terça-feira, dezembro 22, 2009

POBRETES MAS ALEGRETES?

Está a decorrer neste momento na revista The Economist um debate online sobre os tempos de trabalho europeus e americanos em termos de férias e feriados.
A questão não tem nada de ocioso, sobretudo numa altura em que as dificuldades apertam e muitas sociedades (muito especialmente a portuguesa!) estão a empobrecer.
O ponto de partida é muito simples: apesar da produtividade ter aumentado mais na Europa do que nos USA, o rendimento per capita europeu permanece à volta dos 70% do dos norte-americanos.
Quem quer participar no debate? Lá porque somos portugueses não temos de ser desinteressados.

http://www.economist.com/debate/days/view/435

Dislexia



A dislexia é caracterizada por dificuldades significativas na aquisição e no uso das capacidades de escuta, de fala, de leitura, de escrita, de raciocínio ou das capacidades matemáticas.

Esta desordem intrínseca ao indivíduo, pode estar associada a uma disfunção do sistema nervoso central e pode ocorrer ao longo da vida.

Embora estas dificuldades possam ocorrer paralelamente a outras condições de incapacidade ou influências extrínsecas – tais como, diferenças culturais, ensino insuficiente ou inadequado - elas não são devidas a tais condições ou influências.

No DMS-IV, podemos destacar como critérios de diagnóstico:

- Capacidade para a leitura, escrita e cálculo (...) substancialmente abaixo do nível esperado para a idade cronológica do sujeito, quociente de inteligência e escolaridade própria para a sua idade;

- Os problemas de aprendizagem interferem significativamente com o rendimento escolar ou actividades da vida quotidiana que requerem capacidades de leitura, escrita ou cálculo;

- Em presença de um défice sensorial, as dificuldades na capacidade de cálculo são excessivas em relação às que lhe estariam habitualmente associadas.

Esta desordem origina dificuldades de aprendizagem específicas:

- Na leitura, nomeadamente no que diz respeito ao aprender os sons das letras, dividir as palavras em sons, erros e na compreensão da leitura e leitura lenta;

- Na linguagem oral, nomeadamente má interpretação da linguagem ouvida, falta de consciência dos diferentes sons nas palavras e rimas, e dificuldade na organização dos pensamentos;

- Na escrita, nomeadamente na organização das ideias, erros ortográficos e má caligrafia (forma das letras e organização espacial);

- Na matemática, nomeadamente na memorização de factos matemáticos, dificuldade na sequencialização dos passos para a resolução de problemas e transposição de dígitos em números.

Esta dificuldade em aprendizagens específicas tem impacto nas crianças e nos jovens, onde destacamos:
- Falta de controlo sobre si mesmo;
- Dificuldade de ajustamento à realidade;
- Problemas de comunicação;
- Auto-conceito e auto-estima baixos;
- Reduzida tolerância à frustração;
- Implusividade;
- Falta de avaliação crítica;
- Ausência de discermimento;
- Falta de percepção social;
- Falta de cooperação;
- Raramente antecipam as consequências dos seus comportamentos.

Esta desordem pode ter como consequências reações interiorizadas na criança e nos jovens, como a ansiedade, o evitamento do trabalho escolar, timidez e/ou vitimização, doenças psicossomáticas, recusa em ir à escola e baixa auto-estima.

domingo, dezembro 20, 2009

ÀS COMPRAS: MULHER OU HOMEM?

http://www.telegraph.co.uk/science/science-news/6720150/Shopping-styles-of-men-and-women-all-down-to-evolution-claim-scientists.html

O artigo é sobre as diferentes atitudes no que respeita a homens e mulheres.  Aparentemente, isso tem a ver com a evolução. Os homens iam caçar e, com alguma sorte, caçavam. As mulheres tinham que escolher com cuidado entre os alimentos disponíveis (sementes, frutas, carne, crustáceos, etc.).
Diz o Prof Kruger:"Women gained the skills of how to get the best quality food in cave man times because if they chose the wrong berry or nut it could kill".
As mulheres dedicavam-se a escolher cuidadosamente, muitas vezes na companhia das crianças. Segundo os cientistas, a razão por que as mulheres gostam de passar horas em lojas, enquanto os homens entram, compram e saem, tem a ver com o seu passado como caçadores/recolectores.

(picture: rock_leonine)

O UNIVERSO CONHECIDO



Um espantoso vídeo, da AMNH.

sábado, dezembro 19, 2009

Inscrição na Ordem dos Psicólogos aberta

Atenção a todos os colegas Psicólogos:

Já está aberta a inscrição na ordem dos psicólogos - é obrigatória!

