas destas situações porque as consideram normais ou
pouco importantes. Por outro lado, poderão achar que a criança nem percebe o
que se passa, por isso não vai ficar afetada. No entanto, a capacidade que as
crianças têm para compreender a situação e expressar o que sentem é bastante
inferior à intensidade com que a vivem.
Na infância as experiências são
essencialmente sensoriais com emoções em bruto e, dada a dificuldade em
elaborá-las, o reflexo surge sobretudo ao nível do comportamento. Dada a
incapacidade em interpretar logica, racional e verbalmente os eventos, as
crianças “gravam” na sua mente mensagens negativas que tendem a afetar o seu
bem-estar e o seu funcionamento de forma prolongada, muitas vezes até à idade
adulta. Alguns exemplos destas mensagens são: estou em perigo, não presto, não
sou capaz de fazer nada, ninguém gosta de mim. Quantos de vós, adultos, se
reconhecem nestas crenças negativas e como estas interferem na vossa vida
pessoal, social e profissional? Imaginemos agora o que estas perceções de si
próprias fazem a crianças com a vulnerabilidade típica da idade e sem a
capacidade para as perceber, dizer e expressar.
Há tempos, um rapaz de 12 anos
que apresentava “acessos de fúria” (entre aspas porque na verdade o que fazia
era largar os livros e fechar-se no quarto) quando se confrontava com uma
dificuldades escolar, tinha igualmente uma postura adultomorfa e erguia todas
as suas defesas quando eu procurava chegar às suas emoções. Cerca de dois anos
antes, houve um desacato à porta do prédio entre os pais e um vizinho, que
acabou em agressões físicas. Este rapaz, na altura do conflito com 10 anos,
ligou três vezes para o 112. Continuava, no entanto, a repetir “eu não fiz
nada, devia ter feito alguma coisa para acabar com aquilo”, revelando um
sentimento de impotência e uma crença de que devia ter feito mais do que fez.
Três anos antes, a avó deste rapaz faleceu. Chegou a vê-la no hospital em fase
terminal, mas não se despediu. Depois da morte da avó, começou a revelar grande
agressividade na escola, batia nos colegas, atirava com as cadeiras. “Fui muito
mau para a minha professora, sou mau quando sinto coisas”. O EMDR ajudou a
perceber, mais uma vez, que o pensamento negativo era de que nada fez para
salvar a avó. O processamento destas situações ajudou a desbloquear estas
crenças negativas e irracionais (sou fraco, sou mau), permitindo a instalação
de recursos e respostas mais adaptativos, associados a um pensamento mais
positivo: este rapaz fez o que pôde e expressou-se como foi capaz, tendo em
conta a sua idade. Passou a ser mais capaz de entrar em contacto com as suas
vulnerabilidades, aceitando-as e reagindo de forma ajustada. As dificuldades
escolares acentuavam esta perceção de que não era capaz porque era fraco, reagindo
com “fúrias” que ao mesmo tempo que o faziam sentir-se mais forte, reforçavam
igualmente a ideia de que era mau.
A psicoterapia EMDR foi bastante
importante neste caso, tendo em conta que existiam vivências traumáticas que o
colocavam numa posição muito defensiva e difícil de quebrar com outra abordagem
terapêutica.
Termino com alguns exemplos de
reações que as crianças podem apresentar depois de uma vivência traumática (imediatamente
a seguir ou algum tempo depois), retirados do livro “Usando EMDR com ninõs”:
-Alterações do Sono: pesadelos,
sono agitado, falar/gritar durante o sono, dificuldade em adormecer, medo de ir
dormir, enurese noturna;
-Culpa: responsabilizar-se pelo
acontecimento e por tudo o que acontece, comportamento excessivamente desajustado
que implica castigos ou, pelo contrário, comportamento excessivamente adequado
para a idade;
-Regressão: comportar-se como um
bebé, dependência excessiva, dificuldade em ficar sozinho, procura excessiva de
atenção);
-Medo: medo de aspetos
diretamente relacionados com o evento, reação excessiva a ruídos fortes ou
movimentos repentinos, reatividade excessiva ao toque, medos vários;
Muitas destas reações são normais
e expectáveis em algumas fases do desenvolvimento. É a intensidade, a frequência
e a persistência que traduzem que a criança não está a ser capaz de lidar sozinha
com os acontecimentos.
Psicóloga Clínica, Psicoterapeuta EMDR
Responsável pelo Departamento da Infância
terça-feira, abril 01, 2014
Fobias Sexuais
Quando sentimos um medo intenso e muitas vezes irracional diante de alguma situação ou objeto
específico, costuma-se dizer que sofremos de uma fobia. Existem dezenas de
fobias identificadas pelos especialistas, e claro que o aspecto sexual não
escapa deste transtorno. Muitas pessoas sentem medo perante diferentes situações íntimas que costumam deixá-las em estado de alerta, mas às
vezes elas têm dificuldade em perceber que existe um problema. Veja algumas destas fobias e
em que consistem:
Erotofobia, medo do sexo ou de falar
dele
Por mais estranho que possa parecer, a erotofobia é uma das fobias sexuais mais comuns que existem. Trata-se de um grande
medo de abordar qualquer tema relacionado com o sexo e, em casos mais extremos,
inclusive de praticar sexo. Esta fobia pode ter origem numa educação repressiva na qual o tema sexual era considerado algo ruim ou
um tabu. Quem sofre desta fobia bloqueia-se diante de situações eróticas, o que
impede que pratiquem ou que desfrutem do sexo.
