O nosso trabalho, dos psicólogos clínicos e dos os técnicos que fazem da escuta ativa e da ajuda ao outro a sua atividade tem uma dureza muito própria. É uma atividade solitária em que, num certo sentido, abdicamos temporariamente de nós próprios para darmos lugar à vida mental, para acolhermos as angústias, os medos, os terrores dos outros.
Neste processo os peixes negros que entram em nós têm que ser metabolizados, transformados e devolvidos ao paciente/cliente sobre a forma de peixes coloridos, novas esperanças e perspetivas sobre a realidade. Por vezes, por excesso de trabalho ou dificuldades inerentes à nossa vida pessoal ficamos parcialmente incapazes de metabolizar e devolver os conteúdos dos nossos pacientes e nessas alturas precisamos de reforçar o nosso próprio trabalho pessoal psicoterapêutico, de solicitar ajuda a colegas para que outros nos ajudem a transformar aquilo que em nós próprios ficou negro e não transformado.
Um filme muito bonito com uma mensagem muito importante e que deveria de ser o mais divulgado possível. Uma forma excelente de comunicarmos a essência do nosso trabalho e da importância do trabalho contínuo que o psicólogo deve ter no cuidado permanente da sua própria mente e vida emocional.
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