sábado, dezembro 06, 2008

Mimi 1998-2008

Pets e affects

Parece que os homens começaram a domesticar os cães desde muito cedo. Eles connosco, nós com eles. Um, dois, três, uma matilha. Sempre à espera de comida e de festinhas. Insaciáveis.
O que será que nos leva a afeiçoarmo-nos assim a estas bolas de pêlo com um ADN semelhante ao do lobo? Todos já ouvimos pessoas a dizerem que gostam mais dos animais do que das pessoas. Julgo que projectamos neles a fantasia da afeição incondicional, da retribuição, sem falha, do afecto. Achamos que são leais e que morreriam por nós. Embora duvide muito de tal determinação, o que é certo é que eles asseguram um lugar dentro de nós. E depois, como vivem pouco anos, vão-se embora, rapidamente, pisando ao de leve com as patinhas gorduchas.

5 comentários:

Anónimo disse...

É verdade... Costumo dizer isso mesmo 'prefiro animais que pessoas'... Talvez porque eles nos ensinam a comunicar de outra maneira, a receber e retribuir afecto.

julieta disse...

All dogs go to heaven.

Eliana Vilaça disse...

...uma das coisas que admiro nos animais domésticos é mesmo a ausência de crueldade ou malignidade, mas, mesmo com as suas coisas mais difíceis, também gosto das pessoas :)


bonito post

Ana Almeida disse...

Penso que os animais de estimação e que são cuidados por nós com muito carinho e afecto, representam também (são alvos preferenciais dessa projecção) uma parte nossa infantil, disponível e insaciável de afecto. Acho que os cães são particularmente receptivos a essas projecções porque desenvolvem uma personalidade (não tão complexa como os seres humanos, claro) que espelha o dono e nós sentimo-nos próximos daqueles que são parecidos connosco.
O meu cão, por exemplo, tem seguramente traços obsessivos e fóbicos como eu própria...

Unknown disse...

Acredito que os cães têm prazer em nos dar prazer, daí ficarem "parecidos" com os donos (é mais fácil a interacção que lhes assegura o bem estar). Lembro-me bem da mimi cachorrinha a tentar agradar...
E o Jonas? Triste! imagino...