Saiba mais em www.ordemdospsicologos.pt

MÚSICA



Como mesmo os mais distraídos devem ter notado, as relações das marcas com os consumidores estão a mudar, e muito. A publicidade tradicional (jornais, tvs, etc) está em queda desde há anos. Na internet, as coisas passam-se diferentemente.
As formas de promoção na net são certamente diferentes, ambora o chamado marketing viral seja, na forma, algo de semelhante. Mas o caso de que vos queria falar hoje envolve música e tem sobretudo a ver com a publicidade negativa, uma coisa de que as marcas fogem como diabo da cruz. Algumas delas (as mais espertalhonas) têm mesmo pessoas a monitorar o que se comenta delas nos sites, blogs e redes sociais, para tentar reparar eventuais danos à imagem. Cá em Portugal ainda não se faz. Eu, por exemplo, ando a protestar contra a fraca qualidade das boxes da Zon, que funcionam pessimamente, mas até agora ainda ninguém me deu ouvidos, apesar do CEO da Zon ser um ex-quadro da Microsoft e ter obrigação de estar mais atento. Enfim, neste país até a Microsoft amolece...
O caso de Dave Caroll foi diferente: líder de uma banda country, uma das suas melhores guitarras apareceu estralhaçada após uma viagem na United Airlines. O rapaz protestou, mas os serviços da empresa mandaram-no passear. Vai daí, ele compuseram uma música intitulada "United Breaks Guitars" que já foi vista no Youtube por milhares de pessoas. A música é óptima e a letra...bem, essa, vale a pena ouvir com atenção...
A empresa anda a tentar reparar os danos à imagem propondo a Dave uma indemnização, ele mandou-os passear.
Soubesse eu mais de música e talvez já conseguisse que a minha box gravasse...

quinta-feira, dezembro 17, 2009

DEMOCRACIA A FUNCIONAR MAL

"Esta democracia não está a funcionar bem, sobretudo porque a Justiça está muito mal".
"A imprensa livre, felizmente, tornou pública a justiça".

Estas são duas das afirmações do sociólogo António Barreto numa entrevista à jornalista Helena Garrido do Jornal de Negócios e que pode ser vista e ouvida em:



A política/democracia/cidadania é um assunto ao qual volto repetidamente porque, ao contrário do que algumas pessoas pensam, diz respeito a todos nós.
Vejam por exemplo o que se está a passar com o parlamento e com o governo neste momento. Num país à beira da falência, continuam a personalizar-se as discussões e em vez de se discutirem ideias e projectos que servissem ao país, trocam-se insultos tontos. E isto, atenção, aplica-se tanto à esquerda como à direita. O desnorte é total e fica-se com a sensação nítida de que os nossos representantes (serão mesmo nossos representantes?) se estão verdadeiramente nas tintas para os problemas importantes.
António Barrteo é uma voz sensata, séria e inteligente no triste panorama nacional. Convém ouvi-lo. E reler a entrevista que ele deu ao jornal i há há umas semanas atrás (28/11) sobre os estado em que está Portugal.
O que está a acontecer com a Grécia é muito provável que venha a contecer connosco brevemente, se não emendarmos a mão. Dificuldades no crédito, subida dos juros, aumento (ainda naior!) do desemprego, tudo isso são coisas que vão degradar radicalmente a nossa vida. Não se adivinham tempos fáceis.

quarta-feira, dezembro 16, 2009

COMO NOS TORNARMOS NO NOSSO PIOR INIMIGO


 
"Qualquer pessoa pode ser infeliz, mas tornar-se infeliz é algo que tem de ser aprendido, e para esse obectivo não bastam só alguns golpes da sorte".
Este parágrafo foi tirado do livro de Paul Watzlawick intitulado "The Situation is Hopeless But Not Serious". Escrito nos anos oitenta é um grande (pequeno em tamanho) livro perfeitamente actual. Julgo que existe uma tradução em português.
Partindo do absurdo, Watzlawick analisa questões como "por que é que alguém há-de gostar de mim?" e outras ideias fixas com que nos infernizamos a vida. Muito resumidamente, este livro é sobre como tornarmos o nosso dia a dia num inferno e aumentar as pequenas contrariedades por forma a torná-las monstruosas.
Durante muito anos professor em Palo Alto, Califórnia, Watzlawick, nascido  na Áustria em1921, morreu há três anos. Era um homem de génio.
Este livro, como os outros deste autor,  consegue o milagre de ser divertido e profundo ao mesmo tempo. Boa leitura de Natal e um bom presente também.

quarta-feira, dezembro 09, 2009

Tempo das Crianças na Creche


Sou da opinião de quanto mais pequenas são as crianças, menos tempo devem passar na creche. Pois o pouco tempo diário que resta à criança, quando está com os pais, é ocupado com tarefas diárias como o banho, a alimentação e o dormir, e pouco tempo sobra para os momentos descontraidos e para as brincadeiras que favorecem a vinculação.

