Num post anterior informei-vos que iria decorrer, em Ourém, um seminário sobre Bullying.
Hoje quero contar-vos como decorreu (bem sei que já estou um pouco "fora de horas", mas questões de ordem técnica vetaram uma escrita mais atempada)
Basicamente a minha comunicação incidiu sobre o que se entende por Bullying; noções do conceito; contextualização do fenómeno; caracterização das vítimas e agressores e alguns sinais de alerta.
Este seminário contou com a presença da deputada Drª Fernanda Asseiceira, elementos da Câmara de Ourém, do Centro de Emprego de Tomar e uma plateia cheia de professores, alunos, pais/encarregados de educação e pessoal que trabalha directamente com crianças.
A APDAF - (quem organizou este seminário) recolheu informação do fenómeno Bullying junto das crianças com que trabalha tendo aparecido questões muito engraçadas e pertinentes, as quais não quis deixar passar em branco.
Por exemplo:
"O Bullying é um tema recente em Portugal"
Lamentavelmente o Bullying não é um fenómeno novo em Portugal, talvez a projecção deste conceito é que, nos últimos tempos, adquiriu grande projecção.
"O Bullying é fazer mal aos outros - é fazer nódoas negras"
As nódoas negras a que mais devemos estar atentas são as internas, pois o silêncio que corre a par e passo com o Bullying é capaz de produzir efeitos muito nefastos para a criança/adolescente, nomeadamente ao nível da sua auto-estima, capacidade de defesa...
No final do seminário alguns elementos da plateia também colocaram questões e reflexões muito importantes,
tais como:
De que forma podem ajudar os agressores;
Para auxiliá-los é necessário trabalhar a vários níveis (psicológico- dirigido às causas remotas do problema; educativo - modificar as condições que facilitam que se mantenha o Bullying; e também com os familiares)
As crianças de hoje não sabem brincar; A violência é a única forma que têm de passar o tempo.
E quanto ao BRINCAR,
imprescindível,
exigível,
obrigatório,
SAUDÁVEL
é pelo brincar que ensaiamos a vida futura, representamos as situações diárias e ganhamos
confiança para enfrentar a vida futura.
esta é uma forma de prevenção muito eficaz.
É realmente preocupante que as nossas crianças não souberem brincar
Um último aspecto que ainda quero realçar e do qual me apercebi no final do seminário, muitas pessoas ainda não possuem um conhecimento adequado do fenómeno Bullying, apesar de todos já terem ouvido uma ou mais vezes falar sobre o assunto, estão longe de perceber esta realidade, as suas consequências e os sinais de alarme...
4 comentários:
Concordo plenamente com o facto de o Bullying ainda nao ser um fenomeno muito conhecido no que respeita à sua conceptualização. Seria, de facto, relevante que se promovessem mais conferencias e congressos a respeito desta temática para nao se continuar a niglegenciar os seres mais indefesos, as proprias crianças. Continuem com o bom trabalho
Vou apresentar uma comunicação sobre cuidar crianças após situações de Bullying no próximo mês.
Procuro bibliografia acerca do tema.
Obrigada, bom trabalho!
Olá Rosa, a bibliografia que pede não me parece que seja tanto dentro da temática Bullying, mas sim dentro do que será a psicopatologia infantil uma vez que as crianças vítimas de bullying sofrem danos psicológicos grandes e é importante repará-los.
Posso sugerir-lhe autores como João dos Santos, Teresa Ferreira, Ajuriaguerra que falam das problemáticas da infância.
cumprimentos
boa tarde... Sou estudante universitária no porto, e no âmbito da disciplina de intervenção psicológica em contexto de grupo foi me proposto a realização de um trabalho sobre bullying e a sua respectiva psicoterapia de grupo. Nas pesquisas elaboradas tive conhecimento da vossa clínica onde se realiza essa mesma psicoterapia. será que seria possível a sua ajuda ao nível do fornecimento de informações acerca da psicoterapia de grupo para adolescentes vítimas de bullying, como por exemplo objectivos, número de elementos, metas atingir, a forma como é realizada, etc...
obrigado
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