quarta-feira, março 11, 2015

||Perturbações de Personalidade|| - Personalidade Dependente


As pessoas que sofrem de dependência caracterológica definem-se sobretudo em relação aos outros e procuram segurança e satisfação predominantemente em contextos interpessoais - "Sou a esposa do Luís, e estou bem quando as coisas estão bem com ele.". Os sintomas psicológicos podem surgir quando algo falha numa relação primária.

A procura de tratamento tende a surgir no meio da vida ou mais tarde, após a morte do(a)
companheiro(a) ou divórcio.

Apesar de aparentemente as mulheres serem mais propensas à dependência patológica, tal pode dever-se simplesmente a uma maior facilidade por parte das mulheres para reconhecer a dependência.

Alguns estudos situam as origens desta patologia em cuidados parentais de sobreproteção ou autoritaristas, um processo de socialização ligado ao desempenho de papéis de género pré-determinados e/ou a atitudes culturais relacionadas com a orientação para o sucesso versus a orientação para as relações.

São pessoas que se sentem ineficazes quando estão por conta própria e tendem a considerar os outros poderosos e eficazes.

Tipicamente a vida das pessoas com uma perturbação dependente de personalidade é organizada com vista à manutenção de relações de cuidados e de apoio (emocional, financeiro, parental, académico, profissional, identitário, etc.) nas quais elas são submissas. Quando conseguem desenvolver este tipo de relações tendem a sentir-se satisfeitas, ao passo que quando não o conseguem vivem um transtorno agudo.

As preocupações emocionais destas pessoas envolvem frequentemente ansiedade de desempenho e medo de serem criticadas e abandonadas.

Preocupação/tensão central: Manter/perder a relação
Afetos centrais: Prazer quando vinculado(a) de forma segura; tristeza e medo quando sozinho(a)
Crença patogénica característica sobre si próprio(a): Sou inadequado(a), preciso de ajuda alheia, sou impotente
Crença patogénica sobre os outros: Os outros são poderosos e preciso do cuidado deles.

Fonte: PDM - Psychodynamic Diagnostic Manual

segunda-feira, março 09, 2015

O que dizer e o que NÃO dizer a alguém que sofre de depressão




Tu és importante
O que dizer: Tu és importante para mim.
O que NÃO dizer: Nunca ninguém disse que a vida era justa.

Deixa-me ajudar
O que dizer: Queres um abraço?
O que NÃO dizer: Pára de ter pena de ti.

A depressão é real
O que dizer: Não estás a ficar louco(a).
O que NÃO dizer: Portanto estás deprimido(a). Não estás sempre?

Há esperança
O que dizer: Não estamos neste mundo para andar a sondar o mal uns dos outros, mas para vermo-nos uns aos outros a chegar onde queremos e achamos que merecemos.
O que NÃO dizer: Tenta não estar tão deprimido(a).

Podes ultrapassar isto
O que dizer:  Quando tudo isto terminar, vou continuar a estar aqui e tu também.
O que NÃO dizer: A culpa é tua.

Vou fazer o melhor possível para entender
O que dizer: Não consigo entender o que estas a sentir, mas posso oferecer-te a minha compaixão.
O que NÃO dizer: Acredita em mim, sei como te sentes. Uma vez estive deprimido(a) durante vários dias.

Não me vais afastar de ti
O que dizer: Não te vou deixar ou abandonar-te.
O que NÃO dizer: Acho que a tua depressão é uma forma de nos castigares.

Gosto de ti e preocupo-me contigo
O que dizer: Amo-te. (Dize-lo apenas se for sentido.)
O que NÃO dizer: Ainda não te fartaste disso do "eu, eu, eu" ?

Vamos ultrapassar isto juntos
O que dizer: Sei que estás num grande sofrimento. Não te vou deixar. Vou cuidar de mim próprio(a), para que não precises de te preocupar que a tua dor possa magoar-me.
O que NÃO dizer: Já experimentaste chá de camomila?