Disabiliofobia,
medo de se despir
É claro que nosso aspecto físico influi de maneira
notável em como nos sintamos mais ou menos confortáveis sem roupa. Todos nós
sentimos alguma vez medo ou vergonha de nos despirmos e da reação do nosso
parceiro, mas quando esse temor nos domina e se torna algo irracional, é
possível que se sofra de disabiliofobia. Esta fobia desenvolve-se devido à baixa autoestima
vinculada com o nosso corpo, mas representa um problema importante para muitas
pessoas que não conseguem ter relações sexuais se não for com a luz apagada ou
cobrindo com roupa determinadas áreas do seu corpo.
Medomalacufobia,
medo de perder a ereção
Manter uma ereção
estável até ao final do coito é, muitas vezes, visto como um elemento-chave no sexo.
Mas às vezes a pressão para atingir a resistência sexual desejada faz com que
muitos homens comecem a sentir um medo intenso de perder a ereção, conhecido
como medomalacufobia. Um dos problemas associados a este medo é a
frustração que gera, ao mesmo tempo que leva muitos homens a automedicarem-se
com pílulas para melhorar o rendimento sexual quando não precisam delas.
Homofobia, medo
da homossexualidade
Lamentavelmente, de todas as fobias sexuais, esta
é uma das mais conhecidas. Trata-se do temor irracional diante dos homossexuais
ou diante da ideia de tornar-se homossexual. Além do receio e do temor, esta fobia inclui
também uma rejeição importante por esta preferência sexual, que muitas vezes se
manifesta através de condutas e agressões verbais ou físicas.
Malaxofobia,
medo de amar
Esta fobia, que afeta mais as mulheres do que os
homens, pode ter diversas origens, mas consiste basicamente no medo dos jogos eróticos,
do flirt, das carícias, das massagens e de todo tipo de contato amoroso. Também
conhecida como sarmassofobia, a depender do nível pode não afetar a resposta ao
sexo, ou seja, muitos pacientes que sofrem disso sentem prazer durante o coito.
Afenfosfobia,
medo de ser tocado
A afenfosfobia é semelhante à anterior, mas não
está focada apenas nos jogos sexuais e preliminares ou na paquera, mas no
contato de modo geral. Quem sofre desta fobia apresenta um medo intenso de ser tocado em qualquer âmbito, seja em público ou em privado. Esta fobia afeta claramente o desempenho sexual,
tornando-se um impedimento importante para o contato.
Falofobia, medo
do pénis
A falofobia é um medo que sem dúvida limita de
forma importante o contato sexual. Nas mulheres apresenta-se como um temor a
ver, tocar ou ter contato com o pénis, enquanto nos homens, algumas vezes pode
apresentar-se na forma de um medo irracional diante das ereções. Dependendo do nível, podem apresentar-se ou não
encontros sexuais, ainda que com os limites lógicos que determina esta fobia.
O que fazer?
Quer você apresente uma fobia sexual, quer
qualquer outro tipo de fobia, é muito importante procurar
um terapeuta sexual. Só um especialista
poderá ajudar a encontrar a origem do seu medo e trabalhar nisso para superá-lo
com sucesso. O sexo e a intimidade são de suma importância para a saúde
do casal, por isso não hesite em procurar um médico
para encontrar as ferramentas que ajudem a superar esta situação.
domingo, março 30, 2014
Estimulação Bilateral e Psicoterapia Psicanalítica
Na minha prática clínica cruzo a Psicoterapia Psicanalítica com a Estimulação Bilateral. Para mim, a estimulação bilateral é uma espécie de enzima que auxilia a digestão mental das experiências emocionais.
Conduzo a sessão como conduziria uma sessão de psicoterapia psicanalítica corriqueira, apenas introduzo pequenas pausas que vão até minuto e meio de estimulação bilateral (auditiva, táctil ou visual) quando sinto que se tornou activa uma situação emocional que não está suficientemente digerida. Este método permite também aumentar a produtividade da sessão, estimulando a associação livre e a intensificação do insigth.
Ana Almeida
Directora Clínica da Psicronos
Conduzo a sessão como conduziria uma sessão de psicoterapia psicanalítica corriqueira, apenas introduzo pequenas pausas que vão até minuto e meio de estimulação bilateral (auditiva, táctil ou visual) quando sinto que se tornou activa uma situação emocional que não está suficientemente digerida. Este método permite também aumentar a produtividade da sessão, estimulando a associação livre e a intensificação do insigth.
