Sabemos que é cada vez mais frequente o número de pessoas que se conhecem pela Internet, que marcam encontro e, algumas acabam por casar.
As transformações ocorridas na sociedade nas últimas décadas levaram ao aparecimento de novas formas de relacionamento que exigem novos olhares de compreensão e reflexão. Antes da Internet já tínhamos os serviços telefónicos como o telessexo, programas televisivos, e agências matrimoniais em que as pessoas vão em busca de namoro e casamento.
Quais as razões que levam as pessoas a procurarem estes recursos em busca do amor? Podemos evocar a solidão mas parece-me demasiado simplista e não abrange a complexidade da sua ocorrência.
O que tem chamado mais a atenção é o fenómeno virtual em que o internauta com quem se estabelece um relacionamento não é conhecido. As relações amorosas passaram a fazer parte das passibilidades dos internautas, pois, “para eles nada é mais lógico do que o estabelecimento de relações virtuais, uma vez que o computador passa a ser uma verdadeira realidade pessoal” (Angerami, 2006, p.108). Estabelecem o vínculo de namoro, assumem o compromisso, mas não se conhecem presencialmente.
Merleau-Ponty (1999) diz que “a sexualidade se difunde em imagens que só retêm dela certas relações típicas, certa fisionomia afectiva. O internauta cria no seu imaginário constitutivos idealizados de amor e da pessoa com quem se relaciona. A vivência da Internet não o remete à necessidade de vivências reais; a sua necessidade de amor é algo que não pode ser compreendido por padrões de amor que implicam o toque corpóreo” (cit. in Angerami, 2006, p. 110).
E por mais insólito que possa parecer aos que acreditam no pulsar da emoção, no brilho do olhar, a palpitação do coração, as palavras de todos os poetas que escrevem sobre o amor e a paixão, as pessoas podem estar satisfeitas com relacionamentos estabelecidos virtualmente. Estas novas modalidades de relação desafiam qualquer tipo de reflexão teórica-filosófica, sendo difícil contemplar estas mudanças à luz das publicações sobre a psicologia do desenvolvimento.
Angerami coloca, a meu ver, uma questão pertinente: será necessária uma reformulação nos conceitos actuais de estudos da condição humana para que possamos atingir em algum nível o seu verdadeiro dimensionamento?
As transformações ocorridas na sociedade nas últimas décadas levaram ao aparecimento de novas formas de relacionamento que exigem novos olhares de compreensão e reflexão. Antes da Internet já tínhamos os serviços telefónicos como o telessexo, programas televisivos, e agências matrimoniais em que as pessoas vão em busca de namoro e casamento.
Quais as razões que levam as pessoas a procurarem estes recursos em busca do amor? Podemos evocar a solidão mas parece-me demasiado simplista e não abrange a complexidade da sua ocorrência.
O que tem chamado mais a atenção é o fenómeno virtual em que o internauta com quem se estabelece um relacionamento não é conhecido. As relações amorosas passaram a fazer parte das passibilidades dos internautas, pois, “para eles nada é mais lógico do que o estabelecimento de relações virtuais, uma vez que o computador passa a ser uma verdadeira realidade pessoal” (Angerami, 2006, p.108). Estabelecem o vínculo de namoro, assumem o compromisso, mas não se conhecem presencialmente.
Merleau-Ponty (1999) diz que “a sexualidade se difunde em imagens que só retêm dela certas relações típicas, certa fisionomia afectiva. O internauta cria no seu imaginário constitutivos idealizados de amor e da pessoa com quem se relaciona. A vivência da Internet não o remete à necessidade de vivências reais; a sua necessidade de amor é algo que não pode ser compreendido por padrões de amor que implicam o toque corpóreo” (cit. in Angerami, 2006, p. 110).
E por mais insólito que possa parecer aos que acreditam no pulsar da emoção, no brilho do olhar, a palpitação do coração, as palavras de todos os poetas que escrevem sobre o amor e a paixão, as pessoas podem estar satisfeitas com relacionamentos estabelecidos virtualmente. Estas novas modalidades de relação desafiam qualquer tipo de reflexão teórica-filosófica, sendo difícil contemplar estas mudanças à luz das publicações sobre a psicologia do desenvolvimento.
Angerami coloca, a meu ver, uma questão pertinente: será necessária uma reformulação nos conceitos actuais de estudos da condição humana para que possamos atingir em algum nível o seu verdadeiro dimensionamento?
7 comentários:
Não será apenas porque a internet é um lugar onde podemos conhecer muito mais pessoas, muito mais depressa, sem nos espormos em espaços públicos, e com grnade possibilidade de triagem?
Só facilidades
depois é ir construindo tudo o resto a partir do facto - conheço tal pessoa.
