Tenho estado a ler um dos livros de Winnicott, “O Ambiente e os Processos de Maturação – Estudos sobre a teoria do desenvolvimento emocional”, editado pela ArtMed
Este livro foi originalmente publicado em 1979, portanto oito anos após a morte do seu autor. É uma colectânea de artigos que foi escrevendo ao longo da sua vida, alguns dos quais tinham já sido publicados anteriormente.
O livro é, de uma maneira geral, bastante interessante. A escrita de Winnicott é agradável e de relativo fácil entendimento, contrariamente a alguns outros psicanalistas que têm uma escrita, por vezes, de muito difícil leitura.
Num pequeno artigo de 1962, Winnicott fala dos objectivos do tratamento psicanalítico de uma forma muito engraçada.
Diz ele:
“Ao praticar a psicanálise, tenho o propósito de:
me manter vivo;
me manter bem;
me manter desperto.
Tenho o objectivo de ser eu mesmo e me portar bem
Uma vez iniciada uma análise espero continuar com ela, sobreviver a ela e terminá-la”
Quem pratica a psicanálise ou a psicoterapia psicanalítica sabe bem como estas palavras são sábias. Quando somos psicoterapeutas, cada início de uma análise ou psicoterapia é um desafio. Se conseguirmos passar por esse desafio, sobreviver-lhe, mantendo-nos vivos, bem e despertos, sem perdermos a capacidade de sermos nós próprios e de nos mantermos fieis às boas práticas psicanalíticas, então foi com certeza um sucesso, para ambos: paciente e terapeuta.
2 comentários:
Eu como paciente sinto uma tranquilidade imensa em relação ao meu psicoterapeuta. Revelo-lhe os meus medos e anseios...a minha dor e as minhas alegrias ele retribui com o guião das linhas certas p eu seguir para recuperar desta dor.
sou estusante de psicologia e adorei conhecer este blog. Parabens
Há uma coisa que costumo fazer com os meus amigos a que eu chamo a brincar, filosofia clinica.
Também acho que os amigos curam!
É prefiro desabafar, analisar-me uma hora com alguém que me sabe ouvir que fazer um silêncio de loucos só para mim.
Bom Blog.
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