sábado, agosto 18, 2012
PRESENTES
Quem não gosta de ser supreendido por um presente ou um ramo de flores, sobretudo por quem não tem como hábito fazê-lo?
Há aqui duas questões curiosas: a primeira é sobre quem não costuma dar presentes. Dar um presente é uma forma de dizer: "penso em ti". Dir-se-ia que as pessoas que não dão presentes sofrem de falta de empatia (não sabem colocar-se na cabeça do outro) e é bem capaz de ser verdade. Quantas vezes não ouvimos dizer: "não faço a mínima ideia do que hei-de dar-lhe". Falta de imaginação ou falta de atenção?
Uma pessoa contou-me há dias que o namorado, em três anos, nunca lhe tinha oferecido nada. O quê, nem um chocolate, um ramo de rosas, um livro, um gelado? É caso para tocar uma campaínha de alarme, de facto...
A outra questão prende-se com aqueles que cobrem o outro de presentes. Às vezes - mas nem sempre - o excesso pode significar uma culpabilidade subjacente, um querer compensar outras faltas, reais ou imaginadas. Assim fazem alguns pais separados com os filhos, não cuidando às vezes de comunicar com eles devidamente.
Mas nem sempre é essa a razão. Há quem goste genuinamente de dar presentes e ver os outros surpreendidos e contentes. Felizmente que estas pessoas existem e tornam as nossas existências mais agradáveis.
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2 comentários:
Um comentário breve a um texto muito interessante:
- após uma separação/divórcio, o progenitor que ficou separado dos filhos (e que, portanto, fica sujeito a um determinado regime de visitas ou de convívio com os filhos) pode ter a tendência para 'comprar' o afecto dos filhos com presentes ou com a satisfação de todas as 'vontades' e tods as exigências dos filhos;
- ora, a experiência mostra(-me) que, por muito estranho que isso possa parecer a esses progenitores, as crianças que têm regras e limites bem definidos e coerentes da parte de ambos os progenitores tendem a ser mais felizes, mais autoconfiantes e a estabelecer com os pais um relacionamento mais próximo, mais cúmplice e de maior confiança mútua...
JM
Concordo inteiramente com o Jorge. A coerência dos pais é muito importante para a construção da (auto)confiança.
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