segunda-feira, março 10, 2008
Ilustrações
Muitas vezes as imagens conseguem exprimir melhor ideias complexas do que as palavras.
Vejam o blog Ilustração sem importância - ProjectoEgoxis em http://projectoegoxis.blogspot.com/
domingo, março 09, 2008
Pode um tratamento psicanalítico melhorar a vida sexual dum paciente?
Segundo o psicanalista David Zimerman é importante esclarecer que actualmente um tratamento pelo método psicanalítico não se centra directamente na resolução de detereminado sintoma, como uma modalidade de disfunção sexual, tal como era empregue na época de Freud. É de uma forma indirecta, através da análise dos bloqueios, de conflitos emocionais e de antigas fixações inibidoras, com repercussões orgânicas (entre elas perturbações da líbido, da ereção, da potência, anorgasmia, etc) ou seja considerando a pessoa do paciente como um todo e não se limitando unicamente aos sintomas isolados que o psicoterapeuta/psicanalista vai intervir e ajudar o paciente na resolução das suas dificuldades sexuais.
"Lovers", black crayon (1908)
by Gustave Klimt
quarta-feira, março 05, 2008
5º Simpósio de Psicoterapia Existencial
PSICOTERAPIA EXISTENCIAL - Formação de Psicoterapeutas Existenciais. Psicoterapia Existencialista Sartreana. Psicoterapia, existência e espiritualidade. Interpretação e existência. Casos clínicos
DURAÇÃO
7 Horas
FORMADOES
Daniel Sousa (Psicólogo, ISPA/SPPE)
Edgar Correia (Psicólogo, Hospital Garcia de Orta/SPPE)
José A. Carvalho Teixeira (Psiquiatra, ISPA/SPPE)
Paula Ponce de Leão (Professora universitária, ISPA/SPPE)
Vítor Amorim Rodrigues (Psiquiatra, ISPA/SPPE)
Ana Coelho, Catarina Rebelo, Gabriel Henriques, Joana Lemos, Teresa Bramão e Teresa Marta (Mestrandos de Relação de Ajuda / Perspectivas da Psicoterapia Existencial / ISPA)
COORDENADOR
Prof. Dr. José A. Carvalho Teixeira
(Psiquiatra. Director do DFP/ISPA. Membro da SPPE)
CALENDARIZAÇÃO
O 5º Simpósio terá lugar no sábado 21 de Junho, das 9h00 às 13h00 e das 14h00 às 17h00
CERTIFICADO
Os participantes terão acesso a um certificado de participação no 5º Simpósio Psicoterapia Existencial.
INSCRIÇÕES
NÚMERO MÁXIMO DE FORMANDOS: 200
PROFISSIONAIS: 30€ /Sócios da SPPE - 20 euros
FINALISTAS: 20€
LOCAL
Lisboa
Sobre a Solidão, o Amor e as suas Questões…
“A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana. A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, e que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.
O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e de ferir-se, o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflecte. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o património de todos e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto da sua fria e desolada torre”.
As palavras de Vinicius de Moraes, reflectem a solidão de quem vive com uma “armadura” que impede o sentir das emoções, fechando-se sobre si próprio, aprisionado na sua “torre”, numa protecção que desprotege.
Ao reler as suas palavras, penso em como os nossos medos nos podem confundir… as “armaduras” poderão tornar-se incómodas e constrangedoras… poderão ficar muito apertadas e sufocantes… poderão agora tornar-se mais pesadas… difíceis de as despir e guardar… correremos o “risco”?
Não será o maior “risco” da existência humana a relação de amor? E não será também a que mais distorce a realidade? E haverá “risco” maior do que o de não o correr?
Não será por tudo o que nos provoca (agradável e desagradável) que, apesar de não a conseguirmos explicar, continuamos a vive-la?
Quando penso nas relações de amor, várias questões me surgem, muitas sem resposta… talvez por isso… se continua tanto a escrever sobre elas… e talvez por isso queira partilhá-las convosco… talvez saibam mais algumas do que eu…
segunda-feira, março 03, 2008
Merecedora de uma visita a Serralves
(além do Museu-Monumento que é sempre bom rever) é a exposição designada pelo comissariado de: primeira exposição antológica de um dos “mais secretos” artistas portugueses. Foi com grande surpresa que conheci Manuel Alvess, e fiquei muitíssimo bem impressionado com o seu trabalho.
Aconselho vivamente uma visita!
segunda-feira, fevereiro 25, 2008
Colóquio em Faro: A Psicanálise no Divã
No dia 8 de Março vai realizar-se o Colóquio "A Psicanálise no Divã" na Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade do Algarve.
O Colóquio é de Entrada Livre e realiza-se no Anfiteatro Azul, Campus de Gambelas.
No programa destacam-se:
António Coimbra de Matos
Frederico Pereira
Eduardo Sá
Catarina Neves
Ida Lemos
Cristina Nunes
Ainda será apresentado um ciclo de cinema em colaboração com o CINECLUBE de Faro
2ª feira, 17h, 25.02.08, SHINE, Scott Hicks (1996) Comentado por Anabela Moutinho e Nuno Encarnação
2ª feira, 17h, 03.03.08, Psycho, Alfred Hitchcock (1960) Comentado por Graça Lobo e Ana Neves
2ª feira, 17h, 10.03.08, Belle dde Jour, Luis Buñuel (1967) Comentado por Mirian Tavares e Catarina Neves
sábado, fevereiro 23, 2008
Administração do Património das Pessoas com Capacidade Diminuída
A Acção Social está a promover um Ciclo de Apontamentos sobre Saúde Mental.
A quarta sessão sobre Administração do Património das Pessoas com Capacidade Diminuída vai realizar-se no próximo dia 7 de Março, das 10 às 13 horas, no auditório do Centro de Informação Urbana de Lisboa, no Picoas Plaza, sito Rua do Viriato, nº 13, em Lisboa.
O objectivo desta iniciativa é promover o debate e a reflexão sobre as questões da Saúde Mental e a sua repercussão na qualidade de vida das pessoas e comunidade.
É de entrada livre mas sujeito a inscrição prévia.
Para mais informações ligue para 21 394 44 10/11
quarta-feira, fevereiro 20, 2008
Luanda... até ver...
Luanda. Baía de Luanda.
Por aqui amanhece cedo, muito cedo, seis horas da manhã e o sol já queima a 26 graus.
É a terceira vez que venho a Luanda e só agora tive a coragem de fazer um passeio pela baía. Luanda aos Domingos é deserta.
As poucas pessoas que se encontram na rua ou são seguranças de lojas, bancos, seguradoras... que se encontram ao longo da marginal, ou vagabundos.
Tenho dificuldade em nomear as gentes de Luanda.
É comum encontrar gente deitada no asfalto, não por se ser vagabundo, mas apenas porque apetece uma sesta, por ser um sítio comum, normal de acontecer. Dormir na rua não é condição para se ser vagabundo.
Luanda baralha-me. Luanda é, talvez bonita, mas choca-me demasiado. Dá-me pena olhá-la. Parece perdida, descaracterizada.
Luanda permanece assim em mim... até ver...
Por aqui amanhece cedo, muito cedo, seis horas da manhã e o sol já queima a 26 graus.
É a terceira vez que venho a Luanda e só agora tive a coragem de fazer um passeio pela baía. Luanda aos Domingos é deserta.
As poucas pessoas que se encontram na rua ou são seguranças de lojas, bancos, seguradoras... que se encontram ao longo da marginal, ou vagabundos.
Tenho dificuldade em nomear as gentes de Luanda.
É comum encontrar gente deitada no asfalto, não por se ser vagabundo, mas apenas porque apetece uma sesta, por ser um sítio comum, normal de acontecer. Dormir na rua não é condição para se ser vagabundo.
Luanda baralha-me. Luanda é, talvez bonita, mas choca-me demasiado. Dá-me pena olhá-la. Parece perdida, descaracterizada.
Luanda permanece assim em mim... até ver...
segunda-feira, fevereiro 18, 2008
Tarde
Era de tarde, tal como tarde era a vida que se sentia viver.
Nas paredes mapas, do que é desconhecido, sítio de medo.
Folhas de jornal cobrem de coisas que acontecem, a vida onde nada de novo acontece para ser passado.
Sucessões de futuro, como quando se atira uma pedra de uma escarpa, e ela vai, tombando, caindo, tombando, caindo, mas nunca parando num momento de escarpa que pudesse ser presente e hoje para poder ser ontem e amanhã.
Um futuro demasiado rápido numa tarde de todos os mistérios antes de ser noite, antes de todo o medo.
Folhas de jornal com vidas de outros.
Folhas brancas numa luz fria de tarde que lembra.
Que mostra tudo o que são contornos de um corpo que pouco falta para não existir.
Nas paredes mapas, do que é desconhecido, sítio de medo.
Folhas de jornal cobrem de coisas que acontecem, a vida onde nada de novo acontece para ser passado.
Sucessões de futuro, como quando se atira uma pedra de uma escarpa, e ela vai, tombando, caindo, tombando, caindo, mas nunca parando num momento de escarpa que pudesse ser presente e hoje para poder ser ontem e amanhã.
Um futuro demasiado rápido numa tarde de todos os mistérios antes de ser noite, antes de todo o medo.
Folhas de jornal com vidas de outros.
Folhas brancas numa luz fria de tarde que lembra.
Que mostra tudo o que são contornos de um corpo que pouco falta para não existir.
terça-feira, fevereiro 12, 2008
Bullying/Ciberbullying/Bullying Homofóbico
No passado domingo no programa Visão Global da Antena 1, ouvimos uma repostagem sobre Bullying, conduzida pela jornalista Andreia Brito, na qual tiveram voz diversas entidades relacionadas directamente com esta problemática, testemunhos na 1ª pessoa, investigadores, professores, assim como eu própria.
O Bullying é uma das formas de violência escolar, que corre as escolas do país de norte a sul e mobiliza, cada vez mais, a comunidade educativa na procura de soluções para as suas dificuldades. É nesse sentido que vai ser criado o Centro de Apoio à Convivência nas Escolas, uma iniciativa da Associação Nacional dos Professores em colaboração com a Universidade Lusófona, no qual trabalharão vários técnicos que irão auxiliar os professores. Também está prevista a criação de uma linha telefónica.
Mas que dificuldades se deparam os adolescentes na escola hoje em dia? Para além do Bullying Escolar, quais são as variantes deste flagelo? Começámos já a ouvir falar sobre o Ciberbullying e começam a surgir estudos que incidem sobre este tipo de violência.
Este é um tipo de violência em que as tecnologias de informação e comunicação são mobilizadas para intimidar o outro e excluí-lo do círculo de amigo, tornando-se uma violência além escola. É uma violência indirecta, pautada por um mediador, que poderá ser o computador ou um telemóvel, os quais servem para ameaçar, diminuir e humilhar a imagem do outro, quer por sms ameaçadoras, por montagens fotográficas ou pela criação de páginas virtuais falsas.
Esta é uma realidade com que os adolescentes vão-se deparando cada vez mais, pautando por uma violência indirecta, que muitas das vezes oculta o seu agressor, cria um novo perfil de abusadores e um tipo de violência pública.
Temos ainda um outro tipo de violencia que se denomina por Bullying Homofóbico. Esta é uma realidade ainda pouco tratada em Portugal, mas sobre a qual já se debruçam estudos noutros países. Este tipo de violência diz respeito a alunos que saem dos padrões de género normativos.
Muito haveria a falar sobre esta temática, mas o post ficaria muito extenso...
Oportunamente debruçar-me-ei mais um pouco a escrever sobre este tema.
O importante a reter é que existe sempre um desequilíbrio de forças entre o agressor e o agredido e que este último se sente incapaz de fazer face ao outro, infligindo-lhe sérios danos ao nível da auto-estima, que se não "tratados" a tempo conduzirão a sérios danos psicológicos
segunda-feira, fevereiro 11, 2008
Sofrimento é chave para casamento feliz, diz pesquisa
Aceitar que relacionamentos incluem sempre dor e sofrimento é a chave para um casamento feliz, segundo um estudo publicado na Revista de Terapia de Casal e de Família, nos Estados Unidos.
Os professores da Universidade do Estado da Califórnia Diane Gehart e Eric McCollum dizem que os contos de fada e histórias de amor actuais criam uma ilusão de que é possível viver um "relacionamento perfeito", o que torna ainda mais difícil lidar com os problemas do dia-a-dia.
"A nossa cultura perpetua o mito de que, com esforço suficiente, podemos atingir um estado sem sofrimento", diz a pesquisa.
"Nos Estados Unidos, o valor que é dado à atitude pró-activa e ao triunfo sobre a adversidade cria um ambiente onde o sofrimento pode ser visto como um sintoma da derrota pessoal."
Que vos parece?
quarta-feira, fevereiro 06, 2008
A Psicronos no 7.º Congresso Nacional de Psicologia da Saúde
No passado dia 31 de Janeiro a Psicronos, Clínica de Consultoria e Formação, fez-se representar no 7.º Congresso Nacional de Psicologia da Saúde que teve lugar no Porto. Apresentámos uma comunicação intitulada: "Desafios a uma Intervenção Integrada em Psicologia Clínica: Experiência de um Serviço de Saúde Privado". Neste âmbito, apresentámos os nossos serviços, a "filosofia de intervenção" na qual estes se fundam, e as apostas-chave da Psicronos nos últimos três anos.
Adiantámos ainda informações acerca de outras actividades que queremos implementar num futuro próximo e que, em nossa opinião, dão conta do forte desejo de continuidade que queremos imprimir a este Projecto. Para nós foi muito gratificante poder partilhar experiências com outros colegas (de diferentes nacionalidades), tendo aprendido imenso com os comentários que a comunicação suscitou e que foram, simultaneamente, um impulso muito positivo para o nosso trabalho.