Fonte: http://www.cbsnews.com/pictures/10-things-not-to-say-to-someone-whos-depressed/7/

sexta-feira, março 06, 2015

O que sempre soube das mulheres...


... MAS TIVE À MESMA DE PERGUNTAR

Tratam-nos mal, mas querem que as tra­temos bem.

Apai­xonam-se por se­rial-kil­lers e de­pois queixam-se de que nem um pos­ta­linho. 

Es­crevem que se de­su­nham. 

Fingem acre­ditar nas nossas men­tiras desde que te­nhamos graça a pregá-las. 

Aceitam-nos e to­leram-nos porque se acham su­pe­ri­ores. São su­pe­ri­ores. 

Não têm o gene da violência, em­bora seja me­lhor não as pro­vo­carmos. 

Per­doam fa­cil­mente, mas nunca es­quecem. 

Bebem ci­cuta ao pe­queno-almoço e des­tilam mel ao jantar. 

Têm uma ca­pa­ci­dade de en­trega que até dói. São óptimas mães até que os fi­lhos fazem 10 anos, de­pois perdem o norte. 

Pelam-se por jogos eróticos, mas com o sexo já de­pende. Têm dias. Têm noites. 

Con­se­guem ser tão cal­cu­listas e mal­dosas como qual­quer homem, só que com muito mais nível.

In­ven­taram o telemóvel ao vo­lante. 

São co­ra­josas e quando se lhes mete uma coisa na cabeça levam tudo à frente. 

Fazem-se de parvas porque o se­guro morreu de velho e estão muito es­cal­dadas. 

Fazem-se de ino­centes e (mi­lagre!) por esse acto de von­tade tornam-se mesmo ino­centes. 

Nunca perdem a ca­pa­ci­dade de se des­lum­brarem. 

Riem quando estão tristes, choram quando estão fe­lizes. 

Não com­pre­endem nada. Com­pre­endem tudo. 

Sabem que o corpo é pas­sa­geiro. Sabem que na vi­agem há que tratar bem o pas­sa­geiro e que o amor é um bom fio con­dutor. 

Não são de con­fiança, mas até a mais in­fiel das mu­lheres é mais leal que o mais fiel dos ho­mens.

São tra­madas. Comem-nos as papas na cabeça, mas de­pois levam-nos a co­lher à boca. 

A única coisa em nós que é para elas um mistério é a jan­ta­rada de amigos – elas quando jogam é para ga­nhar. 

E é tudo. Ah, não, há ainda mais uma coisa. 



Acre­ditam no Amor com A grande mas, 
para nossa sorte, 
con­tentam-se com pouco.



Autor: Rui Zink
 
Dr. Fernando Mesquita
Terapia Sexual e Psicologia Clínica
Psicronos - Lisboa 

quarta-feira, março 04, 2015

Psicoterapia Breve vs. Psicoterapia Longa: Considerações


As terapias breves são muito eficaz na resolução de diversos problemas ou sintomas, dependendo da psicoterapia em questão. É também verdade que para determinados problemas - nomeadamente perturbações de trauma e dissociação - existem tratamentos de rapidez dramática como o EMDR. Há no entanto problemas mais complexos que não são passíveis de serem resolvidos com meras sessões de psicoterapia, pois requerem um duro trabalho de reestruturação de personalidade em profundidade.

As psicoterapias breves em geral visam o alívio rápido de sintomas - aqueles que cedem à intervenção breve - e não um trabalho profundo e abrangente, que lide não só com aquilo de que a pessoa se queixa mas com tudo o que existe em torno de tal e aquilo que vai surgindo à medida que se trabalha a queixa/pedido inicial, e assim sucessivamente. As psicoterapias breves, no geral pouco conseguem fazer face às perturbações de personalidade, por exemplo, porque não se trata daquilo que a pessoa "têm", mas daquilo que a pessoa "é". São padrões muito próprios e automáticos de sentir, de pensar, de agir, de perceber o mundo em redor, de perceber os outros e as relações, pdrões únicos de acomodação às exigências da realidade, de lidar com o stress, de lidar com as perdas, de lidar com as ameaças à autoestima. São padrões de funcionamento e de "ser" que estão enraizados no íntimo da pessoa tal como ela é.

