quinta-feira, agosto 26, 2010
segunda-feira, agosto 23, 2010
PORQUE É QUE NÃO CRESCEM?
O New York Times publicou recentemente um excelente artigo sobre este fenómeno relativamente recente: os jovens cada vez saem mais tarde de casa dos pais, tornam-se (quando se tornam) cada vez mais tarde financeiramente independentes, casam ou arranjam companheiros mais tarde, têm filhos mais tarde. Nos USA, a idade média do casamento aumentou 5 anos no espaço de uma geração.
Os sociólogos definem a passagem à idade adulta, como: acabar a formacao escolar, deixar a casa dos pais, tornar-se financeiramente independente, constituir família e ter um filho.
Curiosamente, o conceito de adolescência é mto recente, surge no sec. XX. Talvez seja preciso inventar agora uma nova palavra para esta fase em que já não se é adolescente para tb não adulto. Alguns psicólogos e sociólogos sugerem a expressãp "emerging adulthood" para esta espécie de pré-adultícia que cada vez mais se prolonga para além, não dos vinte, mas dos trinta anos.
O artigo, que vale a pena ler na integra em
http://www.nytimes.com/2010/08/22/magazine/22Adulthood-t.html?_r=3&adxnnlx=1282395630-wV7x29FxxAmVZAILVWjcrw&pagewanted=print
aponta para variadas razões, tanto económicas como culturais.
A mim parece-me que este fenómeno se enquadra numa outra questão mais alargada, que é a da progressiva infantilização das nossas sociedades. Estamos todos (e aqui incluo a minha geração, a dos chamados baby-boomers, que nascem já no sossego do pós-guerra) cada vez menos responsáveis e menos accountable (palavra que não existe em português - e não é por acaso).
Mas o que é mais triste é que cada vez mais o mal estar das pessoas tem a ver com uma desmotivação, uma falta de vontade, um desinteresse, que às vezes pode nem chegar a ser uma depressão, tal como era classicamente definida.
Os sociólogos definem a passagem à idade adulta, como: acabar a formacao escolar, deixar a casa dos pais, tornar-se financeiramente independente, constituir família e ter um filho.
Curiosamente, o conceito de adolescência é mto recente, surge no sec. XX. Talvez seja preciso inventar agora uma nova palavra para esta fase em que já não se é adolescente para tb não adulto. Alguns psicólogos e sociólogos sugerem a expressãp "emerging adulthood" para esta espécie de pré-adultícia que cada vez mais se prolonga para além, não dos vinte, mas dos trinta anos.
O artigo, que vale a pena ler na integra em
http://www.nytimes.com/2010/08/22/magazine/22Adulthood-t.html?_r=3&adxnnlx=1282395630-wV7x29FxxAmVZAILVWjcrw&pagewanted=print
aponta para variadas razões, tanto económicas como culturais.
A mim parece-me que este fenómeno se enquadra numa outra questão mais alargada, que é a da progressiva infantilização das nossas sociedades. Estamos todos (e aqui incluo a minha geração, a dos chamados baby-boomers, que nascem já no sossego do pós-guerra) cada vez menos responsáveis e menos accountable (palavra que não existe em português - e não é por acaso).
Mas o que é mais triste é que cada vez mais o mal estar das pessoas tem a ver com uma desmotivação, uma falta de vontade, um desinteresse, que às vezes pode nem chegar a ser uma depressão, tal como era classicamente definida.
sábado, agosto 21, 2010
BLOGAR E COMUNICAR
Começo já por assumir: sim, tenho escrito menos neste blog. E não foi apenas por causa das férias. Eu explico.
Antes, eu escrevia os posts num laptop. Recentemente , a minha vida mudou: comprei um iPhone ( ofereceram-mo, vá...). Faço tudo com ele, à excepção de alguns trabalhos mais académicos q exijam PowerPoint ou um programa de texto mais elaborado. O meu MAC portátil transformou-se numa espécie de mãe de todos, e reside agora, qual computador fixo, na sala, ligado ao écran LCD onde vejo os filmes e series da televisão.
Agora, em vez de arrastar com o MAC num trolley, ando com o iPhone no bolso das calças ou na mala.
Nele posso ler e escrever os mails, tuitar, passar pelo Facebook, ler os jornais, escrever pequenos textos e até ler os meus poemas preferidos, desde que o Kindle Store, da Amazon, passou a ter uma aplicação para esse efeito. Não satisfeita com isso, tiro fotografias e vídeos, faço desenhos, transformo caras (com a aplicação fatbooth, hilariante).
Até ando a escrever pequenos contos, que um dia espero publicar. São as chamadas short short stories, contos muito curtos, para ler de um trago.
E então, porque não blogo mais? É aqui que sou obrigada a reconhecer que nem o meu iPhone é perfeito. É q eu gosto, ou gostava, de colocar uma fotografia alusiva nos posts. E isso é que agora não consigo fazer. O dashboard para os blogs do Google não têm essa opção, pelo menos aqui no iPhone.
Estive a reflectir e acho que mais vale continuar a escrever sem fotos. O óptimo é inimigo do bom, como diz o ditado.
Segue em breve um post sobre o prolongamento da adolescência, um problema actual e que diz respeito a todos nós. Até já.
Antes, eu escrevia os posts num laptop. Recentemente , a minha vida mudou: comprei um iPhone ( ofereceram-mo, vá...). Faço tudo com ele, à excepção de alguns trabalhos mais académicos q exijam PowerPoint ou um programa de texto mais elaborado. O meu MAC portátil transformou-se numa espécie de mãe de todos, e reside agora, qual computador fixo, na sala, ligado ao écran LCD onde vejo os filmes e series da televisão.
Agora, em vez de arrastar com o MAC num trolley, ando com o iPhone no bolso das calças ou na mala.
Nele posso ler e escrever os mails, tuitar, passar pelo Facebook, ler os jornais, escrever pequenos textos e até ler os meus poemas preferidos, desde que o Kindle Store, da Amazon, passou a ter uma aplicação para esse efeito. Não satisfeita com isso, tiro fotografias e vídeos, faço desenhos, transformo caras (com a aplicação fatbooth, hilariante).
Até ando a escrever pequenos contos, que um dia espero publicar. São as chamadas short short stories, contos muito curtos, para ler de um trago.
E então, porque não blogo mais? É aqui que sou obrigada a reconhecer que nem o meu iPhone é perfeito. É q eu gosto, ou gostava, de colocar uma fotografia alusiva nos posts. E isso é que agora não consigo fazer. O dashboard para os blogs do Google não têm essa opção, pelo menos aqui no iPhone.
Estive a reflectir e acho que mais vale continuar a escrever sem fotos. O óptimo é inimigo do bom, como diz o ditado.
Segue em breve um post sobre o prolongamento da adolescência, um problema actual e que diz respeito a todos nós. Até já.
terça-feira, agosto 10, 2010
A origem
Fui ver este filme e se no inicio me pareceu muito disparatado, acabou por me surpreender e divertir. Na verdade o argumento é um emaranhado de construções meio loucas em torno dos processos mentais e dos sonhos, como via de acesso ao inconsciente. Vale a pena ver.
Gostei especialmente da representação da culpa, uma sacaninha persecutória e enlouquecedora alojada nas profundezas da mente.
quarta-feira, agosto 04, 2010
segunda-feira, julho 12, 2010
GRANDE IDEIA!
O jornal i tem diariamente uma pequena secção em uma pessoa é convidada a formular uma ideia para Portugal.
Na de hoje, Maria do Rosário Pedreira, editora de um grande grupo editorial, sugere o seguinte:
"Todos os dias vejo outdoors, folhetos, correspondência, tabuletas, toldos, ementas, jornais e revistas com erros de ortografia, pontuação e concordância; sendo responsáveis pela propagação destes erros, as empresas que os cometem deveriam pagar uma multa (ainda que simbólica), cujo valor remetesse para instutuições ligadas à educação".
Ora aqui está uma grande ideia, que talvez pudesse estancar a temível poluição gramatical e contribuir para ajudar o depauperado orçamento de Estado. Eu não me importo de pagar cada vez que me enganar a escrever neste e noutros blogues, se isso puder ajudar a despoluir o ambiente.
domingo, julho 11, 2010
GOSTAR DO QUE SE FAZ
Passo a citar de um jornal diário de ontem o seguinte trecho de um artigo com entrevistas:
E o que faz um bom [profissional nesta área]?
Acima de tudo, gostar disto. Ajuda-nos a estar motivados. É uma carreira em que nos é pedida muita persistência e criatividade (...).
E um grande sentido de responsabilidade, capacidade para gerir, no imediato, situações de forma equilibrada em momentos de grande stresse.
De que área de actividade se trata?
De um banco? De um jornal? De uma estação de televisão? De um quartel de bombeiros? De uma sociedade corretora?
Errado, errado, errado.
Trata-se de um artigo sobre a Polícia Judiciária e a admissão de novos inspectores (licenciados em direito, psicologia, sociologia, engenharia, etc).
Palavras-chave: GOSTAR DISTO
Sem motivação, não se vai lá. E criatividade, e resiliência.
Boa, PJ!
E o que faz um bom [profissional nesta área]?
Acima de tudo, gostar disto. Ajuda-nos a estar motivados. É uma carreira em que nos é pedida muita persistência e criatividade (...).
E um grande sentido de responsabilidade, capacidade para gerir, no imediato, situações de forma equilibrada em momentos de grande stresse.
De que área de actividade se trata?
De um banco? De um jornal? De uma estação de televisão? De um quartel de bombeiros? De uma sociedade corretora?
Errado, errado, errado.
Trata-se de um artigo sobre a Polícia Judiciária e a admissão de novos inspectores (licenciados em direito, psicologia, sociologia, engenharia, etc).
Palavras-chave: GOSTAR DISTO
Sem motivação, não se vai lá. E criatividade, e resiliência.
Boa, PJ!
quinta-feira, julho 08, 2010
ESTE PAÍS É PARA VELHOS?
(photo credits: scrapetv)
Li esta fim de semana uma notícia bastante mal redigida, mas em que ressaltava a seguinte informação: de acordo com uma sondagem, os jovens portugueses considerariam que a velhice começava aos 51 anos! Acresce que no resto da Europa a idade indicada pelos jovens é muito superior, dizia também a tal notícia.
É certo que não sabemos sequer que idade têm estes jovens da amostra. Serão crianças? (caso em que seria mais compreensível). Mas vamos supôr que não são, que terão entre 18 e 25 anos, por exemplo. Onde diabo terão eles ido buscar esta ideia de aos 50 anos se ser um velho?
Depois de muito matutar, concluí que só pode ser por culpa dos pais. Ou seja, é provável que ouvindo os pais, tios, etc, a queixarem-se interminavelmente de que a reforma nunca mais chega, e outras lamúrias do género, tenham formado esta extraordinária concepção de uma velhice prematura.
