“Não ter pode significar desejar, mas a falta de algo dá lugar a um conceito aparentado: a noção de diferença.
Diferença não é igual a falta, simplesmente é diferença, dá lugar à ideia de limite, que inclui frustração, mas também alteridade.
Sempre haverá uma falta na diferença.
Não existe a cara-metade, há duas laranjas, também há suco de laranjas e sementes.
Mas há uma incompletude irremediável.”
Ferschtut
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
3 comentários:
As palavras deste autor dão conta de um enorme sofrimento e falta de esperança...
Não posso concordar com ele, a incompletude tem remédio e está dentro de nós!
A citação que Felixthecat publicou não me parece pessimista. Parecem-me inclusivamente optimista, na medida em que nos permite ver um outro lado da falta, o lado da afirmação da alteridade. A incompletude irremediável prende-se, diria eu, com a impossibilidade experiencial de sermos tudo, de sermos, em última instâncias omnipotentes, omnipresentes e omniscientes.
Como não podemos ser “omni” seja lá o que for, estamos ‘condenados’ (aqui no sentido em Sartre aplicou o termo) a vivermos e a termos que lidar com a falta. Mas se a “falta” for vista como o ponto (ou a área) que define o limite, ela poderá não ser vivida como “aquilo que não tenho”, mas como “aquilo que me define como diferente do outro”.
Pensar...jejuar...??!!
Onde estão esses indícios perante o dizer deste autor "pessimista"?
Os demasiado optimistas resultam, por vezes, encontrar com maior facilidade um pessimismo nas questões aparentemente mais perturbadoras/ desamparadas (menos coladas a um ponto maníaco-expressivo/ discursivo).
Para ser é preciso não ser! Quem nunca partiu uma laranja e nunca espremeu o seu sumo e o bebeu, continuará a pensar que sumo, metade de laranja ou laranja inteira resultam na mesma coisa!Talvez da mesma, mas não são o mesmo.
Enviar um comentário