A vinculação, é uma ligação emocional recíproca e doradoura entre o bebé e a figura parental, em que cada um contribui para a qualidade da relação. Assegurando, assim, as necessidades psicossociais e físicas do bebé.

Quando mais segura for a vinculação da criança ao adulto que dela cuida, mais fácil é para a criança, se tornar independente deste adulto e desenvolver boas relações com os outros.

Estudos apontam que as crianças pequenas com uma vinculação segura são mais curiosas, competentes, empáticas, resilientes e confiantes, dão-se melhor com as outras crianças e têm mais tendência para formar relações de amizade próximas. Interagem mais positivamente com os outros e são mais independentes, tendendo a ter uma auto-imagem mais positiva.

Estas vantagem continuam no período escolar, na adolêscencia.

Neste sentido, julgo fundamental valorizar os momentos familiares diáriamente, que tantas vezes ficam comprometidos pelo excesso de tempo que as crianças passam nas creches e o excesso de carga horária laboral dos pais. Não desvalorizando, claro, a importância da frequência da creche e da pré-escola para o desenvolvimento das competências cognitivas e sociais das crianças.



domingo, dezembro 06, 2009

AMIZADES



Ella Fitzgerald and Louis Armstrong.
Tesourinho musical para o fim de semana!

sábado, dezembro 05, 2009

A VIDA SEXUAL DOS ANIMAIS


Li este fim de semana na revista Visão, uma notícia espantosa. Uma empresa brasileira chamada Petsmiling estaria a comercializar cadelas insufláveis.
O objecto, que dá pelo nome de DoggieLoverDoll, tem 18 cm de altura e cor vermelha (ver fotog. junta). Proporcionaria um aumento do bem estar (tanto físico como psicológico) dos nossos cãezinhos e, dizem os seus promotores, evitaria o embaraçante roçar nas pernas das visitas a que se dedicam alguns destes animais de companhia.
Sou suspeita: tenho um adorável basset-hound, cheio de personalidade, mas que, fruto talvez da irrepreensível educação sexual que lhe proporcionámos, nunca andou a roçar por ninguém. Estive a ver o site, e a olhar com atenção para as fotografias da boneca, sob os vários ângulos. O tal canal é bem visível, mas acho a cor muito estranha e pouco apelativa (uma cadela vermelha?! Parece um jelly). E, se bem conheço a psicologia canina, outra coisa me confunde: então e o cheiro? Já não interessa? E o pêlo? Será que também os cães optaram pela moda (importada do Brasil, lá está...) da depilação total?
Enfim, como vêem, estou decepcionada com as características do objecto, que me parece demasiado funcional e pouco sensorial. Acho que não vou oferecer ao Jonas este presente pelo Natal. Quero o melhor para ele, mas... "less is more", como dizia a Elsa no seu último post sobre os presentes nesta quadra.

quinta-feira, dezembro 03, 2009

Os Presentes de Natal...

Por esta altura do ano é impossível ir a um Centro Comercial e ficar indiferente à agitação típica da época, materializada em carros e sacos cheios de presentes para o Natal. A submissão a uma prática comercial pura e dura, que não contempla crises nem admite falhas, parece dominar até o espírito mais critico e/ou céptico.

E aquilo que para as crianças é uma festa, para os pais pode muitas vezes tornar-se uma grande dor de cabeça tal a variedade existente de possibilidades à escolha. A meu ver, tal como na arquitectura, Less is more. Em vez de muitos presentes devemos optar pela qualidade pedagógica dos mesmos, e em vez da complexidade devemos optar pela simplicidade, dado ser esta que mais estimula a fantasia e a criação.

Quanto ao preço, mesmo quando a bolsa o permite, nem sempre o mais caro é melhor, pois o pior mesmo é serem as crianças a pagar o preço do excesso. É sobretudo perante a ausência que se constroi a capacidade de sonhar e é por isso que uma caixa de Legos custa menos mas pode valer mais que mil castelos...