Já aqui tenho várias vezes falado desta tendência que nós temos para não gostarmos do que fazemos. Ou melhor: parece que não fazemos o que gostamos. E por que será?
Fracas escolhas na escolha da área de estudos? Poucas escolhas profissionais? Falta de brio? Desmotivação? Ética de trabalho deficiente? Patrões e chefes chatos? Concepção do trabalho como "emprego"?
Eis algo que nos devia fazer pensar.
Li esta fim de semana uma notícia bastante mal redigida, mas em que ressaltava a seguinte informação: de acordo com uma sondagem, os jovens portugueses considerariam que a velhice começava aos 51 anos! Acresce que no resto da Europa a idade indicada pelos jovens é muito superior, dizia também a tal notícia.
É certo que não sabemos sequer que idade têm estes jovens da amostra. Serão crianças? (caso em que seria mais compreensível). Mas vamos supôr que não são, que terão entre 18 e 25 anos, por exemplo. Onde diabo terão eles ido buscar esta ideia de aos 50 anos se ser um velho?
Depois de muito matutar, concluí que só pode ser por culpa dos pais. Ou seja, é provável que ouvindo os pais, tios, etc, a queixarem-se interminavelmente de que a reforma nunca mais chega, e outras lamúrias do género, tenham formado esta extraordinária concepção de uma velhice prematura.
Já aqui tenho várias vezes falado desta tendência que nós temos para não gostarmos do que fazemos. Ou melhor: parece que não fazemos o que gostamos. E por que será?
Fracas escolhas na escolha da área de estudos? Poucas escolhas profissionais? Falta de brio? Desmotivação? Ética de trabalho deficiente? Patrões e chefes chatos? Concepção do trabalho como "emprego"?
Eis algo que nos devia fazer pensar.
quarta-feira, julho 07, 2010
Adultério e apredejamento
Actualmente, em países como o Irão, ainda se continuam a punir de forma selvática e sem escrúpulos crimes como o adultério. É o caso de uma mulher que depois de ter sido torturada para confessar que tinha cometido adultério, está agora seriamente em risco de ser sentenciada à morte por apedrejamento - alerta uma activista iraniana defensora dos direitos humanos. Segundo o procedimento descrito no código civil iraniano, Sakineh, o nome desta mulher mãe de 2 filhos, devrá ser enterrada até ao peito e apedrejada sadicamente até à morte com pedras que não a matem de imediato.
Afinal de contas, alguns hábitos culturais relatados na Bíblia sagrada continuam a estar perfeitamente em voga em algumas culturas. Resta saber se precisaremos de outro(s) Messia(s) para "combater", pelo amor, as desigualdades, injustíças, sofrimento e ódio humanos.
quarta-feira, junho 23, 2010
quarta-feira, junho 16, 2010
Exposição de Fotografia Periferias
Nem dentro nem fora: na periferia. À margem. Quase isso, mas nem tanto. Na fronteira. Na berma. Definindo-se não por si mesmo mas pela proximidade ao outro. Próximo por oposição ao distante, mas distante, diferente, na relação com o próximo. Ambíguo. Marginal.
Mas nunca nada é apenas central. Neste Universo em que tudo se relaciona com tudo, poderá residir nas periferias o nó da comunicação?
Decidimos explorar este tema no trabalho deste ano, congregando projectos de diversas áreas e vertentes numa lógica expositiva conjunta que permita revelar semelhanças e aperceber padrões, lançando as bases de uma reflexão estrutural sobre as nossas acções e públicos, sobre a própria forma de definir, pensar e fazer intervenção social.
Poderá a imagem fotográfica, com o seu imenso potencial enquanto representação material de ideias, levar-nos a um distanciamento do tema e ajudar-nos a olhar para ele de outra forma, descobrindo novas dimensões e novas posturas?
MEF – Movimento de Expressão Fotográfica
Mas nunca nada é apenas central. Neste Universo em que tudo se relaciona com tudo, poderá residir nas periferias o nó da comunicação?
Decidimos explorar este tema no trabalho deste ano, congregando projectos de diversas áreas e vertentes numa lógica expositiva conjunta que permita revelar semelhanças e aperceber padrões, lançando as bases de uma reflexão estrutural sobre as nossas acções e públicos, sobre a própria forma de definir, pensar e fazer intervenção social.
Poderá a imagem fotográfica, com o seu imenso potencial enquanto representação material de ideias, levar-nos a um distanciamento do tema e ajudar-nos a olhar para ele de outra forma, descobrindo novas dimensões e novas posturas?
MEF – Movimento de Expressão Fotográfica
A Inauguração da Exposição será no próximo dia 18 ás 21 horas no Campo Grande n.º 185.
segunda-feira, junho 14, 2010
FPAT
Rua José Estêvão, 137, 2.º - 1169-058 Lisboa
Tel.: 217 931 668/ Fax: 217 97 07 48
E-mail: fpat@iol.pt, Webpage: http://www.fpat.pt/
domingo, junho 13, 2010
INOVAÇÃO E CONFUSÃO
http://thoughtleadershipleverage.com/2010/04/embracing-confusion/
A leitura deste post de Peter Winick é muito interessante. O autor argumenta que se uma pessoa conseguir ultrapassar os minutos iniciais de uma situaçao de confusão mental, estarão criadas as condiçoes para a inovação.
Em psicanalise chamamos "capacidade negativa" a essa capacidade de tolerar a frustraçao de nao saber ou nao conseguir perceber ( a expressao vem dum verso do poeta inglês Keats). Às vezes parece que se perde o pé, é verdade, e o mundo parece incompreensível. A capacidade de pensar do ser humano, no entanto, é notável. E da confusao, como diz o ditado, nasce a luz. Ou seja, às vezes é preciso senturmos uma enorme sensação de confusão, para podermos avançar.
A leitura deste post de Peter Winick é muito interessante. O autor argumenta que se uma pessoa conseguir ultrapassar os minutos iniciais de uma situaçao de confusão mental, estarão criadas as condiçoes para a inovação.
Em psicanalise chamamos "capacidade negativa" a essa capacidade de tolerar a frustraçao de nao saber ou nao conseguir perceber ( a expressao vem dum verso do poeta inglês Keats). Às vezes parece que se perde o pé, é verdade, e o mundo parece incompreensível. A capacidade de pensar do ser humano, no entanto, é notável. E da confusao, como diz o ditado, nasce a luz. Ou seja, às vezes é preciso senturmos uma enorme sensação de confusão, para podermos avançar.
quarta-feira, maio 26, 2010
Histórias Sobre Mim
Histórias sobre mim
A fotografia nunca abandonou a sua relação histórica com a prática do retrato. A condição de se relacionar com o real de um modo científico – óptico, químico, mecanicamente fracturante – eliminou, assim se convencionou, o erro da interpretação humana. O retrato, livre então da subjectividade pela objectiva (da) câmara, cristalizaria rostos, que se tornariam objectos de mnemónica.
A imagem que se cria separa dois lados: o de cá e o de lá. O retratado e o observador que, apesar dessa fronteira entre espaços, se entreolham num ricochete constante. Pressupõem, contudo, algumas regras prévias: que antes, fotógrafo e personagem se encontrem no mesmo espaço e no mesmo tempo.
Em «histórias sobre mim», Carla Cabanas revisita temas que lhe são queridos: a memória e o retrato. Nesse encontro com o retratado a câmara torna-se num gravador que regista toda a resposta ao pedido “conta uma história sobre mim”. A “pin hole” não utiliza lentes, não tem componentes mecânicos, nem pode gerar imagens a partir de curtas fracturas de tempo. No final não restam rostos reconhecíveis. Não é um trabalho para que perdure a memória do retratado, mas para perscrutar o que perdura na sua memória sobre a artista. Então o retrato transforma-se em auto-retrato: uma imagem que dentro de si não tem cá, nem lá.
Valter Ventura.
A fotografia nunca abandonou a sua relação histórica com a prática do retrato. A condição de se relacionar com o real de um modo científico – óptico, químico, mecanicamente fracturante – eliminou, assim se convencionou, o erro da interpretação humana. O retrato, livre então da subjectividade pela objectiva (da) câmara, cristalizaria rostos, que se tornariam objectos de mnemónica.
A imagem que se cria separa dois lados: o de cá e o de lá. O retratado e o observador que, apesar dessa fronteira entre espaços, se entreolham num ricochete constante. Pressupõem, contudo, algumas regras prévias: que antes, fotógrafo e personagem se encontrem no mesmo espaço e no mesmo tempo.
Em «histórias sobre mim», Carla Cabanas revisita temas que lhe são queridos: a memória e o retrato. Nesse encontro com o retratado a câmara torna-se num gravador que regista toda a resposta ao pedido “conta uma história sobre mim”. A “pin hole” não utiliza lentes, não tem componentes mecânicos, nem pode gerar imagens a partir de curtas fracturas de tempo. No final não restam rostos reconhecíveis. Não é um trabalho para que perdure a memória do retratado, mas para perscrutar o que perdura na sua memória sobre a artista. Então o retrato transforma-se em auto-retrato: uma imagem que dentro de si não tem cá, nem lá.
Valter Ventura.
sexta-feira, maio 21, 2010
VIVER OUTRAS VIDAS
Qual de nós não terá já pensado que gostaria de viver outra vida? Ser uma pessoa diferente, viver noutro país, noutra época, ter outra imagem, outra história, outra vida passada?
Para a maior parte de nós, são apenas fantasias. É verdade que a profissão de psicólogo, psicoterapeuta ou psicanalista faz-nos ter de viver outras vidas, por interposta pessoa. A empatia obriga-nos a pôr-nos na pele da outra pessoa, quase viver por ela algumas coisas. É normal, e talvez mesmo desejável.
Mas há outra forma de viver outras vidas e outras experiências, e essa é até mais antiga: as leituras.
Os livros permitem-nos aceder a inúmeras experiências que o nosso curto (por definição) horizonte temporal nunca permitirá. Muitas e variadas personagens, muitas histórias, muitas aventuras, muitas descobertas. Nem que vivêssemos duzentos anos alguma vez poderíamos ter acesso a essas vivências que os livros que outros escreveram nos permitem.
Com todos esses autores podemos viver tudo aquilo que gostaríamos - ou não, porque também há livros tristes. Mas esses também são importantes, e ajudam-nos a relativizar as nossa experiências.