Adiantámos ainda informações acerca de outras actividades que queremos implementar num futuro próximo e que, em nossa opinião, dão conta do forte desejo de continuidade que queremos imprimir a este Projecto. Para nós foi muito gratificante poder partilhar experiências com outros colegas (de diferentes nacionalidades), tendo aprendido imenso com os comentários que a comunicação suscitou e que foram, simultaneamente, um impulso muito positivo para o nosso trabalho.
terça-feira, fevereiro 05, 2008
Controvérsias contemporâneas acerca da Teoria, Prática e Aplicação Psicanalíticas.
A Editora Climepsi acaba de publicar um livro de Otto Kernberg que se intitula "Controvérsias contemporâneas acerca da Teoria, Prática e Aplicação Psicanalíticas" e que aborda o processo de de transformação e enriquecimento activo dos pressupostos fundamentais no qual a Psicanálise Contemporânea está envolvida, nomeadamente no que diz respeito ao desenvolvimento, à psicopatologia e ao tratamento. São apresentadas algumas dessas transformações e as controvérsias a elas associadas; a técnica psicanalítica tradicional é repensada, bem como as suas modalidades de tratamento em função do impacte causado por novas considerações sobre o desenvolvimento e a psicopatologia.
Leitura recomendada aos que se interessam pelo assunto.
sábado, fevereiro 02, 2008
Nutrição Infantil e Dinâmicas Parentais
WORKSHOP:
Nutrição Infantil (Dr.ª Solange Burri) e Dinâmicas Parentais (Dr.ª Rita Gameiro)
Data: dia 8 de Março
Horário: 14h-18h
Dirigido a: mães, pais, avós, educadoras (e outros preocupados com o bem-estar das crianças)
1. Alimentação e Nutrição Infantil
Objectivos:
Passar pouco tempo na cozinha!
Rentabilizar o orçamento doméstico!
Mais tempo para momentos em família!
Ideias culinárias para os mais pequenos!
Plano de Acção:
Aprender a comprar bem os alimentos
Preparar refeições com qualidade nutricional
Hábitos alimentares saudáveis
Esclarecer dúvidas do dia-a-dia.
Solange Burri: é Licenciada em Microbiologia, Pós-Graduada em Segurança Alimentar e Mestranda em Inovação Alimentar. Inaugurou o seu Projecto babySol em Nov/2007 que visa apoiar as mãmãs na dificil tarefa de alimentar os seus bébés.
2. Dinâmicas Parentais (transformações familiares com a chegada de um filho - uma perspectiva psicológica)
Temas de Discussão:
Ser pai/mãe o que mudou?(Vida a dois, relações familiares, sociais)
Expectativas anteriores/Realidade actual
Objectivos:
Fortalecimento da relação de casal
Estruturação de uma rede de suporte
Resolução de problemas práticos
Plano de Acção:
Discussão, esclarecimento e partilha de ideias.
Troca de experiências.
Rita Gameiro: é Psicóloga Clínica, Licenciada e Mestranda pelo ISPA.O seu trabalho na Clínica Infantil/Lisboa incide no diagnóstico e seguimento psicoterapêutico de crianças, no apoio aos pais e ligação às escolas.
Localização – Centro Evolution - Amadora
Inclui:
• Palestra em Nutrição Infantil
• Palestra em Dinâmicas Parentais
• Documentação e Certificado de Presença
• Crianças: Babysitter, Actividades e Lanchinho
• Chá & Café para os participantes
As inscrições são limitadas ao nº de vagas
Os pais poderão trazer os seus filhos.
Para mais informações contacte: mailto:ritagameiro@gmail.com
Blog: http://psicologiaritagameiro.blogspot.com/
Nutrição Infantil (Dr.ª Solange Burri) e Dinâmicas Parentais (Dr.ª Rita Gameiro)
Data: dia 8 de Março
Horário: 14h-18h
Dirigido a: mães, pais, avós, educadoras (e outros preocupados com o bem-estar das crianças)
1. Alimentação e Nutrição Infantil
Objectivos:
Passar pouco tempo na cozinha!
Rentabilizar o orçamento doméstico!
Mais tempo para momentos em família!
Ideias culinárias para os mais pequenos!
Plano de Acção:
Aprender a comprar bem os alimentos
Preparar refeições com qualidade nutricional
Hábitos alimentares saudáveis
Esclarecer dúvidas do dia-a-dia.
Solange Burri: é Licenciada em Microbiologia, Pós-Graduada em Segurança Alimentar e Mestranda em Inovação Alimentar. Inaugurou o seu Projecto babySol em Nov/2007 que visa apoiar as mãmãs na dificil tarefa de alimentar os seus bébés.
2. Dinâmicas Parentais (transformações familiares com a chegada de um filho - uma perspectiva psicológica)
Temas de Discussão:
Ser pai/mãe o que mudou?(Vida a dois, relações familiares, sociais)
Expectativas anteriores/Realidade actual
Objectivos:
Fortalecimento da relação de casal
Estruturação de uma rede de suporte
Resolução de problemas práticos
Plano de Acção:
Discussão, esclarecimento e partilha de ideias.
Troca de experiências.
Rita Gameiro: é Psicóloga Clínica, Licenciada e Mestranda pelo ISPA.O seu trabalho na Clínica Infantil/Lisboa incide no diagnóstico e seguimento psicoterapêutico de crianças, no apoio aos pais e ligação às escolas.
Localização – Centro Evolution - Amadora
Inclui:
• Palestra em Nutrição Infantil
• Palestra em Dinâmicas Parentais
• Documentação e Certificado de Presença
• Crianças: Babysitter, Actividades e Lanchinho
• Chá & Café para os participantes
As inscrições são limitadas ao nº de vagas
Os pais poderão trazer os seus filhos.
Para mais informações contacte: mailto:ritagameiro@gmail.com
Blog: http://psicologiaritagameiro.blogspot.com/
sexta-feira, fevereiro 01, 2008
Feira de Livros na Gare do Oriente
Entre os dias 31 de Janeiro e 24 de Fevereiro, das 9:30 às 23:00, dezenas de editoras portuguesas colocam à disposição milhares de títulos em fim de edição. Podem encontrar-se livros que não se encontram no mercado a preços reduzidos. Aqui fica uma sugestão de lazer para este primeiro fim de semana de Fevereiro!
A propósito de livros, queria partilhar com todos os interessados, uma verdadeira viagem ao mundo das bibliotecas que este site nos convida a fazer:
http://curiousexpeditions.org/2007/09/a_librophiliacs_love_letter_1.html#more
Vale a pena espreitar!
domingo, janeiro 27, 2008
O Olhar de Henri Cartier-Bresson
"Ele deu-lhes o seu olhar."
"Henri Cartier-Bresson ofereceu o seu olhar àqueles que fotografou, àqueles a quem fez o retrato fotográfico. Àqueles a quem tirou o retrato, espressão que devemos entender num sentido próprio e antigo, de retirar o traço, de traçar as linhas e o desenho do retrato, quer num sentido mais moderno, de impressão fotográfica: em ambos os casos, trata-se de trazer à luz do dia, trata-se de iluminar e, por consequência, de desvendar um enigma."
Jean-Luc Nancy in Um silêncio interior: os retratos de Henri Cartier-Bresson.
quarta-feira, janeiro 23, 2008
Livro "O incesto".
Saído do seminário organizado no Collège de France por Françoise Héritier, realizado em 1994, este livro da editora Pergaminho aborda a temática do incesto sob diversos pontos de vista assentes em experiências díspares: a clínica, a jurídica e a antropológica, dando ênfase aos desgastes psicológicos que o mesmo acarreta.
Françoise Héritier, antropóloga africanista; Aldo Naouri, pediatra; Boris Cyrulnik, étologo neuropsiquiatra; Dominique Vrignaud, juíza de menores e Margarita Xanthakou, etnóloga prestam as suas contribuições a esta obra.
Leitura recomendada.
domingo, janeiro 13, 2008
A PROPÓSITO DA NEUROCIÊNCIA
Freud manifestou várias vezes a esperança de que a neurociência viesse, no futuro, confirmar as suas teorias. O texto que se segue foi tirado de uma recente entrevista no jornal Times, que me pareceu ser interessante para os leitores deste blog.
O prof. Chris Firth, neuropsicólogo, sustenta que o nosso cérebro opera a maior parte das vezes inconscientemente. O nossos cérebros estão constantemente a absorver, a processar e a moniterar informção, a maior parte da qual nunca chegará à nossa consciência. Em vez disso, o cérebro parte dessa matéria prima e cria um modelo do mundo; esse é o mundo mental em que cada um de nós vive.
Utilizando equipamentos para scanerizar o cérebro, os cientistas “espreitam” para a parte do cérebro que produz o self.
Se usássemos toda a informação disponível, diz o Prof. Firth, os nosso mecanismo da consciência “derretia-se”. Inconscientemente, juntamos informação de várias fontes, sem pensar nisso.
O Prof. Frith, autor de “Making Up the Mind: How the Brain Creates our Mental World”, afirma que se começássemos a pensar como é que fazemos aquilo que fazemos, ficaríamos confusos.
A capacidade do cérebro para trabalhar em modo automático pode ser um exemplo de como funcionou a evolução, protegendo-nos dos perigos externos.
Somos capazes de fazer muita coisa ao mesmo tempo – por exemplo guiar um carro enquanto pensamos em algo de completamente diferente. O Prof. Firth afirma que o nosso cérebro possui vários níveis de consciência, o que é confirmado pelas ressonâncias magnéticas.
Se só temos conhecimento de parte da informação, será que o nosso cérebro contém partes conscientes e inconscientes?
De uma forma esquemática, sim. A parte de trás do cérebro lida com a percepção e a parte frontal com a acção.
Os cientistas acreditam que a nossa consciência resulta da interacção entre estas duas partes do cérebro. As nossas personalidades são criadas pela parte da frente (memórias e intenções). A parte de trás monitoriza o mundo externo e extrai a informação. Mas só a comunica à parte consciente se algo fora do normal merece atenção.
Nas pessoas debaixo de anestesia, embora os seus cérebros estejam activos, só o está a parte inconsciente. Quando falamos com alguém anestesiado, a parte inconsciente do cérebro que reconhece a fala activa-se. No entanto, a área que a compreende e processa não mostra actividade. O cérebro ouve, mas não processa a informação.
A quaquer momento, o nosso cérebro está a receber 100 milhões de informações através dos ouvidos, olhos, nariz, língua e receptores da pele. Consome 10 watts por dia. Se estendêssemos todas as suas conexões nervosas, elas prolongar-se-iam por 3,2 milhões de kilómetros.
Até há cerca de vinte anos, não se fazia nenhuma ideia da dimensão da parte inconsciente do cérebro.
O prof. Chris Firth, neuropsicólogo, sustenta que o nosso cérebro opera a maior parte das vezes inconscientemente. O nossos cérebros estão constantemente a absorver, a processar e a moniterar informção, a maior parte da qual nunca chegará à nossa consciência. Em vez disso, o cérebro parte dessa matéria prima e cria um modelo do mundo; esse é o mundo mental em que cada um de nós vive.
Utilizando equipamentos para scanerizar o cérebro, os cientistas “espreitam” para a parte do cérebro que produz o self.
Se usássemos toda a informação disponível, diz o Prof. Firth, os nosso mecanismo da consciência “derretia-se”. Inconscientemente, juntamos informação de várias fontes, sem pensar nisso.
O Prof. Frith, autor de “Making Up the Mind: How the Brain Creates our Mental World”, afirma que se começássemos a pensar como é que fazemos aquilo que fazemos, ficaríamos confusos.
A capacidade do cérebro para trabalhar em modo automático pode ser um exemplo de como funcionou a evolução, protegendo-nos dos perigos externos.
Somos capazes de fazer muita coisa ao mesmo tempo – por exemplo guiar um carro enquanto pensamos em algo de completamente diferente. O Prof. Firth afirma que o nosso cérebro possui vários níveis de consciência, o que é confirmado pelas ressonâncias magnéticas.
Se só temos conhecimento de parte da informação, será que o nosso cérebro contém partes conscientes e inconscientes?
De uma forma esquemática, sim. A parte de trás do cérebro lida com a percepção e a parte frontal com a acção.
Os cientistas acreditam que a nossa consciência resulta da interacção entre estas duas partes do cérebro. As nossas personalidades são criadas pela parte da frente (memórias e intenções). A parte de trás monitoriza o mundo externo e extrai a informação. Mas só a comunica à parte consciente se algo fora do normal merece atenção.
Nas pessoas debaixo de anestesia, embora os seus cérebros estejam activos, só o está a parte inconsciente. Quando falamos com alguém anestesiado, a parte inconsciente do cérebro que reconhece a fala activa-se. No entanto, a área que a compreende e processa não mostra actividade. O cérebro ouve, mas não processa a informação.
A quaquer momento, o nosso cérebro está a receber 100 milhões de informações através dos ouvidos, olhos, nariz, língua e receptores da pele. Consome 10 watts por dia. Se estendêssemos todas as suas conexões nervosas, elas prolongar-se-iam por 3,2 milhões de kilómetros.
Até há cerca de vinte anos, não se fazia nenhuma ideia da dimensão da parte inconsciente do cérebro.
terça-feira, janeiro 08, 2008
II Congresso Luso-Brasileiro Revisitado
O Instituto de Psicanálise vai realizar nos dias 18 e 19 de Janeiro um evento que recria as participações dos Psicanalistas Portugueses no Congresso Luso-Brasileiro que decorreu Novembro de 2007 no Brasil (Salvador da Baía).
O II Congresso Luso-Brasileiro Revisitado vai ter lugar na Aula Magna da Faculdade de Medicina de Lisboa. A participação neste evento implica a inscrição (Profissionais - 50€; Estudantes e Sócios da Sociedade Portuguesa de Psicanálise - 40€).
