A infidelidade encontra-se muito nas relações de dependência. A depêndencia (psicológica
e emocional) obriga à permanência nas relações pelo medo de perda da
pessoa de quem se depende e significa frequentemente uma angústia ou
preocupação intensa/persistente quando se está fora de uma relação
amorosa. Pode inclusive manifestar-se
em casos em que o cônjuge ou companheiro de quem se depende não está
fisicamente disponível, podendo levar à procura um substituto imediato
de modo a não se entrar em contacto com
uma angústia insuportável (que muitas vezes não consegue chegar sequer à
consciência). Por vezes a própria pessoa (pouco consciente do seu
problema) sente que a traição se justifica e culpabiliza severamente o
companheiro por em determinado(s) momento(s) este não se encontrar disponível
– patente aqui uma expetativa de disponibilidade não exatamente
incondicional, mas demitida de um enquadramento realista e razoável na
realidade das relações maduras, da individualidade dos demais e das
responsabilidades que estes detêm nas suas vidas. A culpa
(responsabilidade pela agressão e pelos danos cometidos contra o outro) é
projetada, atribuída ao
outro, porque está comprometida a capacidade de a aguentar
internamente. Por exemplo, um homem homossexual que acusa ansiosamente o
companheiro de ter relações extraconjugais (o qual por sua vez insiste
pacientemente na sua fidelidade) é o mesmo homem que tem encontros
sexuais extraconjugais várias vezes por semana enquanto o companheiro se
encontra no trabalho. Muitas vezes quando o próprio é confrontado com a
responsabilidade então mais intensa fica a projeção, já que na visão do
acusado, o acusador é sempre culpado porque procura cruelmente forçar
no outro o reconhecimento de sentimentos insuportáveis e não tolerados.
A dependência também obriga algumas vezes a aguentar a infidelidade do cônjuge, por receio da perda e/ou de outras angústias relacionadas. A raiva e o desejo de vingança podem surgir pela infidelidade, que dá também a ilusão de que não se depende “traumaticamente” do cônjuge traidor. Contudo a relação de dependência mantêm-se, pautada pelas infidelidades e discussões de parte a parte.
A dependência implica algumas vezes a transformação do cônjuge num substituto materno (alguém que é incumbido de colmatar múltiplas necessidades emocionais não satisfeitas do passado), o que pode levar a que de existam amantes fora de casa – fica em casa um substituto de mãe (ou de pai), e não tanto um companheiro(a) sentido como adulto, sexuado(a) e diferenciado. Todavia não se pode transformar alguém num substituto materno sem que esse alguém esteja de alguma forma predisposto a esse papel, pelos mais diversos motivos. Seja como for as tentativas de resolução de carências ou conflitualidades sérias do passado tendem a falhar quando esses assuntos não estão internamente elaborados, uma vez que se infiltram automáticamente nas relações.
Outras dinâmicas por detrás da infidelidade implicam também predisposições que advêm das identificações normais que as crianças fazem com os pais e com a relação entre eles, onde se ganham as referências daquilo que é uma relação adulta homem-mulher - para a menina, querer ser como a mãe e ter um homem como o pai; para o menino, querer ser como o pai e ter uma mulher como a mãe. São identificações naturais que acontecem no desenvolvimento e que marcam com muita força. Englobam também as dinâmicas específicas da própria relação entre os pais (ou entre os pais e os/as amantes, caso a criança fique exposta diretamente ou indiretamente a isso).
A dependência também obriga algumas vezes a aguentar a infidelidade do cônjuge, por receio da perda e/ou de outras angústias relacionadas. A raiva e o desejo de vingança podem surgir pela infidelidade, que dá também a ilusão de que não se depende “traumaticamente” do cônjuge traidor. Contudo a relação de dependência mantêm-se, pautada pelas infidelidades e discussões de parte a parte.
A dependência implica algumas vezes a transformação do cônjuge num substituto materno (alguém que é incumbido de colmatar múltiplas necessidades emocionais não satisfeitas do passado), o que pode levar a que de existam amantes fora de casa – fica em casa um substituto de mãe (ou de pai), e não tanto um companheiro(a) sentido como adulto, sexuado(a) e diferenciado. Todavia não se pode transformar alguém num substituto materno sem que esse alguém esteja de alguma forma predisposto a esse papel, pelos mais diversos motivos. Seja como for as tentativas de resolução de carências ou conflitualidades sérias do passado tendem a falhar quando esses assuntos não estão internamente elaborados, uma vez que se infiltram automáticamente nas relações.
Outras dinâmicas por detrás da infidelidade implicam também predisposições que advêm das identificações normais que as crianças fazem com os pais e com a relação entre eles, onde se ganham as referências daquilo que é uma relação adulta homem-mulher - para a menina, querer ser como a mãe e ter um homem como o pai; para o menino, querer ser como o pai e ter uma mulher como a mãe. São identificações naturais que acontecem no desenvolvimento e que marcam com muita força. Englobam também as dinâmicas específicas da própria relação entre os pais (ou entre os pais e os/as amantes, caso a criança fique exposta diretamente ou indiretamente a isso).
Amor, casamento, sexo, traição e culpa são temas centrais da psicologia clínica. São temas inerentemente complexos que se articulam entre si, bem como com a história de vida de cada pessoa. Na escolha do companheiro, no amor e na traição, os conteúdos, necessidades, conflitos, preocupações ou temas centrais da psicologia de cada pessoa são particularmente estimulados e tornam-se evidentes. Os temas, conflitos ou angústias mais marcantes das primeiras relações (as relações de infância com os pais e entre os pais) tendem a ressurgir contínuamente na vida amorosa. Problemas com os primeiros vínculos na relação mãe-bebé, questões de abandono, raiva por elaborar, infidelidade por parte de dos pais, exposição de uma criança ás preocupações ansiosas de um dos progenitores sobre as infidelidades (reais ou receadas) do outro progenitor, são algumas das vivências de infância com potencial para mais tarde na vida condicionar a pessoa a uma vida amorosa tocada pela infidelidade – por exemplo, o ser infiel, ou o escolher inconsciente de parceiros menos confiáveis, propensos à infidelidade).