É tão importante criar hábitos de leitura nas crianças. Experimentem ler-lhes todos dias à noite umas páginas. Verão que eles no dia seguinte querem saber a continuação e com o tempo serão esses próprios a querer ler. E leiam, ou contem-lhes, muitos contos de fadas, muitos. O marvilhoso, que também inclui o assustador, alimenta o imaginário. Não se deixem ir atrás do (estupidamente) politicamente correcto e não tentem proteger os meninos dos sustos e das emoções. É bom que se vão treinando.
quinta-feira, maio 20, 2010
Mitos e Verdades sobre a Memória
MITOS:
1- Lembranças especiais da primeiríssima infância podem ser recuperadas
Sabe-se hoje que memórias de longo prazo sobre episódios específicos só começam a ser formadas por volta dos 3 anos de idade. O hipocampo, que processa essas memórias, ainda é pouco desenvolvido antes dessa idade.
2- Uma bebedeira mata milhares de neurónios
A eventual perda temporária de memória depois de uma noite de excesso de álcool, ocorre porque o álcool prejudica as sinapses e não porque mata neurónios.
3- As células do cérebro não se regeneram
O cérebro de um adulto tem a capacidade de formar novos neurónios, ainda que em pequena quantidade. Este processo é mais comum no hipocampo, responsável pelas memórias de longo prazo.
4- Falhas de memória em idosos são sinal de Alzheimer
É natural que a eficiência da memória diminua com o tempo. A doença de Alzheimer é mais grave porque leva à degeneração do cérebro e torna a pessoa incapaz de realizar tarefas diárias simples.
5- O jogos de computador prejudicam a memória
Os jogos de computador podem ser benéficos para aumentar a capacidade de atenção, fundamental para a memória.
6- Uma vez guardada, uma lembrança nunca muda
Neste aspecto o cérebro é muito plástico, podendo as memórias ser modificadas de várias maneiras por novas experiências.
1- Lembranças especiais da primeiríssima infância podem ser recuperadas
Sabe-se hoje que memórias de longo prazo sobre episódios específicos só começam a ser formadas por volta dos 3 anos de idade. O hipocampo, que processa essas memórias, ainda é pouco desenvolvido antes dessa idade.
2- Uma bebedeira mata milhares de neurónios
A eventual perda temporária de memória depois de uma noite de excesso de álcool, ocorre porque o álcool prejudica as sinapses e não porque mata neurónios.
3- As células do cérebro não se regeneram
O cérebro de um adulto tem a capacidade de formar novos neurónios, ainda que em pequena quantidade. Este processo é mais comum no hipocampo, responsável pelas memórias de longo prazo.
4- Falhas de memória em idosos são sinal de Alzheimer
É natural que a eficiência da memória diminua com o tempo. A doença de Alzheimer é mais grave porque leva à degeneração do cérebro e torna a pessoa incapaz de realizar tarefas diárias simples.
5- O jogos de computador prejudicam a memória
Os jogos de computador podem ser benéficos para aumentar a capacidade de atenção, fundamental para a memória.
6- Uma vez guardada, uma lembrança nunca muda
Neste aspecto o cérebro é muito plástico, podendo as memórias ser modificadas de várias maneiras por novas experiências.
VERDADES:
1- O estudo intercalado por periodos de descanso ajuda a memorização
Para memorizar uma dada informação, ajuda evocá-la repetidas vezes, a intervalos crescentes (após algumas horas, depois um dia, dias, semanas, meses...).
2- As lembranças são mais facilmente recuperadas por associação
Campeões de memorização associam as informações a palavras-chave ou a imagens conhecidas. Por exemplo, para se lembrar do nome Julieta, pode-se associá-lo á personagem de Shakespeare.
3- Exercício físico é bom para a memória
O volume de massa cinzenta em regiões do cérebro relacionadas à memória aumenta com exercícios aeróbicos.
4- Excesso de informação prejudica a memorização
O bombardeamente de informação a que somos sujeitos diariamente dificulta a atenção e tempo necessários á formação de novas memórias.
5- Dormir tem um papel fundamental na memória
O sono - e os sonhos - tem um papel relevante na consolidação de memórias de longo prazo.
6- A obesidade prejudica a memória
A gordura abdominal eleva os índices de insulina no organismo afectando o funcionamento de determinados receptores no cérebro ligados à memória.
7- Diversão mantém a memória activa
As actividades que exercitam a memória incluem jogos de cartas, xadrez, palavras cruzadas, tocar um instrumento musical, ler e manter uma vida social intensa.
Informação baseada num artigo da revista "Veja".
domingo, maio 16, 2010
"É PROIBIDO PARAR DE PENSAR" ent. com A. Castro Caldas
Recomendo absolutamente a leitura da entrevista que Alexandre Castro Caldas deu ontem ao jornal i e que pode ser lida online em:
http://www.ionline.pt/conteudo/60024-alexandre-castro-caldas-tocar-um-instrumento-e-muito-util
Fala da educação, das crianças, da escola, da aprendizagem, do cérebro, da memória, da música, da socialização, da inteligência, da doença, da morte. Homem de uma imensa sensibilidade e sabedoria, Castro Caldas faz (nos) a ponte entre as neurociências e a vida.
http://www.ionline.pt/conteudo/60024-alexandre-castro-caldas-tocar-um-instrumento-e-muito-util
Fala da educação, das crianças, da escola, da aprendizagem, do cérebro, da memória, da música, da socialização, da inteligência, da doença, da morte. Homem de uma imensa sensibilidade e sabedoria, Castro Caldas faz (nos) a ponte entre as neurociências e a vida.
quinta-feira, maio 13, 2010
Vale a pena pensar nisto....
"Não se pode viver de infinitas hipóteses e de escolhas múltiplas, tem que se viver no real com o concreto e as escolhas que fazemos são importantes."
escrito por um conhecido meu
escrito por um conhecido meu
terça-feira, maio 04, 2010
sábado, maio 01, 2010
segunda-feira, abril 26, 2010
A ANGÚSTIA DA PAGINA EM BRANCO
Esta extraordinária instalção de vídeo tem o título "A angústia da página em branco". A minha favorita é a das 2 pags. O autor chama-se Ariel Schlesinger.
http://www.todayandtomorrow.net/2010/04/12/the-anguish-of-the-white-page/?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+todayandtomorrow_net+%28today+and+tomorrow%29&utm_content=Twitter
http://www.todayandtomorrow.net/2010/04/12/the-anguish-of-the-white-page/?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+todayandtomorrow_net+%28today+and+tomorrow%29&utm_content=Twitter
Encontros na Sexualidade Feminina - 5 de Maio em Lisboa
Aproveitando a vinda ao nosso país da Professora Doutora Leonore Tiefer, a Comissão de Sexualidade Feminina da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica (CSF-SPSC), em parceria com a Sociedade Portuguesa de Psicoterapias Construtivistas (SPPC), convida-vos a participar nos Encontros na Sexualidade Feminina que
está a organizar com o objectivo de debater temas chave na área da sexualidade feminina.
A Professora Leonore Tieferé investigadora e terapeuta com muitas obras publicadas internacionalmente e trabalho de activismo pela igualdade de género na área da sexualidade. Actualmente dedica-se também a divulgar a campanha anti-medicalização das dificuldades sexuais femininas em congressos e formações por todo o mundo.
Para mais informação sobre a sua carreira, convidamo-los a visitar a sua página pessoal em: http://leonoretiefer.com/
Para além da palestra de Leonore Tiefer, iremos reunir profissionais que se dedicam a intervir e investigar sobre a sexualidade feminina em diversos contextos. Entre os temas de reflexão que irão ser abordados, destacamos:
Género, educação e sexualidade
A mulher nas relações lésbicas
Contracepção e sexualidade
Sexualidade e doença crónica
As dificuldades sexuais nas palavras das próprias mulheres
Sexualidade na Mulher com VIH
A realização deste encontro sobre sexualidade feminina está agendada para dia 5 de Maio entre as 14 e as 19 horas, na Maternidade Dr. Alfredo da Costa, em Lisboa.
Para mais esclarecimentos, contacte a Comissão Organizadora ou o Secretariado, através do e-mail secretariado.csf@gmail.com
A Comissão Organizadora
Lisa Vicente
Patrícia Pascoal
Sandra Vilarinho
Ana Carvalheira
O secretariado
Ana Beato
Maria Joana Almeida
domingo, abril 25, 2010
DEPRESSÃO E MELANCOLIA
Já me têm perguntado qual a diferença entre depressão e melancolia, e como se pode distinguir uma da outra.
Não é fácil.
A melancolia pode ser vista como uma depressão agravada, em que o sujeito se retrai de tal modo para dentro de si próprio que se desinteressa completamente do mundo e das pessoas à sua volta. A auto-recriminação constante também é um sinal importante, e que muitas vezes não existe na depressão, pelo menos na mais moderada.
Os psiquiatras usam determinados critérios para distinuguir uma da outra, que constam do DSM. Também é importante ter em atenção se há ciclotimia, ou seja, oscilações de humor muito marcadas, com picos de euforia e baixos com carácter mais melancólico.
Julgo que mais importante que distinguir uma da outra é perceber-se que estes estados mais ou menos depressivos podem estar ligados a uma causa determinada (uma morte, uma perda amorosa, uma situação de desemprego, por exemplo) ou se são endógenos, isto é, parecem nascer de dentro da própria pessoa. Se for o caso, o psicoterapeuta ou psicanalista terá de trabalhar com a pessoa as perdas na infância mais precoce, às vezes "apenas" uma grande desilusão com uma pessoa muito próxima, que deixou uma marca psíquica de perda de afecto, ou do perigo dela, que pode ser reavivada na actualidade. Acontece que aquilo que pode ter sido apenas uma contrariedade para uma pessoa, pode ter constituído um enorme desgosto para outra. Cada caso é um caso e a mente humana é de facto um abismo.
Não é fácil.
A melancolia pode ser vista como uma depressão agravada, em que o sujeito se retrai de tal modo para dentro de si próprio que se desinteressa completamente do mundo e das pessoas à sua volta. A auto-recriminação constante também é um sinal importante, e que muitas vezes não existe na depressão, pelo menos na mais moderada.
Os psiquiatras usam determinados critérios para distinuguir uma da outra, que constam do DSM. Também é importante ter em atenção se há ciclotimia, ou seja, oscilações de humor muito marcadas, com picos de euforia e baixos com carácter mais melancólico.
Julgo que mais importante que distinguir uma da outra é perceber-se que estes estados mais ou menos depressivos podem estar ligados a uma causa determinada (uma morte, uma perda amorosa, uma situação de desemprego, por exemplo) ou se são endógenos, isto é, parecem nascer de dentro da própria pessoa. Se for o caso, o psicoterapeuta ou psicanalista terá de trabalhar com a pessoa as perdas na infância mais precoce, às vezes "apenas" uma grande desilusão com uma pessoa muito próxima, que deixou uma marca psíquica de perda de afecto, ou do perigo dela, que pode ser reavivada na actualidade. Acontece que aquilo que pode ter sido apenas uma contrariedade para uma pessoa, pode ter constituído um enorme desgosto para outra. Cada caso é um caso e a mente humana é de facto um abismo.
sexta-feira, abril 23, 2010
Alienação Parental - Reportagem: Filhos separados do pai
Alienação Parental - Reportagem: Filhos separados do pai
Após o divórcio, a mágoa e o rancor da separação resultam muitas vezes numa guerra das mulheres para privarem o pai dos filhos. O fenómeno chama-se alienação parental e tem como objectivo manipular um filho para odiar o pai.