Todos os interessados podem fazer a sua inscrições e obter informações no Instituto de Psicanálise:
Av. da Republica, 97 - 5º
1050-190 LISBOA
21 797 21 08
institutopsicanalise@gmail.com
No princípio era o afecto!
O INSTITUTO DE PSICOLOGIA E NEUROPSICOLOGIA DO PORTO, constituído recentemente no Porto, desenvolverá actividade ao nível da prática clínica de psicologia, da formação profissional multidisciplinar, da investigação e da publicação de conteúdos científicos. No dia 12 de Janeiro de 2008, será feita a sua apresentação ao públicoem geral e aos profissionais de diferentes áreas, nomeadamente psicólogos, médicos, professores, educadores, entre outros. Para o efeito, será organizado um ciclo deconferências, com o título "NO PRINCÍPIO, ERA O AFECTO", onde estarão presentes nomes de elevado prestígio científico, nomeadamente Professora Doutora Ana Bertão, Professor Doutor Carlos Amaral Dias, Professora Doutora Marisalva Fávero, Professora Doutora Milice Ribeiro dos Santos, Professor Doutor Pinto da Costa e Dr. Alberto Serra.
Este evento, decorrerá no Ateneu Comercial do Porto, com início às 09 horas e terminus às 16horas, continuandoo evento nas instalações do INSTITUTO DE PSICOLOGIA E NEUROPSICOLOGIADO PORTO.
Devido ao limite de vagas, é necessária a confirmação de presença por e-mail(geral@institutopsicologiaporto.com) ou por telefone: 222 019 839.
domingo, janeiro 06, 2008
segunda-feira, dezembro 31, 2007
Irvin Yalom - 3 livros a ler
Tenho aproveitado os últimos dias de férias para me dedicar à leitura de alguns livros de ficção e terminei a leitura dos 3 livros publicados pela Saída de Emergência de Irvin Yalom.
Irvin Yalom é psicoterapeuta e professor “Emeritus” de psiquiatria na Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford e escreve sobre a sua actividade profissional.
Comecei por ler Quando Nietzsche Chorou. É uma história interessante: Irvin desenrola quase todo o romance centrando-se em conversas imaginadas (mas que remetem para situações descritas nos textos de Freud e Josef Breuer) entre Breuer e Nietzsche. O romance é muito cativante, com uma escrita fácil e absorvente.
A Cura de Schopenhauer faz uso da figura do célebre filósofo e de algumas das suas ideias principais para entrelaça-las com a dinâmica do trabalho semanal da grupanalise. Neste livro o psicoterapeuta, um dos personagens do livro, expõe ao leitor os seus “dramas” pessoais, as suas dúvidas, incertezas e a forma como ele próprio tenta lidar com a consciência de que vai morrer dentro de um ano (no inicio do livro é-lhe diagnosticado um tumor) e como se prepara para esse momento.
Por último em Mentiras no Divã, Irvin vai ainda mais longe e mostra como os psicoterapeutas e os psicanalistas são acima de tudo pessoas que se defrontam, como qualquer outras, com sentimentos de ciúme, inveja e ganância. Neste, mais do que nos outros romances, observa-se a exposição do psicoterapeuta/psicanalista enquanto pessoa e a alternância de papéis entre pacientes e psicanalistas. A mensagem que se destaca com mais impacto (pelo menos para mim) é a de que o psicanalista tem que estar atento para não deixar que a sua criatividade e autenticidade seja esmagada pelo peso do trabalho solitário e pela pressão do grupo de colegas de referência.
Recomendo vivamente a leitura de todos eles!
quinta-feira, dezembro 27, 2007
quarta-feira, dezembro 26, 2007
Peritos em Psicanálise Aplicada debateram os aspectos clínicos, sociais e culturais das manias, numas jornadas em Santiago de Compostela.
As manias são necessárias ao desenvolvimento normal do indivíduo já que geram “prazer e evasão da dor” e, por conseguinte só podem chegar a ser “muito danosas” se degenerarem numa patologia clínica, segundo psicólogos. Um dos peritos abordou “Ler Dom Quixote como cura”, já que tal como explicou Blanca Martínez, uma das psicólogas do comité organizador, este personagem literário reflecte de “forma brilhante algo que todos nós temos cá dentro”. Assim, argumentou que em cada indivíduo está presente o desejo e idealização da realidade que representa o cavaleiro da triste figura, para além de que também “os pés na terra” de Sancho, “ainda que no fundo todos nós quiséssemos ser Dom Quixote”.
Deste modo, outra das coordenadoras Maria da Cruz Cabada frisou que a mania é necessária ao desenvolvimento normal do indivíduo e a sua degeneração em patologia é uma questão de grau e intensidade da mesma.
O presidente de Gradiva, Eugénio Cornide, destacou que “o problema é que o facto de ser um dom ou gerar criatividade não é garantia de saúde”, enfatizando que a sua derivação em transtornos clínicos pode assumir as formas de bipolares ou de depressões, conjuntamente com estados latentes de excessiva de euforia com sentimentos de “grandiosidade”; hiperactividade; ou hipersexualidade, sendo que é imprescindível o recurso à farmacologia e psicoterapia para tratar os mesmos.
De qualquer das formas, estes peritos frisaram que as manias correspondem “à busca de prazer e do evitar da dor, que está presente em todos nós”, salientou Carnide. Deste modo, a psicóloga Maria da Cruz Cabada destacou o facto de que pode chegar a evitar suicídios pela ajuda e escape que proporcionam em momentos de intensa dor.
FONTE: EFE
Publicado em 16 de Novembro de 2007.
Deste modo, outra das coordenadoras Maria da Cruz Cabada frisou que a mania é necessária ao desenvolvimento normal do indivíduo e a sua degeneração em patologia é uma questão de grau e intensidade da mesma.
O presidente de Gradiva, Eugénio Cornide, destacou que “o problema é que o facto de ser um dom ou gerar criatividade não é garantia de saúde”, enfatizando que a sua derivação em transtornos clínicos pode assumir as formas de bipolares ou de depressões, conjuntamente com estados latentes de excessiva de euforia com sentimentos de “grandiosidade”; hiperactividade; ou hipersexualidade, sendo que é imprescindível o recurso à farmacologia e psicoterapia para tratar os mesmos.
De qualquer das formas, estes peritos frisaram que as manias correspondem “à busca de prazer e do evitar da dor, que está presente em todos nós”, salientou Carnide. Deste modo, a psicóloga Maria da Cruz Cabada destacou o facto de que pode chegar a evitar suicídios pela ajuda e escape que proporcionam em momentos de intensa dor.
FONTE: EFE
Publicado em 16 de Novembro de 2007.
Picture by Picasso.
segunda-feira, dezembro 17, 2007
medo
O medo de voltar a sentir o medo que não se pode dizer nem chorar nem falar, nem lágrimas, nem palavras de dizer.
A guerra onde tudo se pode perder. Violência de mortes morridas muitas vezes.
O mundo acaba. Acaba sempre que pontes ficam sem lados norte e sul de pontes.
Momentos em que o medo e a raiva e o medo e a raiva, e a fúria, de gritar e não poder.E não saber e não poder.
O mundo acaba ali. De cada vez que a vez era uma vez de ser agora.
E nessa vez de fim de mundo - que só pode haver uma, mas muitas a prenunciavam - e de noite, num frio que é choro sozinho, de ninguém poder ouvir, uma mão fechada, outra mão fechada, pede e chora e pede e sente que tudo tem que ser mais.
E pede e chora e sente, que alguma coisa, alguém, surja e..... medo, silêncio, a noite que é a hora que os olhos cegam de tanto sentir dor, e pede e chora e sente, e fala todas as línguas que são línguas do mundo mas ninguém ouve, ninguém pode ouvir.
É silêncio de que se fala. É silêncio de ninguém vir, nem ver, nem nada.
O choro e o silêncio que pede.
E o olhar muito aberto na noite, que escurece mais ainda o que sempre será.
Vem, venham.
A guerra onde tudo se pode perder. Violência de mortes morridas muitas vezes.
O mundo acaba. Acaba sempre que pontes ficam sem lados norte e sul de pontes.
Momentos em que o medo e a raiva e o medo e a raiva, e a fúria, de gritar e não poder.E não saber e não poder.
O mundo acaba ali. De cada vez que a vez era uma vez de ser agora.
E nessa vez de fim de mundo - que só pode haver uma, mas muitas a prenunciavam - e de noite, num frio que é choro sozinho, de ninguém poder ouvir, uma mão fechada, outra mão fechada, pede e chora e pede e sente que tudo tem que ser mais.
E pede e chora e sente, que alguma coisa, alguém, surja e..... medo, silêncio, a noite que é a hora que os olhos cegam de tanto sentir dor, e pede e chora e sente, e fala todas as línguas que são línguas do mundo mas ninguém ouve, ninguém pode ouvir.
É silêncio de que se fala. É silêncio de ninguém vir, nem ver, nem nada.
O choro e o silêncio que pede.
E o olhar muito aberto na noite, que escurece mais ainda o que sempre será.
Vem, venham.
sexta-feira, dezembro 07, 2007
quarta-feira, dezembro 05, 2007
Gente
Há gente que fica em nós, há gente que nos cobre e enche.
Há gente que nos inunda pelo que sentimos, pela ilusão que nos permite o respirar dos dias em nós.
Há gente que nos liga ao desejo de estar, poder, continuar, saudades, vem, vou, sim, espera. Lembrança que dói e faz sorrir, gente que fica em nós. Poder, continuar, sentir, estar com. Saudade.
Gente que nos olhou com os olhos mais doces e mais ternos. Gente que é braços quando pouco mais há a fazer.
Gente que é chão. Gente que se sente na saudade. Estar com. Doce. Não vou esquecer.
Percorro o labirinto que construo e perco-me, perco-me nas perdas que me vão consumindo.
Sei que há gente. Gente que é chão. Braços que me tomam. Gente que é chão em mim.
Há gente que nos inunda pelo que sentimos, pela ilusão que nos permite o respirar dos dias em nós.
Há gente que nos liga ao desejo de estar, poder, continuar, saudades, vem, vou, sim, espera. Lembrança que dói e faz sorrir, gente que fica em nós. Poder, continuar, sentir, estar com. Saudade.
Gente que nos olhou com os olhos mais doces e mais ternos. Gente que é braços quando pouco mais há a fazer.
Gente que é chão. Gente que se sente na saudade. Estar com. Doce. Não vou esquecer.
Percorro o labirinto que construo e perco-me, perco-me nas perdas que me vão consumindo.
Sei que há gente. Gente que é chão. Braços que me tomam. Gente que é chão em mim.
terça-feira, dezembro 04, 2007
Pequenos Grandes Consumidores
“Ocupar-se dos filhos não implica a quantidade de tempo. A qualidade da comunicação compensa a escassez de quantidade” (A. Naouri).
Estudo refere que apenas 6% dos pais portugueses brincam diariamente com os seus filhos, colocando assim Portugal no fim da tabela dos países da europa (fonte: telejornal).
Numa época onde a mulher, com a sua integração no mundo laboral, reduziu o tempo de dedicação aos filhos e onde o homem teve de envolver-se na educação dos mesmos, a quantidade e a qualidade de tempo privilegiado nas relações entre pais e filhos – momentos de brincadeira - está longe de ser o desejável.
A troca de tempo e de atenção dos pais por prendas e caprichos dá-nos algumas chaves sobre crianças que estam sempre a pedir coisas materiais.
Se acrescentar-mos a isto a televisão, que cumpre muito frequentemente as funções de companheira durante horas, e dos os anúncios que procuram astuciosamete seduzir as crianças de modo a que estas acabam por acreditar que têm necessidade de ter os objectos anunciados, teremos um panorama completo sobre as causas do consumismo infantil.
Os pais cobrem essas necessidades irreais e, na verdade, acabam por contribuir para transmitir a ideia de utilizar os outros como meio de alcançar os seus fins. Não se está a procurar a correcta socialização da criança.
Para “não traumatizar”, os pais não introduzem o “não” na linguagem dos filhos. É importante que desde uma fase precoce, as crianças sejam acostumadas a não terem tudo o que pedem, mesmo que economicamente seja possível. As crianças devem avaliar as coisas, aprender a esperar, a desejar o que querem, a esforçar-se para conseguir o que anseiam, e, a não ficarem frustradas quando não podem obtê-lo. De outro modo, começam a não dar volta as coisas e acabam por desvalorizar as pessoas.
A sociedade consumista não ajuda a criança a frustrar a sua omnipotência infantil, mas alimenta-a com a sua oferta para cobrir as suas necessidades e desejos, a ser possivel de maneira imediata. As crianças não estão a aprender a esperar para atinguir um objectivo, o que querem têm de obtê-lo “já”, no momento.
Hoje, os quartos das crianças estão repletos dos mais recentes brinquedos. Não se deve mergulhar as crianças em brinquedos, porque, além de as tornar incapazes de apreciar o valor de cada um, proporcionamos-lhe ansiedade e a interiorização de um premanente consumo.
O melhor dos brinquedos são pais disponíveis para brincar, amigos, um lugar para poder brincar com plasticina ou tintas sem medo de sujar.
Numa época em que o Natal se avizinha, e onde se verifica o “corre corre” dos pais e familiares junto das lojas de brinquedos em busca da satisfação dos intermináveis pedidos na carta ao Pai Natal, é importante reforçar que não se deve comprar complusivamente, nem deixar-se guiar unicamente pelas crianças, pois estas sofrem a pressão da publicidade. Por isso, é necessário moderá-las, pôr-lhes limites, fazê-las compreender.
É muito positivo fazê-las saber que há outras crianças que não têm brinquedos, como forma de semear a semente da solidariedade e de erradicar o egoísmo precoce.
