O orçamento de Estado é um dos documentos mais importantes para os cidadãos portugueses, porque é ele que vai definir o nosso quotidiano.
Infelizmente, a sua leitura é tão fastidiosa e cheia de alçapões, que poucos se dispõem a fazê-lo.
Fazemos mal, porque ele está presente nos nossos mais pequenos gestos. Beber um café na pastelaria significa IVA e IRC para o estado. Estar sentado num sofá num gabinete a receber um cliente em psicoterapia envolve pagamentos de IRS, IRC, Seg. Social, IMI, Taxa de Esgotos, IVA. Ir à casa de banho, mais IVA. Se for preciso acender a luz, mais do mesmo, a acrescer às misteriosas taxas que constituem mais de metade das contas de electricidade. Sai-se para a rua e põe-se o pé no passeio esburacado, lá vêm as taxas municipais (pagamos todos, também). Meto-me no metro, idem, idem.
Até no ar que respiramos e pensamos que é de graça, lá está a taxa escondida nas nossas contas de electricidade, disfarçada com outro nome, inventado oportunamente e de forma pouco clara. Experimentem olhar com atenção para a ultima factura de electricidade, e é como se fosse chinês. Ou pior, porque já há quem esteja a aprender mandarim.
O Estado é necessário numa sociedade moderna. Há serviços que os privados não podem nem devem assegurar. Mas um estado-ladrão, que tem vindo ao longo de décadas a apropriar-se dos nossos recursos e do nosso trabalho para sustentar desvarios, incompetência, negócios ruinosos, corrupção, amiguismos, demagogias, inépcia?
As nossas criancinhas deviam ser obrigadas no inicio de cada ano lectivo a estudar o orçamento de Estado. "Coitadinhas!", já estou a ouvir o coro indignado de mães e de avós. Pois eu acho que não haveria melhor forma de as educar para a vida. Viriam a ser mais conscientes e mais exigentes na escolha de quem as governará no futuro. Saberiam de onde vinha e onde era gasto o dinheiro ganho pelo pai e pela mãe, que todas as manhãs vão trabalhar depois de os deixar nas escolas. Ficariam a saber a diminuta percentagem que resta dos proventos de cada dia de trabalho dos pais. E que é disso que têm de comer e pagar cadernos, livros e jogos.
Ao contrário das gerações actuais, ignorantes ou coniventes com os políticos a quem pagamos para nos (de.s)governarem e nalguns casos governarem-se a eles próprios e aos amigos, os nossos filhos e netos teriam condições para serem donos do próprio destino.
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