O expresso de dia 24 vai apresentar uma reportagem sobre alienação parental que, pela amostra do vídeo, é de não perder.
http://aeiou.expresso.pt/reportagem-filhos-separados-do-pai-video=f578196
Após o divórcio, a mágoa e o rancor da separação resultam muitas vezes numa guerra das mulheres para privarem o pai dos filhos. O fenómeno chama-se alienação parental e tem como objectivo manipular um filho para odiar o pai.
O expresso de dia 24 vai apresentar uma reportagem sobre alienação parental que, pela amostra do vídeo, é de não perder.
http://aeiou.expresso.pt/reportagem-filhos-separados-do-pai-video=f578196
quarta-feira, abril 21, 2010
AINDA A MELANCOLIA (II)
Na poesia, a melancolia parece ser mais fácil de representar. O primeiro excerto é de um poema de Virgílio Ferreira e o segundo de Mallarmé.
segunda-feira, abril 19, 2010
AINDA A REPRESENTAÇÃO DA MELANCOLIA
Um quadro do Degas, também muito bonito e igualmente intitulado Melancolia, que mãozinha amiga me fez chegar:
domingo, abril 18, 2010
MELANCOLIA
Por causa de uma conferência que tive de preparar, fiz uma busca na net sobre pinturas e poemas que pudessem ilustrar a condição melancólica.
A melancolia (cujo étimo significa em grego bílis negra) é uma doença antiga, e que desde há séculos aparece ligada à criatividade. Aristóteles, entre outros, considerava que havia uma ligação entre esta condição e a do poeta.
Mas a melancolia pode ser uma patologia grave, às vezes até resultando em suicídio. O sujeito, que investiu afectivamente num objecto (pode ter sido uma pessoa, ou mesmo um ideal), incorporou-o e deixou que o objecto se apossasse de parte do seu self. Se o objecto desaparece ou se torna por qualquer razão insatisfatório, dá-se um fenómeno estranho: todo o investimento emocional é retirado do objecto e reflui sobre o prório sujeito, que se odeia e se recrimina constantemente, considerando que nada vale e que é merecedor de todas as desgraças. Verifica-se também um estado de grande apatia e de desinteresse pela vida e pelos outros. O sujeito como que se fecha sobre si próprio.
Embora o quadro de Durer "Melancolia" seja o mais conhecido, eu acho que a pintura com o mesmo título de Edward Munch representa melhor este estado quase psicótico da mente que se detesta a si própria. Ora vejam:
Durer
Munch
A melancolia (cujo étimo significa em grego bílis negra) é uma doença antiga, e que desde há séculos aparece ligada à criatividade. Aristóteles, entre outros, considerava que havia uma ligação entre esta condição e a do poeta.
Mas a melancolia pode ser uma patologia grave, às vezes até resultando em suicídio. O sujeito, que investiu afectivamente num objecto (pode ter sido uma pessoa, ou mesmo um ideal), incorporou-o e deixou que o objecto se apossasse de parte do seu self. Se o objecto desaparece ou se torna por qualquer razão insatisfatório, dá-se um fenómeno estranho: todo o investimento emocional é retirado do objecto e reflui sobre o prório sujeito, que se odeia e se recrimina constantemente, considerando que nada vale e que é merecedor de todas as desgraças. Verifica-se também um estado de grande apatia e de desinteresse pela vida e pelos outros. O sujeito como que se fecha sobre si próprio.
Embora o quadro de Durer "Melancolia" seja o mais conhecido, eu acho que a pintura com o mesmo título de Edward Munch representa melhor este estado quase psicótico da mente que se detesta a si própria. Ora vejam:
Durer
Munch
sábado, abril 17, 2010
NOTHING GOLD CAN STAY (ROBERT FROST)
NOTHING GOLD CAN STAY
Nature's first green is gold,
Her hardest hue to hold.
Her early leaf's a flower;
But only so an hour.
Then leaf subsides to leaf.
So Eden sank to grief,
So dawn goes down to day.
Nothing gold can stay.
Robert Lee Frost
Nature's first green is gold,
Her hardest hue to hold.
Her early leaf's a flower;
But only so an hour.
Then leaf subsides to leaf.
So Eden sank to grief,
So dawn goes down to day.
Nothing gold can stay.
Robert Lee Frost
quinta-feira, abril 15, 2010
segunda-feira, abril 12, 2010
EXCERTO DE UM POEMA DE NATÁLIA CORREIA
Pusemos tanto azul nessa distância
ancorada em incerta claridade
e ficamos nas paredes do vento
a escorrer para tudo o que ele invade.
Pusemos tantas flores nas horas breves
que secam folhas nas árvores dos dedos.
E ficámos cingidos nas estátuas
a morder-nos na carne dum segredo.
Excerto de um poema de Natália Correia (O Livro dos Amantes)
ENGARRAFAMENTOS
Tráfico e engarrafamentos em Lisboa. Pedro M Cruz está a fazer um doutoramento nesta área e conseguiu visualizações espantosas. Ora vejam:
Traffic in Lisbon – emphasis on sluggish areas from Pedro M Cruz on Vimeo.
Traffic in Lisbon – emphasis on sluggish areas from Pedro M Cruz on Vimeo.
sábado, abril 10, 2010
TESOURINHO MUSICAL DE FIM DE SEMANA
http://www.youtube.com/watch?v=u8cj-lAfdgg&feature=related
Chantal Chamberland: "On the street where you live"
Chantal Chamberland: "On the street where you live"
sexta-feira, abril 09, 2010
Projecto Intimidades: Divulgação da Investigação e Solicitação de Participação
A colega Luana Cunha Ferreira está a desenvolver uma investigação e solicita a participação de todos.
A investigação de Doutoramento "Projecto Intimidades", focada na intimidade conjugal e agora apoiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), já está a decorrer!
Precisamos de casais casados (não interessa há quanto tempo) ou em união de facto (que vivam juntos há pelo menos 2 anos) e que tenham pelo menos o 9º ano.
Queremos casais de várias idades (sem limite de idade), com ou sem filhos, urbanos ou rurais, de todos os espectros políticos, altos ou baixos, magros ou gordos, etc.
Agradecemos imenso a vossa ajuda na divulgação aos vossos amigos e familiares. Mesmo que não possa/não queira participar, há sempre um amigo que tem um amigo que pode conhecer alguém que queira participar.
O contacto para participar é projectointimidades@gmail.com ou o 91 330 1540.
Mais informações sobre o estudo no site do projecto: https://sites.google.com/site/intimacyanddesire/
Obrigada!
A investigação de Doutoramento "Projecto Intimidades", focada na intimidade conjugal e agora apoiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), já está a decorrer!
Precisamos de casais casados (não interessa há quanto tempo) ou em união de facto (que vivam juntos há pelo menos 2 anos) e que tenham pelo menos o 9º ano.
Queremos casais de várias idades (sem limite de idade), com ou sem filhos, urbanos ou rurais, de todos os espectros políticos, altos ou baixos, magros ou gordos, etc.
Agradecemos imenso a vossa ajuda na divulgação aos vossos amigos e familiares. Mesmo que não possa/não queira participar, há sempre um amigo que tem um amigo que pode conhecer alguém que queira participar.
O contacto para participar é projectointimidades@gmail.com ou o 91 330 1540.
Mais informações sobre o estudo no site do projecto: https://sites.google.com/site/intimacyanddesire/
Obrigada!
domingo, abril 04, 2010
Aulas e conferências pelo YouTube
Hoje em dia podemos ver e ouvir aulas e conferências sobre os mais variados temas de elevadíssima qualidade.
Esta tarde estive ouvir uma aula de Clifford Nass, da Stanford University sobre a forma como a fala é importante na interacção com pessoas e computadores. Achei muito interessante. É uma aula longa (1h20min), mas bem interessante e na minha opinião vale a pena.
Wired for Speech: Voice Interactions with People and Computers
Esta tarde estive ouvir uma aula de Clifford Nass, da Stanford University sobre a forma como a fala é importante na interacção com pessoas e computadores. Achei muito interessante. É uma aula longa (1h20min), mas bem interessante e na minha opinião vale a pena.
Wired for Speech: Voice Interactions with People and Computers
sexta-feira, abril 02, 2010
Mobbing: o bullying nas empresas
O mobbing é um fenómeno antigo - tal como o bullying - mas que está a ser olhado por novos ângulos e progressivamente vai-se alargando a consciência das enormes implicações do seu poder destrutivo. Na minha opinião - e apesar de não estudos que a possam fundamentar - o mobbing pode ser o grande responsável pela falta de produtividade no tecido empresarial português.
De acordo com Leymann o mobbing é uma forma de terrorismo psicológico que implica uma atitude hostil e não ética praticada de forma sistemática - e não ocasional ou episódica - por parte de uma ou mais pessoas, eminentemente, no confronto com um só individuo, o qual, por causa do mobbing, acaba por se encontrar numa situação indefesa e torna-se objecto de uma serie de iniciativas vexatórias e persecutórias. Estas iniciativas ocorrem com uma certa frequência (estatisticamente: pelo menos uma vez por semana) e durante um certo período de tempo (estatisticamente: pelo menos durante 6 meses). Por causa da grande frequência e da longa duração do comportamento hostil, esta forma de mau trato provoca consideráveis sofrimentos mentais, psicossomáticos e sociais. Ver The Mobbing Encyclopaedia.
As consequências do mobbing a longo prazo são profundamente prejudiciais para a integridade e bem-estar psicológica da pessoa podendo, inclusivamente, originar descompensações e desorganizações psicopatologicas de difícil recuperação. As vitimas de mobbing são muitas vezes - mas não sempre - pessoas psiquicamente frágeis, com perturbações depressivas, fóbicas e ansiosas latentes ou em estados iniciais que são fracamente agravadas pela exposição ao mobbing.
A pessoa vitima de mobbing ou mobizado é frequentemente uma pessoa que mostra falta de confiança em si próprio, desvaloriza-se sistematicamente, é desadaptado ao ambiente laboral e insuficientemente integrado. Por iniciativa própria, mesmo quando é evidente que não cometeu erros ou que não foi culpado de nada, assume para si e para os outros o erro de tudo e convence-se com facilidade que se engana sempre e que erra em tudo. As pessoas que por mérito próprio ou com qualidades pessoais e profissionais muito evidentes também podem ser vitimas de mobbing estimulado pelo ciume e pela inveja dos colegas.