A actividade lúdica é fundamental para o desenvolvimento global da criança. Os adultos têm de deixar que brinquem como querem e dotá-las, isso sim, de um ambiente seguro, e de amor.
O tempo e o carrinho não podem ser substituidos por nada.
Estudo refere que apenas 6% dos pais portugueses brincam diariamente com os seus filhos, colocando assim Portugal no fim da tabela dos países da europa (fonte: telejornal).
Numa época onde a mulher, com a sua integração no mundo laboral, reduziu o tempo de dedicação aos filhos e onde o homem teve de envolver-se na educação dos mesmos, a quantidade e a qualidade de tempo privilegiado nas relações entre pais e filhos – momentos de brincadeira - está longe de ser o desejável.
A troca de tempo e de atenção dos pais por prendas e caprichos dá-nos algumas chaves sobre crianças que estam sempre a pedir coisas materiais.
Se acrescentar-mos a isto a televisão, que cumpre muito frequentemente as funções de companheira durante horas, e dos os anúncios que procuram astuciosamete seduzir as crianças de modo a que estas acabam por acreditar que têm necessidade de ter os objectos anunciados, teremos um panorama completo sobre as causas do consumismo infantil.
Os pais cobrem essas necessidades irreais e, na verdade, acabam por contribuir para transmitir a ideia de utilizar os outros como meio de alcançar os seus fins. Não se está a procurar a correcta socialização da criança.
Para “não traumatizar”, os pais não introduzem o “não” na linguagem dos filhos. É importante que desde uma fase precoce, as crianças sejam acostumadas a não terem tudo o que pedem, mesmo que economicamente seja possível. As crianças devem avaliar as coisas, aprender a esperar, a desejar o que querem, a esforçar-se para conseguir o que anseiam, e, a não ficarem frustradas quando não podem obtê-lo. De outro modo, começam a não dar volta as coisas e acabam por desvalorizar as pessoas.
A sociedade consumista não ajuda a criança a frustrar a sua omnipotência infantil, mas alimenta-a com a sua oferta para cobrir as suas necessidades e desejos, a ser possivel de maneira imediata. As crianças não estão a aprender a esperar para atinguir um objectivo, o que querem têm de obtê-lo “já”, no momento.
Hoje, os quartos das crianças estão repletos dos mais recentes brinquedos. Não se deve mergulhar as crianças em brinquedos, porque, além de as tornar incapazes de apreciar o valor de cada um, proporcionamos-lhe ansiedade e a interiorização de um premanente consumo.
O melhor dos brinquedos são pais disponíveis para brincar, amigos, um lugar para poder brincar com plasticina ou tintas sem medo de sujar.
Numa época em que o Natal se avizinha, e onde se verifica o “corre corre” dos pais e familiares junto das lojas de brinquedos em busca da satisfação dos intermináveis pedidos na carta ao Pai Natal, é importante reforçar que não se deve comprar complusivamente, nem deixar-se guiar unicamente pelas crianças, pois estas sofrem a pressão da publicidade. Por isso, é necessário moderá-las, pôr-lhes limites, fazê-las compreender.
É muito positivo fazê-las saber que há outras crianças que não têm brinquedos, como forma de semear a semente da solidariedade e de erradicar o egoísmo precoce.
A actividade lúdica é fundamental para o desenvolvimento global da criança. Os adultos têm de deixar que brinquem como querem e dotá-las, isso sim, de um ambiente seguro, e de amor.
O tempo e o carrinho não podem ser substituidos por nada.
segunda-feira, dezembro 03, 2007
Vicissitudes da análise
Um leitor do Salpicos, Eduardo, enviou-nos um post muito interessante e o qual passo a transcrever:
Um sociólogo muito interessado em questões pós-modernas, Zygmunt Baumann (traduzido já entre nós), terá um dia afirmado que «os cientistas sociais não resolvem os problemas, cansam-se deles». Seja ou não verdade a afirmação, e a sua paternidade, ela foca um problema real, comum à psicanálise e às ciências sociais, de que pelo menos certos ramos da psicologia fazem parte: quando os problemas constantemente se renovam e a possibilidade de uma solução total e definitiva parece excluída, como é o caso dos problemas sociais (incluindo os individuais), ficamos perante uma alternativa sombria – a simples desistência da análise ou a medicamentação (uma outra forma de desistência, aliás). É um cenário também ele de ir às lágrimas, para evocar o tema de um post que causou aqui, recentemente, alguma controvérsia.
O que fazer quando nos sentimos cansados da análise interminável, mesmo quando terminada? A pergunta pode não ter resposta, mas terá interesse mesmo para não freudianos, suponho.
Obrigado, Eduardo.
Um sociólogo muito interessado em questões pós-modernas, Zygmunt Baumann (traduzido já entre nós), terá um dia afirmado que «os cientistas sociais não resolvem os problemas, cansam-se deles». Seja ou não verdade a afirmação, e a sua paternidade, ela foca um problema real, comum à psicanálise e às ciências sociais, de que pelo menos certos ramos da psicologia fazem parte: quando os problemas constantemente se renovam e a possibilidade de uma solução total e definitiva parece excluída, como é o caso dos problemas sociais (incluindo os individuais), ficamos perante uma alternativa sombria – a simples desistência da análise ou a medicamentação (uma outra forma de desistência, aliás). É um cenário também ele de ir às lágrimas, para evocar o tema de um post que causou aqui, recentemente, alguma controvérsia.
O que fazer quando nos sentimos cansados da análise interminável, mesmo quando terminada? A pergunta pode não ter resposta, mas terá interesse mesmo para não freudianos, suponho.
Obrigado, Eduardo.
domingo, dezembro 02, 2007
Desporto na prevenção da toxicodependência
Todos sabemos os benefícios da prática desportiva, sobretudo em adolescentes, mas porque surge ultimamente o desporto associado às campanhas de prevenção para a toxicodependência?
Interessa antes de mais pensarmos como a pratica do desporto e o consumo de drogas expressam formas tão distintas de nos relacionarmos connosco próprios e com o nosso corpo. Enquanto o desporto está sempre associado a uma atitude de construção, desenvolvimento, crescimento, o consumo das drogas espelha uma atitude de autodestruição, uma postura tóxica e corrosiva para a nossa saúde e desenvolvimento.
Tem existido nos últimos anos um esforço por parte dos governos, da sociedade e dos média no esclarecimento acerca desta realidade, e todos sabemos hoje, muito mais e melhor do que há uns anos, os malefícios dos consumos de droga e as consequências reais da dependência de drogas. Importa então saber o que leva os jovens de hoje – informados e esclarecidos -, a consumirem drogas?
Interessa antes de mais pensarmos como a pratica do desporto e o consumo de drogas expressam formas tão distintas de nos relacionarmos connosco próprios e com o nosso corpo. Enquanto o desporto está sempre associado a uma atitude de construção, desenvolvimento, crescimento, o consumo das drogas espelha uma atitude de autodestruição, uma postura tóxica e corrosiva para a nossa saúde e desenvolvimento.
Tem existido nos últimos anos um esforço por parte dos governos, da sociedade e dos média no esclarecimento acerca desta realidade, e todos sabemos hoje, muito mais e melhor do que há uns anos, os malefícios dos consumos de droga e as consequências reais da dependência de drogas. Importa então saber o que leva os jovens de hoje – informados e esclarecidos -, a consumirem drogas?
Parece-me evidente que existem questões ambientais e sociais que o propiciam ainda hoje estes consumos, mas por outro lado há também ainda uma desresponsabilização face às consequências dos consumos continuados e das dependências.
Dizer hoje a um jovem pré-adolescente ou adolescente, que com 30 anos terá problemas devido aos consumos de substâncias tóxicas não pode ser levado em consideração porque não há por parte do jovem um verdadeiro contacto com essa realidade, nem a possibilidade de elabora-la e integra-la no seu comportamento.
Dizer hoje a um jovem pré-adolescente ou adolescente, que com 30 anos terá problemas devido aos consumos de substâncias tóxicas não pode ser levado em consideração porque não há por parte do jovem um verdadeiro contacto com essa realidade, nem a possibilidade de elabora-la e integra-la no seu comportamento.
Também por isso houve uma adaptação das campanhas no sentido de focarem aspectos que de alguma forma tocam e comunicam com os adolescentes, daí as campanhas anti tabagistas adoptarem por uma linguagem dentro da linha “fumar não é cool”.
No entanto, quando praticamos desporto, as consequências dos consumos de drogas e da adopção de comportamentos tóxicos para o nosso corpo e para a nossa saúde, ficam evidentes no imediato, torna-se factor decisivo no nosso desempenho e na prática desportiva.
O desporto exige sempre uma postura positiva para com a vida, uma vontade de chegar mais longe, de fazer melhor, e só por si, a prática desportiva promove uma maior consciência corporal, uma maior vontade de cuidarmos de nós, através da adopção de comportamentos mais respeitadores do nosso corpo e da nossa saúde.
Por outro lado, numa visão social destes aspectos, a prática desportiva oferece aos jovens a integração num grupo. Como todos sabemos os consumos de drogas são um comportamento marginal (na medida em que são recusados pela sociedade) e são também normalmente recusados dentro de um grupo desportivo, que se caracteriza essencialmente por uma postura mais saudável para com a vida.
Mesmo que um jovem tenda a enveredar por comportamentos mais disruptivos, como os consumos de drogas, o grupo, tenderá a recusar esse tipo de comportamentos, tentando anula-los ou rejeita-los.
Mesmo que um jovem tenda a enveredar por comportamentos mais disruptivos, como os consumos de drogas, o grupo, tenderá a recusar esse tipo de comportamentos, tentando anula-los ou rejeita-los.
Os consumos de drogas surgem frequentemente no seio de estruturas familiares ou sociais fragilizadas, e a inserção no grupo oferece ainda um sentimento de acolhimento, de pertença e de igualdade, restabelece a capacidade de fazer face às dificuldades próprias de um período tão turbulento como a adolescência.
Num grupo desportivo alicerçam-se ainda laços de amizade que se constituem como o suporte para a vivência e a possibilidade de ultrapassar angustias, duvidas, inseguranças e incertezas individuais.
Num grupo desportivo alicerçam-se ainda laços de amizade que se constituem como o suporte para a vivência e a possibilidade de ultrapassar angustias, duvidas, inseguranças e incertezas individuais.
A adesão e integração num grupo fazem parte de uma das mais ricas e saudáveis experiências da adolescência. A estruturação da identidade e da individuação desenvolve-se no seio de uma dinâmica grupal, através da identificação com comportamentos, ideais, hábitos de determinados grupos. O grupo desportivo oferece uma espécie estrutura social onde predominam os hábitos saudáveis e as praticas individuais em prol do esforço comum.
Ainda assim, e porque continuam a existir consumos de drogas preocupantes entre os jovens, e porque o desporto é um aliado à prevenção da toxicodependência, mas não se constitui por si só como a solução para um problema tão complexo, reforço que: Não é novidade que o consumo de drogas é prejudicial, mas para abraçarmos esta realidade temos de perceber o que faz com que os jovens informados e esclarecidos não resistam ao contacto com uma realidade distorcida e a um humor disfórico, um falso frágil e efémero estado de ânimo.
domingo, novembro 25, 2007
Forum de ansiedade/fobia social
O Fórum de Ansiedade e Fobia Social nasceu em Janeiro deste ano e é um espaço onde todas as pessoas interessadas sobre este assuntos, técnicos e não técnicos, podem abertamente falar e trocar opiniões.
Não deixe de o visitar e de se inscrever:
http://fobiasocial.forumvila.com
Não deixe de o visitar e de se inscrever:
http://fobiasocial.forumvila.com
quinta-feira, novembro 22, 2007
quarta-feira, novembro 21, 2007
WORKSHOP SONHOS E PSICODRAMA JUNGIANO
No dia 24 de Novembro decorrerá o Workshop SONHOS E PSICODRAMA JUNGUIANO com Wilma Scategni (9.30H-18H).
Este Workshop, que será dirigido em Inglês (com tradução em simultâneo), consiste numa oportunidade rara de vivenciar os principais conceitos da Psicologia Analítica de Jung no que se refere ao seu desenvolvimento e à sua aplicação específica na dinâmica de um grupo. Irá ser analisada a relação entre o inconsciente pessoal e o colectivo, a relação entre os conceitos de"duplo" em psicodrama e de "sombra" em Jung, entre o conceito de "papel" e o de "arquétipo". Jung escreveu que "o Sonho é um Drama" ("the dream is a drama"), em que o sonhador é tanto o actor, como o director como ainda o espectador. Neste trabalho teremos a possibilidade de partilhar e de dramatizar os sonhos com o objectivo de explorar os personagens internos que habitam a nossa mente e a mente colectiva. O Psicodrama Junguiano permite um encontro profundo entre os membros de um grupo e criará naturalmente fortes ligações entre os participantes no workshop.
DIDATA - Prof Dra WILMA SCATEGNI
Foi psiquiatra no Serviço Nacional de Saúde Italiano, durante 15 anos. Foi directora de uma unidade de psiquiatria num hospital público. É directora de psicodrama e dirige grupos terapêuticos num hospital de dia.
Especialista em psicologia analítica e em técnicas grupais de psicodrama. Analista credenciada e Docente no C.Jung Institute, Zurique pela CIPA (Centro Italiano de Psicologia Analítica) e pela COIRAG (Confedarazione Italiana Rice Ricerca ed Analisi sui Gruppi)
Membro Fundador e da Direcção da FEPTO (Federação Europeia de Psicodrama).
Presidente da GAJAP (Group psychotherapy and psychodrama Association de base em Psicologia Junguiana)-Accredited CEU(Continuing Education Unit)em Itália e no estrangeiro.
Presidente anterior na APRAGI (Association for Research and Training in Psychotherapy and Institutional Analysis), que é membro da IAGP, (International Association of Group Psychotherapy.and Group Processes).
