sábado, outubro 25, 2008

A Psicologia Positiva


A Happy Woman de Outubro publica, como habitualmente, vários artigos que dão particular destaque à Psicologia. Entre eles gostava de destacar o artigo sobre Psicologia Positiva.

A Psicologia Positiva é apresentada como uma "nova ciência" diferenciada da Psicologia Clínica. Apesar de concordar em absoluto que a Psicologia Clínica tende a ocupar-se predominantemente da resolução de problemas enquanto a Psicologia Positiva tende a ocupar-se da potenciação do "lado saudável" da pessoa; parece-me que descrevê-las como psicologias opostas acaba por gerar mal-entendidos que podem, em certos contextos, originar a acentuação do estigma associado ao acompanhamento psicológico.

Na minha opinião, as duas formas de psicologia são complementares e mesmo quando um paciente/cliente apresenta um quadro clínico bem identificável, como por exemplo, uma depressão ou uma perturbação de ansiedade, não deixa de ser importante trabalhar com essa pessoa no sentido de potenciar o seu lado saudável. Muitos dos pacientes em acompanhamento psicológico visam apenas o seu desenvolvimento pessoal e apesar de terem "problemas" ou áreas nas quais (ou com as quais) se sentem menos bem, são globalmente pessoas equilibradas e saudáveis do ponto de vista mental.

De qualquer forma a perspectiva da Psicologia Positiva é bastante interessante e oferece um estímulo todos os psicólogos clínicos para se centrarem também sobre a psicologia do bem-estar psicológico e não apenas sobre a perturbação mental.

Deixo-vos um excerto do artigo com a assinatura de Carla Novo que descreve o essencial da Psicologia Positiva:

"O que é a psicologia positiva?
O conceito nasceu, recentemente, quando Martin Seligman, considerado o pai da psicologia positiva e director do centro de psicologia positiva, fez os primeiros estudos sobre a felicidade. Concebeu as três dimensões da felicidade em três etapas: as emoções positivas; o envolvimento e o sentido para a vida. A psicologia positiva assenta nestes três pilares, ela procura ajudar o individuo a focar-se no que tem de bom, nos momentos óptimos e não somente a remexer feridas. Há que falar dos problemas sim, mas sempre na perspectiva das soluções. Construindo o caminho focando-nos nos sucessos. Descortinar o que posso fazer para chegar ao meu objectivo, que é ajustado mediante a realidade. Conseguir de dia para dia mais momentos bons. Encontrar um sentido para a vida, ganhar perspectivas e valorizar sempre o acontecimento. No fundo, os momentos mais felizes estão, muitas vezes, nas pequenas vitórias que conseguimos durante o nosso percurso para a vitória."
In Novo, Carla; "Viagem ao nosso «eu» - o que podemos aprender com a psicologia positiva"; Happy Woman Outubro de 2008

A jornalista, Carla Novo, fez três consultas com a colega Catarina Rivero e descreve a sua impressão e experiência subjectiva. Este artigo contribuiu da melhor forma para a construção de uma imagem positiva da Psicologia.

2 comentários:

Rose C. disse...

Oi Ana Almeida

Gostei muito de seu artigo. Sou Psicóloga e recentemente descobri a logoterapia. Um dos conceitos que mais em chamaram atenção enssa teoria
cujon autor é viktor Frankl é o do otimismo trágico, ou seja ver o lado positivo das situações, mesmos naquelas mais trágicas.
A psicologia positiva tem origem em qual autor?

Catarina Rivero disse...

Viva Ana,


Acabei de ver a sua mensagem e concordo em absoluto que as diferentes abordagens são complementares e todas elas, mesmo em situações com diagnósticos específicos, poderão integrar algumas ideias da Psicologia Positiva, como a promoção de emoções positivas, o envolvimento com as actividades do quotidiano e a busca de um sentido para a vida. Considero que todos nós, psicólogos clínicos e terapeutas familiares, temos como meta colaborar com as pessoas que nos pedem ajuda, num percurso que potencie o seu bem-estar subjectivo. Mesmo em casos que podemos considerar de maior gravidade, como uma esquizofrenia, trabalhar a resiliência, o optimismo e/ou o sentido de humor tem um impacto muito positivo e ajuda a aceitação da patologia e melhor relação com a terapêutica. A minha experiência com pessoas com problemas na área da saúde mental ou com alguma estabilidade emocional e motivação para um processo de desenvolvimento pessoal, têm-me levado a integrar esta abordagem positiva, com resultados muito interessantes.

Mais sobre psicologia positiva:
http://www.authentichappiness.sas.upenn.edu

http://www.unc.edu/peplab/barb_fredrickson_page.html

http://www.faculty.ucr.edu/~sonja/papers.html

Continuação de um óptimo trabalho!

Catarina Rivero
Psicóloga e Terapeuta Familiar
www.catarinarivero.com
Tlm: 93 31 08 976