Encontrei um artigo muito interessante de um advogado português - Messias Carvalho - e aconselho a sua leitura a todos os interessados neste assunto. http://www.ctoc.pt/downloads/files/1155034857_40a49.pdf
quinta-feira, abril 01, 2010
VII Conferência PSICOLOGIA NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
LOCAL
Auditório GlaxoSmithKline
Rua Dr. António Loureiro Borges, 3
Arquiparque - Miraflores
1495-131 Lisboa
SECRETARIADO
Ana Paula Sousa / Margarida Alvadia
VII Conferência PCSP
Departamento de Formação Permanente
Rua Jardim do Tabaco, 34 | 1149-041 Lisboa
Tel.: 218 811 785 | Fax: 218 860 954
e-mail: dfp@ispa.pt | www.ispa.pt
quarta-feira, março 31, 2010
2 º ENCONTRO DA AP
Nas palavras de Coimbra de Matos, Presidente da Direcção da AP, "Desenvolvimento e Depressão" interroga a depressão como factor de atraso, suspensão ou regressão do desenvolvimento e o trabalho de compreensão e resolução da depressão como catalizador da retoma e sustentação do desenvolvimento; vale dizer, indaga da passagem do círculo vicioso da inibição e retracção para o círculo virtuoso da realização e expansão, nos planos individual e colectivo. Do debate, entretanto aberto, esperam-se mais e melhores perguntas.
A AP é uma associação sem fins lucrativos que tem como principais objectivos a divulgação científica e técnica da Psicanálise, a promoção da investigação e a formação em Psicanálise e em Psicoterapia Psicanalítica, a realização de cursos teóricos e práticos, seminários, colóquios e congressos, assim como a prestação de serviços à comunidade nestas áreas.
A AP é uma associação sem fins lucrativos que tem como principais objectivos a divulgação científica e técnica da Psicanálise, a promoção da investigação e a formação em Psicanálise e em Psicoterapia Psicanalítica, a realização de cursos teóricos e práticos, seminários, colóquios e congressos, assim como a prestação de serviços à comunidade nestas áreas.
terça-feira, março 30, 2010
MAIS BUNKERS E BLOQUEIOS
Mãozinha amiga (outra) fez-me chegar estas duas fotografias de bunkers já domados, grafitizados, abonecados.
Não deixam de ser bunkers da segunda guerra, parte da muralha do Atlântico que Hitler mandou construir na costa atlântica da Europa. Ponham os olhos neles. São a nossa vergonha. Enfeitados ou não. Foi há 70 anos.
Não evitaram o desmbarque dos Aliados, como hitler esperava, mas morreram milhões de pessoas.
A "Europa" é uma construção recente - muito frágil. Tenhamos cuidado com ela, é o que eu desejo.
Não deixam de ser bunkers da segunda guerra, parte da muralha do Atlântico que Hitler mandou construir na costa atlântica da Europa. Ponham os olhos neles. São a nossa vergonha. Enfeitados ou não. Foi há 70 anos.
Não evitaram o desmbarque dos Aliados, como hitler esperava, mas morreram milhões de pessoas.
A "Europa" é uma construção recente - muito frágil. Tenhamos cuidado com ela, é o que eu desejo.
segunda-feira, março 29, 2010
domingo, março 28, 2010
Amanhã nas Caldas da Rainha - Jornadas da Saúde Mental
segunda-feira, março 22, 2010
ser psicanalista..
Encontrei este vídeo no site do British Institute of Psychoanalysis.
Vale a pena ver!
http://www.psychoanalysis.org.uk/audiovisualgenerations.htm
Vale a pena ver!
http://www.psychoanalysis.org.uk/audiovisualgenerations.htm
domingo, março 21, 2010
BlOQUEIOS E DEPRESSÃO
Alguém sabe o que é isto? Pois a costa da Normandia tem várias destas horríveis construções, que levaram até Paul Virilio a escrever um livro com fotografias
(ver em: http://www.infoamerica.org/teoria/virilio1.htm)
Os nazis, quando ocuparam França, construiram ao longo da costa aquilo a que chamavam a Muralha do Atlântico. São de cimento e fazem na paisagem uma mancha sinistra. Convinha que não esquêcessemos por que estão ali. O bunker onde eu andei, às escuras (são obviamente construções abandonadas), era concêntrico e assustador. Claustróbico. Não ponho uma fotografia tirada por mim porque esta do Paul Virilio é muito melhor.
A depressão, especialmente se agravada e melancólica, é como um bunker. Nada lá penetra, nem a luz do dia. As memórias são pesadas e enchem o espaço inteiro. Não há futuro, só há passado.
Toda a energia vital retirou-se para dentro do indivíduo e é posta ao serviço da auto-recriminação constante. Os outros deixam praticamente de existir. A pessoa está fortificada dentro do bunker. Julga ela. Também Hitler pensou que a muralha do Atlântico evitaria o desembarque dos Aliados.
A melancolia pode ser muito grave e levar até ao suicídio. Por outro lado, tem gozado ao longo dos séculos de uma certa aura de criatividade. Já Aristóteles falava disso.
Alguns dizem que as pessoas melancólicas têm dentro delas um ideal tão forte que o seu ego nunca consegue atingir essa perfeição e castiga-se constantemente por essa razão.
A questão é: como podemos acalentar dentro de nós um ideal tão forte, tão omnipotente e tão tirânico que nos leva a rastejar sempre que imaginamos que não estamos a corresponder às suas exigências? Pensem nisso e no extaordinário poder que demos a alguém ou a alguma coisa. Como é possível?
quinta-feira, março 18, 2010
quarta-feira, março 17, 2010
Curso de Introdução ao Pensamento Crítico Contemporâneo em Lisboa
Curso de Introdução ao Pensamento Crítico Contemporâneo
“Estética e Política”
Organização: UNIPOP (www.u-ni-pop.blogspot.com)/ Fábrica Braço de Prata
Inscrições, no valor de 25 €, através de pccestetica@gmail.com
Preço por sessão: 5 € (mediante disponibilidade de lugares)
De 10 de Abril a 05 de Junho de 2010
Aos sábados, das 18h00 às 20h00
Na Fábrica Braço de Prata
Rua da Fábrica do Material de Guerra, n.º 1
1950 LISBOA
Entre política e estética, há uma longa história de mútuas suspeitas, denúncias e incompreensões, que têm coexistido com uma intensa e fértil, ainda que por vezes clandestina, interdependência. Tomamos a ambivalência que marca esta relação como testemunho de um terreno comum que importa revisitar, longe das caricaturas habituais, mas igualmente sem elidir as tensões que o constituem. O espaço para que esta discussão seja pensável de forma simultaneamente esclarecedora e crítica permanece em construção: o objectivo primordial deste curso é, por isso mesmo, o de contribuir para a sua criação, visibilidade e alargamento.
PROGRAMA
10 de Abril
Apresentação do curso por Manuel Deniz Silva e Miguel Cardoso
Kant por Adriana Veríssimo Serrão
17 de Abril
Hegel por Miguel Cardoso
Marx por José Bragança de Miranda
24 de Abril
Nietzsche por Nuno Nabais
Freud por João Peneda
8 de Maio
Oficina de leitura:
“O inconsciente político do sublime. Em torno de Lyotard e Rancière”
Orientação: Manuel Deniz Silva
15 de Maio
Walter Benjamin por Pedro Boléo
Theodor W. Adorno por João Pedro Cachopo
22 de Maio
Gilles Deleuze por Catarina Pombo
Guy Debord por Ricardo Noronha
29 de Maio
Jacques Rancière por Vanessa Brito
Giorgio Agamben por António Guerreiro
05 de Junho
Debate de encerramento: “Estética e Política”
Silvina Rodrigues Lopes
Manuel Gusmão
Mário Vieira de Carvalho
Apresentação do Curso de Introdução ao Pensamento Crítico Contemporâneo: “Estética e Política”:
Entre política e estética, há uma longa história de mútuas suspeitas, denúncias e incompreensões, que têm coexistido com uma intensa e fértil, ainda que por vezes clandestina, interdependência. Tomamos a ambivalência que marca esta relação como testemunho de um terreno comum que importa revisitar, longe das caricaturas habituais, mas igualmente sem elidir as tensões que o constituem.
O espaço para que esta discussão seja pensável de forma simultaneamente esclarecedora e crítica permanece em construção: o objectivo primordial deste curso é, por isso mesmo, o de contribuir para a sua criação, visibilidade e alargamento. Tal trabalho preparatório implica reinscrever a estética na trajectória da nossa modernidade histórica e filosófica, com todas as contradições que isso acarreta, perceber o quanto as categorias políticas que marcam a nossa contemporaneidade devem a conceptualizações estéticas, bem como submeter o campo estético a uma análise crítica, confrontando-o com as suas exclusões e ângulos cegos.
Partimos para estas interrogações com a premissa de que a sociedade em que vivemos é atravessada por divisões e conflitos a que o estético não é imune, mas a que também não pode ser reduzido. Isto implica uma dupla rejeição: da inflação do potencial crítico da obra de arte, assente na ideia de que o estético é por si só emancipador, por um lado; e, por outro, da redução do estético ao ideológico e do recurso à sua explicação sociológica que neutraliza o seu potencial crítico.
De um ponto de vista político, a estética tem sido simultaneamente subestimada e sobrestimada. Sendo plural, contraditória – e inseparável das práticas artísticas a cujo perímetro, porém, não se restringe –, é muitas vezes reduzida ora à apreciação de obras de arte, ora a uma forma de consumo cultural privatizada que constituiria um abrigo imune às intrusões da história, aos constrangimentos do social e à vulgaridade dos interesses. Devemos entender as razões desta cristalização, trazer à luz a forma como um certo discurso filosófico estético institui tais divisões e não meramente as reflecte, e submetê-la a uma crítica feroz.
Contudo, entender a estética a partir desta versão redutora é deixar pelo caminho muitas outras definições e, desse modo, excluir as tensões que a atravessam. O estético é também o espaço que questiona os limites e esquadrias da razão, que confronta uma visão idealista do mundo com o seu substrato material e a sua imanência sensível, que trabalha nas zonas cinzentas em que a nossa experiência e a nossa praxis são ainda órfãs de um conceito que as balize. É ainda o espaço daquilo a que Rancière chamou a ‘partilha do sensível’, ou seja, da ordem que estrutura a nossa inclusão e exclusão num mundo comum, os modos de percepção, os lugares, os limites e os horizontes da nossa visibilidade e participação nele. O espaço, em suma, da nossa mundanidade.