Directora de revista Anamorphosys-Gruppi,Psicologia analitica,Psicodramma.
Autora de muitos artigos no tema da Psicologia Analítica, Psicoterapia de Grupo, Psicodrama e de um livro traduzido em Alemão,Italiano,Espanho e Inglês: Psychodrama, group processes and dreams-Archetypal Images of Individuation-Routledge,London,April 2002
.
Investimento:
Profissionais: 100 euros
Estudantes e Sócios SPP : 80 euros
(inclui documentação e coffee breaks)
Transferência bancária através do
NIB 0033 0000 00027989933 05
(Guarde o comprovativo)
Formação reconhecida pela Sociedade Portuguesa de Psicodrama com 6 horas de crédito na formação.
Inscrições
Envie um email para maciel.manuela@gmail.com
ou telefone para 962 862 962 ou 919 400 061
(nº de inscrições limitadas)
Local : Hotel Riviera, Praça do Junqueiro, Carcavelos
(Junto à praia de Carcavelos)
Organização: Sociedade Portuguesa de Psicodrama
Coordenação: Manuela Maciel
Este Workshop, que será dirigido em Inglês (com tradução em simultâneo), consiste numa oportunidade rara de vivenciar os principais conceitos da Psicologia Analítica de Jung no que se refere ao seu desenvolvimento e à sua aplicação específica na dinâmica de um grupo. Irá ser analisada a relação entre o inconsciente pessoal e o colectivo, a relação entre os conceitos de"duplo" em psicodrama e de "sombra" em Jung, entre o conceito de "papel" e o de "arquétipo". Jung escreveu que "o Sonho é um Drama" ("the dream is a drama"), em que o sonhador é tanto o actor, como o director como ainda o espectador. Neste trabalho teremos a possibilidade de partilhar e de dramatizar os sonhos com o objectivo de explorar os personagens internos que habitam a nossa mente e a mente colectiva. O Psicodrama Junguiano permite um encontro profundo entre os membros de um grupo e criará naturalmente fortes ligações entre os participantes no workshop.
DIDATA - Prof Dra WILMA SCATEGNI
Foi psiquiatra no Serviço Nacional de Saúde Italiano, durante 15 anos. Foi directora de uma unidade de psiquiatria num hospital público. É directora de psicodrama e dirige grupos terapêuticos num hospital de dia.
Especialista em psicologia analítica e em técnicas grupais de psicodrama. Analista credenciada e Docente no C.Jung Institute, Zurique pela CIPA (Centro Italiano de Psicologia Analítica) e pela COIRAG (Confedarazione Italiana Rice Ricerca ed Analisi sui Gruppi)
Membro Fundador e da Direcção da FEPTO (Federação Europeia de Psicodrama).
Presidente da GAJAP (Group psychotherapy and psychodrama Association de base em Psicologia Junguiana)-Accredited CEU(Continuing Education Unit)em Itália e no estrangeiro.
Presidente anterior na APRAGI (Association for Research and Training in Psychotherapy and Institutional Analysis), que é membro da IAGP, (International Association of Group Psychotherapy.and Group Processes).
Directora de revista Anamorphosys-Gruppi,Psicologia analitica,Psicodramma.
Autora de muitos artigos no tema da Psicologia Analítica, Psicoterapia de Grupo, Psicodrama e de um livro traduzido em Alemão,Italiano,Espanho e Inglês: Psychodrama, group processes and dreams-Archetypal Images of Individuation-Routledge,London,April 2002
.
Investimento:
Profissionais: 100 euros
Estudantes e Sócios SPP : 80 euros
(inclui documentação e coffee breaks)
Transferência bancária através do
NIB 0033 0000 00027989933 05
(Guarde o comprovativo)
Formação reconhecida pela Sociedade Portuguesa de Psicodrama com 6 horas de crédito na formação.
Inscrições
Envie um email para maciel.manuela@gmail.com
ou telefone para 962 862 962 ou 919 400 061
(nº de inscrições limitadas)
Local : Hotel Riviera, Praça do Junqueiro, Carcavelos
(Junto à praia de Carcavelos)
Organização: Sociedade Portuguesa de Psicodrama
Coordenação: Manuela Maciel
segunda-feira, novembro 19, 2007
Pedras e Perdas
Pedras que se perdem. Perde-se nos passos que a perseguem. Pedras que a seguem na paciência de uma calçada.
Pedras que se perdem, e perdas que se ganham, que se pisam num chão que não respira.
Pisa e pensa quem a terá seguido no caminho que faz perdida de medo e sonho, num chão que não respira.
‘Não tenho coração’.
Perde-se e perde todos nos labirintos que constrói para que nada a possa alcançar.
Perde o sentido das pedras, perdas que pisa para nunca chegar a lado nenhum.
O vento leva-a, coloca-a, mergulha-a no que não sabe de sentido.
‘Não tenho coração’.
Tem um muro que se constrói num espaço esquecido de paredes e pedras que a protegem e perde-se de si.
Sombras que se revelam na luz ténue de tudo que se apaga.
Pisa perdas, pedras que a confundem, caminha na paciência das calçadas que constrói.
Olha à volta. Chão, pés descalços de frio e sujo. Um atrás do outro, ou o primeiro na frente do segundo.
Não vai a lado nenhum, num chão que não respira, que não ousa pisar.
Pensa como pisa. Pisa como pensa. Descalça, quase nada. Muros que envolvem o coração que não tem.
Perde-se nas pedras que perdem sentido.
Pedras que se perdem, e perdas que se ganham, que se pisam num chão que não respira.
Pisa e pensa quem a terá seguido no caminho que faz perdida de medo e sonho, num chão que não respira.
‘Não tenho coração’.
Perde-se e perde todos nos labirintos que constrói para que nada a possa alcançar.
Perde o sentido das pedras, perdas que pisa para nunca chegar a lado nenhum.
O vento leva-a, coloca-a, mergulha-a no que não sabe de sentido.
‘Não tenho coração’.
Tem um muro que se constrói num espaço esquecido de paredes e pedras que a protegem e perde-se de si.
Sombras que se revelam na luz ténue de tudo que se apaga.
Pisa perdas, pedras que a confundem, caminha na paciência das calçadas que constrói.
Olha à volta. Chão, pés descalços de frio e sujo. Um atrás do outro, ou o primeiro na frente do segundo.
Não vai a lado nenhum, num chão que não respira, que não ousa pisar.
Pensa como pisa. Pisa como pensa. Descalça, quase nada. Muros que envolvem o coração que não tem.
Perde-se nas pedras que perdem sentido.
sexta-feira, novembro 16, 2007
Mediação de Conflitos
Hoje, bem cedinho pela manhã, ouvi uma notícia na rádio que falava sobre mediação de conflitos na escola.
Parece que esta é uma iniciativa recente e inovadora na Damaia, numa escola de 2º e 3º ciclo. É um novo curso que está a ser ministrado em 8 alunos, dotando-os de competencias para intervir ao nível da mediação de conflitos dentro do espaço escolar. Ajudam nas filas do refeitório, nos intervalos, e noutro tipo de tarefas, sempre numa perspectiva tutorial de mediação, eliminando possíveis conflitos.
São jovens entre os 11 e os 15 anos que não são propriamente uns azes da escola, mas que podem ser canalizados para outro tipo de conhecimentos, com conteúdos mais práticos.
Não conhecia esta iniciativa, e apenas ouvi uma parte do que parecia ser uma reportagem, mas certamente vou averiguar.
Este pequeno excerto fez-me recordar muito a pedagogia de João dos Santos, onde tentava adequar as matérias às vivências dos alunos, tentando produzir iniciativa para a exploração escolar. Aqui parece-me que estamos a funcionar neste mesmo sentido, tentando que o espaço escolar ofereça a estes jovens uma oportunidade de entendimento consigo mesmos e com os outros, funcionando em prol de comportamentos mais saudáveis e estruturantes.
Porque dentro deste espaço escolar congregam-se jovens com vivencias familiares similares, com processos a correr em tribunal, uns como agressores, outros como vítimas...
Parece que esta é uma iniciativa recente e inovadora na Damaia, numa escola de 2º e 3º ciclo. É um novo curso que está a ser ministrado em 8 alunos, dotando-os de competencias para intervir ao nível da mediação de conflitos dentro do espaço escolar. Ajudam nas filas do refeitório, nos intervalos, e noutro tipo de tarefas, sempre numa perspectiva tutorial de mediação, eliminando possíveis conflitos.
São jovens entre os 11 e os 15 anos que não são propriamente uns azes da escola, mas que podem ser canalizados para outro tipo de conhecimentos, com conteúdos mais práticos.
Não conhecia esta iniciativa, e apenas ouvi uma parte do que parecia ser uma reportagem, mas certamente vou averiguar.
Este pequeno excerto fez-me recordar muito a pedagogia de João dos Santos, onde tentava adequar as matérias às vivências dos alunos, tentando produzir iniciativa para a exploração escolar. Aqui parece-me que estamos a funcionar neste mesmo sentido, tentando que o espaço escolar ofereça a estes jovens uma oportunidade de entendimento consigo mesmos e com os outros, funcionando em prol de comportamentos mais saudáveis e estruturantes.
Porque dentro deste espaço escolar congregam-se jovens com vivencias familiares similares, com processos a correr em tribunal, uns como agressores, outros como vítimas...
"Control", o filme sobre Ian Curtis.
Control" versa sobre a vida do vocalista dos Joy Division, Ian Curtis, desde os seus dias de estudante em 1973 até à véspera da 1ª tourné da banda aos EU em 1980.
O filme explora as pressões que este sentiu, desde a sua epilepsia, ao seu casamento falhado, ao seu novo amor, a uma banda que confiava no seu talento; tudo numa tentativa de explicar a sua decisão de se enforcar aos 23 anos.
O filme baseou-se na biografia de Deborah Curtis "Touching from a Distance" e foi fortemente aclamado no Festival de Cannes em Maio de 2007.
Recomenda-se pela sua densidade...
O filme explora as pressões que este sentiu, desde a sua epilepsia, ao seu casamento falhado, ao seu novo amor, a uma banda que confiava no seu talento; tudo numa tentativa de explicar a sua decisão de se enforcar aos 23 anos.
O filme baseou-se na biografia de Deborah Curtis "Touching from a Distance" e foi fortemente aclamado no Festival de Cannes em Maio de 2007.
Recomenda-se pela sua densidade...
Website oficial do filme "Control":
quarta-feira, novembro 14, 2007
Desencontro de Fantasias III
E agora?
Chegou a altura de iniciar o processo de escolarização de crianças com deficiência. Para a escola, e desde o J.I. e até mesmo antes, existem serviços de Intervenção Precoce do Ministério da Educação que destaca educadores especializados para trabalhar com os meninos com deficiência, quer em casa (antes da escolarização), quer nos jardins infantis.
Depois, para cada tipo de deficiencia accionam-se técnicos para trabalhar com as crianças promovendo o quanto mais a sua autonomia, competencias emocionais, socias, actividades diárias...
Junto dos pais podem-se fazer planos de apoio à família permitindo perceber, com esta e através desta as expectativas, anseios, dificuldades e o que esperam que a criança adquira
Mas esta fase é uma fase deveras importante e os técnicos necessitam estar envolvidos e perceber as dificuldades destas famílias, pois por vezes, criam-se guetos difíceis de ultrapassar porque parece que as partes estão a correr em sentidos opostos, mas na realidade, todos tentam percorrer o mesmo caminho, a mesma estrada, tentam afastar os mesmos obstáculos...
É importante falar, escrever, pensar sobre estas coisas, pois por vezes, é difícil perceber alguns comportamentos e atitudes. Por um lado os pais, querem, esperam e necessitm de verificar as aprendizagens que os seus filhos fizeram, e quando estas fogem ao esperado, ao que todas as outras crianças adquiriram, lá vem novamente toda a frustração que até então parecia resolvida, ultrapassada,
Aqui o importante é que estes pais aprendam a se sentir valorizados através destes filhos e que os técnicos sirvam de elo de ligação entre as dificuldades e as competências e que contenham as frustrações destes pais e que com estas e através destas possam chegar a uma metodologia de trabalho, de enriquecimento curricular, de compensação narcísica e de reencontro familiar.
Porque todo o sucesso académico, familiar, depende da motivação da criança, da família e dos técnicos envolvidos
todas estas questões, de encontros e desencontros parentais, de vivencias frustradas e compensadas aparecem bem retradas num livro de Júlia Serpa Pimentel - Um bebé diferente.
E como o conto de que vos falei, se nunca deixarmos de pensar nos encantos da Holanda, das tulipas, dos Rembrandts, nunca poderemos apreciar as delícias da Itália...
Chegou a altura de iniciar o processo de escolarização de crianças com deficiência. Para a escola, e desde o J.I. e até mesmo antes, existem serviços de Intervenção Precoce do Ministério da Educação que destaca educadores especializados para trabalhar com os meninos com deficiência, quer em casa (antes da escolarização), quer nos jardins infantis.
Depois, para cada tipo de deficiencia accionam-se técnicos para trabalhar com as crianças promovendo o quanto mais a sua autonomia, competencias emocionais, socias, actividades diárias...
Junto dos pais podem-se fazer planos de apoio à família permitindo perceber, com esta e através desta as expectativas, anseios, dificuldades e o que esperam que a criança adquira
Mas esta fase é uma fase deveras importante e os técnicos necessitam estar envolvidos e perceber as dificuldades destas famílias, pois por vezes, criam-se guetos difíceis de ultrapassar porque parece que as partes estão a correr em sentidos opostos, mas na realidade, todos tentam percorrer o mesmo caminho, a mesma estrada, tentam afastar os mesmos obstáculos...