Mais de 100 anos de investigação clínica têm mostrado sistematicamente que a maturidade e a capacidade de vivermos uma vida satisfatória está ligada ao desenvolvimento psicológico (maturação) durante a infância (sobretudo), base da nossa personalidade. Em cada fase específica do desenvolvimento psicológico desenvolvem-se (ou não) certas capacidades que são fundamentais para a vida adulta. Por vezes o trabalho clínico implica o retomar do desenvolvimento psicológico que foi interrompido, ou que não se conseguiu completar satisfatoriamente em determinadas áreas ao longo do crescimento. Só um psicólogo com conhecimentos aprofundados nos modelos da psicologia do desenvolvimento (e quantos mais conhecer, melhor) consegue fazer essa avaliação, bem como a avaliação das capacidades que a pessoa foi conseguindo desenvolver ao longo da vida, e aquelas cuja falta ou escacez estão na base e por de trás dos problemas que trazem a pessoa à consulta. Por vezes este apuramento clínico ou avaliação rigorosa da psicologia em profundidade de uma dada pessoa requer várias consultas de avaliação e acompanhamento. Sendo inerente e parte da natureza das consultas de psicologia clínica e psicoterapia que ao longo do processo, quanto mais se aprofunda, mais se desvenda.

Trabalhar áreas como a identidade, orientação sexual, autonomia, dependências, instabilidade e conflitos persistentes nas relações amorosas, problemas complexos na vida de um casal, depressões profundas, quadros psicóticos, narcísicos, perversões sexuais ou morais, capacidade de iniciativa, produtividade no trabalho, criatividade, ou perturbações de personalidade (esquizoide, narcísica, psicopata, paranoide, borderline, dependente, masoquista, sado-masoquista, histérica, somática, depressiva-anaclítica, depressiva-introjetiva, maníaca, bipolar, perturbações mistas, etc.) não são trabalhos rápidos, nem simples.

Alguém que foi cuidado por um progenitor controlador durante a infância e adolescência, que criava lutas de poder em torno da alimentação, sexualidade ou em torno da obediência geral, poderá mais tarde ser alguém particularmente preocupado com temas de controlo e medo da perda de controlo. Poderá ter uma psicologia muito rígida e autopunitiva, podendo tornar-se alguém também muito severo com os demais. Poderá desenvolver tendência forte para a racionalização (ou um caráter excessivamente "prático", centrado no fazer e no desfazer), com pouco contacto com as próprias emoções e pouca tolerância às suas partes da personalidade mais imaturas. Ainda que aqui possamos falar de uma perturbação obsessiva, compulsiva ou obsessivo-compulsiva de personalidade (diferente de sintomas obsessivos, compulsivos ou obsessivo-compulsivos), isto é o que a pessoa é, e não o que a pessoa têm.

O trabalho psicoterapêutico nestes casos assenta na própria personalidade, nas dinâmicas familiares do passado (agora internalizadas), na identidade e identificações, no desenvolvimento psicológico da pessoa (e a eventual necessidade de retoma de certas etapas do desenvolvimento durante a psicoterapia), etc.. É também um trabalho de expansão da mente, de ajudar a pessoa a aumentar o conhecimento sobre si própria de modo a que consiga ter em conta quais os seus pontos fortes e suas limitações, e assim consiga melhor adaptar-se ás exigências da realidade e a conseguir a autorealização. O objetivo é reduzir a dificuldade em viver e na relação com os demais, reduzir a angústia existencial e os obstáculos na vida (transformando os obstáculos internos e aprendendo a melhor contornar e lidar com os obstáculos externos, o que é muitas vezes consequência da transformação interna). Isto naturalmente não é algo que se consiga fazer em meia dúzia de sessões. È um trabalho duro, que implica compromisso, todo um encadeamento de mudanças subtís na personalidade e respetiva consolidação, mas que ao longo do tempo aproximam a pessoa mais e mais daquilo que verdadeiramente é (deseja ser ou sente que é mas não o consegue atingir sozinha).