Porque compreender o presente implica perceber a sua densidade histórica, propomos, na primeira parte do curso, um percurso arqueológico através de Kant, Hegel e Marx, Freud e Nietzsche. Partir destas figuras permitirá mapear a emergência de uma campo de reflexão sobre o estético, reconfigurar criticamente a própria noção de estética, bem como procurar pontos de contacto entre o estético e o político em lugares menos habituais. Destes autores emergirá uma constelação de problemáticas que têm estado na base de importantes debates contemporâneas. Pretendemos interrogá-los enveredando, na segunda parte do curso, pelos pensamentos de Benjamin e Adorno, Debord e Deleuze, Agamben e Rancière.
“Estética e Política”
Organização: UNIPOP (www.u-ni-pop.blogspot.com)/ Fábrica Braço de Prata
Inscrições, no valor de 25 €, através de pccestetica@gmail.com
Preço por sessão: 5 € (mediante disponibilidade de lugares)
De 10 de Abril a 05 de Junho de 2010
Aos sábados, das 18h00 às 20h00
Na Fábrica Braço de Prata
Rua da Fábrica do Material de Guerra, n.º 1
1950 LISBOA
Entre política e estética, há uma longa história de mútuas suspeitas, denúncias e incompreensões, que têm coexistido com uma intensa e fértil, ainda que por vezes clandestina, interdependência. Tomamos a ambivalência que marca esta relação como testemunho de um terreno comum que importa revisitar, longe das caricaturas habituais, mas igualmente sem elidir as tensões que o constituem. O espaço para que esta discussão seja pensável de forma simultaneamente esclarecedora e crítica permanece em construção: o objectivo primordial deste curso é, por isso mesmo, o de contribuir para a sua criação, visibilidade e alargamento.
PROGRAMA
10 de Abril
Apresentação do curso por Manuel Deniz Silva e Miguel Cardoso
Kant por Adriana Veríssimo Serrão
17 de Abril
Hegel por Miguel Cardoso
Marx por José Bragança de Miranda
24 de Abril
Nietzsche por Nuno Nabais
Freud por João Peneda
8 de Maio
Oficina de leitura:
“O inconsciente político do sublime. Em torno de Lyotard e Rancière”
Orientação: Manuel Deniz Silva
15 de Maio
Walter Benjamin por Pedro Boléo
Theodor W. Adorno por João Pedro Cachopo
22 de Maio
Gilles Deleuze por Catarina Pombo
Guy Debord por Ricardo Noronha
29 de Maio
Jacques Rancière por Vanessa Brito
Giorgio Agamben por António Guerreiro
05 de Junho
Debate de encerramento: “Estética e Política”
Silvina Rodrigues Lopes
Manuel Gusmão
Mário Vieira de Carvalho
Apresentação do Curso de Introdução ao Pensamento Crítico Contemporâneo: “Estética e Política”:
Entre política e estética, há uma longa história de mútuas suspeitas, denúncias e incompreensões, que têm coexistido com uma intensa e fértil, ainda que por vezes clandestina, interdependência. Tomamos a ambivalência que marca esta relação como testemunho de um terreno comum que importa revisitar, longe das caricaturas habituais, mas igualmente sem elidir as tensões que o constituem.
O espaço para que esta discussão seja pensável de forma simultaneamente esclarecedora e crítica permanece em construção: o objectivo primordial deste curso é, por isso mesmo, o de contribuir para a sua criação, visibilidade e alargamento. Tal trabalho preparatório implica reinscrever a estética na trajectória da nossa modernidade histórica e filosófica, com todas as contradições que isso acarreta, perceber o quanto as categorias políticas que marcam a nossa contemporaneidade devem a conceptualizações estéticas, bem como submeter o campo estético a uma análise crítica, confrontando-o com as suas exclusões e ângulos cegos.
Partimos para estas interrogações com a premissa de que a sociedade em que vivemos é atravessada por divisões e conflitos a que o estético não é imune, mas a que também não pode ser reduzido. Isto implica uma dupla rejeição: da inflação do potencial crítico da obra de arte, assente na ideia de que o estético é por si só emancipador, por um lado; e, por outro, da redução do estético ao ideológico e do recurso à sua explicação sociológica que neutraliza o seu potencial crítico.
De um ponto de vista político, a estética tem sido simultaneamente subestimada e sobrestimada. Sendo plural, contraditória – e inseparável das práticas artísticas a cujo perímetro, porém, não se restringe –, é muitas vezes reduzida ora à apreciação de obras de arte, ora a uma forma de consumo cultural privatizada que constituiria um abrigo imune às intrusões da história, aos constrangimentos do social e à vulgaridade dos interesses. Devemos entender as razões desta cristalização, trazer à luz a forma como um certo discurso filosófico estético institui tais divisões e não meramente as reflecte, e submetê-la a uma crítica feroz.
Contudo, entender a estética a partir desta versão redutora é deixar pelo caminho muitas outras definições e, desse modo, excluir as tensões que a atravessam. O estético é também o espaço que questiona os limites e esquadrias da razão, que confronta uma visão idealista do mundo com o seu substrato material e a sua imanência sensível, que trabalha nas zonas cinzentas em que a nossa experiência e a nossa praxis são ainda órfãs de um conceito que as balize. É ainda o espaço daquilo a que Rancière chamou a ‘partilha do sensível’, ou seja, da ordem que estrutura a nossa inclusão e exclusão num mundo comum, os modos de percepção, os lugares, os limites e os horizontes da nossa visibilidade e participação nele. O espaço, em suma, da nossa mundanidade.
Porque compreender o presente implica perceber a sua densidade histórica, propomos, na primeira parte do curso, um percurso arqueológico através de Kant, Hegel e Marx, Freud e Nietzsche. Partir destas figuras permitirá mapear a emergência de uma campo de reflexão sobre o estético, reconfigurar criticamente a própria noção de estética, bem como procurar pontos de contacto entre o estético e o político em lugares menos habituais. Destes autores emergirá uma constelação de problemáticas que têm estado na base de importantes debates contemporâneas. Pretendemos interrogá-los enveredando, na segunda parte do curso, pelos pensamentos de Benjamin e Adorno, Debord e Deleuze, Agamben e Rancière.
Padre Rodrigues e o fim do Celibato
Achei interessante a perspectiva sóbria e personalizada que o Padre Rodrigues, entrevistado pelo jorna "I", nos revela a propósito do Celibato e outras questões mais ou menos associadas como a homosexualidade e a pedofilia.
A entrevista pode ser vista no link:
http://www.ionline.pt/conteudo/51474-padre-rodrigues-o-celibato-imposto-pela-igreja-acaba-ser-uma-medida-antinatural
A entrevista pode ser vista no link:
http://www.ionline.pt/conteudo/51474-padre-rodrigues-o-celibato-imposto-pela-igreja-acaba-ser-uma-medida-antinatural
domingo, março 14, 2010
INSINCERIDADE (Vasco Graça-Moura)
Insinceridade
quis-nos aos dois enlaçados
meu amor ao lusco-fusco
mas sem saber o que busco:
há poentes desolados
e o vento às vezes é brusco
nem o cheiro a maresia (foto: CP)
a rebate nas marés
na costa de lés a lés
mais tempo nos duraria
do que a espuma a nossos pés
a vida no sol-poente
fica assim num triste enleio
entre melindre e receio
de que a sombra se acrescente
e nós perdidos no meio
sem perdão e sem disfarce,
sem deixar uma pegada
por sobre a areia molhada,
a ver o dia apagar-se
e a noite feita de nada
por isso afinal não quero
ir contigo ao lusco-fusco,
meu amor, nem é sincero
fingir eu que assim te espero,
sem saber bem o que busco.
Vasco Graça Moura, in Antologia dos Sessenta Anos
sábado, março 13, 2010
Reportagem sobre Bullying - a ver
http://ww1.rtp.pt/blogs/programas/linhadafrente/?k=1-parte-do-Linha-da-Frente-de-2010-03-11.rtp&post=7011
quinta-feira, março 11, 2010
Continuar de olhos fechados...
“Pedro Frazão, psicólogo e membro da Sociedade Portuguesa de Suicidologia, alertou ontem para a necessidade de articulação entre os serviços dos ministérios da Educação e da Saúde, no sentido de promover um plano de intervenção junto de alunos, professores e funcionários da escola de Mirandela que era frequentada por Leandro, o menino que há uma semana se encontra desaparecido nas águas do Tua.”
In Publico 11/03/2010
http://www.publico.pt/Sociedade/apoio-psicologico-a-colegas-de-leandro-na-escola-de-mirandela-considerado-urgente_1426547
In Publico 11/03/2010
http://www.publico.pt/Sociedade/apoio-psicologico-a-colegas-de-leandro-na-escola-de-mirandela-considerado-urgente_1426547
segunda-feira, março 08, 2010
Poema do século XX - Fernando Pessoa
Por falar no amor lembrei-me da primeira parte de um dos meus poemas preferidos que pode ser relacionada com a auto-compaixão (ou amor próprio), a verdade e o sofrimento humano:
A criança que fui chora na estrada.
Deixei-a ali quando vim ser quem sou;
Mas hoje, vendo que o que sou é nada,
Quero ir buscar quem fui onde ficou.
(...)
A criança que fui chora na estrada.
Deixei-a ali quando vim ser quem sou;
Mas hoje, vendo que o que sou é nada,
Quero ir buscar quem fui onde ficou.
(...)
sábado, março 06, 2010
POEMA DO SEC XVII: Marbeuf
ET LA MER ET L'AMOUR ONT L'AMER POUR PARTAGE
Et la mer et l'amour ont l'amer pour partage,
Et la mer est amère, et l'amour est amer,
L'on s'abîme en l'amour aussi bien qu'en la mer,
Car la mer et l'amour ne sont point sans orage.
Celui qui craint les eaux qu'il demeure au rivage,
Celui qui craint les maux qu'on souffre pour aimer,
Qu'il ne se laisse pas à l'amour enflammer,
Et tous deux ils seront sans hasard de naufrage.
La mère de l'amour eut la mer pour berceau,
Le feu sort de l'amour, sa mère sort de l'eau,
Mais l'eau contre ce feu ne peut fournir des armes.
Si l'eau pouvait éteindre un brasier amoureux,
Ton amour qui me brûle est si fort douloureux,
Que j'eusse éteint son feu de la mer de mes larmes
Pierre de MARBEUF (1596-1645)
Et la mer et l'amour ont l'amer pour partage,
Et la mer est amère, et l'amour est amer,
L'on s'abîme en l'amour aussi bien qu'en la mer,
Car la mer et l'amour ne sont point sans orage.
Celui qui craint les eaux qu'il demeure au rivage,
Celui qui craint les maux qu'on souffre pour aimer,
Qu'il ne se laisse pas à l'amour enflammer,
Et tous deux ils seront sans hasard de naufrage.
