terça-feira, outubro 01, 2013
sexta-feira, setembro 27, 2013
Sesta? Como e para quê
sábado, setembro 21, 2013
Onde acaba a realidade e começa a fantasia?
Realidade, verdade, são os objetivos últimos de uma ad-aptação ao mundo em que nos inserimos.
Porque é tão difícil vê-la, afinal, quando ela é o que existe e é inelutável?
Porque é que "ela" se confunde tantas e tantas vezes com desejos, fantasias, memórias e interpretações tendenciosas, convenientes e defensivas?
Porque é que às vezes duvidamos tanto da realidade que está à nossa frente, clara como água, e outras vezes seguimos com tanta força fantasias vãs, tomadas como realidades últimas?
terça-feira, setembro 17, 2013
Demasiada fusão dá confusão
São as ultimas linhas de um artigo de Esther Perel que vale a pena ler. Esta senhora é sexóloga e tem videos muito interessantes. Mais do que sexóloga, é uma estudiosa das relações.
segunda-feira, setembro 16, 2013
Projeção, Identificação projetiva e identificação
Ao prepara um seminário surgiu-me a seguinte ideia para clarificar a noção de identificação projetiva.
Partilho convosco.
Forma fácil de compreender, memorizar e utilizar a noção de identificação projetiva:
Identificação projetiva como mecanismo de defesa:
A identificaçao projetiva é um processo inconsciente no qual a mente projeta/evacua uma emoção, sentimento ou pensamento inconsciente e depois identifica esse mesmo "objeto" no outro.
Por exemplo:
um paciente não tendo consciência dos seus desejos homossexuais, sente-se, ainda assim, angustiado por esses desejos, então - para se ver livre deles - projeta-os no analista. Após a projeção identifica essa emoção ou atributo no analista. Identifica a caraterística (ou emoção, ou pensamento, etc) que projetou no alvo (continente) dessa mesma projeção. Portanto, neste caso, o paciente começa a achar que o analista é homossexual. Quanto mais intensa e bem sucedida foi a projeção, mais fácil é identificar o objeto projetado no outro e, portanto, mais forte é a convicção de que o objeto projetado reside no alvo. Como consequência deste processo o analisando pode relacionar-se com o analista com receio da homossexualidade por ele identificada e chegar ao ponto de deixar a análise por não suportar a ideia de ter um analista homossexual ou por receio de avanços sexuais homossexuais do analista.
Prejuízo para a personalidade que projeta: fica mais pobre porque perdeu um dos seus conteúdos
Vantagem para a personalidade que projeta: diminuição inicial da angustia porque deixa que ter de lidar com o fato de ter impulsos e desejos homossexuais. A vantagem é só inicial porque ao dar-se o deslocamento do ponto gerador de angustia de dentro para fora, ele mantém, ainda assim, alguma proximidade em relaçao ao sujeito e torna-se um objeto persecutório a partir do exterior.
A identificaçao projetiva foi utilizada para libertat o inconsciente de angústia e tornar a fonte de angustia mais "controlavel" porque se tornou externa.
A situaçao pode crescer ao ponto do paciente deixar a analise para se ver livre da sua homossexualidade agora transferida (transposta) para o/a analista.
Identificação projetiva como forma de comunicação
Quando a identificação projetiva é utilizada como forma de comunicação. O sentimento ou ideia projetada é algo que inconscientemente se quer partilhar com outro e essa partilha é feita gerando no outro o sentimento projetado.
Para que o outro possa acolher esse sentimento projetado tem que estar receptivo e ter capacidade de identificaçao do seu proprio estado emocional.
Neste caso é:
A experiencia emocional é - enquanto realidade ultima, incognoscível -mas partilhavel por esta via
Vantagem para a personalidade: as experiências emocionais inconscientes podem ser partilhadas numa comunicação inconsciente a inconsciente. A partilha não leva à perca do conteúdo mental, mas ao enriquecimento quando o alvo da projeção ao identificar o objeto projetado o devolve sobre uma forma adequada à sua consciencialização. Desta maneira um sentimento (experiência, emoção, pensamento, etc) inicialmente inconsciente pode ser tornado consciente com a ajuda do outro que o identifica, metaboliza e devolve.
É pela identificação projetiva utilizada como forma de comunicação e de evacuação que se pode dizer - como dizia Amaral Dias - que todos vivemos dentro de nós e dentro dos outros. Muitos outros são depositários de conteúdos mentais nossos, pelo que a nossa mente se encontra em nós e fora de nós.
sexta-feira, setembro 13, 2013
Realidade virtual e esquizofrenia: um bom casamento?