Ana Almeida
Directora Clínica da Psicronos
sexta-feira, março 28, 2014
SERÃO OS BEBÉS CAPAZES DE ESCOLHER OS SEUS AMIGOS?
Um novo estudo mostra que bebés serão capazes de notar a
diferença entre amiguinhos bons ou maus, e sabem quais escolher. Bebés de seis
a dez meses exibiram importantes critérios de selecção social antes mesmo de
aprender a falar, mostra trabalho do Centro de Cognição Infantil da
Universidade Yale, publicado na revista Nature. Entre diversas situações
criadas neste estudo, os bebés assistiram a um boneco de madeira tentando
subir uma colina e outro boneco aparecer para ajudar ou atrapalhar o primeiro.
As crianças então tiveram acesso aos bonecos e os cientistas esperaram para ver com qual os
bebés escolheriam brincar. Praticamente todas as crianças optaram por
ficar com o boneco "bonzinho". Elas também gostaram mais de
brinquedos neutros - que não ajudavam e nem atrapalhavam - do que dos
brinquedos "maus". "É impressionante que bebés possam fazer
isso", disse a principal autora do trabalho, a psicóloga Kiley Hamlin.
"O que mostra que temos perícias sociais essenciais ocorrendo sem educação
explícita". Não houve diferenças de reacção entre meninos e
meninas, mas quando os pesquisadores tiraram os olhos que faziam os brinquedos
parecerem seres vivos, os bebés perderam a capacidade de julgá-los, disse
Hamlin. A escolha do bom sobre o mau apoia uma escola de pensamento
segundo a qual algumas capacidade sociais são inatas, e não fruto de
aprendizado. O psicólogo David Lewkowicz, que não tomou parte no estudo, disse que
o trabalho é interessante, mas que não está convencido de que o comportamento
não foi aprendido de outros. "Crianças adquirem um bocado de experiência
social entre o nascimento e os seis meses", ponderou. A equipe de
Yale afirma ter pesquisas preliminares que mostram tendências semelhantes em bebés
de até três meses, diz Hamlin.
António Neves
Psicólogo Clínico e Psicoterapeuta (Delegação da Maia)
quinta-feira, março 27, 2014
Conferência sobre o Bullying em Portugal- 28 de Março às 18h na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa
Amanhã, dia 28 de Março, conferência sobre Bullying O Bullying em Portugal: Situação actual e caminho a percorrer.
Às 18h na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. ENTRADA LIVRE
Numa altura
em que os dados estatísticos demonstram claramente que este tipo de práticas
tem vindo a aumentar no nosso
país, a JP
Lisboa, uma organização formada por jovens, decidiu organizar uma conferência
onde procuraremos elucidar toda a comunidade
académica e
escolar sobre qual a situação actual deste flagelo e qual é que deve ser o
caminho a percorrer.
Considerou-se
pois que seria enriquecedor para a sessão, ter presentes aqueles que
diariamente trabalham em ambiente escolar ou académico,
já que é
responsabilidade de todos nós encontrar formas de combater esta forma de
violência muito perigosa.
Para nos ajudar com o tema, iremos contar com uma das maiores especialistas do tema em Portugal: a Prof. Dr. Susana Carvalhosa, Pró-Reitora do ISCTE-IUL.
Para nos ajudar com o tema, iremos contar com uma das maiores especialistas do tema em Portugal: a Prof. Dr. Susana Carvalhosa, Pró-Reitora do ISCTE-IUL.
Juntos podemos combater o Bullying.
quarta-feira, março 26, 2014
FELICIDADE?
Quem é que não quer ser feliz?
Quem sabe o que é a felicidade?
Será uma utopia?
O que traz felicidade?
Quem se dedica verdadeiramente a procurá-la?
Este é um excelente documentário sobre as mais variadas pessoas pronunciando-se sobre uma das questões mais valiosas da humanidade. Diversas respostas e outras tantas questões é o que este filme nos proporciona.
sexta-feira, março 21, 2014
O EMDR pode ajudar a lidar com uma Traição
Lidar com uma traição é das situações mais difíceis de
ultrapassar numa relação amorosa. Para algumas pessoas, uma traição é um ato
imperdoável, enquanto para outras é algo que apesar de ser difícil não é o
suficiente para acabar uma relação. A descoberta de uma traição numa relação
conjugal causa, geralmente, na pessoa traída, um enorme sofrimento, diminuição
da auto-estima, depressão, afastamento social e, em casos extremos, falta de
vontade de viver.
Lidar com uma traição pode ser uma situação de tal forma dolorosa
que podemos considerar um trauma
Independentemente da decisão que tomar: sair da relação ou permanecer na mesma, o recurso ao EMDR (Eye Movement Desensitization and
Reprocessing/Dessensibilização e Reprocessamento por meio dos Movimentos
Oculares) poderá facilitar o processo de aceitação de um acontecimento tão tóxico como
uma traição e ainda a conviver com a raiva e as dúvidas associadas.
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