La mère de l'amour eut la mer pour berceau,
Le feu sort de l'amour, sa mère sort de l'eau,
Mais l'eau contre ce feu ne peut fournir des armes.
Si l'eau pouvait éteindre un brasier amoureux,
Ton amour qui me brûle est si fort douloureux,
Que j'eusse éteint son feu de la mer de mes larmes
Pierre de MARBEUF (1596-1645)
quarta-feira, março 03, 2010
O AMOR (Eugénio de Andrade)
Estou a amar-te como o frio
corta os lábios.
A arrancar a raiz
ao mais diminuto dos rios.
A inundar-te de facas,
de saliva esperma lume.
Estou a rodear de agulhas
a boca mais vulnerável
A marcar sobre os teus flancos
o itinerário da espuma
Assim é o amor: mortal e navegável.
Eugénio de Andrade ("Obscuro Domínio")
domingo, fevereiro 28, 2010
POESIA: "TERNURA"
As nossas vidas estão uma chatice. É a crise, quando não mesmo o desemprego, a falta de perspectivas para o futuro, a sensação de que estamos a ser mal governados e que vamos acabar, como país, numa espécie de pobreza envergonhada, sem saída. País de velhos de onde os jovens com mais competências e/ou mais coragem já emigraram.
Estamos com falta de imaginação, de criatividade, de gosto pela vida. Ensimesmados, carregamos um fardo de séculos aos ombros, e já não há lugar para o prazer, para o gozo, para o lúdico, para a originalidade. Para a alegria de viver.
A poesia é, de certo modo, uma panaceia. Eu sei. Não é ela que nos irá assegurar a redução do défice, ou evitar a diminuição (fatal) do poder de compra. Mas a poesia permite-nos ver, no meio da desesperança, que é possível a vida, e a palavra que também faz a vida. E que os amantes são eternos.
Assim, decidi começar a publicar aqui os meus poemas preferidos, em português. No blog em inglês (http://lisboncpc.blogspot.com) encontrarão os meus poetas anglo-saxónicos preferidos.E começo hoje com um poema de David Mourão-Ferreira, um grande, enorme, poeta que eu ainda conheci pessoalmente e que sabia do que falava.
Ternura
Desvio dos teus ombros o lençol,
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do sol,
quando depois do sol não vem mais nada...
Olho a roupa no chão: que tempestade!
Há restos de ternura pelo meio,
como vultos perdidos na cidade
onde uma tempestade sobreveio...
Começas a vestir-te, lentamente,
e é ternura também que vou vestindo,
para enfrentar lá fora aquela gente
que da nossa ternura anda sorrindo...
Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós!
David Mourão-Ferreira, in Infinito Pessoal
(Fonte: citador.pt)
Estamos com falta de imaginação, de criatividade, de gosto pela vida. Ensimesmados, carregamos um fardo de séculos aos ombros, e já não há lugar para o prazer, para o gozo, para o lúdico, para a originalidade. Para a alegria de viver.
A poesia é, de certo modo, uma panaceia. Eu sei. Não é ela que nos irá assegurar a redução do défice, ou evitar a diminuição (fatal) do poder de compra. Mas a poesia permite-nos ver, no meio da desesperança, que é possível a vida, e a palavra que também faz a vida. E que os amantes são eternos.
Assim, decidi começar a publicar aqui os meus poemas preferidos, em português. No blog em inglês (http://lisboncpc.blogspot.com) encontrarão os meus poetas anglo-saxónicos preferidos.E começo hoje com um poema de David Mourão-Ferreira, um grande, enorme, poeta que eu ainda conheci pessoalmente e que sabia do que falava.
Ternura
Desvio dos teus ombros o lençol,
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do sol,
quando depois do sol não vem mais nada...
Olho a roupa no chão: que tempestade!
Há restos de ternura pelo meio,
como vultos perdidos na cidade
onde uma tempestade sobreveio...
Começas a vestir-te, lentamente,
e é ternura também que vou vestindo,
para enfrentar lá fora aquela gente
que da nossa ternura anda sorrindo...
Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós!
David Mourão-Ferreira, in Infinito Pessoal
(Fonte: citador.pt)
sábado, fevereiro 27, 2010
Reforma
Governo quer subir idade da reforma para os 67 anos diz o Diário Digital
O Governo garante que não vai mexer na idade das reformas durante os próximos três anos diz o Correio da Manhã.
Apesar de não conseguir perceber o que irá acontecer, esta questão levantou-me uma outra.
A idade da reforma é avaliada segundo anos de trabalho, mas, há quem trabalhe durante 40 ou 50 a realizar 40 horas semanais. E há quem trabalhe os mesmos anos a realizar 50/60 horas semanais. Nestes casos e considerando 40 anos de trabalho, as 10 horas semanais de diferença passam a fazer mesmo muita diferença.
Nestes casos as coisas não deveriam ser diferentes?
Quem trabalha 10/12 horas por dia chega aos 65/67 anos de idade nas mesmas condições que alguém que trabalhou a um ritmo de 8h/dia ao longo da vida?
Sei que existem condições diferenciadas para alguns profissionais (quem trabalhou por turnos ou para quem tem profissões de risco) mas, e as horas de trabalho?
O Governo garante que não vai mexer na idade das reformas durante os próximos três anos diz o Correio da Manhã.
Apesar de não conseguir perceber o que irá acontecer, esta questão levantou-me uma outra.
A idade da reforma é avaliada segundo anos de trabalho, mas, há quem trabalhe durante 40 ou 50 a realizar 40 horas semanais. E há quem trabalhe os mesmos anos a realizar 50/60 horas semanais. Nestes casos e considerando 40 anos de trabalho, as 10 horas semanais de diferença passam a fazer mesmo muita diferença.
Nestes casos as coisas não deveriam ser diferentes?
Quem trabalha 10/12 horas por dia chega aos 65/67 anos de idade nas mesmas condições que alguém que trabalhou a um ritmo de 8h/dia ao longo da vida?
Sei que existem condições diferenciadas para alguns profissionais (quem trabalhou por turnos ou para quem tem profissões de risco) mas, e as horas de trabalho?
terça-feira, fevereiro 23, 2010
CONGO: O MATADOURO
Há regiões do mundo que parecem, misteriosamente, não atrair as atenções dos media. Como se estivessem por detrás de uma pesada cortina de silêncio, enquanto pela calada se vão cometendo as maiores, quase indizíveis, atrocidades.
Nicholas Kristoff, que escreve para o New York Times e para o i, é uma excepção. Os relatos que ele nos faz sobre o Congo são horríveis: milícias que cortam carne das vítimas ainda vivas e as obriga, a comê-la. Meninas repetidamente violadas ao longo de meses, anos, por bandos de homens, cujos orgãos internos ficam completamente destruídos. Pessoas esventradas diante da família. E fico-me por aqui.
Esta guerra no Congo já ceifou, em 10 anos, quase sete milhões de vida.
Causas: são muitas e complexas, mas passam certamente pela posse do minério, pelos ódios étnicos, pelas questões nos países vizinhos, como é o caso do Ruanda, que de algum modo também exportou esta guerra.
De que mais será capaz o homem? Lemos e pasmamos perante tais níveis de crueldade.
Que fazer?
Nicholas Kristoff, que escreve para o New York Times e para o i, é uma excepção. Os relatos que ele nos faz sobre o Congo são horríveis: milícias que cortam carne das vítimas ainda vivas e as obriga, a comê-la. Meninas repetidamente violadas ao longo de meses, anos, por bandos de homens, cujos orgãos internos ficam completamente destruídos. Pessoas esventradas diante da família. E fico-me por aqui.
Esta guerra no Congo já ceifou, em 10 anos, quase sete milhões de vida.
Causas: são muitas e complexas, mas passam certamente pela posse do minério, pelos ódios étnicos, pelas questões nos países vizinhos, como é o caso do Ruanda, que de algum modo também exportou esta guerra.
De que mais será capaz o homem? Lemos e pasmamos perante tais níveis de crueldade.
Que fazer?
domingo, fevereiro 21, 2010
Leitura Interessante!
Cada Vez mais os formatos dos livros estão a mudar!
Com as novas tecnologias os autores estão a conseguir difundir mais facilmente os seus trabalhos, mas isto não quer dizer que consigam mais facilmente recompensas financeiras.
Como exemplo disto deixo em baixo um livro escrito sob a forma de blog:
Espero que apreciem!
Isabel é a serialização em blog de um romance de linguagem bem escolhida mas não erudita e conta a história de Vicente Vaz, um jovem idealista professor de Francês que acabou de ser pai. Vicente está dividido entre as suas obrigações de pai, de professor, de marido num casamento infeliz e as mágoas de um amor passado revividas através de um livro de um autor misterioso ao qual ele tem uma ligação inexplicável…
Para ler este romance do princípio, por favor comecem em http://vicentevaz.blogspot.com/2008/10/captulo-i-parte-1-renascimento.html e continuem através do arquivo do blog (http://vicentevaz.blogspot.com/).
Para ler este romance do princípio, por favor comecem em http://vicentevaz.blogspot.com/2008/10/captulo-i-parte-1-renascimento.html e continuem através do arquivo do blog (http://vicentevaz.blogspot.com/).
VOANDO SOBRE AS ONDAS A CAMINHO DA VITÓRIA
O veleiro de regata, o BMW Oracle, voando sobre sobre as ondas, na Taça da América, que decorreu em Valência.
A vela deste barco tem menos dois metros do que a ponte 25 de Abril!
Vale apena googlar o barco e a regata - as imagens são lindíssimas e distraem-nos um pouco das desgraças que por cá vão sucedendo. A mais recente tragédia na Madeira faz-nos pensar como somos (ainda?) frágeis perante as forças da natureza.
O poder da comida - obsidade infantil
O chefe Jamie Oliver's apresenta uma comunicação nos Ted Talks chamando a atenção do público para o perigo de estarmos na terceira geração (em Portugal penso que devemos estar na segunda ou até mesmo ainda na primeira) em que as crianças não aprendem a cozinhar em casa com a sua família. As crianças não desenvolvam as competências mínimas de cozinha e tornam-se adultos incapazes de cozinhar os pratos mais simples e transmitem essa ignorância aos seus próprios filhos.
Incapazes de cozinhar as famílias viram-se cada vez mais para a comida de plástico, gerando um problema de saúde publica de enorme gravidade (obesidade, doenças coronárias, etc.) e com custos sociais (financeiros e não só) de proporções gigantescas e que tende a aumentar a cada ano que passa.
Jamie apela a que se ensine a cozinhar na escolaridade obrigatória. Diz ele: "Nenhuma criança deveria de sair da escola sem saber cozinhar pelo menos 10 pratos elementares".
Um apelo e um ponto de vista que vale a pena ouvir e ver.