Mas, claro, há mesmo quem só queira resolver um ou outro problema isolado e nesses casos, dependendo sempre do problema e do grau de enraizamento do mesmo, é possível fazer uma psicoterapia mais breve e focal, ignorando outras áreas da personalidade.

Imagens e palavras

Dá que pensar










segunda-feira, março 02, 2015

A polícia do espríto

Vale a pena ler este artigo, não só por citar Carlos Amaral Dias, mas pelo interesse do seu conteúdo. Faz pensar.










Memórias de um Percurso Psicoterapêutico

Fica um breve relato de alguém que decidiu partilhar connosco algumas memórias do seu tempo durante a psicoterapia.

"Fazer psicoterapia foi como o iluminar de um mundo que apesar de tão conhecido, se mantinha na verdade tão incógnito e assombrado. Foi como que uma luz que ao longo do tempo desvelava cada vez mais formas que até então permaneciam ocultas e outras vezes confusas. Do assombrado ressurgiam fantasmas antigos que dissimulada e engenhosamente foram conseguindo fazer lar e zona de conforto dentro de mim. Na verdade mais não faziam senão criar tormento, persistir no direito a esse lugar no meu íntimo e tornar a minha vida penosa e inóspita. Cada fantasma exorcizado, cada ferida sarada, cada problema identificado, cada progresso conseguido, era como que assistir a uma alquimia interior contínua. Era assistir à mudança gradual da visão sobre tudo e sobre todos, e consequentemente como as minhas relações fora das sessões também mudavam, se tornavam mais estáveis, mais profundas e mais gratificantes. Foi livrar-me daquilo e daqueles quem me prejudicavam, sobretudo dentro de mim - fantasmas do passado, figuras distorcidas por emoções muito fortes e não "digeridas", padrões automáticos de sentir e agir aprendidos no passado, etc. -, e depois foi fácil isso acontecer também nas minhas relações. Tudo mudou muito dentro e fora de mim. Passou a ser fácil relacionar-me com as pessoas, porque podia agora conhece-las como verdadeiramente eram, e porque me conhecia cada vez mais e mais, sem ilusões ou distorções! Foi um romper de amarras e paredes limitadoras e aprisionantes, lentamente e a cada sessão. Foi um longo caminho de duras batalhas, mas de progressos firmes e bem notórios. Cada progresso foi como uma conquista de liberdade e o desabrochar progressívo de um sentimento cada vez mais tangível de capacidade e possibilidade livre, não condicionada. 

Podia ter feito psicoterapia mais cedo, o que não aconteceu por desconhecimento de muitas coisas, sobretudo da diferença entre aquilo que dentro de nós e nas nossas vidas é normal e aquilo que é sinal de desequilíbrio, e de como o ser humano é perito na auto-ilusão. Algumas leituras e conversas com amigos psicólogos começaram a fazer-me mesmo muito sentido. Quase todos nós achamos que a nossa família é normal, que o nosso passado foi "normal", porque não temos a experiência de ter e estar em nenhuma outra família senão a nossa. Depois quando as coisas mais tarde correm mal nas nossas vidas conseguimos perceber, pela psicoterapia (ou por alguns livros muito úteis), que afinal algumas coisas não correram assim tão bem. Percebemos também porque é que precisámos de criar a visão ou fantasia que tinha corrido tudo bem. A partir daqui as coisas começam a mudar, porque através da psicoterapia vamos conseguindo enfrentar aquilo que outrora não conseguimos sozinhos. Vamos arrumando o sotão e sarando o coração."

- D.

sexta-feira, fevereiro 27, 2015

Como posso saber se necessito de consultar um psicólogo?


