segunda-feira, novembro 12, 2007

Desencontro de Fantasias II

Após um até amanhã com uma semana de intervalo (questões que se prendem com a linha de internet) cá me encontro para acrescentar algumas questões sobre as vivencias parentais de crianças com deficiência, sua integração na vida escolar e seu desenvolvimento.

Acho pertinente falar sobre estas questões, mais num tom reflexivo, para que todos possamos pensar naquilo que está a ser dito, aquilo que os pais experienciam, aquilo que os técnicos conhecem ou desconhecem, pedem, exigem, ripostam....

Depois da consternação, do luto, da raiva, há um despertar para as reais necessidades dos seus bebés e o que é preciso por eles fazer. Há uma caminhada longa pelos médicos, terapeutas, técnicos de várias valencias, na tentativa, de para além de encontrar a razão para a deficiencia do seu filho, dar-lhe tudo o que ele necessita.

Passa-se de hospital em hospital, de consulta em consulta, de deslocação em deslocação em deslocação, alguns dias perdidos no trabalho, umas horas a mais noutros dias para compensar...

e lá estão os pais a aprender sobre os seus filhos, acerca do que eles sabem fazer, o que adquiriram, o que tem que adquirir, os pontos mais fortes, os mais fracos, mas a constante necessidade de um diagnóstico, uma explicação real para as dificuldades do seu filho

É o trabalhar com eles nas aquisições básicas, nas rotinas do dia-a-dia, como em qualquer criança, mas aqui, o trabalho tem que ser redobrado, contínuo

Cada pai vive internamente um dilema, uma dúvida constante, será que o meu filho é capaz de realizar estas actividades? será que puxo demais por ele e ele não é capaz de responder? será que estou a fazer bem? será que estas dificuldades são temporárias? porque será que não consegue fazer estas tarefas tão simples que as outras crianças fazem?

Cada dia é um desafio, cada aquisição é uma conquista, cada passo é uma incerteza, havendo porém a certeza que este filho lhes pertence e que existe muito a fazer por ele, e que ele é capaz de lhes oferecer tanto

...

mas por vezes vem algum abatimento, alguma frustração, a incapacidade para não conseguir dar ao filho o que acham que ele necessita, a pressão do trabalho, da vida diária...

pensemos, reflictamos um pouco sobre estes aspectos, que amanhã voltarei para pensarmos/falarmos sobre a entrada no jardim infantil, e como tudo é vivido/sentido

Até amanhã

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