Incapazes de cozinhar as famílias viram-se cada vez mais para a comida de plástico, gerando um problema de saúde publica de enorme gravidade (obesidade, doenças coronárias, etc.) e com custos sociais (financeiros e não só) de proporções gigantescas e que tende a aumentar a cada ano que passa.
Jamie apela a que se ensine a cozinhar na escolaridade obrigatória. Diz ele: "Nenhuma criança deveria de sair da escola sem saber cozinhar pelo menos 10 pratos elementares".
Um apelo e um ponto de vista que vale a pena ouvir e ver.
sexta-feira, fevereiro 19, 2010
Ciclo de Psicoterapia regressa à Almedina do Atrium Saldanha
Ciclo de Psicoterapia regressa à Almedina do Atrium Saldanha no dia 22, segunda-feira , pelas 19:00 horas
Na próxima segunda-feira, dia 22 de Fevereiro, pelas 19:00 horas, regressa à livraria Almedina do Atrium Saldanha, o ciclo de PSICOTERAPIA que durante cinco sessões abordará algumas das principais correntes da Psicoterapia contemporânea, com especialistas que mostrarão a sua visão e as suas experiências.
Com moderação do Dr. Thomas Riepenhausen, a primeira sessão será dedicada ao tema «Comportamentalista», com a presença do Dr. Afonso de Albuquerque (Psiquiatra, ex-director do Serviço de Psicoterapia Comportamental do Hospital Júlio de Matos) e da Dra. Catarina Soares (Psicóloga clínica, directora do Serviço de Psicoterapia Comportamental do Hospital Júlio de Matos).
quarta-feira, fevereiro 17, 2010
O "Não" é necessário, mas o Amor essencial.
Foi aqui colocado um post sobre a necessidade do "Não" na educação das crianças. Concordo totalmente, mas (inspirada num texto* de Coimbra de Matos) acrescento. O "Não" é necessário mas o Amor é o fundamental.
Como diz o autor:
"(...) tudo começa e se mantém pelo amor - incondicional e não cobrador - dos pais/educadores para os filhos/discípulos; desde o nascimento ao fim da adolescência. Pensar o contrário é não reconhecer os direitos da infância. Mais nada.
Continuar a insistir nas obrigações das crianças mais não é do que alimentar a tirania dos adultos.
Queremos um mundo de pessoas que cresceram com amor e em razão do amor; e não um mundo de pessoas (não-pessoas) que medraram sob o medo e pela pressão da culpa. Só assim teremos um mundo onde vale a pena viver.
À velha recomendação que «de pequenino se torce o pepino» deve substituir-se o lema de que «para crescer é preciso envolver». Como diz Francine Ferland (...) «Nunca amamos excessivamente uma criança»."
Dizer "Não" é conter e proteger através dos limites. "Não", não significa tirania, controlo e sobretudo não significa privação de qualquer espécie, muito menos de Amor.
*in "Vária: Existo porque fui amado" António Coimbra de Matos - 2007.
Como diz o autor:
"(...) tudo começa e se mantém pelo amor - incondicional e não cobrador - dos pais/educadores para os filhos/discípulos; desde o nascimento ao fim da adolescência. Pensar o contrário é não reconhecer os direitos da infância. Mais nada.
Continuar a insistir nas obrigações das crianças mais não é do que alimentar a tirania dos adultos.
Queremos um mundo de pessoas que cresceram com amor e em razão do amor; e não um mundo de pessoas (não-pessoas) que medraram sob o medo e pela pressão da culpa. Só assim teremos um mundo onde vale a pena viver.
À velha recomendação que «de pequenino se torce o pepino» deve substituir-se o lema de que «para crescer é preciso envolver». Como diz Francine Ferland (...) «Nunca amamos excessivamente uma criança»."
Dizer "Não" é conter e proteger através dos limites. "Não", não significa tirania, controlo e sobretudo não significa privação de qualquer espécie, muito menos de Amor.
*in "Vária: Existo porque fui amado" António Coimbra de Matos - 2007.
terça-feira, fevereiro 16, 2010
Crazy Like Us: The Globalization of the American Psyche
Ethan Watters é o autor deste livro, que aborda a forma como as categorias psicopatologicas oriundas e difundidas nos Estados Unidos chegaram a novos povos e culturas e onde é analisado o impacto positivo e negativo desta forma de aculturação.
From Publishers Weekly
If you thought McDonald's and strip malls were the ugliest of America's cultural exports, think again. Western ideas about mental illness-from anorexia to post-traumatic stress disorder, schizophrenia, general anxiety and clinical depression-as well as Western treatments have been sweeping the globe with alarming speed, argues journalist Watters (Urban Tribes), and are doing far more damage than Big Macs and the Gap. In this well-traveled, deeply reported book, Watters takes readers from Hong Kong to Zanzibar, to Tsunami ravaged Sri Lanka, to illustrate how distinctly American psychological disorders have played in far-off locales, and how Western treatments, from experimental, unproven drugs to talk therapy, have clashed with local customs, understandings and religions. While the book emphasizes anthropological findings at the occasional expense of medical context, and at times skitters into a broad indictment of drug companies and Western science, Watters builds a powerful case. He argues convincingly that cultural differences belie any sort of western template for diagnosing and treating mental illness, and that the rapid spread of American culture threatens our very understanding of the human mind: "We should worry about the loss of diversity in the world's differing conceptions of treatments for mental illness in the same way we worry about the loss of biodiversity in nature."
Copyright © Reed Business Information, a division of Reed Elsevier Inc. All rights reserved.
DESIGN E BEM-ESTAR
Mãozinha amiga, muito amiga, fez-me chegar esta imagem de uma clínica de psicoterapia em Tóquio, design da firma Nendo (vénia...).
Aquilo que parecem ser portas, são pinturas nas paredes (trompe l'oeil). As pessoas, terapeutas e clientes, entram e saem das salas através de portas embutidas em estantes e paredes, quase invisíveis, e que deslizam. É a inversão da noção tradicional da neutralidade fria que impera em alguns destes espaços. Devo dizer desde já que não é o caso das instalações da Psicronos na João Crisóstomo, em Lisboa, de design moderno e refinado, mas noutra linha (mais pub-style).
À at. da nossa directora clínica, que sei que gosta do bom gosto, perdoe-se-me o pleonasmo.
sexta-feira, fevereiro 12, 2010
Os emails da Ordem dos Psicólogos...
Partilho convosco o email que recebi da Ordem dos Psicólogos... tirem as vossas conclusões, façam as vossas interpretações, visões, projecções...
Quanto a mim, mais parece um email tipificado da dita "old school" da função pública (salvaguardando que nada tenho contra a função pública)... um email impessoal, e quase que proíbitivo... "por favor não nos liguem nem nos batam à porta porque estamos cheios de trabalho"! Ou seja, qualquer dúvida o site responde, ou então se nos tentar ligar... houve apenas um sinal de ocupado!!
Quanto a mim, mais parece um email tipificado da dita "old school" da função pública (salvaguardando que nada tenho contra a função pública)... um email impessoal, e quase que proíbitivo... "por favor não nos liguem nem nos batam à porta porque estamos cheios de trabalho"! Ou seja, qualquer dúvida o site responde, ou então se nos tentar ligar... houve apenas um sinal de ocupado!!
quinta-feira, fevereiro 11, 2010
O Não também ajuda a crescer
Ontem ouvi na rádio que este livro "O não também ajuda a crescer" de uma psicóloga espanhola Reys estava a ser um sucesso em Espanha.
Sobre este assunto deixo-vos umas palavras do pediatra Brazelton:
"uma criança que não é disciplinada não se sente amada. E disciplinar é ensinar uma criança a controlar-se a si própria. Este auto controlo vai permitir que a criança desenvolva sob três elementos importantes na construção da sua personalidade: auto-estima, altruísmo e a sede de conhecimento. Uma criança aprende a sentir-se bem com ela própria, a gostar de si. Depois, sentindo-se confiante, é capaz de se preocupar com os outros. Por fim essa estabilidade emocional dá-lhe inteligência e apetência para aprender. A motivação pelo conhecimento é construída com o afecto e na interacção com os pais"
terça-feira, fevereiro 09, 2010
Think before you post
Comemora-se hoje o DIA EUROPEU da INTERNET SEGURA, com o lema: Think before you post
Deixo-vos um link onde podem ter acesso a alguns conselhos:
http://www.tvciencia.pt/tvcnot/pagnot/tvcnot03.asp?codpub=22&codnot=33
É bom pensarmos nestas questões, quanto mais não seja para ensinar os nossos adolescentes a se protegerem, pois vivem na internet. É importante que se saibam defender. O bullying e o assédio sexual por intermédio das novas tecnologias está em crescendo.
Deixo-vos um link onde podem ter acesso a alguns conselhos:
http://www.tvciencia.pt/tvcnot/pagnot/tvcnot03.asp?codpub=22&codnot=33
É bom pensarmos nestas questões, quanto mais não seja para ensinar os nossos adolescentes a se protegerem, pois vivem na internet. É importante que se saibam defender. O bullying e o assédio sexual por intermédio das novas tecnologias está em crescendo.
domingo, fevereiro 07, 2010
Plataforma informática para tratamento clínico de fobias
Neste artigo do Publico - http://www.publico.pt/Ci%C3%AAncias/laboratorio-do-porto-desenvolve-plataforma-informatica-para-tratamento-clinico-de-fobias_1421445 é referido o desenvolvimento de uma plataforma informática que irá, tanto quanto percebi, simular a exposição ao vivo em determinados contextos fóbicos.
Esta plataforma poderá ser um instrumento muito útil para os colegas de cognitivo-comportamental. É sempre interessante ver as novas aplicações tecnológicas ao serviço da saúde mental.
Esta plataforma foi desenvolvida pelo Laboratório de Expressão Facial da Emoção da Universidade Fernando Pessoa. Este laboratório tem vindo a fazer um trabalho bastante interessante e inovador.
Esta plataforma poderá ser um instrumento muito útil para os colegas de cognitivo-comportamental. É sempre interessante ver as novas aplicações tecnológicas ao serviço da saúde mental.
Esta plataforma foi desenvolvida pelo Laboratório de Expressão Facial da Emoção da Universidade Fernando Pessoa. Este laboratório tem vindo a fazer um trabalho bastante interessante e inovador.
Controvérsias em relação à Ordem dos Psicólogos
Alguns colegas estão a assinar uma petição que se opõe a algumas exigências da recém-criada ordem dos psicólogos.
Leia mais em http://www.ionline.pt/conteudo/45544-psicologos-peticao-contra-inscricao-obrigatoria-na-ordem-conta-ja-com-800-assinaturas
Leia mais em http://www.ionline.pt/conteudo/45544-psicologos-peticao-contra-inscricao-obrigatoria-na-ordem-conta-ja-com-800-assinaturas
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