Amar demais em geral é sinónimo de fazer tudo pelo outro. Deixar de dar para si mesmo por amor ao outro. Privar-se, doar-se, entregar-se totalmente e sem reservas, deixar de dizer coisas para não magoar, passar a mão na cabeça para amenizar sofrimentos que a vida traz, diminuir as verdades na tentativa de suavizar dores, engolir sapos e lagartos e tudo isto como sinal de amor, ou pior de amar demais.
Bem, vamos repensar isto. Amar não é nada disto. Amar é cuidar do outro sim, é estar junto, é apoiar, acompanhar e valorizar o outro, mas em nenhum momento é auto abando. Amar
alguém não é obscurecer as verdades e nem passar por cima dos seus
princípios, pois isto é falta de amor próprio. E de uma grande inversão
de valores.
Amar demais é desvalorizar-se em nome do amor e ficar à espera que, magicamente, o outro o valorize. Será isto possível?
Amar demais é desvalorizar-se em nome do amor e ficar à espera que, magicamente, o outro o valorize. Será isto possível?
Quem se valoriza é valorizado.
Quem se impõe é respeitado.
E o contrário é verdadeiro na mesma intensidade.
Temos medo do sofrimento e
por isso tentamos aplacá-lo para não alcançar quem amamos, contudo isto
não ajuda em nada. Ao contrário, só prejudica. Acabamos por criar um
mundo fantasioso e irreal.
Os pais tendem a ser as maiores “vítimas” neste sentido, pois já viveram mais e sabem que a vida é feita de dores e que algumas são bastante intensas. Um desejo imenso que os pais têm é de impedir que seus filhos passem por tais emoções. Contudo, ao tentar privá-los disto, impedem-nos de amadurecer. Pois só se aprende a enfrentar a vida com a verdade, ou seja, encarando a realidade. A cada momento em que os pais tentam amenizar o sofrimento estão a impedir os filhos de desenvolver capacidades de enfrentamento. Não é abrandar a sua dor mas sim estar ao lado para enfrentar junto, não é enfrentar por ele, é ajuda-lo a pensar em alternativas ou quando não houver é chorar e viver a dor em companhia, aliás, que grande aprendizagem é saber que nas horas difíceis temos com quem contar. Os pais esquecem muito facilmente que venceram os seus próprios sofrimentos. Não será isto um indicio de que os filhos também são capazes?
Os pais tendem a ser as maiores “vítimas” neste sentido, pois já viveram mais e sabem que a vida é feita de dores e que algumas são bastante intensas. Um desejo imenso que os pais têm é de impedir que seus filhos passem por tais emoções. Contudo, ao tentar privá-los disto, impedem-nos de amadurecer. Pois só se aprende a enfrentar a vida com a verdade, ou seja, encarando a realidade. A cada momento em que os pais tentam amenizar o sofrimento estão a impedir os filhos de desenvolver capacidades de enfrentamento. Não é abrandar a sua dor mas sim estar ao lado para enfrentar junto, não é enfrentar por ele, é ajuda-lo a pensar em alternativas ou quando não houver é chorar e viver a dor em companhia, aliás, que grande aprendizagem é saber que nas horas difíceis temos com quem contar. Os pais esquecem muito facilmente que venceram os seus próprios sofrimentos. Não será isto um indicio de que os filhos também são capazes?
Depois quando os filhos crescem e já não se pode mais protegê-los a dor
alcança-os e, neste momento, os filhos percebem o quanto são incapazes
de se defender. E o que eles fazem? Voltam-se contra os pais acusando-os
como se fossem culpados pelos seus males, pois todo o ódio que sentem
projetam-no em quem mais os ama. Injusto não é? Sim, muito!!! Mas a uma
determinada altura eles precisam amadurecer, não há como impedir, só
adiar.
Nas relações amorosas o amar demais aparece
na forma de fazer tudo pelo outro, aceitar tudo, perdoar tudo, estar
sempre disponível e, aqui também, há a expectativa de que o outro o
valorize. Quem fica muito à disposição deixa de ser gente para ser visto como objeto. Pode
ser um lindo objeto e até bastante necessário, mas não será entendido
como alguém com valores e necessidades próprias. Afinal, os objetos não
falam. Quem quer ser valorizado, precisa antes de se valorizar. Quem
quer ser amado, precisa antes de se amar. E isto não se conquista com
discussões ou pedidos mas sim com novas condutas.
Talvez por isso Jesus tenha deixado dois importantes mandamentos: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo.
Não é possível amar o outro sem nos amarmos a nós mesmos! E
aqui cabe uma reflexão muito importante: Como você se ama? Conhece as
suas qualidades, tem clareza dos seus princípios, valoriza os seus
desejos, lida bem com os seus erros e defeitos? Como cuida de si mesmo?
Espera que sejam os outros a satisfazer as suas necessidades? Como se vê
em relação aos outros? Demonstra as suas vontades, entendendo-as como
dignas de serem valorizadas ou sem importância? Enfim, como se vê a si
mesmo?
É como você se ama que determinará como se colocará diante dos outros.
Amar demais alguém na verdade pode ser um grande sinal de que se ama pouco a si.
Adaptado do original de Fernanda Rossi
Fernando Mesquita
Psicólogo Clínico
Terapeuta Sexual