Sempre que:

   - Sentir que está diferente e se sentir incomodado com essa diferença

   - Apresentar sintomas de qualquer perturbação psíquica, por exemplo, medos irracionais,
ansiedade, alterações de humor, descontrolo dos impulsos, propensão a beber de mais ou a consumir drogas, alterações do seu comportamento sexual, insegurança excessiva, estados depressivos, etc.

  -  Se perdeu um familiar querido ou se teve que enfrentar uma situação de vida potencialmente traumatizante

  -  Se tem uma doença crónica ou incapacitante

  -  Se tem crises de pânico

  -  Se tem alguma doença física com uma forte componente psicossomática como, por exemplo, alergias, perturbações gastrointestinais, perturbações de pele (queda de cabelo, eritemas, urticária, etc.), tensão arterial alta e outras.

  -  Se se sente triste e sem vontade de viver

  -  Se tem uma baixa autoestima e dificuldades a nível escolar e/ou profissional

  -  Se se emociona com excessiva facilidade

  -  Se os outros o acusam de ser egoísta, frio e distante

  -  Se tem dificuldade em encontrar um parceiro amoroso que o(a) satisfaça(o)

  -  Se tem dificuldade em manter as relações amorosas (salta de namorada(o) frequentemente)

  -  Se se sente excessivamente cansado e desmotivado e os médicos não encontram uma causa física que o justifique

  -  Se está preocupado com o seu filho

  -  Se tem o sentimento que a sua relação conjugal está a sofrer o desgaste do stress do dia-a-dia e teme a rotura

A lista é interminável, se tiver dúvidas envie-nos um e-mail com a sua situação particular que nós tentaremos ajudá-lo(a) a perceber se deve ou não procurar um psicólogo.

www.psicronos.pt | geral@psicronos.pt
Sempre que:
  • Sentir que está diferente e se sentir incomodado com essa diferença
  • Apresentar sintomas de qualquer perturbação psíquica, por exemplo, medos irracionais, ansiedade, alterações de humor, descontrolo dos impulsos, propensão a beber de mais ou a consumir drogas, alterações do seu comportamento sexual, insegurança excessiva, estados depressivos, etc. Veja o nosso glossário sobre psicopatologia em ....
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  • Se tem uma doença crónica ou incapacitante
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  • Se tem alguma doença física com uma forte componente psicossomática como, por exemplo, alergias, perturbações gastrointestinais, perturbações de pele (queda de cabelo, eritemas, urticária, etc.), tensão arterial alta e outras.
  • Se se sente triste e sem vontade de viver
  • Se tem uma baixa autoestima e dificuldades a nível escolar e/ou profissional
  • Se se emociona com excessiva facilidade
  • Se os outros o acusam de ser egoísta, frio e distante
  • Se tem dificuldade em encontrar um parceiro amoroso que o(a) satisfaça(o)
  • Se tem dificuldade em manter as relações amorosas (salta de namorada(o) frequentemente)
  • Se se sente excessivamente cansado e desmotivado e os médicos não encontram uma causa física que o justifique
  • Se está preocupado com o seu filho
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  • Se se sente triste e sem vontade de viver
  • Se tem uma baixa autoestima e dificuldades a nível escolar e/ou profissional
  • Se se emociona com excessiva facilidade
  • Se os outros o acusam de ser egoísta, frio e distante
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quarta-feira, fevereiro 25, 2015

Situações embaraçosas no sexo



 Situações embaraçosas, mas normais, na hora do sexo


Flatulência vaginal, problemas de lubrificação e dores de cabeça 

podem atrapalhar os momentos íntimos


Por vezes, durante o ato sexual, ocorrem algumas situações "embaraçosas" que podem acabar com "o clima", se o casal não souber lidar com elas. Para não ser apanhada desprevenida, enumeramos as mais comuns e o que pode fazer nesses casos. 