Para testar a eficácia desta intervenção comparou-se uma amostra de 12 pacientes que participaram neste dispositivo inovador de tratamento, com 14 pacientes igualmente resistentes ao tratamento médico acompanhados com uma psicoterapia de apoio que incentivava estes pacientes a ignorar as vozes alucinatórias e a não dialogarem com elas.
Os resultados foram positivos para o grupo experimental (vs grupo de controlo), tendo os pacientes do primeiro grupo apresentado mais melhorias, nomeadamente, ao nível da redução da frequência e intensidade das alucinações, bem como, ao nível de uma diminuição do medo e dificuldade em controlá-las.
sexta-feira, setembro 06, 2013
Pensar o impensável...
segunda-feira, setembro 02, 2013
Mas eles não pintaram tudo...
Nem de propósito, já depois de ter publicado o post "Somos humanos, logo criamos", deparei com este cartoon na versão online da revista The New Yorker.
Aplica-se a quem pensa que já não é possível fazer nada de novo e que por isso não vale a pena pensar em criar nada...
sábado, agosto 31, 2013
O SPRAY NASAL DO AMOR
Uma investigação recente - Junho de 2013 ("Stress-induced negative mood moderates the relation between oxytocin administration and trust: Evidence for the tend-and-befriend response to stress?") - testou a influência do uso de um spray nasal contendo uma hormona humana, a oxitocina, nos sentimentos relacionais-afiliativos.
sexta-feira, agosto 23, 2013
domingo, agosto 18, 2013
Somos humanos, logo criamos
As pinturas pré-históricas são fascinantes. A de cima é de uma cave no Chad e esta outra de uma gruta em Altamira (Espanha).
O que terá levado os homens do paleolítico, certamente preocupados 24h em 24h com a sobrevivência, a "perder" horas e horas a pintar as paredes e os tectos das grutas? Preocupações religiosas, efeito de drogas alucinogénicas? (ler o livro "Cave Paintings and the Human Spirit: The Origin of Creativity and Belief" de David Whitley).
E quem pintava? Homens? Mulheres também? Crianças? Quem fazia aquelas maravihosas tintas? A produção no paleolítico é tão intensa que duvido que a pintura estivesse apenas restringida a uma espécie de pessoas (sacerdotes). Gosto de pensar que todos podiam pintar, como outros faziam estatuetas ou escultura.
E pintariam porquê? Eu acho que por duas razões: porque somos humanos e porque é terapêutico. Ou seja, a arte faz parte do nosso pacote mental. Infelizmente, muitos esquecem-se disso e pensam que é coisa de crinças ou de artistas. Artistas somos todos nós, somos todos criativos.
Só que por vezes não sabemos. Os deprimidos, sobretudo, têm aquela tendência para nem sequer tentar. Dão desculpas absurdas, como: "disseram-me em pequeno que não tinha jeito". Eu podia dizer aqui que a culpa foi de um ou outro professor, que também foi (aconteceu comigo). Mas a culpa também é nossa, que abdicamos deste nosso mais elementar direito como seres humanos, que até os homens das cavernas usavam: o da expressão. O de criar.
Hoje há tantas formas artísticas. Pintar, modelar, desenhar, esculpir, fotografar, filmar, escrever, compor, dançar, cantar, recitar, fazer artesanato, tricot, bordar, teatro, cinema...
As novas tecnologias ajudam muito. Como já ajudaram no tempo das cavernas.
E depois, é extremamente terapêutico. Faz bem à mente e ao corpo. Tem um efeito anti-depressivo, facilita a comunicação, defende-nos do isolamento, torna-nos mais humanos. Aposto que era, também por isso, que o homem das cavernas pintava furiosamente.
Se têm dúvidas, leiam os conselhos de Marta Beck, que tem ido ao show da Oprah e que é facil de encontrar na net.
Não abdiquem de serem humanos. Era o que alguns gostariam, mas não podemos deixar. Somos humanos, logo criamos.
sexta-feira, agosto 16, 2013
Neuroscience and psychology - um podcast interessante sobre alucinação
https://soundcloud.com/ruchone/mind-the-brain-podcast-1
segunda-feira, agosto 12, 2013
Não basta saber, é preciso saber comunicar
Este pequeno video do Dr. Dan Seigel sugere a utilização da mão para representar o cérebro e a forma como podemos regredir ao tal cérebro do lagarto, o sistema límbico (ver meu post sobre as tribos). Genial do ponto de vista comunicacional!
http://www.youtube.com/watch?v=DD-lfP1FBFk
sexta-feira, agosto 09, 2013
"Não tens razões para estar triste!"
Desde já, encerra uma contradição em si mesma: como pode algo existir sem causas prévias que lhe deram origem? Neste caso, se existe tristeza a questão não é saber se existem razões ou não para a sua existência, mas quais são, de onde vêm.