E educar é ter os olhos postos sobretudo no amanha e não apenas no momento presente...

Síndrome de Asperger

É frequente que pais de crianças com Síndrome de Asperger cheguem aos nossos consultórios com questões muito inquietantes acerca do comportamento dos seus filhos. As dificuldades ao nível das competências sociais, na capacidade de diálogo, o interesse obsessivo por um assunto são as características principais desta síndrome e imprimem no comportamento das crianças um carácter invulgar ao olhar dos outros, sobretudo ao olhar das outras crianças, os seus pares. Sem desconsiderar a importância dos aspectos da cognição, psicomotricidade e outros, alertamos para as dificuldades vividas ao nível da socialização em contexto escolar.
Os pais referem-se muitas vezes ao isolamento das suas crianças na escola e falta de amigos genuínos. As pessoas com esta síndrome parecem não ser capazes de interpretar sinais não verbais de comunicação e são mesmo capazes de tecer comentários que, embora verdadeiros, são embaraçosos – o que, inevitavelmente, prejudica a sua adaptação social.

Lorna Wing (Burgoine e Wing, 1983) identificou como características clínicas principais da Sindrome de Asperger:
- a ausência de empatia;
- a interacção ingénua, inadequada e unilateral;
- a reduzida (ou mesmo ausente) capacidade para estabelecer amizades;
- o discurso muito formal e repetitivo;
-comunicação não verbal pobre;
- interesse constante por determinado assunto;
- a fraca coordenação motora e posturas corporais estranhas e desajeitadas.

Em crianças em idade escolar um dos sintomas mais visíveis pode ser a exclusão social, estas são crianças que habitualmente encontramos a brincar sozinhas, interessadas por actividades atípicas (pouco interessantes para crianças da mesma idade), frequentemente rotineiras e repetitivas. Este é um dado de grande importância que merece ser clarificado com os pais e com a escola, de modo a evitar as consequências da estigmatização ou o reforço do isolamento/exclusão.
Uma criança com Sindrome de Asperger é essencialmente uma criança com necessidades diferenciadas que precisam de ser acolhidas pela escola e pela família.

É determinante que as dificuldades destas crianças sejam apoiadas assim que identificadas, procurando evitar a cristalização de formas ineficazes de comportamento e interacção que são fonte de ansiedade e mal-estar para o próprio.

Mais aqui:http://www.ktree.com.pt/asperger.shtml

A DOR: SERÁ INEVITÀVEL?

 http://www.publico.clix.pt/Sociedade/medicos-e-doentes-fogem-dos-medicamentos-para-dores-intensas_1411998


Há muito tempo que tenho a convicção de que em Portugal os doentes crónicos sofrem mais do que o necessário. Esta minha convicção tem-se vindo a reforçar ao assisir impotente à dores constantes do meu pai. Interrogados os médicos, assisto sempre a um encolher de ombros, como se fosse o destino ou lá o que lhe chamam. É provável, por outro lado, que a nossa cultura católica também facilite esta resignação ao sofrimento (de preferência nos outros, claro...).
O artigo que linco acima (da passada segunda-feira, dia 30) cita depoimentos de médicos que parecem ter outra postura. Alguma coisa se estará a alterar, finalmente? Espero bem que sim. Fico também satisfeita por ver que Miguel Esteves Cardoso pega também no assunto na sua crónica do Público de hoje. Escreve ele, com o talento que o caracteriza: "A dor é uma coisa má".
Eu cá por mim tenciono levar o meu pai a um destes especialistas o mais breve possível.

STRESS QB

http://www.huffingtonpost.com/roberta-lee/10-tips-for-lowering-supe_b_378376.html

10 conselhos muito razoáveis para evitar demasiado stress. São coisassimples mas que temos tendência a esquecer no nosso dia-a-da. Gostei especialmente do conselho em relação ao chocolate!

PROCRASTINAR?

A palavra vem do latim "deixar para amanhã" mas está cada a ser mais usada em português por via do inglês.

O vídeo Procrastination, de John Kelly, explica  tudo e está muito bem feito. Divirtam-se!

http://www.swiss-miss.com/2009/11/procrastination-by-john-kelly.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+Swissmiss+%28swissmiss%29

terça-feira, dezembro 01, 2009

Pessoas estúpidas


Ouço cada vez com mais frequência pessoas a dizerem que detestam pessoas estúpidas, burras. Que detestam a falta de inteligência e a ignorância.