Dificuldades com a lubrificação

Se tem dificuldade em lubrificar, saiba que essa situação é mais frequente do que se pensa, mesmo em mulheres com a sexualidade bem resolvida. As causas são variadas, pode ser tanto algo hormonal, passível de ocorrer com mulheres na menopausa, quanto uma questão psicológica, como insegurança ou medo do próprio desempenho. Se esta situação está a afetar a sua intimidade, fale abertamente com o seu ginecologista, mas também não precisa ter medo de usar um gel lubrificante com seu parceiro!

E quando a lubrificação é excessiva? A lubrificação vaginal é uma resposta do corpo à excitação que está a ter no momento e que prepara o canal vaginal para receber o pénis durante o coito. Algumas mulheres, face a este tipo de situações, referem que ficam de tal forma molhadas que chegam a pensar que urinaram. Existem situações em que o pénis não consegue permanecer dentro da vagina, devido à intensidade da lubrificação da mulher. 

A lubrificação vaginal depende do estímulo das glândulas que estão sob controlo do sistema nervoso central e também de algumas hormonas sexuais, tais como o estrogénio e o estradiol. Esta situação é frequente em mulheres com excesso de peso, pois a presença de gordura aumenta a produção de estradiol. Se esta condição for muito incómoda, é importante procurar ajuda de um médico visto que, por vezes, estas situações se devem a alterações hormonais associadas a algum tipo de medicação ou problemas de saúde. Caso contrário poderá optar por colocar uma toalha em cima da cama para não molhar o colchão.

Flatulência vaginal
Dá-se o nome de "garrulitas vulvae" aos sons produzidos, geralmente durante a penetração, pela vibração dos pequenos e grandes lábios, vulgarmente conhecidos como gases vaginais. Pois o seu som assemelha-se aos da flatulência comum. Excepto se a mulher tiver algum corrimento patológico, estes sons não são acompanhados por odor. 

Durante o coito, com os movimentos do pénis, o ar acumula-se no fundo da vagina e, ao atingir determinada pressão, sai para fora entre o pénis e a parede vaginal, o que gera esse som devido ao efeito de vibração. Geralmente, esta situação agrava-se nas posições em que o pénis pode sair totalmente da vagina, como a posição de quatro e as posições em que a mulher fica por cima do homem. 

Uma vez que a vagina não possui esfíncter como o ânus, a mulher não consegue controlar a saída deste ar durante a atividade sexual ou quando faz algum esforço físico, como na ginástica. 

Algumas mulheres apresentam esta condição após um parto, ou se tiverem o tecido conjuntivo mais frouxo, pois a parte interna da vagina pode alargar e permite a entrada de ar nesse canal que, ao ser expelido, provoca estes barulhos. 

Muitos casais sentem-se constrangidos quando isto acontece. Nesses casos devem experimentar variar de posições com maior frequência, durante a relação sexual, e recorrer a um lubrificante de base aquosa. Além disso, podem melhorar esta condição através do fortalecimento da musculatura perineal (fazendo exercícios Kegel ou Pompoarismo *) ou, em casos extremos, com o recurso a uma intervenção cirúrgica como a perineoplastia.

Ejaculação feminina 
Apesar das mulheres não ejacularem, tal como ocorre com o homem, pois não produzem sémen, algumas têm a capacidade de libertar grandes quantidades de lubrificação, em um jato. Infelizmente para as que não gostam deste fato, não há como acabar com isso, pois trata-se apenas da libertação a mais de lubrificante pelas glândulas da vagina, não havendo forma de alterar o seu funcionamento. E ao contrário da ejaculação masculina, ela não significa necessariamente um orgasmo.

Dor de cabeça sexual 

A cefaleia copulogénica, também conhecida como cefaleia orgástica, consiste numa dor de cabeça primária, benigna, que surge durante o ato sexual ou durante a ocorrência do orgasmo. Esta condição, que é mais frequente em indivíduos que sofrem de enxaquecas, afeta ambos os sexos e deve-se a um erro neuronal na interpretação das sensações de prazer como sensações dolorosas. Normalmente estas cefaleias surgem três minutos antes do orgasmo, alcançando o pico de dor durante o orgasmo, e persistindo nas horas seguintes.