Nestes casos, será então importante enfrentar os sentimentos penosos e tentar perceber o seu aparecimento e proveniência. Em processos psicoterapeuticos assiste-se, não raras vezes, a casos onde é precisamente quando tudo está bem (no exterior) que tudo fica mal (no interior). Numa situação de transbordo emocional que pode durar anos e anos nos piores casos, é como se a pessoa tivesse suspendido a respiração, limitando-se a sobreviver no modo "piloto automático".
Mais tarde, alcançada a segurança de uma situação onde aparentemente tudo está bem, pode a pessoa voltar a "respirar". Nestes casos, o voltar a respirar significa um abaixamento das defesas psicológicas que permite que memórias problemáticas do passado emerjam reclamando uma "digestão emocional" que até então não fora possível.
O homem tribal em nós
Nos velhos tempos, quando vivíamos em cavernas e nos encostávamos uns aos outros à procura de calor, atentos ao menor ruído que indicasse a presença de um predador, a sobrevivência dependia de quão rapidamente os indivíduos passavam ao modo de "ataque ou fuga".
Aquilo a que hoje chamamos stress era um mecanismo precioso. O sangue afluía aos músculos permitindo a corrida, a respiração acelerava permitindo uma maior oxigenação, a força nos braços e as pernas aumentava. Imagino que ninguém se queixasse de stress - era essencial à vida.
Nesse tempo, o funcionamento tribal era também essencial, assim como o princípio "ou nós ou eles". As tribos guerreavam-se, roubavam as fémeas, os inimigos chegavam a ser devorados.
Quando terá começado a cooperação entre grupos distintos? Sabemos que os chimpazés cooperam em determinadas circunstâncias. É possível que tivéssemos percebido muito cedo as vantagens da cooperação. Mas às vezes o primitivo vem ao de cima e parece que nos esquecemos. Vezes demais.
O esquema "se não pertences à minha tribo és meu inimigo" é pouco propício ao raciocínio, ao pensamento, ao trabalho inteligente. Limita-nos e arrasta-nos séculos para trás. Alguém quer parecer um neardantal ou mesmo um homo habilis?
domingo, julho 28, 2013
FÉRIAS SÃO FÉRIAS!
- Diferenças: Atenção Visual
- Labirintos: Planeamento e Organização Espacial
- Puzzles: Planeamento, estruturação espacial, coordenação óculo-motora
- Tangram: Planeamento, estruturação espacial, coordenação óculo-motora
- Palavras-Cruzadas: Vocabulário, Raciocínio Abstrato
- Jogo “Nomes, Países, Frutos, Objetos, etc”: Vocabulário, Categorização, Raciocínio Abstrato, Velocidade do Raciocínio
- Pares de Memória: Atenção Visual e Memória Visual
- Bom Dia, Senhorita: Atenção Sustentada, Atenção Seletiva, Memória, Controlo dos Impulsos
- Soletrar Palavras: Consciência Fonológica, Atenção, Planeamento, Memória de Trabalho
- Adivinhas: Raciocínio Lógico-Abstrato
- Quem é Quem?: Atenção, Planeamento, Categorização
- Jogo da Glória: Cálculo, Tolerância à Frustração
sexta-feira, julho 19, 2013
Frase leve do dia
terça-feira, julho 09, 2013
VAMOS BRINCAR?
Antes de eu jogar Spectrum, Winnicott já dizia “É no brincar, e apenas no brincar, que o indivíduo, criança ou adulto, pode ser criativo e utilizar a sua personalidade integral; e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o seu Eu”.
domingo, junho 30, 2013
Fazer o trabalho de casa antes de ir a uma entrevista de emprego
http://www.careerealism.com/interviewer-competitive-intelligence/
SER
Aquilo que somos, o sentido da vida penso ter tudo a ver com SER.
Tão simples, tão básico, tão idiota que parece nem fazer sentido... como a vida às vezes não faz; como por vezes o que somos não acontece.
SER é tão curto, tão parco que parece pedir um adjetivo ou substantivo que o complete; SER... o quê, afinal?! SER bom, ser isto, aquilo... E se for só SER?! Que difícil! Parece que temos de ser algo; algo para além do que já somos, algo para além do nosso SER. Como se SER não existisse, não pudesse ter valor por si.
Parece que me tenho de esforçar para SER; Mas o esforço só existe porque não me permito SER mas me exijo ser ALGO.
E que melhor forma de SER que aquela em que o meu SER se concretiza, reflete, expande e co-cria com outro SER?
E (como alguém dizia com tanta piada e profundidade) se não for eu, quem SERÁ eu?