Na maioria das vezes, na minha opinião, esse julgamento é incorrecto. Muitas vezes é precipitado e presunçoso. É até, aliás, difícil definir a estupidez ou a burrice.
Para mim, há até alguma estupidez em presumir que nós somos inteligentes e os outros burros.

O mais provável é que o nosso interlocutor seja tão inteligente como nós.

MAIS UMA VEZ A QUESTÃO: FILHOS E/OU CARREIRA?

Há umas semanas atrás andámos a discutir o assunto, aqui  e noutros blogs. Algumas pessoas mostraram-se indignadas com o facto de algumas mulheres privilegiarem a carreira, outras os filhos. O dilema continua (e continuará), como se pode ver pelo espaço que o jornal i dedica ao assunto na sua edição de ontem e que pode ser lida online em:


http://www.ionline.pt/conteudo/35392-quanto-maior-licenca-parto-mais-dificil-e-chegar-ao-topo-da-carreira

Algumas das mulheres entrevistadas (na versão em papel) enfatizam a necessidade de avós, amas ou empregadas, sem as quais não teriam podido compatibilizar as duas coisas. Para a presidente da EDP Renováveis, a chave do sucesso está em escolher bem o marido.
Uma conclusão (estatística) ressalta do estudo levado a cabo pelo Instituto de investigação em Economia Industrial da Suécia: quanta mais longa é a liceça de maternidade, menos hipótese há de as mulheres atingirem o topo da carreira. Vejam os gráficos.

NATAL, FAMÍLIA E DEPRESSÃO

A ideia da família reunida a festejar o Natal está longe de despertar afectos consensuais, pois a forma como cada pessoa sente a sua família e a sua relação com cada um dos seus elementos, pais, irmãos, primos, etc, é única. Ora se nesta época é socialmente obrigatório que essa re-união aconteça é também psicologicamente obrigatório que a re-actualização dos conflitos latentes venha ao de cima, com tudo o que isso implica.

Zangas antigas, por vezes tanto quanto as pessoas e/ou velhos ciúmes, todos se enfeitam para a noite de Natal e ameaçam sair do armário à hora da Ceia. Seja a rivalidade com o irmão pelo lugar preferido junto do pai ou mãe, seja a tristeza pelo sentimento de falta de amor ou atenção. Não é portanto de estranhar que as vésperas sejam vividas com um misto de excitação e/ou inquietação, à medida da história de cada um.

Se a força das mágoas antigas ou o vazio de afectos dominarem a cena poderá emergir a tristeza, a depressão, o sentimento de profunda solidão, mais violenta ainda pelo sentimento de diferença e inadequação face a um mundo inteiro que festeja.

segunda-feira, novembro 30, 2009

O FIM DOS HOSPITAIS PARA CRIANÇAS?

Francisco Sarsfield Cabral analisa na sua crónica de hoje no Público a hipótese (será já decisão?) de encerrar o Hosp. de D. Estefânia e transferir todos os serviços de tratamento de crianças para um hospital geral, com adultos, em Chelas.
Escreve ele:
"Não posso qualquer qualificação profissional (...) para emitir opinião nesta matéria mas permito-me reclamar bom senso (...) O tratamento diferenciado das crianças atenua-lhes o sofrimento, como tive oportunidade de ver (...). Numa altura em que a medicina  e os hospitais, a par de enormes progressos, tendem a tornar-se frios e desumanizados, manter cuidados pediátricos autónomos num hospital especializado em crianças é um factor de humanização".
Concordo absolutamente com FSC. A desumanização nos hospitais (e não só) é crescente e repugnante, como eu própria, por infelizes circunstâncias, fui obrigada a testemunhar há poucos anos num outro grande hospital, o de Sta. Maria.  Que ao menos se protejam as nossa crianças, já que os adultos se tornaram uma espécie de carne para talhante. Dir-me-ão que o fenómeno da desumanização, se tem vindo a alastrar a outras áreas da sociedade, e não só à saúde. É verdade. Não é só entre a classe médica que encontramos indiferentes, idiotas, corruptos ou carniceiros (como também boas pessoas e bons profissionais, sem dúvida). Mas uma criança doente, é uma coisa de tal modo aflitiva, que temos de pensar se não poderemos fazer nada para  contrariar esta lamentável tendência para a desumanização. Comecemos por aí. É, como diz FSC, uma questão de cidadania. Nos Estados estão a construir-se novos hospitais pediátricos. E aqui?