sábado, setembro 30, 2006

“Soneto do amor total”

Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei-de morrer de amar mais do que pude.

Poema de Vinicius de Morais (Livro de Sonetos, 1951), retrata um tema tão falado e discutido, tantas vezes escrito e pronunciado, tantas vezes sofrido e desejado.

Desde as histórias infantis, dos príncipes e princesas, desde os poetas que aprendemos até aos livros que nos despertam a atenção pelos títulos curiosos, desde Eros e Psique, simbólico do percurso doloroso da procura da unificação entre o Amor e a Alma... desde as nossas relações afectivas e das nossas histórias, que procuramos o “soneto de amor” na nossa vida.

Deixo então aqui a reflexão: Mas afinal o que é o Amor?

8 comentários:

Ana Almeida disse...

Deixo-vos uma citação de bion:

«O ‘amor apaixonado’ é a coisa mais próxima que consigo chegar de uma transformação verbal que ‘representa’ a coisa-em-si-mesma, a realidade última, o ‘O’ como eu o denominei»

Wilfred Bion, Uma Memória do Futuro(1977)

Cleopatra disse...

ISTO FOI O Q A CLEOPATRA ESCREVEU
TINHA UM ERRO POR ISSO PASSOU PARA AQUI:
AS MINHAS DESCULPAS

O Amor é.... não poder viver sem viver com quem ou o que se ama.

Amor é ter uma sensação contraditória de querer dar tudo ou então querer apenas receber tudo.

E já agora acrescento:

É um saber que nos ama, acreditar e sentir-se feliz para logo a seguir, duvidar desse amor e ser profundamente infeliz.

Ou isso será apenas Paixão?

Sinceramente não sei separar o amor da paixão.
Não consigo separá-los.

Também concordo que só nos sentimos equilibrados e completos qdo a relação emocional de amor é serena ...ou melhor, qdo a chama do amor nos queima e não há sopro algum que a faça tremer.

Não percebo muito bem como porque se é amado ou se descobriu o amor se pode chegar a uma depressão...
Se pode pôr em causa toda uma vida passada.

Será que o amor é patológico?
Quem me explica o que acontece a um homem que ao fim de 47 anos se cruza subitamente com o amor e parece desistir de tudo na vida, afastando-se até desse amor?
Alguém me esclarece?

Como é que um desejo premente de estar com alguém se torna numa fuga angustiada desse alguém?

Acho que tenho de marcar uma consulta consigo Drª ;)

Cleopatra disse...

Note que a consulta é para aprender a aprender os outros... Ou a mim sobre os outros... Complicado!...

Jo Lindim disse...

"Gosto tanto da tua ternura.
Gosto tanto do teu aconchego.
Eu sei que acreditas que a distância não existe, evitemos momentos assimétricos, mesmo quando estou contigo.
Não posso acreditar em tranquilidades utópicas...
Não quero baixar a cabeça e iludir-me em todas as sombras que me perseguem na esperança que sejas tu...
Um pensamento visível faz-me correr para os teus braços, quando posso.
Gostava de abraçar os nossos momentos e pará-los em instantes eternos...
A estabilidade revela-se nos instantes impetuosos, de raiva, amargura...
É fácil ferir o que conhecemos...mesmo que seja irreflectido.
Procuro-te na agitação dos meus pensamentos, tento racionalizar os meus instintos...
Porque sempre foi nos momentos de irracionalidade lógica que partilhámos momentos de beleza eterna."

[Porque te amo]

Não sou poetisa, não concorro com as palavras que um qualquer escritor usa para evocar o amor...
Mas é assim que o sinto...

Cleopatra disse...

"Gosto tanto da tua ternura.
Gosto tanto do teu aconchego.
Eu sei que acreditas que a distância não existe, evitemos momentos assimétricos, mesmo quando estou contigo.
Não posso acreditar em tranquilidades utópicas...
Não quero baixar a cabeça e iludir-me em todas as sombras que me perseguem na esperança que sejas tu...
Um pensamento visível faz-me correr para os teus braços, quando posso.
Gostava de abraçar os nossos momentos e pará-los em instantes eternos...
A estabilidade revela-se nos instantes impetuosos, de raiva, amargura...
É fácil ferir o que conhecemos...mesmo que seja irreflectido.
Procuro-te na agitação dos meus pensamentos, tento racionalizar os meus instintos...
Porque sempre foi nos momentos de irracionalidade lógica que partilhámos momentos de beleza eterna."


Só consigo assinar por baixo.
Maravilha de verdade.

Cleopatra disse...

Já agora.. quem é o autor?

Jo Lindim disse...

Eu mesma :)

Cleopatra disse...

LINDO!!!