Olá Marta, parece-me que a questão está sobretudo no que diz Merleau-Ponty “O internauta cria no seu imaginário constitutivos idealizados de amor e da pessoa com quem se relaciona. A vivência da Internet não o remete à necessidade de vivências reais..".
Parece-me que através da internet, do telefone etc, se pode construir uma imagem mais idealizada do que real, e usar o que vem do outro como um campo onde se pode colocar o que gostaríamos que viesse do outro.
Se calhar, tal como diz agua, a internet é actualmente mais um meio onde se podem conhecer mais pessoas, e a partir daí poder-se construir tudo o resto, mas construir tudo o resto passará a meu ver por conhecer o outro na sua totalidade, enquanto pessoa real.
Pergunto agora: porque é que estas relações não saem do ciberespaço? Porque é que os "cibercasais" não optam por se conhecer pessoalmente?
O que os impede de avançar para a concretização do desejo de estar com o outro em verdadeira partilha e comunhão?
Porque se calhar existe alguma consciência (inconsciente:) ) da idealização que está subjacente a este tipo de relações, e o encontro ao vivo, não permite esconder mais as pessoas reais que correspondem a cada um, e que talvez não correspondam às pessoas idealizadas. Se calhar, para quem estabelece esse tipo de relação, é mais compensatório perpertuar essa idealização.
Só mais uma hipótese para ajudar à confusão:)
Quer-me parecer que a idealização joga aqui um papel preponderante.
Olá a todos
Após alguma ausência queria agradecer os vossos comentários que enriquecem o post. Muitas questões se levantam sobre as relações virtuais para as quais ainda não temos resposta, pela escassez de estudos na área (eu pelo menos ainda não as tenho!) Contudo, e porque o fenómeno internet nos permite, podemos ir pensando sobre elas levantando hipóteses como todos o fizeram. Obrigada mais uma vez!
OLA
EU ESTOU A NOVE MESES EM UMA RELAÇAO VIRTUAL,COMEÇOU COMO TODAS AS OUTRAS SEM PRETENSOES NENHUMA.
ESTAVA EU EM UM MOMENTO DE SOLIDAO,E ELE TB SE ENCONTRAVA ASSIM.
NO COMEÇO EU REJEITEI ESTA RELAÇAO PORQUE NAO ACREDITAVA NESTAS COISAS,ELE TB NÃO.
TRABALHO COMO WEB DESIGNER,E VIVO NO PC,E CONHEÇO MUITA GENTE,MAS NINGUEM
NUNCA DESPERTOU MINHA ATENÇAO.
ELE MORA EM POTUIGAL,EU AQUI NO BRASIL.
NO COMEÇO LEVEI NA AMIZADE,E O COLOQUEI COMO MAIS UM.
MAS TODAS AS NOITES ESTAVAMOS LA.UM QUERENDO VER O OUTRO.
E CHEGAMOS AO PONTO DE NÃO CONSEGUIRMOS FICAR SEM NOS VERMOS.
JA TENTAMOS TERMINAR,ELE ARRUMOU ALGUEM POR LA E NAO FICOU.
ENFIM ESTAMOS JUNTOS A 9 MESES,E SAO RARAS AS VEZES QUE NAO NOS VEMOS,SALVO POR ALGUNS PROBLEMAS QUE NOS IMPEDEM.MAS MANDAMOS EMAIL.OU SEJA NOS COMUNICAMOS.
TENHO CONDIÇOES DE TER ALGUEM REAL,SOU LOIRA,BONITA,40 ANOS.CHAMO A ATENÇAO.
MAS NAO QUERO,NAO SEI COMO ,MAS GOSTO DELE DE UMA FORMA INCONDICIONAL.
TENTO SER O MAIS VERDADEIRA POSSIVEL E CREIO QUE ELE TB.
TEMOS MUITA VONTADE ES ESTARMOS JUNTOS,MAS NO MOMENTO NÃO E POSSIVEL.
E TB NAO SEI SE DEIXARIA TUDO PARA ESTAR COM ELE,É UM PASSO MUITO COMPLICADO E ESTE É O NOSSO PROBLEMA.
MAS O QUE INTERESSA ÉQUE JA TENTAMOS,MAS NÃO CONSEGUIMOS FICAR SEM NOS VERMOS.
NÃO SEI É AMOR,MAS É ALGO QUE NOS PRENDE AO OUTRO!!!
DESCOBRIMOS A CADA DIA QUE NAO DA PARA FICARMOS SEM O OUTRO!!!
DEIXO AQUI O QUE ESTA A ME ACONTECER!
NAO SEI SE COMO ACABARA OU SE IRA ACABAR,
MAS VOLTO A ESCREVER QUANDO TIVERMOS UMA SOLUÇAO!
ABRAÇOS
ISABELA
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