É importante falar, escrever, pensar sobre estas coisas, pois por vezes, é difícil perceber alguns comportamentos e atitudes. Por um lado os pais, querem, esperam e necessitm de verificar as aprendizagens que os seus filhos fizeram, e quando estas fogem ao esperado, ao que todas as outras crianças adquiriram, lá vem novamente toda a frustração que até então parecia resolvida, ultrapassada,
Aqui o importante é que estes pais aprendam a se sentir valorizados através destes filhos e que os técnicos sirvam de elo de ligação entre as dificuldades e as competências e que contenham as frustrações destes pais e que com estas e através destas possam chegar a uma metodologia de trabalho, de enriquecimento curricular, de compensação narcísica e de reencontro familiar.
Porque todo o sucesso académico, familiar, depende da motivação da criança, da família e dos técnicos envolvidos
todas estas questões, de encontros e desencontros parentais, de vivencias frustradas e compensadas aparecem bem retradas num livro de Júlia Serpa Pimentel - Um bebé diferente.
E como o conto de que vos falei, se nunca deixarmos de pensar nos encantos da Holanda, das tulipas, dos Rembrandts, nunca poderemos apreciar as delícias da Itália...
terça-feira, novembro 13, 2007
Para pensar!
Seminário em Cascais - O Corpo Adolescente
Vai realizar-se no próximo dia 19 de Novembro no Centro Cultural de Cascais um seminário intitulado O CORPO ADOLESCENTE.
Após a realização do 1º Seminário do Espaço S, "Adolescência em Perspectiva", dedicado à temática da Identidade na Adolescência, o Centro de Atendimento a Adolescentes (Espaço S) sedeado no concelho de Cascais e resultado do protocolo entre a Câmara Municipal de Cascais, Centro de Saúde de Cascais e a Associação de Planeamento Familiar - APF, vem propor mais uma reflexão conjunta em torno das problemáticas relativas a esta etapa da vida.
Sabemos que as alterações corporais, causadas pela puberdade, são o primeiro sinal visível do complexo processo biopsicosocial que é a adolescência. O corpo torna-se palco de preocupações existênciais, estéticas de aceitação e de rejeição, de atenções diversas, e por vezes, até alvo de agressões que põem em risco o próprio adolescente. A funão de harmonizar corpo e mente é o desejo de todos os jovens, sendo que tal tarefa uma vez conseguida os levará à construção de uma imagem de si mais consistente.
Este 2º Seminário do Espaço S, "O Corpo Adolescente", convida todos aqueles que se interessam e trabalham junto da população juvenil a partilhar os seus saberes, questionando de forma construtiva a implementação destes na prática do dia-a-dia.
Entrada Livre - Sujeita a Inscrição Prévia
Câmara Municipal de Cascais - Divisão da Juventude - Espaço S - Av. Valbom, nº 21, 2750 - Cascais FAX.: 21 483 91 94 ou email m.fatima.andrade@cm-cascais.pt
segunda-feira, novembro 12, 2007
Desencontro de Fantasias II
Após um até amanhã com uma semana de intervalo (questões que se prendem com a linha de internet) cá me encontro para acrescentar algumas questões sobre as vivencias parentais de crianças com deficiência, sua integração na vida escolar e seu desenvolvimento.
Acho pertinente falar sobre estas questões, mais num tom reflexivo, para que todos possamos pensar naquilo que está a ser dito, aquilo que os pais experienciam, aquilo que os técnicos conhecem ou desconhecem, pedem, exigem, ripostam....
Depois da consternação, do luto, da raiva, há um despertar para as reais necessidades dos seus bebés e o que é preciso por eles fazer. Há uma caminhada longa pelos médicos, terapeutas, técnicos de várias valencias, na tentativa, de para além de encontrar a razão para a deficiencia do seu filho, dar-lhe tudo o que ele necessita.
Passa-se de hospital em hospital, de consulta em consulta, de deslocação em deslocação em deslocação, alguns dias perdidos no trabalho, umas horas a mais noutros dias para compensar...
e lá estão os pais a aprender sobre os seus filhos, acerca do que eles sabem fazer, o que adquiriram, o que tem que adquirir, os pontos mais fortes, os mais fracos, mas a constante necessidade de um diagnóstico, uma explicação real para as dificuldades do seu filho
É o trabalhar com eles nas aquisições básicas, nas rotinas do dia-a-dia, como em qualquer criança, mas aqui, o trabalho tem que ser redobrado, contínuo
Cada pai vive internamente um dilema, uma dúvida constante, será que o meu filho é capaz de realizar estas actividades? será que puxo demais por ele e ele não é capaz de responder? será que estou a fazer bem? será que estas dificuldades são temporárias? porque será que não consegue fazer estas tarefas tão simples que as outras crianças fazem?
Cada dia é um desafio, cada aquisição é uma conquista, cada passo é uma incerteza, havendo porém a certeza que este filho lhes pertence e que existe muito a fazer por ele, e que ele é capaz de lhes oferecer tanto
...
mas por vezes vem algum abatimento, alguma frustração, a incapacidade para não conseguir dar ao filho o que acham que ele necessita, a pressão do trabalho, da vida diária...
pensemos, reflictamos um pouco sobre estes aspectos, que amanhã voltarei para pensarmos/falarmos sobre a entrada no jardim infantil, e como tudo é vivido/sentido
Até amanhã
Acho pertinente falar sobre estas questões, mais num tom reflexivo, para que todos possamos pensar naquilo que está a ser dito, aquilo que os pais experienciam, aquilo que os técnicos conhecem ou desconhecem, pedem, exigem, ripostam....
Depois da consternação, do luto, da raiva, há um despertar para as reais necessidades dos seus bebés e o que é preciso por eles fazer. Há uma caminhada longa pelos médicos, terapeutas, técnicos de várias valencias, na tentativa, de para além de encontrar a razão para a deficiencia do seu filho, dar-lhe tudo o que ele necessita.
Passa-se de hospital em hospital, de consulta em consulta, de deslocação em deslocação em deslocação, alguns dias perdidos no trabalho, umas horas a mais noutros dias para compensar...
e lá estão os pais a aprender sobre os seus filhos, acerca do que eles sabem fazer, o que adquiriram, o que tem que adquirir, os pontos mais fortes, os mais fracos, mas a constante necessidade de um diagnóstico, uma explicação real para as dificuldades do seu filho
É o trabalhar com eles nas aquisições básicas, nas rotinas do dia-a-dia, como em qualquer criança, mas aqui, o trabalho tem que ser redobrado, contínuo
Cada pai vive internamente um dilema, uma dúvida constante, será que o meu filho é capaz de realizar estas actividades? será que puxo demais por ele e ele não é capaz de responder? será que estou a fazer bem? será que estas dificuldades são temporárias? porque será que não consegue fazer estas tarefas tão simples que as outras crianças fazem?
Cada dia é um desafio, cada aquisição é uma conquista, cada passo é uma incerteza, havendo porém a certeza que este filho lhes pertence e que existe muito a fazer por ele, e que ele é capaz de lhes oferecer tanto
...
mas por vezes vem algum abatimento, alguma frustração, a incapacidade para não conseguir dar ao filho o que acham que ele necessita, a pressão do trabalho, da vida diária...
pensemos, reflictamos um pouco sobre estes aspectos, que amanhã voltarei para pensarmos/falarmos sobre a entrada no jardim infantil, e como tudo é vivido/sentido
Até amanhã
sábado, novembro 10, 2007
Entrar
Sentir que tudo nada é foi será sentir que nada tudo é foi. Talvez um dia possa entrar na casa com chão precário e mexer nos papéis e nas fotos que espalham e espelham a confusão de dentro.
Quem serão estas caras, estes sonhos, estes olhos, estaria frio? Frio como este que junta o corpo, faz encolher, existir pouco, para que pouco tenha frio. Ou juntar tudo que resta e ser menos, e mais quente. Papéis velhos de tanto estarem a respirar e ser pó e peso, e lixo, e coisas que querem ser lidas e vistas, e sentir que nada é foi será sentir que nada tudo é foi. Dói.
Fotografias, momentos maiores que o tempo, momentos no momento maior do tempo, que tempos, momentos, medem-se no sentir. Que nada foi é dói, tudo, nada será sentir que foi. Dói.
Entrar na sala com o chão precário, com chão que existe entre o ser ainda chão e não ser mais chão. Sentir que nada será sempre, tudo foi sempre, nada é foi. Nunca será.
Talvez quando o chão cair seja mais seguro. Dói como quando só se sente, sem poder dizer.
Quem serão estas caras, estes sonhos, estes olhos, estaria frio? Frio como este que junta o corpo, faz encolher, existir pouco, para que pouco tenha frio. Ou juntar tudo que resta e ser menos, e mais quente. Papéis velhos de tanto estarem a respirar e ser pó e peso, e lixo, e coisas que querem ser lidas e vistas, e sentir que nada é foi será sentir que nada tudo é foi. Dói.
Fotografias, momentos maiores que o tempo, momentos no momento maior do tempo, que tempos, momentos, medem-se no sentir. Que nada foi é dói, tudo, nada será sentir que foi. Dói.
Entrar na sala com o chão precário, com chão que existe entre o ser ainda chão e não ser mais chão. Sentir que nada será sempre, tudo foi sempre, nada é foi. Nunca será.
Talvez quando o chão cair seja mais seguro. Dói como quando só se sente, sem poder dizer.
terça-feira, novembro 06, 2007
A Procrastinação!
Após ter adiado sucessivamente escrever este post. Resolvi escrever justamente acerca disso... o adiar sucessivamente.
Recorri ao meu velho dicionário de psicologia, mas sem êxito. A procrastinação é uma definição recente, assim recorri aos dicionários virtuais para obter uma boa definição do problema.
O termo vem do latim procrastinatus, em que pro (à frente) e crastinus (de amanhã). Ora o amanhã que se apresenta á nossa frente não seria um problema se não apontasse-mos tudo para essa data... amanhã!
Amanhã também é a data em que começam 90%, ou mais, das dietas, programas de exercício físico, pagamentos de dividas ao fisco entre outras!
Já diz o povo “Pagar e morrer quanto mais tarde melhor”. Pergunto-me se os povos do sul da Europa tem mais enraizado na sua cultura o adiar sucessivo das tarefas?
Por outro lado, alguns poetas dizem que “hoje é o primeiro dia do resto da minha vida!”
Agora estou baralhado... será que ao viver hoje como o primeiro dia podemos deixar algumas coisas chatas para amanhã? Ou se, não tivermos a certeza que amanhã cá estamos, o que fazer hoje?
Este parágrafo também não deve ter ajudado muito para os leitores... ou talvez sim? Pois depende como vemos a vida. Como um acumular de dias, ou como um subtrair de dias. Lá vamos nós para história da garrafa meia cheia ou meia vazia... Tudo depende! Se que queremos beber mais ou se já bebemos o suficiente.
Se uns adiam as tarefas para estar com os amigos, visto que amanhã pode acontecer uma desgraça e assim foi gozar a vida até ao fim. Outros vão deixar de estar socialmente porque amanhã podem acabar aquilo que começaram hoje mas que não ficou feito por causa de não saber ao certo qual o propósito ou a importância pessoal da tarefa.
Para rematar este texto que corre o risco de se tornar longo e maçador. Lanço um desafio aos que me lêem: “ O que é verdadeiramente importante na vida de cada um?”
Se a vossa resposta estiver de acordo com as tarefas que tem para fazer, então calculo que não as adiar muito.
Se mesmo assim as coisas não fluem... isso poderá dizer que as vossas tarefas não estão de acordo com o que é verdadeiramente importante. Neste caso poderão rever as frases que a palavra “devia” está inserida, e substituir por “queria”. Eu vou dar um exemplo:
“Eu devia trabalhar mais, mesmo que passe menos tempo com a família!”
“Eu queria trabalhar mais, mesmo que passe menos tempo com a família!”
Se muitos dizem a primeira frase, poucos dizem a segunda... a não ser que desejem divorciar-se... mas atenção! Se fazem isto sem dar conta é porque não responderam á pergunta “O que é verdadeiramente importante na minha vida?”
Para mim agora o importante é fazer uma faísca na vossa mente que vos permita pensar, para que possam viver com a sensação de plenitude que todos merecem.
Claro está que podia fazer mais pesquisa, refazer este texto vezes sem conta para atingir um estado de perfeição minimamente aceitável... mas isso seria simplesmente mais uma forma de adiar a tarefa!
Recorri ao meu velho dicionário de psicologia, mas sem êxito. A procrastinação é uma definição recente, assim recorri aos dicionários virtuais para obter uma boa definição do problema.
O termo vem do latim procrastinatus, em que pro (à frente) e crastinus (de amanhã). Ora o amanhã que se apresenta á nossa frente não seria um problema se não apontasse-mos tudo para essa data... amanhã!
Amanhã também é a data em que começam 90%, ou mais, das dietas, programas de exercício físico, pagamentos de dividas ao fisco entre outras!
Já diz o povo “Pagar e morrer quanto mais tarde melhor”. Pergunto-me se os povos do sul da Europa tem mais enraizado na sua cultura o adiar sucessivo das tarefas?
Por outro lado, alguns poetas dizem que “hoje é o primeiro dia do resto da minha vida!”
Agora estou baralhado... será que ao viver hoje como o primeiro dia podemos deixar algumas coisas chatas para amanhã? Ou se, não tivermos a certeza que amanhã cá estamos, o que fazer hoje?
Este parágrafo também não deve ter ajudado muito para os leitores... ou talvez sim? Pois depende como vemos a vida. Como um acumular de dias, ou como um subtrair de dias. Lá vamos nós para história da garrafa meia cheia ou meia vazia... Tudo depende! Se que queremos beber mais ou se já bebemos o suficiente.
