E agora?
Chegou a altura de iniciar o processo de escolarização de crianças com deficiência. Para a escola, e desde o J.I. e até mesmo antes, existem serviços de Intervenção Precoce do Ministério da Educação que destaca educadores especializados para trabalhar com os meninos com deficiência, quer em casa (antes da escolarização), quer nos jardins infantis.
Depois, para cada tipo de deficiencia accionam-se técnicos para trabalhar com as crianças promovendo o quanto mais a sua autonomia, competencias emocionais, socias, actividades diárias...
Junto dos pais podem-se fazer planos de apoio à família permitindo perceber, com esta e através desta as expectativas, anseios, dificuldades e o que esperam que a criança adquira
Mas esta fase é uma fase deveras importante e os técnicos necessitam estar envolvidos e perceber as dificuldades destas famílias, pois por vezes, criam-se guetos difíceis de ultrapassar porque parece que as partes estão a correr em sentidos opostos, mas na realidade, todos tentam percorrer o mesmo caminho, a mesma estrada, tentam afastar os mesmos obstáculos...
É importante falar, escrever, pensar sobre estas coisas, pois por vezes, é difícil perceber alguns comportamentos e atitudes. Por um lado os pais, querem, esperam e necessitm de verificar as aprendizagens que os seus filhos fizeram, e quando estas fogem ao esperado, ao que todas as outras crianças adquiriram, lá vem novamente toda a frustração que até então parecia resolvida, ultrapassada,
Aqui o importante é que estes pais aprendam a se sentir valorizados através destes filhos e que os técnicos sirvam de elo de ligação entre as dificuldades e as competências e que contenham as frustrações destes pais e que com estas e através destas possam chegar a uma metodologia de trabalho, de enriquecimento curricular, de compensação narcísica e de reencontro familiar.
Porque todo o sucesso académico, familiar, depende da motivação da criança, da família e dos técnicos envolvidos
todas estas questões, de encontros e desencontros parentais, de vivencias frustradas e compensadas aparecem bem retradas num livro de Júlia Serpa Pimentel - Um bebé diferente.
E como o conto de que vos falei, se nunca deixarmos de pensar nos encantos da Holanda, das tulipas, dos Rembrandts, nunca poderemos apreciar as delícias da Itália...
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