sábado, janeiro 31, 2009

Outliers




Tenho andado a ler o livro de Malcolm Gladwell, Outliers. Neste livro o autor defende a tese de que as pessoas excepcionais (excepcionalmente bem sucedidas, os melhores, os mais inteligentes) são fruto de um conjunto de circunstâncias contextuais únicas. Aptidão excepcional é apenas uma das variáveis e, nem sempre a mais determinante.

Faz referência a uma coisa que achei particularmente interessante: a regra das Dez Mil Horas. Após a análise de uma serie de casos particulares de pessoas particularmente bem-sucedidas e de outras com potencial para tal, mas que se tornaram apenas medianos; conclui-o que a excelência numa actividade complexa exige o nível mínimo de 10.000 horas de prática.

Os ingredientes do sucesso, de acordo com Gladwell, são:

Paixão
Talento
Trabalho Intensivo

Dez Mil horas são aproximadamente 1250 dias de 8 horas de trabalho.

Fiz contas e conclui que atingi ou até já ultrapassei as 10.000h de pratica clínica e intuitivamente acho que ele tem razão, mas com uma ressalva. Acho que 10.000h de prática nos leva ao nosso expoente máximo nessa actividade complexa mas, infelizmente, não necessariamente à excelência.

Tempos ainda modernos...

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Quais são os sintomas da depressão?



É fundamental esclarecer o que diferencia a depressão da tristeza. Assim a tristeza consiste numa reacção normal à perda ou a um acontecimento que não corresponde às expectativas prévias. O sentimento é natural e traz benefícios se o indivíduo conseguir reflectir para daí tirar uma aprendizagem das experiências penosas. A depressão, por seu turno, é um transtorno mental ligado a um distúrbio da química cerebral, caracterizado por uma tristeza crónica e perda significativa do interesse em actividades anteriormente prazerosas. Considera-se uma doença quando a pessoa apresenta cinco ou seis dos sintomas que se seguem: 1. Uma tristeza permanente. 2. Desânimo e apatia. 3. Insónia (especialmente na segunda metade da noite) ou dormir demais (hipersónia). 4. Faltas de estímulo e de tomada de iniciativa. 5. Perda da libido e do prazer em geral. 6. Baixo desempenho no trabalho. 7. Irritabilidade. 8. Falta ou excesso de apetite. 9. Prejuízo considerável na capacidade de concentração e atenção. 10. Redução da auto-estima, com críticas depreciativas e auto-culpabilizantes. 11. Queixas constantes, especialmente de natureza hipocondríaca. 12. Visão pessimista do futuro. 13. Ideação ou tentativa suicida.
obra de Kathe Kollwitz

sexta-feira, janeiro 09, 2009

A QUESTÃO DO ANONIMATO


Em diálogo com algumas pessoas, tem vindo à baila a questão do anonimato. Opção que hoje em dia é tanto mais importante quanto os novos meios de comunicação (a net, as redes, os blogs, as paginas pessoais, etc) levantam novos problemas éticos e de privacidade. Os colaboradores do Salpicos têm por princípio assumir as nossas identidades, o que decorre da nossa postura profissional na área da psicoterapia. Mas trata-se, porventura, de um caso especial. E que poderá envolver alguns riscos.
Que riscos?
O de assumir posições, por exemplo, passíveis de crítica e de censura. O da exposição. O da vulnerabilidade.
Outras pessoas, por exemplo, têm sites e blogs onde asumem posições desafrontadamente, mas com outro nome. Podem ser coerentes e consistentes, mas as suas pessoas não são afectadas, nem o seu nome. Razões profissionais, igualmente legítimas, podem levar a essa opção.
Gostava de conhecer a opinão dos leitores sobre esta questão tão do nosso tempo e que pode afectar as nossa vidas. Há até um site, muito interessante, sobre a “gestão da reputação” e as ferramentas que podemos usar para esse efeito, sendo que um dos conselhos do site é o de evitar os rumores e boatos tomando posições claras e comunicando sem tibiezas aquilo que se quer comunicar.