Se uns adiam as tarefas para estar com os amigos, visto que amanhã pode acontecer uma desgraça e assim foi gozar a vida até ao fim. Outros vão deixar de estar socialmente porque amanhã podem acabar aquilo que começaram hoje mas que não ficou feito por causa de não saber ao certo qual o propósito ou a importância pessoal da tarefa.
Para rematar este texto que corre o risco de se tornar longo e maçador. Lanço um desafio aos que me lêem: “ O que é verdadeiramente importante na vida de cada um?”
Se a vossa resposta estiver de acordo com as tarefas que tem para fazer, então calculo que não as adiar muito.
Se mesmo assim as coisas não fluem... isso poderá dizer que as vossas tarefas não estão de acordo com o que é verdadeiramente importante. Neste caso poderão rever as frases que a palavra “devia” está inserida, e substituir por “queria”. Eu vou dar um exemplo:
“Eu devia trabalhar mais, mesmo que passe menos tempo com a família!”
“Eu queria trabalhar mais, mesmo que passe menos tempo com a família!”
Se muitos dizem a primeira frase, poucos dizem a segunda... a não ser que desejem divorciar-se... mas atenção! Se fazem isto sem dar conta é porque não responderam á pergunta “O que é verdadeiramente importante na minha vida?”
Para mim agora o importante é fazer uma faísca na vossa mente que vos permita pensar, para que possam viver com a sensação de plenitude que todos merecem.
Claro está que podia fazer mais pesquisa, refazer este texto vezes sem conta para atingir um estado de perfeição minimamente aceitável... mas isso seria simplesmente mais uma forma de adiar a tarefa!
segunda-feira, novembro 05, 2007
Desencontro de Fantasias
Tal como o próprio nome indica, uma fantasia está arreigada ao mundo fantástico, imaginário . Fantasiar faz com que a nossa vida seja pautada de desejos, de vontades, de avanços, tal como a célebre frase "quando o homem sonha o mundo pula e avança", fantasiar, sonhar, leva-nos a patamares de vontades, de alegrias, de emoções que depois precisam de ser ajustadas ou re-ajustadas.
Ao colocar o título a este post "Desencontro de Fantasias" estava a pensar no nascimento de um bebé diferente, que foge em larga medida das fantasias da gravidez.
Tal como em qualquer gravidez existem fantasias associadas ao nosso bebé, como será ele, se é menino ou menina (caso não saiba o sexo à priori) se terá olhos azuis, verdes, castanhos, se cabelo claro ou escuro, liso ou encaracolado, se sai ao pai á mãe... e aquando do nascimento do bebé real, há que fazer o encontro entre o bebé real e o bebé imaginário, fazendo o luto das fantasias associadas à gravidez.
E quando nasce um bebé com diferença? que foge por completo às fantasias dos pais? que não vai minimamente de encontro ao idealizado? mas que assim que nasce está àvido de carinho, de afecto, de contacto, e a mãe, sem ter tempo para fazer o seu luto, de viver o seu desapontamento, de tentar perceber o que se passou, tem que de imediato entrar na reciprocidade com o seu bebé.
Como é pensar desta forma? Como é que se faz este movimento? Quais os mecanismos que se têm que accionar de imediato? Como é isto de ter um bebé diferente? Como é que aconteceu? O que falhou? Quem são os culpados? É hereditário? Foi à nascença? Fomos nós pais?
Estas são muitas das questões que assolam o pensamento dos pais que se deparam com um bebé com diferença. Tal como em outros post's onde referenciei o que é a diferença ilustrado por contos, por histórias que retratam as vivências parentais, há que haver um período de consternação, de zanga, de raiva, mas depois tem que haver um movimento contrário, de encontro com o bebé, ainda que diferente, um bebé com capacidades próprias, com características específicas, capaz de entrar na reciprocidade parental, de receber e dar carinho; o que tem que existir é um enquadramento na forma como aquela criança, aquele bebé nos dá carinho, amor, se desenvolve e cresce.
Deixo estas pequenas /grandes palavras, questões para que possamos reflectir um pouco, e amanhã continuarei...
Até amanhã
Ao colocar o título a este post "Desencontro de Fantasias" estava a pensar no nascimento de um bebé diferente, que foge em larga medida das fantasias da gravidez.
Tal como em qualquer gravidez existem fantasias associadas ao nosso bebé, como será ele, se é menino ou menina (caso não saiba o sexo à priori) se terá olhos azuis, verdes, castanhos, se cabelo claro ou escuro, liso ou encaracolado, se sai ao pai á mãe... e aquando do nascimento do bebé real, há que fazer o encontro entre o bebé real e o bebé imaginário, fazendo o luto das fantasias associadas à gravidez.
E quando nasce um bebé com diferença? que foge por completo às fantasias dos pais? que não vai minimamente de encontro ao idealizado? mas que assim que nasce está àvido de carinho, de afecto, de contacto, e a mãe, sem ter tempo para fazer o seu luto, de viver o seu desapontamento, de tentar perceber o que se passou, tem que de imediato entrar na reciprocidade com o seu bebé.
Como é pensar desta forma? Como é que se faz este movimento? Quais os mecanismos que se têm que accionar de imediato? Como é isto de ter um bebé diferente? Como é que aconteceu? O que falhou? Quem são os culpados? É hereditário? Foi à nascença? Fomos nós pais?
Estas são muitas das questões que assolam o pensamento dos pais que se deparam com um bebé com diferença. Tal como em outros post's onde referenciei o que é a diferença ilustrado por contos, por histórias que retratam as vivências parentais, há que haver um período de consternação, de zanga, de raiva, mas depois tem que haver um movimento contrário, de encontro com o bebé, ainda que diferente, um bebé com capacidades próprias, com características específicas, capaz de entrar na reciprocidade parental, de receber e dar carinho; o que tem que existir é um enquadramento na forma como aquela criança, aquele bebé nos dá carinho, amor, se desenvolve e cresce.
Deixo estas pequenas /grandes palavras, questões para que possamos reflectir um pouco, e amanhã continuarei...
Até amanhã
domingo, novembro 04, 2007
sexta-feira, novembro 02, 2007
“Insatisfação, Vazio Mental e Mal Estar”, 1º Encontro do Centro de Estudos Psicanalíticos de Coimbra.
Vai realizar-se nos próximos dias 9 e 10 de Novembro o 1º Encontro do Centro de Estudos Psicanalíticos de Coimbra sobre o tema "Insatisfação, Vazio Mental e Mal Estar", no Auditório do Instituto da Juventude de Coimbra.
O programa consta do seguinte:
Sexta-feira, dia 9 de Novembro
"O Vazio Psíquico contra a depressão: Agir, Futilidade e Falha na Representação de si"
Carlos Farate
Comentador: Rui Coelho
"Vazio e Funcionamento Mental"
Moderador: José Augusto Dória
Participantes: Carlos Vieira, Ana Pais, Rosina Pereira
"Mal Estar e Violência"
Luísa Vicente
Comentador: Fernanda Alexandre
"Novas (Velhas) Patologias"
Moderador: António Mendonça
Participantes: Conceição Almeida, Sónia Coelho, Nelson Barros
Sábado, 10 de Novembro
"Mal Estar na Civilização"
Carlos Amaral Dias
Comentador: José C. Coelho Rosa
"Sempre a Abrir: o Agir como Forma de Vida"
Moderador: Fátima Sequeira
Participantes: Jorge Câmara, Fátima Neves, Rui Aragão
"Psicossomática Estrutural"
Jaime Milheiro
Comentador: Jorge Bouça
"O Corpo é que Paga: Lacunas de Mentalização"
Moderador: Teresa Nunes Vicente
Participantes: Mendes Pedro, Rosa Rebelo, João Santana
Informações e Secretariado
Rua Oliveira Matos, 17
3000 - 305 Coimbra
Telf. 239824557
Email: edite@ismt.pt
O programa consta do seguinte:
Sexta-feira, dia 9 de Novembro
"O Vazio Psíquico contra a depressão: Agir, Futilidade e Falha na Representação de si"
Carlos Farate
Comentador: Rui Coelho
"Vazio e Funcionamento Mental"
Moderador: José Augusto Dória
Participantes: Carlos Vieira, Ana Pais, Rosina Pereira
"Mal Estar e Violência"
Luísa Vicente
Comentador: Fernanda Alexandre
"Novas (Velhas) Patologias"
Moderador: António Mendonça
Participantes: Conceição Almeida, Sónia Coelho, Nelson Barros
Sábado, 10 de Novembro
"Mal Estar na Civilização"
Carlos Amaral Dias
Comentador: José C. Coelho Rosa
"Sempre a Abrir: o Agir como Forma de Vida"
Moderador: Fátima Sequeira
Participantes: Jorge Câmara, Fátima Neves, Rui Aragão
"Psicossomática Estrutural"
Jaime Milheiro
Comentador: Jorge Bouça
"O Corpo é que Paga: Lacunas de Mentalização"
Moderador: Teresa Nunes Vicente
Participantes: Mendes Pedro, Rosa Rebelo, João Santana
Informações e Secretariado
Rua Oliveira Matos, 17
3000 - 305 Coimbra
Telf. 239824557
Email: edite@ismt.pt
quinta-feira, novembro 01, 2007
Percursos com António Coimbra de Matos
No dia 5 de Novembro pelas 21:00h no Teatro Municipal de São Luís ao Chiado vai realizar-se o lançamento do livro "Percursos com António Coimbra de Matos" exibição do documentário com o mesmo titulo.
Esta iniciativa, será prestigiada com a participação do Prof. Doutor António Coimbra de Matos e do Dr. Carlos Vaz Marques (apresentação), a entrada será livre, sendo servido um Porto de Honra no início do programa (cerca das 20h30).
Para mais informações e visionamento do trailer vá ao site da Climepsi
quarta-feira, outubro 31, 2007
Transferência e contra-transferência em Avaliação Psicológica!
É frequente falarmos de transferência e contra-transferência num contexto psicoterapêutico, mas é menos frequente pensarmos nos aspectos da transferência quando fazemos avaliação psicológica.
Ainda que pensemos nesse factor quando interpretamos os dados da entrevista, raramente o fazemos no que diz respeito aos resultados das provas, e até à forma como elaboramos o relatório.
A transferência influencia-nos desde a escolha das provas e pode interferir significativamente nos resultados.
Se uma avaliação psicológica é um método que procura a exactidão, nós, técnicos envolvidos devemos estar também atentos à subjectividade e considerar a interferência destes aspectos.
Não quero com isto dizer que devemos analisar e utilizar a transferência como mais um método de avaliação e de diagnóstico, mas sim atender à sua influência no nosso trabalho, que se pretende que seja rigoroso e exacto.
Ainda que pensemos nesse factor quando interpretamos os dados da entrevista, raramente o fazemos no que diz respeito aos resultados das provas, e até à forma como elaboramos o relatório.
A transferência influencia-nos desde a escolha das provas e pode interferir significativamente nos resultados.
Se uma avaliação psicológica é um método que procura a exactidão, nós, técnicos envolvidos devemos estar também atentos à subjectividade e considerar a interferência destes aspectos.
Não quero com isto dizer que devemos analisar e utilizar a transferência como mais um método de avaliação e de diagnóstico, mas sim atender à sua influência no nosso trabalho, que se pretende que seja rigoroso e exacto.
domingo, outubro 28, 2007
Reflexo
Sem querer tirar o mérito a Nuno Júdice, acrescentaria ao seu título Reflexo, ou o Mito de Narciso, pois as suas palavras retratam o sentimento de frustração e exclusão daquele que vive uma relação onde não há lugar para o outro.
"Sem nada para fazer, olha-se no espelho do quadro, procurando uma resposta. Ou será o contrário, sendo ela uma projecção da sua própria imagem? No fundo, é o movimento do olhar que vai de uma para outra que impede uma certeza: se é no horizonte do quadro, de cuja perspectiva ela faz parte, que se encontra a realidade, ou se é no pensamento da mulher que vê o seu reflexo que o mundo se descobre, para que ambas se reconheçam a mesma?
Olho-as: e também eu não sei a que espaço pertenço, quando a janela está aberta, e a luz que entra me empurra para fora, onde uma primavera é possível. Elas, no entanto, não querem saber disto; e é como se a mulher que se ajoelha, na cadeira, esperasse o milagre que a faça sair do quadro, e avançar pelo dia, como a luz avança pela sala onde nada acontece, a não ser este olhar que as prende uma à outra, e me deixa de fora."
Olho-as: e também eu não sei a que espaço pertenço, quando a janela está aberta, e a luz que entra me empurra para fora, onde uma primavera é possível. Elas, no entanto, não querem saber disto; e é como se a mulher que se ajoelha, na cadeira, esperasse o milagre que a faça sair do quadro, e avançar pelo dia, como a luz avança pela sala onde nada acontece, a não ser este olhar que as prende uma à outra, e me deixa de fora."
sábado, outubro 27, 2007
Sobre Respirar
E diminui, diminui o que sente, o que pensa, recolhe-se como se recolhem os homens secos e tristes e secos, e mortos, fica no fundo do escuro, e escuta, espera, o dia em que possa sair. Espera atento, e escuro, e escuta, e pensa o dia em que possa sair. Morre, riam-se, torçam-se linhas do destino. Guarda-se e protege-se, morre, escuta, escuro. E se o que escuta for escuro, e nada mais... e se nada. E se, não. Não. Espera, escuta, escuro, escreve. Desejo, deseja-se. Quer. Quer-se. Escuta. Amor.
sexta-feira, outubro 26, 2007
Violência Sexual - Psicopatologia
No dia 27 de Novembro, pelas 21:00h vai realizar-se na Faculdade de Medicina de Lisboa uma conferência intitulada "Maus Tratos na Criança e no Adolescente - Violência Sexual: Psicopatologia" será proferida pelo Prof. Doutor Juan Eduardo Tesone e comentada pelo Prof. Coimbra de Matos. A Entrada é livre.
