sexta-feira, outubro 30, 2009
DE NOVO A QUESTÃO DO BULLYING
(foto: http://www.cbc.ca/)
De acordo com uma investigação (tese de doutoramento)levada a cabo em Braga, Porto e Granada, e que utilizou uma amostra de 1237 jovens entre os 11 e 16 anos, a aceitação do bullying como algo "natural " nas relações sociais entre os jovens é crescente.
Ou seja,parece ter-se tornado algo de banal. 84, 5% já presenciaram actos de violência entre colegas.
Os inquiridos descrevem as vítimas de bullying como "passivos, socialmente incompetentes, ansiosos, depressivos e inseguros".
Já os agressores são vistos como "fortes, extrovertidos, alegres, confiantes e com características de liderança".
É alarmante.
Recentemente li num jornal inglês que, em alguns bairros problemáticos de Londres, as raparigas aceitam a violação como condição para pertença a um gangue, que elas percepcionam como podendo garantir-lhes uma maior segurança no futuro (http://www.timesonline.co.uk/tol/news/uk/crime/article6889829.ece)
Tristes tempos estes. É urgente educarmos os jovens para o respeito pelos outros, que se tem vindo a perder.
Ou quereremos voltar aos temos remotos do Homem de Neardantal? Suponho que deveria ser um pouco assim.
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3 comentários:
Olá Clara,
Também acho o problema do Bullying super-importante. O teu post é muito claro em identificar determinado perfil das crianças vitimas de bullying como "passivos, socialmente incompetentes, ansiosos, depressivos e inseguros". Na minha opinião, a educação para O respeito passa também pela protecção e ajuda aos jovens que se encaixam neste perfil. É imprescindível darmos a devida atenção e fornecermos a ajuda necessária às crianças que são socialmente incompetentes, inseguros e depressivos, pois elas são vitimas preferências. E simultaneamente explicar que ser agressivo não é necessariamente ser "fortes, extrovertidos, alegres, confiantes e com características de liderança".
A Psicronos tem se preocupado muito com este assunto, de tal forma, que a colega Tânia Paias concebeu em parceria com a Psicronos o portal bullying que te convido a visitar: www.portalbullying.com.pt
Olá Clara e Ana,
De facto este tema tem revelado, nestes últimos anos, uma importância crescente, assim como um crescendo de estudos à sua volta.
Esta questão da passividade, incompetência social, insegurança parece estar associada mais ao perfil de vítimas. Esse artigo inglês que refere que as raparigas adoptam a "estratégia" da permissão da violação como forma de protecção futura também vai de encontro a alguns estudos efectuados que revelam que as raparigas preferem rapazes mais agressivos, "ditos irreverentes" e com mais faltas disciplinares para se envolverem amorosamente, do que aqueles que são socialmente mais "apagados", que não se insurgem com comportamentos mais agressivos e indisciplinados.
A minha tese de doutoramento também está a incidir sobre este tema, nomeadamente ao nível da convivência escolar. O estudo que estou a desenvolver com os colegas espanhóis tem como principal objectivo avaliar a convivência nas escolas para posteriormente tecermos programas de intervenção a desenvolver nas escolas.
De facto, e como diz a Ana, é necessário educar para o respeito e auxiliar os jovens com menores habilidades sociais, para que a lógica subjacente ao bullying (desigualdade de poder) não se instale...
Realmente a Psicronos tem estado muito atenta a estas questões e o portalbullying pretende, acima de tudo, ser um espaço facilitador da convivência entre os jovens em idade escolar e que diariamente se deparam com esta realidade, quer no papel de vítimas, espectadores ou até mesmo de agressores.
O portalbullying irá reservar esta semana ao cyberbullying, pois é uma outra forma de violência. Dentre outras características que poderão ver no nosso novo espaço, podemos observar que muitos dos jovens que foram vítimas assumem o papel de agressores por meio das TIC e devido a uma sensação de anonimato
www.portalbullying.com.pt
Há realmente que falar do assunto constantemente. Já tenho divulgado o portal do bullying noutros pontos das redes e vou continuar a fazê-lo. É preciso absolutamente evitar a banalização do mal, como dizia a Hannah Arendt.
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