Agora querem tirar o menino gordo à mãe. Li hoje no Sunday Times, jornal inglês cuja edição electrónica é altamente recomendável e um prazer aos domingos. O menino, de seu nome Connor, tem oito anos e é de facto gordíssimo. Já partiu 4 camas e várias bicicletas. Mas isso será razão para o tirarem à mãe e o porem numa instituição?
A verdade é que o Estado, neste caso o inglês, mas o mesmo se passa na maior parte da Europa, está a intrometer-se na vida dos cidadãos de uma forma que assume já contornos perigosos. Saímos já da ficção científica e entrámos numa realidade assustadora. O Estado cada vez se intromete mais na sociedade civil, ao mesmo tempo que a desresponsabilização dos cidadãos vai aumentando. É um sistema de feedback com efeitos perversos.
Por cá, temos o caso da vitória do Sim no recente referendo. Por que carga de água se fala agora em criar gabinetes de “aconselhamento” das mulheres? Estão com medo, mais uma vez, que as pobres e diminutas cabecinhas femininas não saibam decidir? Aqui está outro exemplo da intolerável intromissão do Estado nas nossas vidas.
O assunto é complicado e polémico. Venha a discussão. Não foi para isso que se inventaram os blogs?
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6 comentários:
Olá. Quanto ao assunto do menino gordo não vou comentar, ainda tenho de ir ler bem essa notícia :.
Acredito que o estado por vezes entre demais e por vezes de menos nos assuntos.
No entanto na questão de haver aconselhamento às mulheres quanto ao abordo, realmente concordo. Como a decisão não é facil, a mulher deverá ser acompanhada, para que esta decisão seja realmente a mais correcta. Não podemos pensar apenas em mulheres informadas, e que já pensaram os prós e contras, mas também nas mulheres indecisas, mal informadas, que precisam de ajuda. Não sei se me explico bem. Não é pelo facto de saberem ou não tomar a decisão, mas de saberem todas as hipoteses possíveis antes de tomar a decisão.
Não estou a perceber bem a questão fundamental! (não leve a mal)
As minhas filhas são magrinhas, devo entregá-las a uma instituição de engorda? eheheh
Está mais do que provado que a cabeça das mulheres e principalmente dos homens não funciona muito bem, basta repararem nos pacientes dos vossos consultórios!
(Com tanta publicidade no Adsense do meu blog tinha que vir ver o que se passava, parabéns pelo blogue!)
É o Estado que protege o cidadão ou é o cidadão que se tem de proteger do Estado (por vezes)?
Abraço.
Boas, relativamente ao menino Connor, independentemente dos promenores da noticia não seria a primeira vez que ouvimos o I.M.C. (Indice de Massa Corporal) como justificação para medidas de protecção e restrição (lembro-me do caso oposto das passagens de modelos em Madrid, etc..) levadas a cabo por organizações. Será necessário, isso sim, uma discussão dessas temáticas mais aprofundada e rica (por ex. no que concerne aos seus motivos, deveres e obrigações do estado etc).
Com isto quero dizer que, se tal acontece motivado pelo intuito de levar a cabo as intervenções necessárias que visem melhorar, proteger ou até substituir a qualidade de vida (conceito largamente discutivel mas defendido por todos...)de um menor que constantemente não vê essa qualidade de vida satisfeita pela sua familia ou responsáveis, e às vezes até mesmo tendo a sua própria vida em risco ou ameaçada sob a forma negligente entre outras... Menor esse a que ainda acresce a total inconsciencia do perigo que corre pelo simples facto de não compreender o alcance de muitas das suas atitudes (nem os adultos quanto mais com 8 anos!).
Dito isto faltam-me argumentos para não apoiar uma medida neste sentido ou ter uma atitude favorável.
Contudo a discussão começa a alongar-se e revela-se, porque a forma como é aproveitada (a discussão sobre o caso Connor) levanta outras questões que apesar de pertinentes poderão ser direcionadas para longe da sua verdade e assim caberão nela todas as que quisermos, por ex. as dinamicas entre o estado e a sociedade civil, o sentimento de invasão ou de restrição das liberdades estando o outro (estado)a ser culpabilizado por algo que paradoxalmente estará a tentar solucionar.
Realmente pode ser um sistema perverso!
Já agora, que não se confunda a possibiliade de ser aconselhado com a obrigação de um Aconselhamento. Se mais uma vez os reais motivos de outra discussão servem como "isco" para revelar-mos os nossos medos inconscientes fugiremos ne novo aos factos verdadeiros e já estaremos numa outra verdade que muito diz de nós mesmos.
Abraço.
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Vá lá Clara!
Mais coragem.
Só mais um bocadinho e vamos arrumar a nossa casa.
Ou melhor, falar do que vai cá dentro deste país..
O Estado mete-se só nisso?
Em que mais???
Boas,
Mas afinal quem é o Estado?
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