Na sequência desta conferencia vai também realizar-se um curso sobre a mesma temática nos dias 27, 28, 29 e 30 igualmente em Novembro.
O Prof. Juan Eduardo Tesone é Professor na Faculdade de Medicina de Pitié-Salpêtroère; da Universidade de Paris VI; na Faculdade de Psicologia da Universidade de Ciências Empresariais e Sociais de Buenos Aires; Psiquiatra na Universidade de Paris XII; Membro da Sociedade Psicanalítica de Paris e da Associação Psicanalítica Argentina.
terça-feira, outubro 23, 2007
Sobre Vigorexia
Descrita pela primeira vez em 1993, por Harrisom Pope como anorexia reversa, e posteriormente como "complexo de adônis", a vigorexia é uma das mais recentes patologias emocionais estimuladas pela cultura.
Mais comum no sexo masculino, esta patologia caracteriza-se por uma preocupação excessiva em ficar forte. Os portadores dedicam muito tempo à actividade de modelação física, resultando em algum prejuízo sócio-ocupacional. Geralmente mantêm uma dieta rigorosa – comem de forma atípica e exagerada, acompanhada por complementos vitamínicos, hormonais e anabolizantes - para conseguirem o seu objetivo.
Os vigoréticos têm uma preocupação patológica em se tornarem o protótipo do homem moderno, supostamente desejável pelas mulheres. Há uma busca obsessiva no modelo de homem, com um corpo fibroso, definido e musculoso.
Próxima da anorexia nervosa, a vigorexia é uma patologia ligada à perda de controlo de impulsos narcisistas. Em ambas se verifica uma distorção da imagem que os indviduos têm sobre si mesmos: os vigoréxicos nunca se acham suficientemente musculosos, os anoréxicos nunca se acham suficientemente magros.
Entre os vigoréxicos, encontramos individuos com personalidade introvertida, cuja timidez ou retraimento social favorecem uma busca do corpo perfeito como compensação aos sentimentos de inferioridade. A obsessão com o próprio corpo é identico ao observado na anorexia nervosa.
Esta patologia tem como pricipais sintomas: insônia, falta de apetite, irritabilidade, desinteresse sexual, fraqueza, cansaço constante, dificuldade de concentração entre outras.
Apesar de não estar incluida nas classificações tradicionais de transtornos mentais (CID.10 e DSM.IV), o quadro descrito mais associado é a Dismorfia Muscular (ou Transtorno Dismórfico Muscular), patologia psíquica dos individuos excessivamente preocupadas com a própria aparência, constantemente insatisfeitos com os seus músculos e que se encontram continuamente em busca da perfeição corporal.
Podemos encontrar várias características comuns entre a vigorexia e a anorexia nervosa:
- Preocupação exagerada com o próprio corpo
- Baixa autoestima
- Personalidade Introvertida
- Factores sócio-culturais comuns
- Tendência a auto-medicação
- Idade de aparecimento (adolescência)
- Modificações da dieta
Como diferenças básicas podemos destacar: na vigorexia encontramos geralmente individuos do sexo masculino, com uma auto-imagem de fraco e que utiliza o recurso a anabolizantes; na anorexia nervosa encontramos individuos do sexo feminino, com uma auto-imagem de obeso e que utiliza o recurso a laxantes e diuréticos.
Embora não tão popularizada como a anorexia nervosa, a vigorexia é uma patologia que pode igualmente causar graves problemas fisícos aos seus portadores, muitos dos quais irreversiveis, por este motivo todos devem estar atentos a este novo fenómeno cultural.
GEORGE STEINER EM LISBOA
Georges Steiner, talvez o maior pensador actual, faz uma conferência na Gulbenkian, quinta, dia 25 às 10.30 (Auditório 2), sobre os limites da ciência.
Steiner tem vários livros publicados em português: A Ideia de Europa, A Barbárie da Ignorância, As Lições dos Mestres, O Silêncio dos lIvros, A torre de Babel, Nostalgia do Absoluto, 4 Entrevistas com George Steiner, etc. Todos eles excelentes.
Será talvez a última portunidade de o ouvir, dado que já tem bastante idade.
E sempre poderemos contar aos nossos filhos ou netos!
Steiner tem vários livros publicados em português: A Ideia de Europa, A Barbárie da Ignorância, As Lições dos Mestres, O Silêncio dos lIvros, A torre de Babel, Nostalgia do Absoluto, 4 Entrevistas com George Steiner, etc. Todos eles excelentes.
Será talvez a última portunidade de o ouvir, dado que já tem bastante idade.
E sempre poderemos contar aos nossos filhos ou netos!
sábado, outubro 20, 2007
Saber Dizer
Não saber dizer amo, odeio, sofro, paixão, amor, ódio, sinto. Não dizer, sinto, não dizer sinto. Fecha-se num quarto demasiado pequeno para o que não é. Para o que não sonha, nem sente, nem, nem, enm enem enem,en enmn nem é. Não pede, não desiste, está, num quarto demasiadamente pequeno para o que não é. As pernas começam a enrolar-se sobre si próprio, fecha-se também por fora. Não respira um ar fora de si há demasiados sopros que o sufocam. Sabe pouco, a não ser o que repete sempre para não esquecer, mas o que repete, o que é, e que sabe é pouco. Sabe que o mundo ficou pequeno fechado, sufocado, parado. Rola na cama como quem rola numa nuvem de vida e ar. Mas a cama queima, o lençol queima de gelo de o ter sempre e todos os dias. O mundo é seu, e não é nada. Tudo vai deslizando de si próprio, das mãos que é, treme, abre-se a carne no que resta de um corpo com forma. O lençol entra dentro de si. Rola como se este fosse o seu movimento máximo, como andam as pessoas no metro, a pé, de carro. Rola. Conta os anos que tem e que não sabe. Tem medo de não morrer. Tem medo de amanhã acordar de novo. Não saber dizer amo, odeio, sofro, não saber dizer quem é, o que é. Sabe contar com os dedos os anos que passaram. Duas mãos mais um dedo. Este dedo, que espera que não sejam dois, nem um de dia, quanto mais um dedo de ano. Não saber dizer.
sexta-feira, outubro 19, 2007
Time Out
A Time Out é das revistas mais emblemáticas de London. A primeira coisa que se faz chegando a Londres, ainda com a bagagem às costas, com os casacos pendurados, é comprar a Time Out. Num ápice ficamos a saber tudo o que de cultural há para ver, fazer, cheirar na cidade. Há de tudo, para todas as idades, para todos os gostos.
Em Lisboa saiu agora a Time Out Lisboa. O género é semelhante ao de Londres; os contéudos são lisboetas e a língua é a nossa. Neste caso, manter o estilo é manter a qualidade. Nada a opor, pelo contrário, só a favor.
Leiam e divirtam-se. Time Out!
quinta-feira, outubro 18, 2007
Maternidade e narcisismo.
Nancy Mcwilliams, no seu livro "Diagnóstico Psicanalítico", e acerca do Narcisismo, utiliza esta citação de uma amiga para expressar uma posição marcadamente não narcisica de uma mãe face à maternidade.
"Cada vez que eu engravidava, eu chorava. Perguntava-me de onde viria o dinheiro, como iria cuidar daquela criança e tudo o mais. Mas, por volta do quarto mês, começava a sentir a vida e ficava completamente excitada a pensar: Mal posso esperar que nasças e eu descobra quem tu és!"
Nancy reforça que esta postura contrasta com os sentimentos de um progenitor que "já sabe" o que a criança vai ser, alguém que realize as ambições falhadas da família.
É uma citação bonita, e a psicanálise também tem destas coisas...! ;)
"Cada vez que eu engravidava, eu chorava. Perguntava-me de onde viria o dinheiro, como iria cuidar daquela criança e tudo o mais. Mas, por volta do quarto mês, começava a sentir a vida e ficava completamente excitada a pensar: Mal posso esperar que nasças e eu descobra quem tu és!"
Nancy reforça que esta postura contrasta com os sentimentos de um progenitor que "já sabe" o que a criança vai ser, alguém que realize as ambições falhadas da família.
É uma citação bonita, e a psicanálise também tem destas coisas...! ;)
domingo, outubro 14, 2007
Para amantes de ópera.
DE VIENA À
BROADWAY
AUDITÓRIO DA
REITORIA DA
UNIVERSIDADE NOVA
DE LISBOA
16 Outubro 2007
19:00h – Entrada livre
O Teatro Nacional de São Carlos e a Reitoria da Universidade Nova de Lisboa renovam a sua parceria para 2007.08.
O programa De Viena à Broadway, a 16 de Outubro, será o primeiro de três espectáculos programados entre Outubro e Dezembro de 2007.
A 21 deNovembro está agendada a interpretação de Ein Deutsches Requiem, de Brahms, e 14 de Dezembroo Coro Feminino do São Carlos interpreta um programa de Árias de Ópera.
BROADWAY
AUDITÓRIO DA
REITORIA DA
UNIVERSIDADE NOVA
DE LISBOA
16 Outubro 2007
19:00h – Entrada livre
O Teatro Nacional de São Carlos e a Reitoria da Universidade Nova de Lisboa renovam a sua parceria para 2007.08.
O programa De Viena à Broadway, a 16 de Outubro, será o primeiro de três espectáculos programados entre Outubro e Dezembro de 2007.
A 21 deNovembro está agendada a interpretação de Ein Deutsches Requiem, de Brahms, e 14 de Dezembroo Coro Feminino do São Carlos interpreta um programa de Árias de Ópera.
sexta-feira, outubro 12, 2007
O sonho depois de acordar
Acorda. O braço responde. Ninguém chora do outro lado da porta. O dia é noite escura de uma lua cansada de muitos milhões de luares. Antes de os olhos se habituarem à escuridão que envolve, o cheiro a alfazema. A almofada segura a cabeça, a solidão ainda dorme numa cama demasiadamente grande para um só corpo, mas dá esperança, e medo, e ódio, e zanga, e sopro, e fúria, e sangue e medo, e nada, não há movimento. Olha a janela, cimento. Olha a porta, cimento. Olha para dentro dela, morte que é desejo de não mais viver. A mesa de cabeceira. Não há luz. O braço que mexe quer pegar nalguma coisa. Muito baixinho, sem acordar a solidão que a abraçaria, pega numa imagem de um anjo. Cabe-lhe na palma da mão, mas enche-a por dentro. Pede, pensa, reza, imagina. Um sonho sem paredes, um sonho onde as coisas simples voltam. Não consegue. Mexe-se de mais, a solidão acordou. Tudo fica mais em silêncio. Ouve sente, alguém que chora do outro lado do cimento. Uma mão agarra a almofada. Alfazema. Fecha os olhos. Larga o anjo. Alfazema. Silêncio. As paredes sangram cimento. Morre. Alfazema. O anjo no chão. O choro de alguém que chora encostado à porta. Chora uma lágrima que lhe borra o rouge. Cimento, rouge, alfazema. Alfazema.
quinta-feira, outubro 11, 2007
Seminário Dislexia!
quarta-feira, outubro 10, 2007
Pena de morte.
Saiu hoje no Publico, um artigo sobre a pena de morte e os métodos utilizados nos diferentes países para a execução dos condenados.
Para mim este assunto é sempre chocante e levanta-me sempre tantas questões...
Hoje ficou-me esta questão:
Em que mundo vivemos nós para que não possamos praticar a Eutanásia mas possamos matar nestas situações e com estas condições?
O link da notícia: http://jornal.publico.clix.pt/default.asp?url=%2Fmain%2Easp%3Fdt%3D20071010%26page%3D5%26c%3DC
Para mim este assunto é sempre chocante e levanta-me sempre tantas questões...
Hoje ficou-me esta questão:
Em que mundo vivemos nós para que não possamos praticar a Eutanásia mas possamos matar nestas situações e com estas condições?
O link da notícia: http://jornal.publico.clix.pt/default.asp?url=%2Fmain%2Easp%3Fdt%3D20071010%26page%3D5%26c%3DC
segunda-feira, outubro 08, 2007
Ciclo de Cinema e Saude Mental
II CICLO DE CINEMA DE SAÚDE MENTAL.
LOCAL: Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro – Antigo Solar da Nora, Estrada de Telheiras, 146, 1600-772 Lisboa.
ENTRADA LIVRE
PROGRAMA
Dia 09 de Outubro – 20h45 – "SPIDER" de David Cronenberg
Comentários: João Lopes – Crítico de Cinema na imprensa escrita e televisão.
Jorge Câmara – Psiquiatra e Psicanalista
Dia 16 de Outubro – 20h45 – "Volver" de Pedro Almodóvar
Comentários: Álvaro de Carvalho – Psiquiatra
Carlos Vaz Marques – Jornalista TSF
Deolinda Santos Costa – Psicanalista
Dia 24 de Outubro – 20h45 – "SARABAND" de Ingmar Bergman
Comentário: Carlos Amaral Dias – Psiquiatra e Psicanalista
Promete! Recomendo vivamente.
LOCAL: Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro – Antigo Solar da Nora, Estrada de Telheiras, 146, 1600-772 Lisboa.
ENTRADA LIVRE
PROGRAMA
Dia 09 de Outubro – 20h45 – "SPIDER" de David Cronenberg
Comentários: João Lopes – Crítico de Cinema na imprensa escrita e televisão.
Jorge Câmara – Psiquiatra e Psicanalista
Dia 16 de Outubro – 20h45 – "Volver" de Pedro Almodóvar
Comentários: Álvaro de Carvalho – Psiquiatra
Carlos Vaz Marques – Jornalista TSF
Deolinda Santos Costa – Psicanalista
Dia 24 de Outubro – 20h45 – "SARABAND" de Ingmar Bergman
Comentário: Carlos Amaral Dias – Psiquiatra e Psicanalista
Promete! Recomendo vivamente.
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