Este termo cada vez mais está a entrar no nosso vocabulário profissional. Por vezes é usado abusivamente, sendo um saco largo e profundo onde se pode colocar tudo o que está ligado ao cansaço e insatisfação profissional.
Como tal, é importante aceder ás definições dos investigadores na área para conseguir usar o termo com maior rigor.
Para Pines, Aronson (1988), burnout é o “estado de exaustão física, emocional e mental causado por um grande período de envolvimento em situações emocionalmente exigentes”, e “ envolvimento repetido em situações que requerem recursos emocionais”.
Outros autores referem o burnout como um processo e não uma afecção que ocorra num curto espaço de tempo, muito pelo contrário é um desgaste que se instala progressivamente.
Assim, Fawzi, e tal (1981) referenciam este processo em 3 fases:
1ª Fase – Perda de satisfação em termos sociais.
2ª Fase – Rápida deterioração física e mental, alterações no sono, perda de energia, alterações no peso e indiferença.
3ª Fase – Quebra física ou psicológica, podendo surgir ataques cardíacos, úlceras, doença mental.
Para nossa reflexão: “Estarei eu num processo de burnout?”
Se sim, consulte um psicólogo.
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3 comentários:
Laura Esquivel, a autora de "Como àgua para Chocolate" e "Tão Veloz Como o Desejo", escreveu também um pequeno livro, que eu diria escrito em prosa poética que nos fala das emoções. - " O Livro das Emoções".
Aí pergunta-nos porque razão na nossa época reinam a depressão e o stress; Se a memória é um armazém pessoal de emoções; Se as relações agradáveis ou desagradáveis são impressões digitais do cérebro ou no cérebro; que consequência tem para a nossa saúde física e mental o facto de estarmos tão dependentes do politicamente correcto e do socialmente correcto; Será que a alegria nos cura e que a tristeza nos põe doentes????
Deixo aqui estas perguntas em relação às quais tenho, como é evidente as minhas respostas.
Qto às Definições de Burnout, que penso se referem a um estado de "surmenage", ou por aí, uma vez que não sou entendida ou técnica no assunto, pergunto-me muitas vezes se algumas pessoas chegam a esse estado por não serem amadas ou , por não amarem ou, por não terem tempo nem para uma coisa nem para outra............
O pior é que tenho a sensação de que uma pessoa nesse processo de burnot não tem já a noção de que está nele. E, pior ainda, qdo alguém está nele até às orelhas, afasta-se , isola-se e os outros desistem dele.
É como uma bola de neve...
Menos mal qdo não arrastam tudo atrás.
Fica aqui um pequeno contributo.
Gostaria de ouvir a opinião de quem sabe.
O Cleópatra seja bem-vinda mais uma vez com os seus estimulantes comentários.
Em primeiro lugar um pedido de desculpas. É que nem sempre consigo responder ao comentários com a rapidez que gostaria. A clínica ocupa uma parte substancial do meu tempo. Portanto, para si e a todos os acompanham regularmente este blog o meu sincero pedido de desculpas e a promessa de que farei um esforço no sentido de não deixar passar tanto tempo entre os comentários e a resposta.
A pergunta que Laura Esquivel faz “Por que razão na nossa época reinam a depressão e o stress?” tem, parece-me, não só uma resposta muito difícil, como muitas respostas possíveis.
A distinção simplista entre mente e cérebro ou entre orgânico e psíquico é e têm sido muito útil ao longo da história, como forma de operacionalizar a investigação e o conhecimento; contudo não corresponde à realidade.
Cérebro e psique são uma e a mesma coisa. As emoções e as ideias são bioquímicas, neurológicas, orgânicas e simultaneamente subjectivas, "etéreas", abstractas e imateriais. Há uma relação de influência recíproca que ainda não é inteiramente compreensível entre a percepção subjectiva das emoções e a "produção" de ideias e o substrato bioquímico.
Portanto, na minha opinião, as ideias e as emoções podem fazer com que uma pessoa adoeça e a doença pode modificar as emoções e as ideias. Contudo não me parece que a relação possa ser tão linear como aquela que está implícita na frase “a alegria cura e a tristeza põe-nos doentes”. As emoções e a vida psíquica raramente tem essa simplicidade. Tudo é muitíssimo complexo.
A síndrome de Bournout como muitos outros estados emocionais desorganizadores, de facto, como diz, aparecem e instalam-se muitas vezes de forma sorrateira e silenciosa. A mente humana tem uma enormíssima capacidade de adaptação e o seu esforço adaptativo manifesta-se mesmo em ambientes ou situações extremamente hostis. Esse esforço de adaptação contribui por um lado para a “eclosão” da própria síndrome, mas também é simultaneamente uma tentativa do psiquismo para superar essas mesmas condições adversas. O isolamento e a desistência a que se refere pode estar relacionada com muitas coisas, pode dever-se a uma necessidade inconsciente de se preservar em relação a uma exposição que a pessoa sente como potencialmente desorganizadora ou pode ser uma forma de recolhimento que faz um apelo, na medida em que comunica “não tenho mais força para ir ao vosso encontro, por favor, venham até mim”. De uma forma ou de outra, o isolament quando é demasiado prolongada despoleta como diz, um outro problema que é passar-se do excesso de estimulação à carência dela ou dito de outra forma, passar do sentimento interno que se está demasiado cheio que não se é capaz de suportar nem mais uma exigência por insignificante que ela seja, para o sentimento de que se está vazio e parado no tempo.
"Será que a alegria nos cura e que a tristeza nos põe doentes????"
A esta questão simples e profunda, cabe uma resposta a condizer!
"A alegria impede-nos de ser maníacos e a tristeza de ser deprimidos!"
Porque se todas as emoções tiverem lugar na nossa vida as patologias não encontraram terreno fértil para germinar.
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