Este tipo de dores de cabeça surge mesmo nas situações em que a mulher está sexualmente excitada e com interesse. Durante a atividade sexual, é normal que ocorra uma discreta elevação da pressão arterial, e algumas mulheres podem sentir algum desconforto ou cefaleias. Nesses casos, é importante conversar com o ginecologista. 

Fatores que colaboram para o desenvolvimento desta condição: stress, qualidade de sono, alimentação e equilíbrio hormonal. 

Em 1988, a International Headache Society definiu critérios operacionais para o diagnóstico de todas as cefaleias, incluindo a cefaleia orgástica. Os critérios são os seguintes:
  • É precipitada pela excitação sexual;
  • Inicialmente é bilateral;
  • É prevenida ou minimizada quando findada a excitação sexual antes do orgasmo;
  • Não está ligada a nenhum distúrbio intracraniano, como o aneurisma.
O tratamento é feito com base na mudança de hábitos alimentares, como diminuição do consumo de açúcar, pão e alimentos industrializados, bem como na qualidade do sono. Como consequência destas mudanças, existe um maior equilibrio hormonal. Existem alguns comprimidos que ajudam a diminuir estes sintomas mas devem ser prescritos por médico. Dentre estes fármacos estão a ergotamina e indometacina, que devem ser ingeridos entre uma ou duas horas antes do ato sexual. Quando a condição persiste, propanolol ou diltiazem podem ser opções, devendo ser utilizados por algumas semanas.

Porém, muitas vezes essa dor pode ter origem psicológica, muitas vezes associada a problemas emocionais. Nestes casos importa identificar as dificuldades sexuais e relacionais do casal.
Vontade de urinar
Muitas mulheres referem sentir uma grande vontade de urinar durante a atividade sexual. Uma explicação fisiológica para esse fenómeno é o fato do útero contrair durante a relação sexual, repercutindo-se essas contrações no fundo da bexiga, devido à sua proximidade com o utero, o que provoca a vontade de urinar. Algumas mulheres chegam a confundir essa sensação com o orgasmo. Apesar da sensação de orgasmo variar durante o período menstrual, e ao longo da vida, ela não tem nada a ver com a vontade de urinar.


Para evitar a libertação de urina durante o sexo, o ideal é não ter a bexiga nem muito cheia, nem muito vazia, pois é importante urinar após o sexo, para reduzir riscos de infecções urinárias. Se mesmo assim a incontinência ocorrer, é importante procurar ajuda de uroginecologista. Outra situação semelhante é a incontinência fecal, resultante também de uma musculatura flácida do ânus. Nestes casos, deverá procurar um médico proctologista. 

Distração durante o ato

Apesar de poder afetar os homens, geralmente são as mulheres que se queixam mais desta de perderem o interesse, ou o foco, durante a relação sexual. Apesar de ser normal se ocorrer de vez enquanto, pode ser o indicio de um problema, que requer atenção de um especialista, quando se torna frequente. Aprender a relaxar e esquecer os problemas do dia-a-dia podem ajudar a ultrapassar estas dificuldades e um sexo completo e prazeroso. 

Menstruar na hora H

Quando se faz sexo, pouco antes da fase de menstruação, existe e possibilidade de surgir sangue, durante a penetração, pois o útero já está banhado de sangue, e as contrações uterinas podem ajudar a eliminar o endométrio mais rápido. No entanto, esta situação só é "normal" se ocorrer um dia antes da "data oficial". Se esse sangramento ocorrer noutras datas é importante ser avaliada por um ginecologista.

Algumas pessoas gostam de ter relações sexuais nesta fase, enquanto outras acham desconfortável e pouco higiénico. Se forem tomadas as devidas precauções, não existe qualquer problema em ter relações sexuais durante a menstruação.


Fernando Mesquita
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Fontes:  Minha VidaInfoEscola